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20/10/2013

Um programa útil para registrar informações de contato no Windows


O assunto é um pouco diferente dos que costumo abordar, mas vou falar dele aqui porque pode ser útil para outros como foi para mim:
Nos velhos (bem velhos) tempos do Windows 3.1 eu usava um aplicativo simples do próprio Windows para registrar e consultar minhas informações de contato, chamava-se "Cardfile", era muito simples de usar e muito leve.
Com o tempo minha base de dados de contatos foi crescendo bastante.
Quando passei para o Windows 95, depois para o 98, depois para o 2000 e finalmente para o XP, a Microsoft já não incluía o programa no sistema, porque era em DOS 16 bits, mas copiando o arquivo executável do 3.1 para os novos sistemas pude continuar usando a base de dados.
Quando passei para o Windows 7 Home 64 bits o programa parou de funcionar, porque o SO de 64 bits não o executava; aí fui procurar outros programas grátis, mais modernos, e encontrei diversos com bem mais capacidade do que o velho Cardfile, mas nenhum dos que encontrei importava os arquivos .crd que ele usava, o que significava que eu teria que redigitar os dados de algumas centenas de contatos. Testei alguns mas não me animei a usar nenhum. Fiquei então reduzido a usar uma imagem em .pdf do meu antigo arquivo, que eu podia consultar mas era muito difícil modificar.
Hoje resolvi procurar novamente se havia alguma maneira de rodar o Cardfile no Windows 7 64 bits. Não encontrei, mas encontrei o anúncio de um programa (pago) chamado AZZ Cardfile. O programa custa US$ 29,95. Resolvi experimentar e baixei a versão de testes.
O programa converteu instantaneamente os meus arquivos .crd permitindo-me acessar, visualizar e editar qualquer deles com a mesma facilidade do antigo Cardfile.
Pensando no trabalho que me daria redigitar todos os contatos, acho que apesar de ser pago vai valer a pena. Ele tem várias capacidades a mais do que o antigo Cardfile, que vou explorar depois.
Se algum de vocês estiver com o mesmo problema, o endereço do site deles é:

http://www.azzcardfile.com

e eles têm algumas bases de dados para exemplo,  como coleções de receitas de cozinha, que podem ser baixadas. Estas ainda não olhei, mas a de receitas pode me interessar como modelo para sistematizar as de minha coleção :)

18/10/2013

O salto do que saltou depois, do jeito que ele viu

Lembram-se, em outubro do ano passado, de um post chamado "O que saltou antes", em que eu falava do salto do Coronel Kittinger, que em 1960 saltou de paraquedas de um balão a mais de 31.000 metros de altitude, estabelecendo um recorde que durou quarenta e dois anos, até que Felix Baumgartner em 2012 , com o patrocínio da Red Bull, saltou de 39.000 metros e quebrou a barreira do som durante a queda livre?
Pois agora a Red Bull publicou um vídeo inédito do salto de Baumgartner, filmado pelas câmaras que estavam presas ao paraquedista. Vale a pena ver. A mais ou menos 43 segundos ele atinge a velocidade máxima, e aí a gente vê quando ele perde o controle por algum tempo, girando cada vez mais rapidamente, até que a densidade da atmosfera aumenta o suficiente para que a resistência do ar reduza a velocidade da queda e permita que ele consiga estabilizar a sua posição.
O vídeo, que mostra também os instrumentos que medem a altitude e velocidade como ele os via, é este:


19/04/2013

É preciso publicar o "Relatório Figueiredo"

O Estado de Minas de hoje traz uma notícia impressionante sobre um  relatório, que se julgava destruído, e que foi encontrado agora nos arquivos do Museu do Índio.
O relatório resume as investigações realizadas em 1967 e coordenadas pelo procurador Jader de Figueiredo Correia, para apurar denúncias da participação de funcionários do antigo Serviço de Proteção aos Índios, hoje substituído pela FUNAI, em tortura, massacres e extermínio de populações indígenas para permitir a ocupação de suas terras por fazendeiros e latifundiários.
Sim, crimes cometidos ou coadjuvados pelos funcionários daquele mesmo Serviço de Proteção aos Índios que teve como seu primeiro diretor, em 1910, Cândido Mariano da Silva Rondon, o sertanista que foi o primeiro branco a estabelecer contato pacífico com tantas tribos de índios e que pautou sua vida pelo lema "morrer se preciso for, matar nunca"!
De acordo com a reportagem, depois de percorrerem 16 mil quilômetros Brasil adentro e visitarem 130 aldeias indígenas,  "Jader de Figueiredo e sua equipe constataram diversos crimes, propuseram a investigação de muitos mais que lhes foram relatados pelos índios, se chocaram com a crueldade e bestialidade de agentes públicos".
O relatório denuncia caçadas humanas, para exterminar os índios, com uso de metralhadoras, bombardeamento aéreo com bananas de dinamite, inoculações de varíola (contra a qual os índios, pelo seu isolamento. não tinham desenvolvido a menor resistência) e até a doação de açúcar envenenado com estricinina (o açúcar era um produto muito apreciado pelos índios, que só conheciam o adoçamento com mel).
O então ministro do interior, Albuquerque Lima, foi quem pediu que fosse feita a investigação, e chegou a pedir a demissão de diversos funcionários implicados, mas o resultado da investigação foi abafado pelo governo militar e o pessoal que participou dela exonerado ou transferido. Lembro-me de ter lido umas poucas notícias sobre as atrocidades que chegaram aos jornais da época, e depois não se falou mais do assunto.
O relatório foi dado como tendo sido perdido durante um incêndio no Ministério da Agricultura, e somente agora, quarenta e cinco anos depois, foram encontrados 29 dos seus 30 volumes, num total de perto de 7.000 paginas de investigações.
Uma grande parte da população brasileira não era ainda nascida à época destes acontecimentos,  e a maioria dos jovens desconhece a realidade deste brutal processo de genocídio, acha que matar índios para tomar suas terras foi coisa do tempo do Brasil colônia, e subestima a importância das reivindicações dos índios pelo seu espaço natural.
Lancei uma petição pública, através do site Avaaz, pedindo a publicação do relatório, ou ao menos de seus pontos essenciais, para que o povo possa tomar conhecimento. O link, para quem quiser assinar e divulgar, está aqui:
http://www.avaaz.org/po/petition/Publiquem_o_Relatorio_Figueiredo/?cLYEZbb
A reportagem original do Estado de Minas está aqui:
http://www.em.com.br/app/noticia/politica/2013/04/19/interna_politica,373440/documento-que-registra-exterminio-de-indios-e-resgatado-apos-decadas-desaparecido.shtml
A reportagem teve continuações aqui:
http://www.em.com.br/app/noticia/politica/2013/04/22/interna_politica,374713/endurecimento-do-regime-militar-pos-fim-as-investigacoes-das-denuncias-de-genocidio-de-indios.shtml
e para quem quiser conhecer quem foi o Marechal Rondon, de quem o estado de Rondônia leva o nome, está aqui um link para o artigo da Wikipédia sobre ele:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cândido_Rondon





18/03/2013

O projeto espacial que o Brasil não vai fazer

Reportagem no portal Terra de ontem (17/03/2013) fala sobre o projeto de um grupo de universidades brasileiras de lançar uma sonda que pousaria num asteroide a onze milhões de quilômetros da Terra, o maior componente do sistema triplo 2001 SN263.
A sonda, que seria lançada por um foguete russo, porque o Brasil, que começou o seu programa espacial ao criar o  Centro de Lançamento de Barreira do Inferno em 1965    até hoje ainda não conseguiu viabilizar o seu próprio veículo  lançador espacial (para quem não se lembra, o projeto VLS ficou praticamente parado desde o acidente de 2003, em que um dos foguetes explodiu e matou 23 técnicos que estavam na plataforma de lançamento do Centro de Lançamento de Alcântara, até o ano passado, quando começou a ser retomado), seria a primeira espaçonave a pousar num sistema triplo de asteroides, e realizaria um programa de testes depois de pousada.
A missão "Aster", que começou a ser pensada em 2008, e que pela reportagem tem um custo previsto de 40 milhões de dólares, traria importantes benefícios de pesquisa e daria um impulso muito necessário ao nosso claudicante programa espacial. O professor Antonio Gil Vicente de Brum, um dos responsáveis pelo projeto, diz na reportagem quem além dos resultados de pesquisa que acabam sendo incorporados à nossa vida no dia a dia, um dos principais objetivos do projeto é "aprender mais a respeito de corpos celestes que se aproximam da órbita do nosso planeta e ameaçam populações terrestres".
Não preciso lembrar a vocês a sequência recente, dentro de um período de pouco mais de um mês, da passagem  muito próxima da Terra de dois asteróides de grande tamanho, um deles dentro da região em que orbitam nossos satélites de comunicação, e da explosão de um menor sobre a Rússia com grande dano material e quase mil pessoas feridas.
Nem de lembrar a vocês que os investimentos feitos até hoje pelo mundo  na pesquisa espacial já retornaram seus custos multiplicados por muitas e muitas vezes, em praticamente todos os campos da ciência.

Imagem do site Astropt.org

Pois a missão, que já está estruturada, com muitos componentes projetados, e com a cooperação com a Rússia já em entendimentos, corre o risco de não ser realizada porque, segundo explica José Monserrat Filho, chefe da Assessoria de Cooperação Internacional da Agência Espacial Brasileira, "Neste momento, o governo brasileiro não tem condições de manter este projeto. Não há dinheiro disponível. Ninguém é contra. Ninguém quer criar obstáculos. A ideia é, através do Inpe, buscar apoio financeiro na iniciativa privada, e pública também, como a Petrobras. Seria ótimo se a Petrobras pudesse financiar esse projeto, por exemplo. Sem verba, não tem nada aprovado. A base de apoio financeiro não existe".
Dizer que o governo brasileiro não tem condições de financiar um projeto destes é risível, num momento em que, apenas para erguer as estruturas provisórias (notem bem, provisórias) exigidas pela FIFA para abrigar seus representantes seus convidados VIPs e os jornalistas internacionais durante a Copa do Mundo de Futebol foi aprovado um gasto extra de sessenta milhões de reais, ou pouco menos de trinta milhões de dólares. Sem falar nos custos totais da Copa do Mundo, de duvidoso retorno para o país.
Num momento em que se anuncia a criação de mais um ministério, além do número recorde de 38 existentes, apenas para se abrigar mais um parlamentar aliado com vistas à campanha eleitoral para 2014. Estamos com 39, daqui a pouco chegaremos a 40. Cuidado com esse número...
Num momento em que o Brasil (antes da criação do novo ministério) tem quase 24 mil cargos de confiança enquanto a Inglaterra tem 300, a França  4 mil e os Estados Unidos 8 mil...
Ou, para fazer outra triste comparação, num momento em que o orçamento anual do Senado Federal é de 3,4 BILHÕES de reais, para 81 senadores, o que significa que cada um dos senadores custa aos cidadãos brasileiros a bagatela de 42 milhões de reais por ano, ou um pouco mais de vinte milhões de dólares. País nenhum do mundo chega nem perto deste gasto.
Sem falar na ingenuidade, ou idiotice, de querer que a Petrobras, que tem amargado prejuízo em cima de prejuízo para a empresa e para seus acionistas pela política equivocada de manter o preço da gasolina artificialmente baixo para tentar conter a inflação, seja a financiadora do projeto.

O nosso governo quer vender ao mundo a imagem do Brasil como uma verdadeira potência emergente, como a sexta economia do mundo, como um país capacitado a fazer parte do Conselho de Segurança da ONU, mas não sabe priorizar os investimentos que podem realmente nos colocar nessas posições.

A reportagem do Portal Terra está em
http://noticias.terra.com.br/ciencia/espaco/sem-verba-projeto-brasileiro-de-levar-sonda-a-asteroide-segue-na-prancheta,5c71acd3b4f6d310VgnVCM5000009ccceb0aRCRD.html 
ou (link encurtado)
http://tinyurl.com/ble4m7o

23/02/2013

O blog da Yoani

Depois de muito tempo de ausência (não sei se muita gente chegou a perceber :), volto  a escrever alguma coisa.
Uma das razões de não ter escrito durante este tempo foi que não quero falar de política neste blog, porque acompanhar os comentários que são escritos por alguns leitores, digamos, "de encomenda", que parece que não se importam com o que está escrito mas apenas com repetir "ad nauseam" suas palavras de ordem a cada artigo dos blogs e jornais que costumo ler e que tratam de política têm me desanimado. E tudo o que mais me despertava a atenção durante este período tinha a ver com a política brasileira.
Hoje entrei, pela primeira vez, nas páginas do blog da cubana Yoani Sanchez, de quem todo o mundo já ouviu falar mas creio que muito pouca gente leu. Eu, por exemplo, apesar de acompanhar as notícias e as opiniões pró e contra a seu respeito desde antes de sua recente visita ao Brasil, nunca tinha procurado o seu blog para conhecer realmente o que ela escreve.
Uma das coisas que mais  me interessaram, das notícias de sua visita, além de ver a calma e elegância com que ela respondia às provocações dos opositores, foi sua afirmação de que, morando em Cuba, nunca  tinha conseguido receber o dinheiro dos diversos prêmios que seus escritos conquistaram mundo afora, e que só agora, com esta viagem, ia ter a oportunidade de tentar recebê-lo e, o mais difícil, entrar com ele de volta em Cuba.
Isto me interessou porque diversos jornalistas brasileiros têm criticado a blogueira por ter uma situação financeira privilegiada, justamente pelo dinheiro dos prêmios, e que ela então estaria numa posição muito confortável para criticar as condições de vida em seu país sem ter que se submeter às privações dos seus compatriotas.
Bem, não vou entrar aqui, agora, numa discussão das opiniões nem dos motivos da Yoani; vou dizer que achei extremamente interessante, no seu blog, as páginas em que fala de tecnologia e recursos, onde a gente pode ver como é difícil para os cubanos se conectarem minimamente à internet; não podem ter conexão internet em casa, e até para usarem o twitter nos seus telefones eles têm que utilizar "macetes" que permitem que ao menos as pessoas enviem mensagens mas não que as recebam - coisa difícil de conceber para nós, acostumados com os smartphones e banda larga. Além disso os preços do tempo de conexão dos hotéis que permitem o acesso e das mensagens SMS nos telefones são completamente fora de proporção com a renda média deles
Por aí vocês podem imaginar as dificuldades que um cubano enfrenta para conseguir manter e publicar um blog.
Se vocês quiserem dar uma olhada, o endereço do blog dela é:
                            http://www.desdecuba.com/generaciony/