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07/04/2019

Estrofe Futuro Caixão

Nils Dardel - En dans med döden (Uma dança com a Morte) - 1920


Antonio Carlos Rocha
“Que em torno do meu
Belo ataúde
Os lindos anjinhos
Toquem alaúde”
Comentário:

À primeira vista, um desavisado leitor pode pensar que estou depressivo. Respondo que não estou, ao contrário, apesar das dores dos meus sessenta e seis anos, sinto-me felicíssimo. É sério.
Aprendi com o meu Mestre Buddha, todos nós que estamos aqui no Planeta Terra, sempre temos as nossas vicissitudes, quaisquer que sejam elas. Portanto, o Caminho é não esquentar a cabeça, cuidar da enfermidade com os remédios receitados e continuar a vida.
Na verdade, eu fiz uma brincadeira comigo mesmo, seguindo uma prática da Meditação Budista da Morte. Mais cedo ou mais tarde estarei lá, assim vamos encarar com poesia o tal momento derradeiro.
Penso que já falei aqui sobre um filme do cineasta japonês Akira Kurosawa, um dos últimos filmes dele, a película inicia com um pessoal dançando, brincando e seguindo um cortejo fúnebre.
Budisticamente falando é bem melhor assim, do que aquelas cenas dolorosas que presenciamos nos velórios. Claro que respeito a dor de cada um e as expressões de sentimento.
Já sugeri alhures, não sei se foi aqui. Quando alguém nascer plantemos uma árvore, quando alguém morrer idem.
A Natureza Mãe, o Pai Ecossistema agradecem.

10 comentários:

  1. Olá Antonio budista,
    O que seria de nós se não fossem os remédios?
    Na minha casa, a Casa de Mãe e Pai, sempre bebemos e celebramos e rimos juntos depois dos velórios pelos quais já passamos. A gente ri as lágrimas salgadas da tristeza. E nessa euforia fúnebre ficamos sólidamente atados uns aos outros.
    Obrigada.
    Ate mais.

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    1. 1) Oi Ana, vc tem razão...

      2) Belo dia vão perguntar pelo Antonio Budista e vão dizer: "Foi-se", semelhante à ilustração da foice que o Mano encontrou.

      3)Tudo de bom sempre, vcs merecem e todos os outros mais de 400 mil que fazem este belo blog idem.

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  2. Moacir Pimentel08/04/2019, 09:18

    Antonioji,
    Como você milito no time dos que não têm medo da Velha Senhora e a entendem como uma curva do caminho. Mas temo, sim, vir a ser um prisioneiro da máfia de branco que, nos últimos tempos, deu de misturar as estações e de prolongar, perversamente, não a vida mas a morte com aquelas máquinas que respiram por nós. Pesadelo! Por isso talvez eu faça uma leitura muito particular e doída dos versos do Quintana:

    "Da vez primeira em que me assassinaram,
    Perdi um jeito de sorrir que eu tinha.
    Depois, a cada vez que me mataram,
    Foram levando qualquer coisa minha.
    Hoje, dos meu cadáveres eu sou
    O mais desnudo, o que não tem mais nada."

    Namastê

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    1. 1) Salve Amigo Pimentel, muito boa a colaboração poética.

      2)Gostei da expressão "prolongar a morte"...

      3) Quintana é quintessência dos versos.

      4)Abraços de bom domingo.

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  3. Mestre Antonio, eu sempre disse que quando chegar o dia queria um velório da roça, os amigos em volta com pinga e violeiro lembrando os momentos alegres que passamos juntos, e muitas vezes recebi em troca olhares escandalizados de pessoas mais "sérias". Mas continuo achando que é assim que devemos ir embora...

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  4. Francisco Bendl08/04/2019, 09:45

    Meu amigo e professor Rocha,

    Gostei do artigo.

    Apesar de a tua filosofia religiosa, o Budismo, ter na sua essência a contemplação, volta e meia temos de nos ater à realidade, e aquela que está sempre à nossa espreita é a morte!

    E temos de nos acostumar à sua aproximação, pois naturalmente o vulto e sua foice nos levam consigo quando a idade avança!

    Eu também penso nesta minha viagem seguidamente.
    Não tenho a menor ideia do que vou encontrar do outro "lado", e se haverá o outro lado, mas devo estar preparado para não ser pego de surpresa, pois quero dar até logo para o meu pessoal.

    Enfim, o assunto não tem nada de fúnebre, pelo contrário, trata-se do dia a dia nosso, do ser humano, quem chega a este planeta e outros vão embora, no legítimo e inevitável processo da vida e a sua lógica, a morte.

    Abração.
    Saúde, muita SAÚDE!


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    1. 1) Chicão, vamos aguardar com sabedoria o que a vida nos reserva.

      2)Vamos torcer que tenhamos uma boa passagem... para o infinito.

      3) Abraços de Semana Santa.

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  5. 1) Ontem eu ia responder ao nosso Editor, Mano. O problema é que o Rio de Janeiro,está uma gracinha: choveu e ventou forte, a luz acaba, o internet cai etc.

    2) Mais ou menos eu tinha escrito ao Wilson que, a ideia dele é ótima: pinga e violeiros, com direito a brindes e saideiras...

    3) E o melhor de tudo é que vamos nos reencontrar por lá, já que eu acredito na Reencarnação, que os budistas chamam de Renascimento.

    4) Vou respondendo os demais, aos poucos, mediante a tecnologia me permitir.

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  6. Heraldo Palmeira14/04/2019, 01:03

    Antonio,
    Eu não sei se saberei o que minha morte terá sido, pois já terei ido e não sei se a tal passagem permite olhar par trás. Não sei se terei história para merecer pinga e violeiro como deseja aquele amigo. Se tiver uma música que alguém cantar em silêncio já terá valido.

    Eu não quererei tomar o tempo de amigos, já estará bom se algum lembrar, uma vez na vida outra na morte. Se algum reler o que escrevi por talento ou sorte será bastante para eu lembrar que terei sido. Se houver um riso de memória terá valido. Amém!

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  7. 1) Oi Heraldo, estou seriamente pensando que há um complô tecnológico para não postar o que escrevo.

    2) Já aconteceu em uma resposta com o Pimentel, com a Ana e agora foi no seu espaço.

    3) Contudo, é bem provável que seja obra e graça do digitador, eu, que não sou grande coisa em informática...

    4) Eu tinha dito que vai ser muito bom, do outro lado, nos encontrarmos e nos conhecermos pessoalmente ou espiritualmente e trocarmos ideias, cada um agradecendo a crônica do outro.

    5) Abração amigo e viva as Energias vivas post-mortem !

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