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06/12/2019

Inadequação



Ana Nunes - gravura em metal

Ana Nunes

Inadequação - ausência de adequação, que não está adequado ou adaptado ou conforme;
Inadequado - que não se adequou, impróprio, inconveniente, não ajustado ou adaptado; (Houaiss)

Ando me sentindo assim, inadequada. Uns sinais disso, ainda discretos, já me incomodam há algum tempo. Mas, recentemente, tive sinais estrondosos. Não pude deixar de ouvir. E pensar e pensar. E me incomodar. E me indagar num sem fim de tempo.
Um desses sinais aconteceu numas fotografias tiradas por uma pessoa muito querida, íntima, parte do clã. Eu, muito bobinha, pedi para deletar (disse depois, o Mano, que isso não se pede a um fotógrafo). Ora, pois, Mano e eu ficamos na foto os próprios Família Buscapé. E eu me achando linda!!! Minhas irmãs riram demais de nós, dois caipiras felizes à beira da estrada. Mano e eu rimos às lágrimas. Foto impecável mas só para consumo interno. Não, não vai ilustrar o texto! Nunca!
Tentei explicar que não deletaria a nossa. Em vão!
“Nossinhora!”como diz o amigo. Ganhei uma resposta e tanto! Falava ter sido um registro carinhoso de um momento feliz. Tudo pelo Zap, para complicar. Pedi desculpas. Nada de resposta. Fiquei mais sentida do que quem fotografou. E, o pior, um filho já havia me dito isso, de não pedir a um fotógrafo para deletar foto , a propósito de umas fotos suas que aconselhei deletar.Inconvenientes no meu ponto de vista. E aí pergunto: o que é mais inconveniente, o pedido ou a foto?
Fato é que me senti inadequada! Infeliz!

Outro dia, no atelier onde faço cerâmica, fui brigada! Pedi desculpas sem me achar culpada. Maldito bocão! “Volto pra casa abatida”... (assim como frango desbotado) tão aborrecida que não achei como acender o farol do carro. Meliante na viatura!
Como sempre, ao chegar em casa, o Mano perguntou: Como foi hoje? Resposta : Briguei na escola!
Sincera demais talvez. Inadequada. Nesses dias seguintes, de profundos pesar e confusão, fiquei me perguntando e acusando, Inadequada! Inadequada!

Consultei meu querido precioso Houaiss. E surgiu a palavrinha “conforme”. O quê? Odeio essa! Adaptar-se sim, conformar-se nunca! Só em casos especiais ou extremos. Como a morte, por exemplo.
E como uma coisa leva à outra, uma palavra leva a um texto, me vieram ideias. Dúvidas. Será essa inadequação sinal do MEU tempo? Já sou de outra época, meus filhos têm quase cinquenta (eles ficam bravos quando digo isso, são só quarenta e seis). Estou vivendo no tempo deles e fiquei assim, fora do contexto? Ou será a sabedoria do viver que já me prepara para “a velha senhora”? Como se a gente fosse largando pelo caminho, do meio ou das beiradas, uns conceitos que já não nos servem mais, umas exigências desnecessárias, a visão, enfim, de um mundo diferente. Onde se procura entender o outro, onde a verdade não precisa se fantasiar, vestida de hipócrita no carnaval das palavras. Também tem o outro lado, quando às vezes é melhor ficar calada. Penso tudo isso, tropeço, me embolo nos fiapos do pensamento até que se esgarça de vez.

Dia desses conversando com um primo amigo, um cara sem eira nem beira, que diz ser bi, viúvo, avô de dois netinhos, bonitão tipo De Niro, poderoso tipo eu faço e aconteço, ameaçado agora com uma carótida entupida e inoperável, e uns nódulos no pulmão fumante, se diz infeliz por querer ficar em casa, dorme cedo e levanta tarde. Eu disse, você também é inadequado, melhor ficar em casa. E entre um café e outro meado de pão de queijo, rimos das nossas inadequações e falamos bobagens e acabamos assim, ele dizendo, Viver é tão bom, não é? Concordei, lógico, mesmo inadequada.

Parte do problema resolvida. Sou mesmo, levei setenta anos para ser este ser, feliz, sincericida, leal, lúcida, amorosa, tentando cada dia ser mais simples no viver e no falar(?!?!), brava e desbocada. Mais tolerante, melhorei bastante. Nas escorregadelas, inadequada!
Problema equacionado, reconhecimento sincero de causas e efeitos. E agora, o que fazer? Reclusão sem merci? Já tenho tendências e na tv dialogo com pessoas incríveis que aparecem de vez em quando. Inteligentes, sábias, que me trazem senão respostas, muitas perguntas interessantes. As idiotas, aqui sim, posso deletar de cara. Das caras e bocas. E da obtusão compulsiva.

Então meus amigos, perdoada ou condenada?
Vamos tentar não dar mais de Buscapé. Talvez um Urtigão, no morro, de chapéu e espingarda. Como o casamento é em regime de comunhão de bens, eu fico com o chapéu e o Mano com a espingarda.
Coitado, ele nem é inadequado...


Queridos amigos,
Este é meu último post do ano. As proximidades do Natal estão reservadas para o Heraldo com, certamente, alguma de suas belezuras.
Aproveito, então, para fazer a vocês os votos de um final de ano de muita paz e saúde como diz o amigo dos Pampas, e um Ano Novo mais suave. Muita alegria, muito carinho.
Gratidão por tudo que recebi de vocês durante nossas conversas.
Beijos e abraços natalinos. Distribuam como quiserem.
Até sempre mais.


14 comentários:

  1. Léa Mello Silva07/12/2019, 07:32

    Ser sincero é inadequado ?
    Acho que vc é autêntica e eu gosto
    Há quanto tempo convivo com vc e posso atestar que não é inadequada
    Eu me calo às vezes porque tenho receio de não ser entendida mas como é bom poder falar o que pensamos !!
    Gosto do seu jeito de ser
    Um sinal de sua espontaneidade é este texto
    Como sempre muito bom !
    É que venham outros para nos surpreender
    E já que é final de ano boas festas a todos e um recomeçar o ano com muita saúde e paz
    E muitas alegrias pra vivermos melhor
    Um carinhoso abraço

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    1. Prima Léa querida,
      A vida é assim, um doce amargo de aspartame no céu da boca e um enterneço no coração.
      Obrigada pela sua amizade. De tempos tão antigos!
      Beijo de café com rosca caseira.

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  2. 1) Oi Ana, obrigado pelo texto, muito bom.

    2) Interessante que ontem, no Tai Chi Chuan, que faço duas vezes por semana, pela manhã, alterei a voz com o professor e amigo de muitos anos, pois achei que, desde fevereiro estava eu estava sendo alvo de gozação (bullying)inadequada. O clima ficou silencioso, mas tenso.

    3) No final da aula pedi desculpas ao professor e aos demais colegas (a maioria, idosos) por ter sido inadequado...

    4) Parece que todos me entenderam e ficou o dito pelo não dito. Fiquei visto como brigão/impaciente (aguentei calado quase 9 meses), por um outro aluno que me disse:

    5)"Eu também tenho muitas dores enquanto estou fazendo os movimentos. E o melhor o professor falou para te corrigir".

    6) O Tempo se encarrega de diminuir a sensação posterior de inadequação...

    &) A todos (as) Feliz Natal e Ótimo 2020 !

    7) A leitura do reflexivo texto da Ana, me fez companhia à ainda sensação de inadequação... pela minha voz alterada.

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    1. Olá Antonio,
      Você não imagina a minha alegria de encontrar um companheiro para dividir essa sensação do inadequado. Ela é pesada, redundante, é um círculo vicioso difícil de sair.
      Você aguentou demais, estava na hora do parto. Foi um grito de liberdade!
      E aqui é mesmo um lugar de conviver "terapias", conhecer espiritualidades, visitar artes e cidades,ouvir óperas, navegar rios brasileiros, arrepiar com crônicas, dividir gentilezas, que com o Tempo vão corrigindo as imperfeições do viver.
      Gratidão.


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  3. Flávio José Bortolotto07/12/2019, 22:10

    Prezada Autora Sra. ANA NUNES,

    Uma Escritora e Artista Plástica como a senhora, tende a ser muito crítica consigo mesmo. A vida é uma coisa complexa e não dá para ser perfeito.
    Ser "brigado" aqui e ali, no trânsito, no trabalho, etc, acontece com todos nós, e não por inadequação.
    Mas tudo tem conserto. A Bíblia nos diz que: Mesmo que a outra parte tenha sacado a espada contra nós, ou vice-versa, tem conserto, só não tem quando se trai a outra parte contando um segredo dela para Terceiro, a traição não tem conserto.

    Depois, a senhora tem um bom humor enorme, tanto que no seu "Gravura em Metal- ANA NUNES" a senhora representa um copo de chopp espumando por cima onde o "espírito da bebida" é apresentado como uma esbelta bailarina de pé em pose de dança, e um homem sentado... Genial. E quem tem Bom Humor é sempre Adequada.

    Feliz Natal e Ano Novo, especialmente a senhora que é a Autora, sua ilustre Família, e a Todos(as) Leitores do "Conversas do Mano".



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    1. Olá Flávio Bortolotto,
      Nosso gentil cavalheiro.
      Não. Aqui não tinha um copo de chopp. Agora pode ter! E é uma imagem sedutora.(rsrs).
      Esta gravura faz parte de uma série de muitas onde vocês homens não tiveram vez. É estritamente feminina. De nome Meamargo que peguei emprestado do Guimarães Rosa em Grande Sertão Veredas: "...me mordi, me abri, me amargo. E elas vieram de uma outra série de quadros preto e branco na maioria, de 1,00 x 0,80, de mesmo nome e das mesmas mulheres. Homenageadas com um texto só com nomes femininos. Muitos que lembrei e a falta de outros esquecidos.
      Mas agora os Meamargos podem ser chamados de "A vida é uma festa!". E eu me lembrei, de imediato, que falávamos com nosso pai, que era paulista, "um chopps e dois pastel", coisa de mineiro buliçoso!
      O interessante da arte seja escrita, pintada ou dançada, desde que posta ao outro, é a interpretação que ela recebe. Cada um vê com seus olhos e "suas circunstâncias".
      Quando as pinturas Meamargo, só três ou quatro delas, foram expostas numa coletiva, pedi a um amigo que "assuntasse" os comentários. Não deu outra, sombrio, deprimente, triste.
      Muito obrigada Flávio. Gostei muito do comentário. Gosto muito de ter você por aqui.
      Para o ano, até mais.


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  4. Francisco Bendl08/12/2019, 10:18

    Mais um artigo da Aninha que nos leva à contemplação.

    Por que nos preocuparmos em saber se somos ou não inadequados?
    Existem várias respostas, e faz-se necessário que apontemos a situação onde esse desconforto é percebido, pois nenhum ser humano pode ser julgado por inadequação por quem quer que seja.
    Por exemplo, na profissão:
    Eu sou inadequado para pilotar um avião, navio, operar uma cirurgia, pois não sei;
    Religião:
    Creio em Deus. Eu não me sentiria à vontade, porém inadequado, caso eu fosse conversar com ateus a respeito da existência de Deus ou não;
    Política:
    Existe algo mais inadequado às necessidades do povo que a política nacional?
    Conhecemos quem possa ser mais inadequado à realidade brasileira que o parlamentar?
    Educação/Ensino:
    Haveria maior inadequação que uma pessoa limitada em conhecimentos, em inteligência, em cultura, que estabelecer um debate com uma pessoa muito melhor preparada?

    Inadequação não seria, lá pelas tantas, um aviso que devemos nos conter, nos policiar, nos limitar, no lugar de se criar uma confusão, um mal entendido, problemas gratuitos?

    Aninha e a sua arguta inteligência nos diz através de sentido figurado, que ser inadequado é ter a rara capacidade de sentir, de se ter sentimentos, perceber o que acontece ao nosso redor, como isso pode nos afetar e o que acontece dentro de cada um de nós.
    Em outras palavras, ser inadequado é poder ser a pessoa mesma, sem regras, sem ditames e fórmulas. É poder se guiar pelo seu coração e saber o que lhe apetece. É poder ser mais do que uma máquina que faz tudo exatamente como lhe é ordenado, ou seja, ser “adequado”.

    Aninha nos mostra como ser autêntico, legitimo, original!
    Não existem fórmulas para burlar o que somos efetivamente:
    Instáveis, inseguros, desconfiados, temerosos ... mas devemos nos aceitar e, para que se tenha um convívio melhor, aceitar os outros como a nós mesmos!

    A nossa escritora e poetisa, Aninha, jamais nos dará um recado direto, pois seria adequado e objetivo, entretanto, a vida, o nosso cotidiano não são dessa forma. Ser inadequado, no seu modo de entender é sentir dúvidas e poder rever os seus conceitos e preconceitos; é saber que nem sempre haverá estabilidade, pois, algumas vezes, seremos apenas a torrente de emoções conjuntas e incontroláveis; é poder sentir dores e também poder amar.

    Ser inadequado, portanto, é poder sentir intensamente a vida, pois momentos vividos com intensidade tornam-se memórias que perpassam pela eternidade.

    Ser inadequado é saber que existem muitas coisas que se queria fazer, mas as deixamos de lado; é saber que existem coisas que só tu podes fazer, ainda que não saibas; é tentar descobrir quem és realmente; é saber que, na vida, não existem muros de proteção; é permitir que escolhas te construam; é permitir que alguém bagunce a tua vida; é ser o seu eu por inteiro, sem medo dos julgamentos, pois, como diz Veríssimo, gaúcho, claro:
    “[…] eu desconfio que a única pessoa livre, realmente livre, é a que não tem medo do ridículo.”

    (continuo)

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  5. Francisco Bendl08/12/2019, 10:22

    Sei que estou sendo inadequado em postar o meu pensamento e interpretação sobre o texto da Aninha, mas não importa.
    Ela quer isso mesmo de cada um de nós:
    Que as nossas inadequações sejam exatamente a maneira mais adequada de se viver, a mais correta, a mais fácil, pois eis o ser humano na sua essência:
    ainda indecifrável, ainda um enigma, ainda a ser totalmente elucidado!

    Meu aplauso efusivo por mais este trabalho de fôlego, que a nossa escritora e poetisa nos apresentou.
    Se inadequado ou não, quero dizer que a Aninha tem sido uma inspiração para as pessoas que muitas vezes não sabem como agir.
    Justamente não saber o que fazer é fazer o certo, antes de se tomar uma atitude errada.

    O recado dado é tão sutil, inteligente, sofisticado, que a Ana posta neste momento, que o adequado é ser inadequado, pelo fato de a espécie humana ser até mesmo inadequada para este mundo!

    Se eu “captei”a mensagem, de ter entendido o sensível e refinado artigo, Aninha quer dizer que ser inadequado é viver com mais diversão, mais originalidade; é se sentir mais livre, mais aliviado do peso de ser o que os outros querem, esquecendo que também os demais devem ser aquilo que os outros exigem!

    Reconheço que fui inadequado pela extensão do comentário, quem sabe até pelas palavras empregadas, mas decidi ser eu mesmo, escrever o que penso, e admirar o jeito sofisticado que a Ana encontrou de registrar sobre a felicidade da inadequação, e o quanto devemos nos alegrar quando entendemos, lá pelas tantas, que somos E DEVEMOS SER inadequados!

    Abração, Aninha.
    Saúde, muita saúde junto aos teus amados.



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    1. Querido Chicão, meu amigo do sul, do frio e dos Pampas
      O que dizer?
      Agradecer muito e sempre. Seus elogios carinhosos (você deve gostar muito de mim! Rsrs), seus textos e seus comentários.
      Gostei da sua lista de para o que lhe seria inadequado. Vou fazer a minha e depois trocamos idéias.
      Esses comentários são também perigosos. Me reforçam no ser eu. Acho que já contei aqui dos beliscões malvados de mãe por comentários sinceros de quando era menina e chutões por debaixo das mesas (ah! se essas mesas falassem...) depois de grande. Até que indignei-me finalmente e perguntei quem havia me chutado. Funcionou!!!
      Seu comentário trouxe frases para serem ser relidas com carinho.
      E você não foi inadequado no tamanho do texto (até porque o que não parece com o dono é roubado, certo?), pois "inadequado seria não fazer o que se queria fazer, poder sentir dores e também poder amar".
      Por isso tudo, gratidão.
      Até muitos e muitos mais.

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  6. Francisco Bendl08/12/2019, 10:28

    Igualmente quero desejar a todos os meus amigos um Feliz Natal e Ano Novo venturoso, de realizações, sucessos, alegrias e, muita saúde, ao lado de quem amamos.

    Obrigado pela companhia este ano.
    Meu perdão se algo escrevi que tenha desagradado alguém, pois jamais intencional.

    Um forte e fraterno abraço aos articulistas, frequentadores e leitores do Conversas do Mano, um oásis cultural nesse deserto de ideias que o nosso amado país está se tornando.

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  7. Moacir Pimentel08/12/2019, 12:43

    Caríssima Donana,
    Ando me sentindo sem tempo. Tempo para escrever, comentar – desculpe! - ligar a Netflix, namorar um poucachinho, jogar conversa fora. Mas a falta de tempo me obriga a priorizar, a decidir o que é mais importante, o que vale mais a pena ! Se a artista sabe que “a arte seja escrita, pintada ou dançada, desde que posta ao outro, é a interpretação que ela recebe” concluo que a mulher também sabe muito bem que não vale a pena perder tempo se culpando pelo que os outros pensam de si. Aos quase sessenta e cinco anos me explicar é um imenso cansaço. Entenda: “tem gente que entende, tem gente que não entende e a gente tem que entender isso”(rsrs)
    Mas já que a senhora elaborou esse fino e afiado texto, ilustrou-o com uma figura feminina que transborda o quadradinho, que rejeita moldes e figurinos rígidos e convidou-me a dar opinião começo lhe dizendo que está perdoada apesar de eu nem saber do quê e prossigo confessando que só acredito nos afetos que sobrevivem à primeira “brigada” (rsrs)
    Mas hoje, para mim, o que é inadequado? Com certeza crimes que a senhora não tem como cometer, ainda que quisesse e muito se esforçasse. É esquecer a educação doméstica em casa, é o que leva minha energia embora, é o que me enfraquece na luta contra os meus próprios bichos, é o viés de confirmação transformado em vício, é a conversa que começa certa de estar certa, é desistir de aprender, de buscar a inteireza - e ser inteira não é ser completa pois faltam e faltarão pedaços que a senhora conhece e que nem faz ideia do que são.
    E amanhã? Não faço ideia! Afinal sou um velhinho ainda “em formação” (rsrs)
    “Até sempre mais”

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    1. Querido velhinho em formação Moacir,
      Imagine eu, aos setenta, como estou cansada de me explicar e negociar. Essa negociação cotidiana exaure. Haja energia! Somos, cada um, a maior e melhor usina! Angra não está com nada!
      A mulher sabe que não vale a pena, mas existe aquela velha briga dentro dela entre o anjo e o capetinha, o coração e o raciocínio, a eterna discussão no mar do Saramago entre Deus e o Diabo.
      Em assim sendo (!, acho que estou assistindo muito STF )se não tiver outro jeito e já que são inevitáveis, que venham as brigas! Se não para resolver querelas ao menos para aprender a sair delas menos machucada com os afetos sobreviventes. Devo largar a cerâmica e entrar no boxe?(rsrs)
      Inteira aos pedaços agradeço de coração o seu comentário num procurado buraco de tempo. O de hoje, os já lidos e respondidos. E na confiança em suas, por mim queridas, pretinhas, porque não?, os que virão.
      Gratíssima sempre.
      Até sempre mais.

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  8. Heraldo Palmeira09/12/2019, 10:54

    Ana,
    Eita, lasqueira. Tão adequada, sai e me deixa a bucha anunciada para o fim de ano, eu que trato no texto apenas de minhas reflexões corriqueiras! Obrigado (rsrs)!

    Até que eu me torne um velho senhor, sigo com o espírito que sopra minha vida desde sempre. Sou um doce quando me servem doce. Quem experimentar servir fel, será bem servido. Acho que o passar dos anos nos permite dar de ombros para o que os outros pensam. Se me perguntarem o que acho, direi sem rodeios. É mais simples, dá menos trabalho ficar administrando melindres. Tá bom, vivo pelo mundo, não paro muito em lugar nenhum, talvez isso ajude.

    Talvez esteja certo o inadequado moleque traquinas, que solta um pum e sai de perto, deixa a confusão instalada e quem quiser que resolva, que adeque o olfato. Mas, ele largou a quem de direito a convivência com os fedores que todos temos. Ou existe alguém que tenha uma vida só de perfumes agradáveis? Nem os perfumistas, minha cara.

    Os inadequados só existem porque a adequação está a postos para quem quiser dar um passo adiante processando suas próprias inadequações. Dia destes li em algum lugar que "o que se ganha no berço só se perde na morte". Pelo visto, o resto é convivência e a gente vai aprendendo a ficar no meio ou sair de banda. Muito melhor do que ficar tentando explicar, negociar ou perder a paciência.

    E a espingarda do Urtigão pode atirar para frente, em ataque, ou para cima, em festejo. Vamos atirar para cima, para festejar Natal e ano-novo já tão vizinho. Até sempre mais!

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  9. Olá Heraldo querido,
    Seu comentário me fez rir. Muito. Ri da lasqueira da bucha, ri do moleque inadequado, ri de mim mesma e ri com o Mano. Esqueci da salsa no molho, escolhi panela pequena inadequada, passei do ponto no cozimento do macarrão. Uma festa!
    Gostei muito do moleque. Vou tomá-lo como exemplo, não com os puns, lógico (sou uma velhinha aparentemente normal), mas com as inadequações.
    Às vezes reunidos, e a turma de amigos está toda de cabeça branca, falo que todo velhinho é peidorreiro e causo o maior estrago. Vamos e venhamos, INADEQUADA!
    "O que ganhamos no berço só perdemos na morte" . E por aí vamos, pegando a onça pelo rabo ou saindo de banda!
    Reflexões intimas ou crônica de uma moça desprevenida ( você anda bem erotizado...), aqui estaremos esperando você para fechar nossos escritos com chave de ouro.
    Até então.
    Até muito mais.

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