Ana Nunes
A almofada dura
Ou a falta dela
Incomoda a bunda
Delicada e branca bunda!
Amarela, negra, rósea bunda!
Que digo às crianças do desenho
Bunda desenha!
Sente os contornos do assento
A textura e a forma
O quente e o frio
O quente da madeira
E o frio do cimento.
A estreiteza da ripa do banco
E o aconchego do sofá.
Bunda é alento
do corpo cansado que senta
Almofada do exausto
Recheio das calcas compridas
E do maiô quase velho.
A bunda abunda
E às vezes mingua
Mas continua bunda!
Das palmadas da infância
Dos deleites da juventude
Dos afagos da velhice.
Redondinha do bebê
Tesudinha de gente jovem
Preocupação da mulher madura
E dos homens da meia idade.
Bundinhas democráticas diria alguém.
A bunda existe
E leva a pensamentos desajeitados.
E as peras parecem bundinhas,
Meu neto segredou.
Só podia ser a Ana !! Irreverente mas engraçada !
ResponderExcluirParece aquela menina que aprendeu a falar bunda e fica repetindo !
Mas está bem comportada e realista
A procura do sofá pra descansar ...
Tem que brincar para descansar de tantas notícias tristes
Leve e solta está menina !!
Me diverti e gostei
Querida Léa,
ExcluirVocê só podia ter acertado depois de tanto conviver! Sou quase mesmo uma criança, de educação rígida , primeira filha nos anos cinquenta, que aos poucos vai descobrindo no decorrer da vida, que bunda, que bosta, que merda! ,são palavras mágicas. Que coisa!
Ensinei para os filhos quando foram para o Grupo Escolar sempre com o conceito de quando e onde. E um deles me falou ainda pequeno (são sempre para nós), " quando crescer não vou ser bocasuja como você. Hoje, na pandemia, quando eu disse que ficava doidinha quando o via, de saudade de beijo e abraço, essa mesma criatura disse, "Mais?". Pai do neto das perinhas, acho que está fazendo um bom trabalho...
Beijo querida prima.
Obrigada mais uma vez por ser meu termômetro!
1) Sabedoria dos netos ! Parabéns aos avós !
ResponderExcluir2) Aprendi em um Dicionário de Deuses que os antigos romanos adoravam "Abundantia", Deusa da Fartura. E os antigos franceses chamavam de "Abundia" (Dame Habonde)que visitava os lares à noite trazendo-lhes prosperidade.
3) Feliz mês de fevereiro a todos (as).
Querido Antonio,
ExcluirParabéns aos pais dos filhos que criaram seus filhos, nossos netos preciosos.
Entre esses romanos que da "Abundantia" da fartura e os franceses antigos da "Abundia" das visitas noturnas da prosperidade, corri o risco com as bundinhas democráticas. Nesses tempos irracionais temos mais que correr os riscos.
Grata de monte pelo apoio, budista preferido.
Tenho te encontrado mais feliz e solto nessa pandemia louca e sofrida. É efeito dela com a proximidade da morte e a nossa impotência? Comigo aconteceu!
Abraço.
Até mais.
Que lindo, Ana. Ainda bem que a autora do texto de hoje foi você, e não o Mano!
ResponderExcluirQuerido André,
ExcluirMeu cunhado mais bonito! Sei disso porque quando comecei a pintar o Maneco num super quadro quem primeiro apareceu foi você. Posso me culpar?
Postei com medo pelo Mano e dos leitores. Acho mesmo que testei minha popularidade!
Que bom você gostou!
Gratíssima.
Jamais li algo parecido e com este título de, “Bundinhas Democráticas”.
ResponderExcluirDe certa forma são mesmo democráticas, sim.
Onde de um lugar uma se levanta, outra ocupa o espaço imediatamente;
Todas são atentas em conforto, maciez, onde se esparramam merecidamente, independente de quem tenha estado acomodado antes,
E, as bundas pensam, pelo fato de obrigarem a cérebro - sempre que desejam descansar -, que encontre um bom assento ou lugar que seja possível nele colocar o suporte que vai ter concentrado o peso do corpo do vivente!
Não fossem as ordens “bundísticas”, e a pobre coitada teria que se adaptar em qualquer canto, por pior que fosse.
Logo, bunda e cérebro estão lado a lado ou um em cima e o outro embaixo, quanto à comodidade da existência, pois nada melhor que uma poltrona grande, macia, que receba cérebro e bunda como desejam, como pensam, como imaginam.
Agora, as bundas têm uma função especial, eu diria até determinante para relacionamentos interpessoais:
Precisam ser arredondas, salientes, sensuais, belas, de se ver naquele balanço de sobe e desce constante, e que vira a mente dos homens no imaginário fértil que possuímos a respeito.
Para uns são os olhos que chamam à atenção mas, para a maioria absoluta dos homens, a bunda é a primeira impressão que formamos sobre o gênero feminino:
Se bonita ou não.
Mesmo linda, dentes brancos e perfeitos, colo tentador, rosto maravilhoso mas, quando vira de costas e a derrière se mostra, tanto pode enaltecer o que se gostou, como pode anular o que antes era admirado!
E como são tentadores convites para seres humanos se aproximarem uns dos outros ...
Dormir de “conchinha” ... nooossssaaa;
A bunda é sagrada, a meu ver.
Ela tem sido uma das principais razões do acasalamento entre homem e a mulher.
ResponderExcluirNada atrai mais os homens que a bunda de uma mulher, nada!
A bunda sendo linda, o resto não interessa; só não pode é ter voz de homem e ser homem, que desanda a maionese ou impede reações naturais no olhar eivado de desejo.
A natureza foi sábia com a mulher.
Equipou-a com as mais tentadoras formas, de modo que o homem jamais perdesse o interesse tanto por ela quanto pela perpetuação da espécie.
Existe algo mais provocante e, ao mesmo tempo, um lascivo pedido, que um tapa na bunda desferido com carinho, que faz a mulher sorrir e olhar para trás?
Pegar na mão, segurar o braço, mexer no cabelo, acariciar o rosto, abraçar, beijar ... nada é mais tentador que apalpar a bunda, alisar a superfície mais atraente para o homem.
Ana foi certeira na sua poesia sobre as bundinhas democráticas.
Usou de metáforas, vá lá, usando peras como exemplo, mas foi extremamente sutil no discorrer sobre a importância da bunda, suas exigências, seus pontos fracos, fortes, e até como agradar essa parte anatômica feminina incomparável.
E ninguém poderia abordar esse componente do corpo humano com mais propriedade que uma mulher.
Não apenas uma mulher, mas que fosse inteligente, experiente, conhecedora da vida, que soubesse plenamente como descrever a parte do corpo mais sensível e sensual delas, das mulheres, a bunda!
E vamos e venhamos, mas este quesito corpóreo resiste ao tempo.
Jovens, adultos, meia idade, idosos, qualquer homem volta a cabeça quando passa uma mulher requebrando a bunda com ritmo, sensualidade, nada de exageros, porém movimentos que nos obrigam a acompanhá-los com os olhos, com a cabeça, e imaginações mais férteis que desenvolver novas teorias quânticas ou como ter energia atômica a frio ou criar o moto contínuo!
... (continuo)
Certamente, a bunda feminina guarda o segredo da espécie humana ter resistido por tanto tempo!
ResponderExcluirNão fosse ela, e o homem apenas se importaria em caçar e pescar, esquecendo de sua permanência neste mundo.
Mas, o seu formato, o seu apelo para uma união perfeita entre dois humanos tão diferentes entre si, a bunda tem sido, indiscutivelmente, a responsável pelos 4 milhões de anos que existimos!
Logo, a nossa admiração, reconhecimento, reverência, pelas bundas democráticas.
Aliás, democracia plena, sem partidos políticos, parlamentares corruptos, executivos incompetentes e judiciários tendenciosos.
Bundas femininas como enaltecimento do sexo, do desejo, da sensualidade, da atração, de sentimentos profanos e sagrados para o homem.
Parabéns, Aninha.
Desta vez foste surpreendente no tema postado.
Só mesmo uma mulher com a tua coragem e destemor, para escrever desta maneira tão adequada, sofisticada, sem apelos de expressões e palavras que poderiam qualificar o texto como comum ou apelativo.
Foste brilhante neste aspecto.
E, meus cumprimentos ao Mano, pelo fato de postar esse trabalho de sua esposa digno de elogios, de aplausos e de avanço para o blog, pois literatura deve também abranger o corpo, suas partes, seus significados, ainda mais quando bem escritos e refinados como este, de autoria da Aninha.
Querido Francisco Bendl, Chicão de Rolante, dos Pampas e de nós,
ExcluirBundinhas por mim, Democráticas por um antigo amigo nosso. Ele me ensinou e eu gostei. E apliquei. De que vale um conhecimento sem uso?
Seu texto sobre elas fala mais do que o meu simples e arriscoso post.
Tive tanto medo de publicar!
Testei com a Léa, consultei o bom senso do Mano e...Voilá! Cá estamos.
Vocês gostaram, outros se calaram. A vida é assim. Uns têm bunda outros fazem de conta que não. Outros têm bumbum. Que coisa!
Já pensou, você grandalhão, barbudo, já com uma certa idade, chegando ao médico e dizendo, "Doutor, estou com problemas no bumbum." Sem comentários!
E você acertou, precisei de coragem e destemor . Meu neto me ajudou bastante!
Obrigada e até mais.
Que bom que a grande Artista Plástica e Escritora, Sra. ANA NUNES, em meio as preocupações da Pandemia Covid-19 agora já bem abrandadas com o aparecimento das Vacinas e que vamos vendo o fim da crise de Saúde, nos brinda com a bem-humorada Poesia: "Bundinhas Democráticas".
ResponderExcluir"Democráticas" porque a Poesia da Sra. ANA NUNES se refere a todos os tipos e cores, senão seriam Aristocráticas, tipo Brancas de Sangue Azul.
Seu Neto, sobre a Poesia "Bundas Democráticas" segredou:" As peras parecem bundinhas Vó", e é verdade.
Nossa Colega Sra. LEA MELLO SILVA também louva a alegre Poesia, o Prof. ANTONIO ROCHA nos informa que os antigos Romanos tinham a Deusa da Fartura "Abundantia" que era muito honrada pois Todos querem Fartura. O Sr. ANDRÉ BAPTISTA, irmão de nosso Editor-Moderador Sr. WILSON BAPTISTA JUNIOR achou que se a Poesia fosse do "Sr. MANO" poderia soar "subversiva", e nosso Colega Sr. FRANCISCO BENDL, Gáucho criado na Terra do relampeio das garruchas e retinir dos feros e das esporas, discorreu mais sob o aspecto estético.
A Sra ANA NUNES sempre discorre com elegância e bom gosto em tudo o que escreve/pinta, e que comando das Palavras e Metáforas, como também no quadro das Peras acima.
Parabéns e nossas Saudações.
Querido Flávio,
ExcluirViva! Achei que você, tão elegante cavalheiro, não apareceria no tema. Fiquei feliz!
Adorei sua comparação democráticas coloridas X aristocráticas de sangue azul.
Me diverti! E o Mano também.
Obrigada de coração.
Delícia ! Sou fã dessa escritora!
ResponderExcluirQuerida Titi,
ResponderExcluirE eu sou fã dessa mulher musical!
Beijo.