Fotografia Carlos Monteiro |
Carlos Monteiro
O Profeta Gentileza e sua delicadeza
em flores astrais, físicas e espirituais, distribuídas e semeadas, ao longo de
anos, pela Cidade Maravilhosa e em terras de Araribóia, foi telúrico,
metafórico e visceral. Mostrou ao Rio de Janeiro que, se quisermos “Celacanto
não provoca maremoto”, não provoca sismos, não provoca guerras. Muito pelo
contrário, a gentileza é agente provocadora de paz e gratidão... era José
Agradecido e enobrecido, pura ternura.
Vivemos um momento conturbado em que
o coletivo tem tomado muito mais as formas ‘eu’ e ‘meu’, em que as almas têm se
trancado em feudos, murados de egos, aflorados em ids, desequilibrados em
superegos. Momentos de um ‘venha a nós, deixando ao vosso reino absolutamente
nada’. Encimamentos e egocentrismos, os ególatras estão à postos! Afasta-nos
desses ó Pai!
Ímpar em sua singularidade, o “eu
maior” rege esse império, mesmo que esta monarquia seja protegida por exércitos
brancaleônicos fardados em utopias e quimeras. Farrapos existenciais de
idolatrias soberbas.
As chamas das fogueiras da vaidade,
mais que nunca, são lume do egoísmo, atiçadas pelo mal querer, pelo mal poder
e, principalmente, pela má vontade. Vidas já não importam nas câmaras de gás
das viaturas. Basta!
Os tentáculos ardilosos da veleidade,
fazem imergir ufanismos perversos capazes de afastar, sobremaneira, o que há de
melhor em cada um. Apaga o logos. Retém o ódio arraigado.
Aforismos. O amor deve ser pago com
amor? Gentileza gera gentileza? Nome-do-pai...? Adágios de realidade em
sociedade. Mero apotegma existencial.
Dias difíceis em que a solicitude e
prestatividade ficaram em baixa. O lugar comum, “novo normal” suscitou
sentimentos divergentes, pintou cenários plúmbeos, deixou a psique à deriva.
Generosidade não é mais a palavra de ordem... Talvez Freud explique, quem sabe?
Ou não...
A velha esperança de tudo se ajeitar
deve brotar no amor sublime e na partição do pão nosso de cada dia.
Por mais tapumes Lerfá-Mur em chão de
giz! Por mais ‘Gentilezas’, por mais rosas vermelhas do bem-querer, por mais
loucos de amor e malucos-beleza.
Que brotem sementes, frutificando
todo sentimento nas metáforas mais sutis e belas, delicadas e deferentes. É
dia, eu já escuto os teus sinais. É a bruma leve. Zéfiro em lufadas, límpido
páramo. Solidários, serenos, sagrados, sinceros, sóbrios, salutares. Deixa
fluir o amor e o sal da Terra! Seremos um Planeta-amor.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Para comentar, por favor escolha a opção "Nome / URL" e entre com seu nome.
A URL pode ser deixada em branco.
Comentários anônimos não serão exibidos.