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24/01/2021

Não seria, por acaso, a vida depois da morte?

 

Śmierć (Morte) - Jacek Malczewski , 1902

Francisco Bendl

Precisamos de muita reflexão, introspecção, de nos voltarmos para nós mesmos, e encontrar o sentido da vida.

Se nada sabemos com relação à existência de vida depois da morte, muito menos temos consciência do porquê viver e depois desaparecer.

Deve haver uma razão, caso contrário, o surgimento de um animal racional neste planeta onde a espécie humana é exclusiva no sentido de pensar e agir, terá sido uma das piores experiências que a Natureza concebeu, sendo uma aberração absoluta, indiscutivelmente, termos sido criados por um ente superior para que tivéssemos uma existência ilógica, sem sentido, sem qualquer utilidade para esse contexto universal, que dele fazemos parte, mesmo que de forma a mais ínfima possível.

Sabe-se lá, se não seria o contrário?

A morte é essa vida pois, pelo menos, pistas existem para pensarmos assim:

As premonições;

O sexto-sentido;

Pessoas que preveem certos acontecimentos, que depois se tornam realidades;

As angústias;

Os anseios;

Os receios, que não deveriam existir, se a vida é inédita, ou seja, sem ter vindo de vida anterior;

A empatia;

A simpatia;

A antipatia;

O medo do escuro;

O amor;

A rejeição;

O destruidor;

O construtor;

Genocidas;

Salvadores da espécie;

O inábil;

O artista, ator, cantor, compositor, poeta, humorista;

Talento e vocação;

A fé inabalável de uns, e a descrença arraigada de outros;

Os bons, os maus, os que consolam e os que nos entristecem;

A dor de perdermos entes queridos.

Não seria, por acaso, a razão pela qual todos nós temos um papel a desempenhar?

De modo que evoluamos lá, na vida de verdade, poderíamos estar mortos cumprindo o que foi determinado por que não?

Alguém prova o contrário?

Ora, da mesma maneira que alguns atestam existir a reencarnação, esta poderia acontecer ao contrário!

A vida é a morte, e a morte é voltarmos à vida.

Pensem comigo:

Se esta é a vida verdadeira, quais seriam as explicações e justificativas para tanto sofrimento?

Doenças;

Fome;

Injustiças;

Escravidão;

Assassinatos;

Ódio;

Preconceito;

Desejos de matar ou ver o próximo padecer;

Inveja;

Ira;

Luxúria;

Intrigas;

Desconsiderações;

Desvalorizações;

Mistura absoluta hoje do profano com o sagrado;

Acreditar em Deus;

Não acreditar em Deus;

O sentimento de punição, que todos nós temos a respeito da sua inevitabilidade.

Para que pensemos mais ainda, haja vista ser a imaginação permanentemente o nosso “inferno” - o ter ou o ser; ou o ter e não ter; o ser ou não ser -, na mente tudo podemos mas, a embalagem onde essa mente está alojada, o corpo físico, é exatamente o tamanho dos passos que damos para seguir em frente ou retroceder.

Convenhamos, equilibrar a impossibilidade com a possibilidade e no mesmo invólucro é complicado.

Então surgem as frustrações;

Os desesperos;

As paranoias;

Os transtornos;

Os problemas mentais;

A bipolaridade;

As múltiplas personalidades;

Os desvios de comportamento.

E, mais um detalhe, que nos leva irremediavelmente a questionar mesmo essa existência:

As síndromes congênitas, a vida gerada e que surge doente, incapaz, que terá de ser acompanhada vinte e quatro horas por dia, até o seu fim.

Por favor, evidentemente que a existência de um incapaz não pode e não deve ser punição pelas vidas anteriores, pois as divindades estariam agindo com vingança!

O castigo, se existir – estou meramente supondo -, será para seus genitores.

Se a morte pressupõe castigo ou felicidade, e neste planeta não existe quem não sofra, não padeça, a minha conclusão não é de todo descartável, por favor.

Bom, a questão é uma só:

Para termos uma vida melhor, somente se oferecermos ao próximo o nosso melhor.

Feliz Ano Novo!

 

8 comentários:

  1. 1) Salve Chicão, bela reflexão.

    2) Me fez lembrar as palavras de Jesus: "Meu reino não é deste mundo".

    3)Então, de acordo com este verdade(eu acredito)a vida verdadeira é do outro lado, "post mortem", aqui deste lado é vida passageira, temporária.

    4)E a nossa função aqui: é nos melhorarmos até atingir o que Cristo ensinava: "Amar/ajudar o próximo, até os inimigos, adversários e fins".

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  2. Francisco Bendl25/01/2021, 07:04

    Rocha, meu amigo e professor,

    Obrigado pelo comentário, ainda mais acrescido de ter sido uma "bela reflexão".

    Pois é, meu caro, tanta empáfia, tanta busca pelo sucesso, dinheiro, por ter patrimônio, e o homem esquece de si mesmo, consequentemente faz dessa passagem neste planeta o seu inferno.

    Abração, meu amigo.
    Saúde e paz, extensivo aos teus amados.

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  3. Léa Mello Silva25/01/2021, 10:11

    Inexplicável é o sentido da vida
    Por mais que tentem desvendar é simplesmente impossível
    E ficamos sem respostas ... sem rumo
    Ótima reflexão e gostei de ter vc de volta por aqui
    Continue a nos dar seus pensamentos para compartilharmos nossa existência
    Desejo a vc tudo de bom neste ano que se inicia com um grande abraço

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    1. Francisco Bendl26/01/2021, 08:34

      Minha querida amiga, Léa,

      Penso que só nos resta mesmo refletir sobre o ser humano, e o contexto que fazemos parte nesse universo.

      Não poderíamos apenas ser filhos da Terra, pois se esta pertence ao sistema solar, à galáxia Via Láctea, ao cosmos, então também desse infinito que se mostra à nossa frente estamos juntos.

      Mas, é a partir desta nossa limitação, que entra em choque com a nossa imaginação, pois esta é tão infinita quanto o espaço que nos rodeia, que perdemos o equilíbrio, o fio da meada, nossos objetivos e funções tanto humanas quanto terráqueas.

      A meu ver, somente atingiremos esse nível de grandiosidade universal, se dermos a devida importância à nossa insignificância, em descobrirmos quem somos, nossas potencialidades, e a convicção inabalável de sermos agentes de felicidades, onde nossos espíritos andariam ao lado de nossas imaginações porque levamos alegrias e esperanças a nossos irmãos, seres humanos.

      Para mim este é o segredo da vida:
      importa a existência alheia, pois chegará a vez de alguém se preocupar com a nossa.
      Interligados por esta mesma intenção de vida amena e mais compreensiva de ser levada adiante, corpo e espírito atingirão o verdadeiro êxtase do que é viver, então entenderemos o Universo e as razões pelas quais dele fazemos parte e importante na sua conjuntura.

      Abração, Léa.
      Saúde e paz, extensivo aos teus amados.

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  4. Querido Chicão,
    Você colocou em palavras a confusão que vive em mim.Principalmente quando o tema morte se faz tão cotidiana e insistentemente presente.
    Tenho sonhado com os meus mortos quase toda noite. O melhor é aceitar e viver...e viver. Como disse o poeta Carlos no seu último post, "Para sempre é sempre por um triz".
    Grata amigo.
    Até mais.

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  5. Flávio José Bortolotto25/01/2021, 21:52

    O ilustre Autor Sr. FRANCISCO BENDL faz uma profunda análise neste: "Não seria, por acaso a VIDA, o que vem depois da Morte?".

    Sem dúvida é a questão mais importante de nossa Vida. Não há uma resposta Científica, Racional para ela, mas nem tudo no Mundo é Científico e Racional. A Mente Humana não consegue entender o Infinito, nem o Vazio absoluto. muito menos ter a compreensão TOTAL de um D'US Espiritual criador de Tudo.

    Frente a essas limitações, eu entendo como mais correto a Concepção JUDÁICA-CRISTÃ conforme escrita na BÍBLIA e sintetizada nos DEZ MANDAMENTOS.
    Que há uma Vida Espiritual depois da morte de nosso Corpo.

    Abração.

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    1. Francisco Bendl27/01/2021, 14:52

      Mestre Bortolotto,

      Tu e a tua elegância em animar os amigos, apoiá-los em certas empreitadas como esta, que o Mano nos possibilita:
      Escrever.

      Obrigado pelo comentário, parceiro.

      E muito me alegro porque concordas comigo quanto às minhas ideias a respeito da vida e da morte, simplesmente tão unidas quanto inseparáveis desde que, neste planeta, demos o ar da graça.

      E esse é o grande mistério que carregamos durante até o momento que nos despedimos deste mundo.
      As célebres indagações e até hoje não respondidas, devem ribombar em nossas mentes quando estamos nos estertores da morte:
      Vim de onde?
      Qual seria a minha função neste planeta?
      Vou para onde, agora?

      Convenhamos, é um fardo pesadíssimo de transportar, conforme nossas limitações

      De fato, não há como entendermos a vida em si, dissociada das existências em suas mais variadas formas:
      seu significado, importância, transcendência e legado.

      Por essas e outras, que tenho um conceito muito próprio acerca do Livre Arbítrio, a causa absoluta do que somos, de onde viemos, e para onde vamos!
      Nesta condição exclusivamente humana está a resposta para nossas perguntas há milhares de anos.

      O Livre Arbítrio, que não é escolher como definem simploriamente, mas a decisão tomada pelo homem e pela mulher de gerarem uma vida, de criar outro ser humano, sendo ambos por alguns breves momentos, o Criador, o Deus, que nos colocou neste globo terrestre.

      Pois esta vida que geramos, e que a mulher leva consigo em seu ventre por alguns meses, poderá ser um benfeitor para a humanidade ou um genocida, um ser humano pérfido, sórdido, cruel.

      Certamente é a razão que o casal, física, espiritual e organicamente tão diferentes, se unem através do amor e do êxtase do ato sexual, e colaboram com a Natureza para a perpetuação da nossa espécie e, sabe-se lá, se não será a pessoa que mudará o mundo.
      Ou para melhor ou para pior.

      Não existe responsabilidade maior para o ser humano que sustentar, educar e formar seus filhos.
      Abandoná-los por aventuras, relações ocasionais, serão motivos para a transmissão de frustrações, desamparo, abandono, que influenciarão a vida daqueles que fizemos surgir.

      Este é o Livre Arbítrio, mestre, a meu ver, lógico:
      O poder que temos de criar outros seres humanos. E, de tão importante e magnífica condição, que somente entre um homem e uma mulher isso é possível, pois é quando atingimos a nossa imagem e semelhança com Deus!

      Abração, mestre Bortolotto.
      Saúde e paz, extensivo aos teus amados.


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  6. Francisco Bendl26/01/2021, 08:50

    Aninha, querida amiga,

    Se a vida tão efêmera, tão rápida, independente da idade que morremos, a questão é entendermos os porquês de somente abordar a vida, que se desfaz em um piscar de olhos deixando a morte de lado, que dizem ser eterna!

    Medo do desconhecido?
    Mais receios e temores que temos enquanto vivos, duvido.
    Por que a morte não poderia ser o retorno à vida?
    Se nada sabemos, a não ser especulações as mais diversas e exóticas, vejo essa minha análise ou igualmente especulação como plausível, viável, verossímil.

    Enfim, como disse a Léa, acima, refletir se faz necessário, e tenho sido insistente comigo mesmo neste particular.
    Talvez porque eu esteja batendo na porta da morte, tem vindo à tona uma série de questionamentos a respeito, certamente mais para eu encontrar mais alívios que receios.

    Um abração, Aninha.
    Saúde e paz, extensivo aos teus amados.






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