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15/05/2020

Palavras ao Meio

Aquarela Ana Nunes


Ana Nunes

Outono ao meio
Meio frio
Meio feio.
Coração ao meio
Metade em casa
Metade em terra
Meio escura
Meio fria.
Meio na mesa
Meio pão
Cortado em quatro
Olhos meio abertos
Barrigas bem vazias.
Meio homem
Meio gente
Rua meio vazia
Meio pedra
Meio mato
Meio flor
Meio espinho
Meio vento
Meio medo.
Meio sol
Meio sombra
Meio esperança
Meio receio.
Meio dia
Loja meio aberta
Gaveta meio vazia
Meio abandono
Meio sem dono.
Meias palavras
Meio sentido
Meio lágrima
Meio riso
Meia volta
Meia rota.
Meia noite
Meia lua.

10 comentários:

  1. 1) Estrofes com todo o Respeito

    Antonio Carlos Rocha

    "Oi Ana, a meu ver
    Para enfrentar e ser
    Uma vida com jeito
    Pratico e leio
    Caminho do Meio

    Também conhecido
    como o budismo
    Aquecido fico
    No frio Outonal
    Quarentena Geral.

    À distância é
    grande,mas eu creio
    com sinceridade
    abração virtual
    poema matinal"

    2) Desculpe as rimas, foi com respeitoso afeto.

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    1. Olá Antonio,
      Você é um budista fofo, que me comenta carinhosamente com rimas matinais. Afeto respeitoso. Adorei!
      E também lindas suas boas noites plantadas de árvores e frutas e pássaros no face.
      Assim até vale a pena ir lá de vez em quando. Acho que vou invejar e desenhar umas que outras árvores. Com um Caminho no Meio. Passei o primeiro mes quarentenado aquarelando flores em cima de gravuras antigas.
      Muita gratidão.
      Até mais.

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  2. Léa Mello Silva16/05/2020, 09:41

    Tudo pelo meio ... o coração também ...em tempos difíceis a gente fica pela metade esperando ... meio triste ...
    Vamos ter esperança apesar de tudo estar meio amargo
    Meu abraço meio de longe mas com carinho por você

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    1. Prima Léa querida,
      Vamos deixar o meio amargo e entrar no chocolate ao leite! Bem docinho!
      E lógico, abraço de corpo inteiro. Apertado, como você já disse, onde dois corações batem juntos!
      Um beijo.

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  3. Francisco Bendl16/05/2020, 09:47

    Para um bom entendedor meia palavra basta, é o que quer dizer a Aninha com mais este trabalho interessante e muito bem construído?
    Ou que esta pandemia nos faz agir pelo meio, sem as manifestações de carinho pessoais por que estamos impossibilitados?
    Seríamos meio pais, mães, irmãos, avós ... ?
    Meio amigos?

    A verdade é que o vírus nos cortou ao meio;
    Interrompeu pelo meio as nossas vidas;
    Dividiu ao meio nossos sentimentos, dando a impressão que o amor que temos pelos nossos amados ficassem somente conosco, então pela metade.

    Encontramo-nos no meio do nada ou no meio de tudo?
    Nada com relação à esperança de viver ou tudo por que ainda estamos vivos e filosofando a respeito do dia seguinte?
    Ou nada disso é válido por que a importância é a metade do que deveria?

    Perguntas que somente serão respondidas pelo meio, enquanto a Aninha nos brinda com um ensaio inteiro, completo, de como ser perspicaz, brilhante, sensível, inteligente e observadora, quanto ao momento atual de nossas vidas.

    A sua intenção é que entendamos se, na sua interpretação, vivemos pela metade nos dias de hoje, o inteiro se completará mesmo sendo através de manifestações como estas, que não seriam apenas de elogiar a bela obra, mas de contribuir para o seu final não ser pelo meio, mas uma unidade inquebrantável, forte, poderosa, que nos une a amizade, o respeito e admiração, que nutrimos um pelo outro nesse blog extraordinário, Conversas do Mano!

    O meu abraço caloroso e fraterno, Aninha.
    Parabéns por mais um artigo que enaltece a tua capacidade impressionante de descrever as situações cotidianas com rara habilidade.
    Saúde e paz, estendidos aos teus amados.




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    1. Querido FBendl, Chicão dos Pampas,
      Você inspiradíssimo de stent novo, e como um leitor apaixonado de filósofos, fez bela filosofia no meu escrito, "ou nada disso é valido por que a importância é a metade do que deveria?"
      Quanto ao sensível, perspicaz, inteligente, vou me esforçar bastante para chegar lá, meu incorrigível bajulador! Obrigadíssima.
      Nos tempos atuais saúde é imprescindível e a paz sempre procurada!
      Por isso, muita saúde e paz para você e os queridos.
      Até muito mais.

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  4. Flávio José Bortolotto16/05/2020, 15:41

    Prezada Autora Sra. ANA NUNES,

    Seus inspirados Poema e Aquarela, "Palavras ao Meio", nos deixa otimista de que já estejamos no meio do pico de contágio, quando a partir dali o tempo começa a jogar em nosso favor.
    Essa emergência de Saúde Covid-19 nos mostrou a importância dos Centros de Controle de Doenças, especialmente as contagiosas, de serem bem remunerados e equipados, e de darem o alarme o mais cedo possível.

    Parabéns e nossas Saudações.

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    1. Olá caro Flávio,
      Você é um otimista, desconfio ser a fé que carrega. E isso é tudo como deve ser!
      Tomara mesmo que já estejamos no meio do caminho porque o mal já foi muito feito.
      Obrigada pelo comentário e saudações no plural.
      Até mais.

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  5. Heraldo Palmeira21/05/2020, 21:26

    Ana,
    Estamos num meio onde a gente ainda não consegue ver fim. E vão aparecendo sinais de que o fim destas situações e sensações que estamos vivendo - que nos fazem crer que todas as coisas estão pela metade -, vai nos levar a um meio novo, a uma vida e a uma realidade diferentes das que estávamos acostumados.

    Sim, tínhamos uma certa prática em tratar as coisas pela metade, era quase um traço da nossa personalidade, quase um perfil psicológico macunaímico de ser. E até nos orgulhávamos, chamávamos de "jogo de cintura". Até apelidaram de "jeitinho brasileiro".

    Agora, diante de um desafio fora de qualquer parâmetro, fomos obrigados a pensar a respeito de muitas coisas. Inclusive qual é a medida do meio que estamos sentindo. Cada vez que pensamos no que era o inteiro até pouco antes deste vendaval, podemos descobrir que, talvez, nós é que andávamos meio fora de esquadro. Tanto que chegamos a acreditar que éramos inteiros. Até mais!

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  6. Querido Heraldo,
    A medida do meio que estamos vivendo é sofrida. Mas como você disse "talvez nós é que andávamos meio fora de esquadro, tanto que chegamos a acreditar que éramos inteiros."
    Prova disso, hoje cedo no escuro do quentinho da cama, fiquei pensando onde chegar as minhas cinzas. Não quero deixar esse dilema para os meus. Estou pensando em escolher o vento de uma dessas montanhas que me cercam. Só para chamar de minha (rsrs)!
    Obrigada muito.
    Até muitos mais.

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