fotografia WBJ |
Wilson Baptista Junior
Uma semana e
pouco atrás li um artigo do Reinaldo José Lopes, onde ele fala da responsabilidade,
dentro dessa luta de vida ou morte que todos estamos travando, cada um à sua
maneira, contra esse vírus mortal que atacou o mundo inteiro, de quem sabe
falar de ciência tentar explicar para os que nos rodeiam a importância de
acreditar na ciência para procurar o caminho de saída.
Não vou
entrar aqui na fala dele, nem no assunto específico dela, porque ele entende
disso mais do que eu. O que me fez lembrar agora dessa fala foi que ele
comparou no seu texto a coragem, a energia e a tenacidade necessárias agora com
o discurso imortal que Shakespeare pôs na boca do rei Henrique V da Inglaterra,
quando falou aos seus soldados na noite do dia de São Crispiniano, ou São
Crispim, antes de lançar-se à frente deles a uma batalha contra um exército
francês quase três vezes mais numeroso e muito bem armado. O discurso é uma das
maiores lições de motivação que já foram escritas, enfatiza claramente que a
luta será desigual mas que eles podem vencer, que não adianta pensar nos
soldados que não têm, e depois de irmanar os seus homens, plebeus e cavaleiros,
como “nós os felizes poucos, um bando de irmãos” termina com estes versos:
“And gentlemen in England now abed
Shall think themselves accurs’d for not being here,
And hold their manhood cheap, when somebody speaks
Who fought with us in Saint
Crispin’s day”.
Numa
tradução livre:
“E cavalheiros que agora dormem na Inglaterra
Sentir-se-ão amaldiçoados por não terem estado aqui,
E sua masculinidade diminuída ao ouvir falar alguém
Que lutou conosco no dia de São
Crispim.”
Ninguém sabe
de verdade o que o rei Henrique disse ou não aos seus soldados na véspera da
batalha, mas gosto de imaginar que foi alguma coisa parecida com as palavras
que Shakespeare pôs depois em sua boca, porque no dia seguinte ele saiu para o
combate à frente dos seus homens e juntos venceram a batalha que parecia
impossível de vencer.
Dias depois,
na minha caminhada diária que agora só pode ser feita em volta do lado de
dentro dos muros do prédio onde moramos e estamos confinados numa quarentena que
não sabemos quanto vai durar, vi essa plantinha corajosa e persistente que se
obstina em ignorar os obstáculos das pedras, do tijolo e do concreto no seu
caminho para o sol.
Nesses dias
de medo e incerteza em que estamos enfrentando um inimigo invisível e
sorrateiro que nos sitiou a todos, não importa onde estejamos, olhando para essas
folhinhas verdes que representam a vitória do impulso da vida contra os
obstáculos que pareciam invencíveis, respirei fundo e continuei a caminhada com
passos mais firmes pensando que na verdade as coisas não mudaram tanto, nada
jamais garantiu o segundo seguinte das nossas vidas, e o único passaporte que
sempre tivemos para a frente é a coragem e a disposição de continuar lutando,
como o velho cavalheiro de algum lugar da Mancha, de lança pendurada na parede e
adarga antiga, contra os moinhos de vento, reais e imaginários, em nossa volta
ou na nossa alma.
E saber que,
conosco ou sem, as plantinhas renascerão.
Esperança sempre, Mano. Por mais difícil que pareça, sempre teremos esperança.
ResponderExcluirTita, sim, sempre teremos. Um beijo.
Excluir1)Bom texto Wilson, boa reflexão
ResponderExcluir2) Estamos todos no mesmo barco...
3) Remar e tocar para a frente.
4) Abraços !
Mestre Antônio, remar sem esmorecer.
ExcluirNessa corrente não podemos simplesmente nos deixar ir.
Um abraço.
A força e a coragem desta pequena planta nós faz pensar na esperança apesar de todos os fatores adversos
ResponderExcluirUma foto a nos ensinar a lutar
A beleza da vida !!! que renasce
Um grande abraço
Léa, que saibamos renascer como ela.
ExcluirUm abraço do Mano
Um forte abraço, Mano.
ResponderExcluirSaúde, extensiva aos teus amados.
Te cuida!
Chicão, sabes bem que precisamos não parar de lutar.
ExcluirUm abraço do Mano
Prezado Autor Sr. WILSON BAPTISTA JUNIOR,
ResponderExcluirNesta época de emergência de Saúde, quando para evitar o colapso do Sistema de Saúde-SUS e Privado, nos vemos na contingência de Isolamento Horizontal dos Trabalhadores Indispensáveis ( +- 60%), até pelo menos o Pico da Propagação ( +- 10 Maio), lemos com Esperança sua Crônica "Teimosia", exemplificada na foto da plantinha crescendo no meio do concreto.
Muito sugestivo a comparação do Rei Inglês HENRY V contra os Franceses em Agincourt, este também em emergência pois enfrentava um Exército +- 3 vezes mais numeroso e composto em maioria de bem treinada Cavalaria Pesada,cavalos e Homens com lanças bem protegidos. Na noite véspera do Combate no dia de São CRISPIN, chovia muito mas o Rei HENRY V, excelente General mesmo assim visitou todos os seus Batalhões para animá-los com o excelente Discurso que o grande WILLIAM SHAKESPEARE pôs em sua boca, mas que não deve ter sido muito diferente.
Soube HENRY V que na Turquia se obteve bons resultados ao se enfrentar Cavalaria, protegendo os Arqueiros com eriçado estaqueamento de pontas afinadas.
Escolheu HENRY V o local da batalha, entrincheirou-se em colinas próximas da passagem do centro, e protegeu muito bem seus quadrados de Arqueiros com boa muralha de estacas pontudas eriçadas frente ao inimigo. Com isso impedia o inimigo em superioridade numérica de atacar em toda a frente, ainda mais no meio do barro, ao mesmo tempo e seus arqueiros bem protegidos fizeram excelente trabalho, quando não acertavam no Cavaleiro, acertavam no cavalo e o Cavaleiro caído com todo o peso da armadura, etc, no meio do lodaçal era um Homem já meio morto. Aliás na frente da batalha muitos Cavaleiros Franceses morreram esmagados pelo peso dos que caíram por cima, cavalos e Cavaleiros. A vitória Inglesa que começou a Guerra dos 100 Anos, foi completa.
Nós também na nossa Guerra a pandemia de Covid-19 temos que escolher bem o terreno "reforçando nosso Sistema imuno-Defensivo" mel, alho, Vitamina C, Banho de sol, Orações, etc, proteger nossos Arqueiros com eriçada estacada pontuda, " Remédios que diminuem a Carga Viral que deram resultado até agora no Mundo Todo", e nossos Arqueiros de Ataque "será a Vacina Covid-19)" que deve vir até o fim do Ano.
Que o Anjo do Senhor nos proteja a TODOS.
Abração.
ExcluirCaro Bortolotto,
Sim, que nem a chuva nem o medo nem a superioridade numérica do inimigo amorteçam nossa coragem e nossos esforços.
Usemos pois todas as nossas armas contemos com a proteção do alto para nos manter juntos.
Um abraço do Mano
Corrigindo: Isolamento Horizontal dos trabalhadores Dispensáveis ( +- 60%).
ResponderExcluirMuito Obrigado.