Mestre Yokanaam (fotografia www.fraternidadeecletica.org.br) |
Antonio Rocha
Nos anos 1950 meu pai leu um artigo do Mestre Yokanaam, da Fundação Fraternidade
Eclética Espiritualista. Este grupo, depois conseguiu um pedaço de Terra, no
governo Juscelino e se mudou para lá, se bem que em algumas cidades ainda
existem representações. Fica perto de Alexânia, em Goiás, na Estrada Brasília –
Anápolis.
Diziam que Mestre Yokanaam era um oficial reformado da Aeronáutica,
vivia em uma pequena barraca na entrada da Cidade Eclética, como se chamava o
local. Parece que ele era radiotelegrafista e tinha também uma pequena estação
de transmissão de Rádio Amador.
Os visitantes ficavam só na principal rua da localidade, mais adiante
tinha uma cerca que separava onde moravam os moradores e estranhos não podiam
ir lá.
Mestre Yokanam vestia-se como um profeta bíblico, cabelos e barbas ao
pescoço, um cajado que o ajudava nas caminhadas e aquelas roupas compridas
parecendo mantos testamentários.
A Fraternidade editava mensalmente um jornal chamado O Nosso e muitas
vezes, com alegria, escrevi artigos budistas nele. Havia uma banca de jornal na
Rua Sete de Setembro, aqui no Rio de Janeiro que vendia a publicação.
Pois bem, conta o meu pai que este artigo que ele leu por volta de 1950
falava do Planeta Boam, um astro sideral imenso que iria aproximar-se da Terra
e iria levar as almas dos terráqueos para lá. Já falei algo parecido aqui no Blog
do Mano, citando a obra psicografada de Ramatis. Yokanaam pensava parecido e
assim, não sabemos como, ele resolveu batizar o tal astro celeste com o nome
Boam.
Meu pai adotou a terminologia para consumo familiar e também nas
pregações que fazia em pequenos centros espíritas e espiritualistas por onde
andava no DF, anos 1960.
Segundo ele, quem não ficasse semelhante aos postulados do Cristo e de
outros mestres da humanidade, iria povoar Boam, que estava e está ainda na
Idade das Cavernas. As almas exiladas que forem para lá, irão através de um
processo de atração energética espiritual.
Haja fantasia, mas isto povoou o nosso imaginário juvenil. Sempre que
as mídias anunciavam a proximidade de algum corpo celeste nós brincávamos sobre
a chegada do Redentor Boam, que não vai punir ninguém, apenas, ajudar na
evolução espiritual, cedendo espaço para os Espíritos se reencarnarem por lá.
Verdade ou não, mitologias ou não, eu fiquei acreditando em Boam e
outro dia vi que minha irmã mais nova também aceitava. Ela me falava da
impaciência de ficarmos em quarentena tanto tempo. Respondi brincando que
estávamos fazendo estágio para “desembarcar/renascer/reencarnar” em Boam.
E ela me disse que não queria ir para Boam, sorri e fiquei pensando,
para onde iremos após esta vida? Cada um deve ter as suas expectativas.
Esperanças que serão confirmadas mais adiante.
O grande enigma, uma grande incógnita.
Meu pai, adepto destas teorias, dizia que iria para Boam, ser uma
espécie de professor por lá, ainda em tempos da Pedra Polida, um colaborador da
Evolução, digamos... um Facilitador para usarmos um termo mais atual,
Fantasia ou não, minhas “antenas” rádio-amadorísticas já entraram em
contato com os sinais vindos de Boam e posso lhes garantir que nos próximos
artigos teremos novidades.
E se tudo for “Fake”, ora meus amigos, com ficção a Vida vai melhor,
tipo um bom livro.
Até lá!
Querido Antonio,
ResponderExcluirPara mim, dos anos hippies, leitora de Aldous Huxley, é muito LSD essa história.
Com uma surpresa no final: e se for tudo fake? Às vezes quando termino uma conversa ou uma visita fico pensando se não foi tudo fake. Se tudo não foi criado na
mente...a nossa fábrica. Mas se continuo, piro geral. Ainda mais em tempos estranhos.
Sua infância é única e explica muito. E você, que tinha esses ensinamentos diferentes em casa não ficava confuso com os ensinamentos de fora?
Talvez as "próximas novidades" me tragam respostas.
No aguardo.
Atē breve.
1) Oi Ana, obrigado pela ótima "provocação"
ResponderExcluir2) Ao longo desses quase 68 anos muitos já me chamaram de doido, pirado, maluco etc.
3)Levo na flauta e esclareço, e todas essas "viagens" só nos livros, sem drogas.
4) Até a próxima "viagem".
Prezado Autor Prof. Dr. ANTONIO ROCHA,
ResponderExcluirRealmente a Vida depois de nossa morte é um grande mistério.
Que existe um Mundo invisível Espiritual é certeza, tanto que o ETERNO, criador do Universo, é ESPÍRITO.
E mais não temos certeza de nada.
Grande Abraço.
1) Concordo plenamente amigo, me fez lembrar o Dalai Lama:
ResponderExcluir2)"A gente fala, escreve tudo isso, mas só vamos ter certeza quando chegarmos ao outro lado".