Jesus Cristo levando a cruz - Antonio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, na Via Sacra do Santuário Bom Jesus do Matozinhos, em Congonhas do Campo |
Antonio Carlos Rocha
Gosto muito de ler sobre
as vidas e as obras dos santos. Santos Católicos, Anglicanos, Ortodoxos,
Budistas e de outras religiões.
Durante a minha
recuperação (que ainda continua) da queda na escada do prédio onde moro, estava
lendo outro dia sobre São Bernardo Claraval (1090-1153), nascido na França. Foi
um conceituado monge cisterciense: escritor, pregador, doutor da Igreja.
Belo dia, em oração, ele
perguntou a Cristo qual tinha sido a maior dor que ele sentira durante a
crucificação. Jesus respondeu que, pouca gente sabia:
“Eu tinha uma chaga profundíssima no ombro sobre o qual carreguei a
pesada cruz; essa chaga era a mais dolorosa que as outras. Os homens não fazem
dela menção, porque não a conhecem. Honra, pois, esta chaga e farei tudo o que
por ela me pedires”.
A fonte está no livro
“Orações e Santos Populares”, do Padre
Paulo Scopel, editora Salles que já vendeu mais de 1 milhão de
exemplares, 240 páginas.
Eu fiquei surpreso porque
nunca tinha pensado nisso. De fato, imagino que Cristo deve ter sofrido demais
durante a crucificação, a maldade humana não tem limites. Até hoje ainda é
assim.
Paralelamente à
informação biográfica, há um modelo de oração e a dica para a pessoa, quando
fizer o pedido, rezar sete ave-marias.
Eu estava com o braço e
ombro esquerdos enfaixados na tipoia, dormindo sentado como se estivesse em uma
cadeira de avião. Mentalmente eu pedia aos santos amigos que me levassem neste
“voo” para a cura dos ombros e braços que hoje, seis meses depois ainda doem,
agora já deito reclinado.
Claro que fiz a “Oração à
Chaga do Ombro de Jesus” que eu nem sabia que existia. Respeitando-se as
devidas proporções eu também havia sentido na hora do tombo e depois dores até
então inimagináveis e me solidarizei com Jesus.
Através do raio X o
médico me mostrou a fratura e explicou por que os ombros são tão sensíveis, um
complexo de ossos, músculos, cartilagens e afins. Bem sei que existem dores maiores do que
esta, mas escrevi na minha agenda:
“Me perdoem, mas eu não gosto de sentir dor...”.
Ainda bem que os amigos
santos me entendem, talvez com vinte anos não sentisse tanta dor, mas agora aos
sessenta e oito, foi terrível.
Escrevo estas linhas com
todo o respeito aos que tem abordagens diferentes dos santos.
Mas hoje, aqui no RJ,
está um calorão, é dia 20/01/21, Dia de São Sebastião e também é outro que
sofreu muito com as flechadas que recebeu. Minha solidariedade, amigo.
Quanto a São Bernardo
Claraval, gratidão pelo Ensinamento!
Olá budista amigo,
ResponderExcluirEm recuperação até hoje...sua queda foi feia!
Eu também não gosto de sentir dores. Quem??? E quando sofro delas fico com medo de que nunca passem. Passam, para virem outras!
Há tempos numa palestra sobre Caravaggio na Casa Fiat de Cultura disseram que no passado longínquo não se sabia o que era dor. Tinham a dor mas não tinham o nome.
Tudo a propósito de uma pintura do artista retratando a dor de um menino mordido por um lagarto. Se não me falha a memória...que anda me pregando peças!
"Minha solidariedade, amigo!"
Atē muitos mais.
Cuide sempre com carinho da sua fé!
Mestre Antonio,
ResponderExcluirSão Bernardo compreendeu bem o peso da cruz de Cristo, que transportou nos ombros a verdadeira dor, que não era a que seus carrascos Lhe inflingiram enquanto homem, mas a de toda humanidade, desde o seu início até o fim dos tempos. Penso que Ele, como Senhor do tempo, deve saber quanto dela ainda há por vir, e talvez seja melhor que não saibamos, para que não desanimemos, e continuemos a lutar cá em baixo.
Um abraço do Mano