Aquarela Ana Nunes |
Ana Nunes
Outono ao
meio
Meio frio
Meio feio.
Coração ao
meio
Metade em
casa
Metade em
terra
Meio escura
Meio fria.
Meio na mesa
Meio pão
Cortado em
quatro
Olhos meio
abertos
Barrigas bem
vazias.
Meio homem
Meio gente
Rua meio
vazia
Meio pedra
Meio mato
Meio flor
Meio espinho
Meio vento
Meio medo.
Meio sol
Meio sombra
Meio
esperança
Meio receio.
Meio dia
Loja meio
aberta
Gaveta meio
vazia
Meio
abandono
Meio sem
dono.
Meias
palavras
Meio sentido
Meio lágrima
Meio riso
Meia volta
Meia rota.
Meia noite
Meia lua.
1) Estrofes com todo o Respeito
ResponderExcluirAntonio Carlos Rocha
"Oi Ana, a meu ver
Para enfrentar e ser
Uma vida com jeito
Pratico e leio
Caminho do Meio
Também conhecido
como o budismo
Aquecido fico
No frio Outonal
Quarentena Geral.
À distância é
grande,mas eu creio
com sinceridade
abração virtual
poema matinal"
2) Desculpe as rimas, foi com respeitoso afeto.
Olá Antonio,
ExcluirVocê é um budista fofo, que me comenta carinhosamente com rimas matinais. Afeto respeitoso. Adorei!
E também lindas suas boas noites plantadas de árvores e frutas e pássaros no face.
Assim até vale a pena ir lá de vez em quando. Acho que vou invejar e desenhar umas que outras árvores. Com um Caminho no Meio. Passei o primeiro mes quarentenado aquarelando flores em cima de gravuras antigas.
Muita gratidão.
Até mais.
Tudo pelo meio ... o coração também ...em tempos difíceis a gente fica pela metade esperando ... meio triste ...
ResponderExcluirVamos ter esperança apesar de tudo estar meio amargo
Meu abraço meio de longe mas com carinho por você
Prima Léa querida,
ExcluirVamos deixar o meio amargo e entrar no chocolate ao leite! Bem docinho!
E lógico, abraço de corpo inteiro. Apertado, como você já disse, onde dois corações batem juntos!
Um beijo.
Para um bom entendedor meia palavra basta, é o que quer dizer a Aninha com mais este trabalho interessante e muito bem construído?
ResponderExcluirOu que esta pandemia nos faz agir pelo meio, sem as manifestações de carinho pessoais por que estamos impossibilitados?
Seríamos meio pais, mães, irmãos, avós ... ?
Meio amigos?
A verdade é que o vírus nos cortou ao meio;
Interrompeu pelo meio as nossas vidas;
Dividiu ao meio nossos sentimentos, dando a impressão que o amor que temos pelos nossos amados ficassem somente conosco, então pela metade.
Encontramo-nos no meio do nada ou no meio de tudo?
Nada com relação à esperança de viver ou tudo por que ainda estamos vivos e filosofando a respeito do dia seguinte?
Ou nada disso é válido por que a importância é a metade do que deveria?
Perguntas que somente serão respondidas pelo meio, enquanto a Aninha nos brinda com um ensaio inteiro, completo, de como ser perspicaz, brilhante, sensível, inteligente e observadora, quanto ao momento atual de nossas vidas.
A sua intenção é que entendamos se, na sua interpretação, vivemos pela metade nos dias de hoje, o inteiro se completará mesmo sendo através de manifestações como estas, que não seriam apenas de elogiar a bela obra, mas de contribuir para o seu final não ser pelo meio, mas uma unidade inquebrantável, forte, poderosa, que nos une a amizade, o respeito e admiração, que nutrimos um pelo outro nesse blog extraordinário, Conversas do Mano!
O meu abraço caloroso e fraterno, Aninha.
Parabéns por mais um artigo que enaltece a tua capacidade impressionante de descrever as situações cotidianas com rara habilidade.
Saúde e paz, estendidos aos teus amados.
Querido FBendl, Chicão dos Pampas,
ExcluirVocê inspiradíssimo de stent novo, e como um leitor apaixonado de filósofos, fez bela filosofia no meu escrito, "ou nada disso é valido por que a importância é a metade do que deveria?"
Quanto ao sensível, perspicaz, inteligente, vou me esforçar bastante para chegar lá, meu incorrigível bajulador! Obrigadíssima.
Nos tempos atuais saúde é imprescindível e a paz sempre procurada!
Por isso, muita saúde e paz para você e os queridos.
Até muito mais.
Prezada Autora Sra. ANA NUNES,
ResponderExcluirSeus inspirados Poema e Aquarela, "Palavras ao Meio", nos deixa otimista de que já estejamos no meio do pico de contágio, quando a partir dali o tempo começa a jogar em nosso favor.
Essa emergência de Saúde Covid-19 nos mostrou a importância dos Centros de Controle de Doenças, especialmente as contagiosas, de serem bem remunerados e equipados, e de darem o alarme o mais cedo possível.
Parabéns e nossas Saudações.
ExcluirOlá caro Flávio,
Você é um otimista, desconfio ser a fé que carrega. E isso é tudo como deve ser!
Tomara mesmo que já estejamos no meio do caminho porque o mal já foi muito feito.
Obrigada pelo comentário e saudações no plural.
Até mais.
Ana,
ResponderExcluirEstamos num meio onde a gente ainda não consegue ver fim. E vão aparecendo sinais de que o fim destas situações e sensações que estamos vivendo - que nos fazem crer que todas as coisas estão pela metade -, vai nos levar a um meio novo, a uma vida e a uma realidade diferentes das que estávamos acostumados.
Sim, tínhamos uma certa prática em tratar as coisas pela metade, era quase um traço da nossa personalidade, quase um perfil psicológico macunaímico de ser. E até nos orgulhávamos, chamávamos de "jogo de cintura". Até apelidaram de "jeitinho brasileiro".
Agora, diante de um desafio fora de qualquer parâmetro, fomos obrigados a pensar a respeito de muitas coisas. Inclusive qual é a medida do meio que estamos sentindo. Cada vez que pensamos no que era o inteiro até pouco antes deste vendaval, podemos descobrir que, talvez, nós é que andávamos meio fora de esquadro. Tanto que chegamos a acreditar que éramos inteiros. Até mais!
Querido Heraldo,
ResponderExcluirA medida do meio que estamos vivendo é sofrida. Mas como você disse "talvez nós é que andávamos meio fora de esquadro, tanto que chegamos a acreditar que éramos inteiros."
Prova disso, hoje cedo no escuro do quentinho da cama, fiquei pensando onde chegar as minhas cinzas. Não quero deixar esse dilema para os meus. Estou pensando em escolher o vento de uma dessas montanhas que me cercam. Só para chamar de minha (rsrs)!
Obrigada muito.
Até muitos mais.