imagem harpyaleiloes.com.br |
Wilson Baptista Junior
Confesso que
o título é uma armadilha. Não tenho a menor ideia do por que a gente lê. Não
sei o que passa pela cabeça de todo o mundo. Ando tentando descobrir por que eu leio, e isso é só o que posso fazer.
Aprendi a
ler cedo. Antes dos cinco anos. Dizia minha mãe que um dia, à mesa do café, eu
olhei para as manchetes do jornal que papai tinha deixado sobre um banquinho e para
surpresa dela e dele li alto um par de palavras. Não me perguntem como nem porquê...
Já contei
aqui, há muito tempo, num post chamado “De
livros e traduções”, que cresci entre as estantes da biblioteca de meus
pais, e os gostos de leitura de cada um deles. Mas não me lembro de nunca ninguém
me ter mandado ler nada. Ao contrário, um dos livros preferidos da minha
infância era o “Thesouro da Juventude” (assim mesmo, na ortografia da década de
vinte, quando foi publicado), em dezoito volumes, e papai “racionava” nossa leitura nos deixando pegar só um volume de cada
vez.
Era uma
enciclopédia inglesa para crianças e adolescentes, traduzida e adaptada para o
português. Segundo a editora, tratava-se de uma “Encyclopedia em que se reúnem os conhecimentos que todas as pessoas
cultas necessitam possuir, oferecendo-os em forma adequada para o proveito e
entretimento dos meninos.” Cada volume era dividido nas mesmas seções, “O
livro dos contos”, que trazia adaptações de obras da literatura universal, “O
livro da poesia”, “o livro dos porquês” (essa era uma de minhas preferidas), “Coisas
que podemos fazer”, mostrando experiências que podiam ser feitas em casa, e
muitas outras. Extremamente bem ilustrado, com desenhos e fotografias, era uma
leitura apaixonante.
Claro que os
conhecimentos descritos no livro estavam no estágio de mil novecentos e vinte,
mas valiam por um precioso retrato da cultura e dos costumes da época. Devendo-se
considerar, porém que tinha sido escrita para crianças inglesas de classe alta,
onde por exemplo uma das brincadeiras recomendadas para a garotada era um jogo
de prendas realizado a cavalo, nos verdes prados das mansões de campo da terra
delas...
O “livro dos
contos” me fez tomar contato com vários escritores que vim a conhecer melhor
mais tarde, de Alexandre Herculano, com seu “Eurico o Presbítero” a Walter
Scott com seu “Ivanhoe”, passando por Charles Kinsgley com seus “Bebés d’água”,
Vítor Hugo com o capítulo do canhão desgovernado em “Noventa e Três” e muita
gente boa mais.
Mas sobre
minhas leituras já falei também no outro post. Conto estas só para falar do que
tínhamos naquele tempo para despertar o gosto por elas.
Depois,
quando comecei a estudar, às leituras por gosto somaram-se as por necessidade
(que muitas vezes foram por gosto também). Ainda no ginásio, uma descoberta que
muito me agradou, por intermédio de um colega e amigo de vida inteira também
apaixonado pela leitura, foi a da Biblioteca Thomas Jefferson, do Instituto Cultural
Brasil-Estados Unidos, que era aberta também a quem, como eu, não estudava lá.
Além das
leituras digamos, mais “literárias”, e as dos diversos cursos, muita coisa que
eu gostei de fazer provocou também algum estudo, como a fotografia, o desenho,
os trabalhos de oficina, a esgrima e por aí a fora.
Com isso me
acostumei a ler um pouco todas as noites antes de dormir. E hoje tenho dificuldade
em pegar no sono se não o fizer. Leio muito depressa, mas de uma maneira
difícil de explicar, tanto que as poucas vezes em que tentei aprender leitura
dinâmica, achando que ia me ajudar nos tempos de estudo, me atrapalhei todo em
vez de progredir. Parece que meus olhos leem a página por blocos, e o cérebro então
compõe as informações de cada bloco lido. Mais ou menos como os computadores
leem seus HDs...
Com isso,
claro que se faz, como diz o Moacir, uma “leitura caudalosa”. Tanto que hoje
não há, nas nossas estantes, lugar para colocar mais livros. Isso depois de
várias, como dizia meu pai, “peneiradas” que renderam sacolas e mais sacolas de
livros para a biblioteca comunitária da Igreja do Carmo, nossa vizinha. Então
tenho me voltado para o Kindle, que embora não substitua o prazer de folhear um
livro de verdade, tem a vantagem de se meter no bolso centenas deles ao mesmo
tempo e levar para qualquer lugar. Uma maravilha para salas de espera,
aeroportos, viagens.
Mas, depois
de tanta conversa fiada para ganhar tempo, não dá mais para não voltar à
pergunta do título: porquê?
Por
necessidade profissional? Hoje muito pouco.
Para ocupar o
tempo? Quanto mais velhos vamos ficando mais precioso fica o tempo que nos
resta. Então, não.
Por prazer?
Com certeza. Mas qual?
Bom, vamos
tentar com uns exemplos familiares a vocês nossos leitores:
Quando leio
um artigo do Moacir, viajo guiado por um amigo em novas paisagens ou revisito
velhas conhecidas, converso de novo com velhos amigos das páginas lidas na vida
inteira ou descortino novos.
Quando leio
um artigo do Chicão, me envolvo nas narrativas de uma vida densa e sempre muito
bem descrita que me diz muito sobre a alma de um amigo.
Quando leio
um artigo do Antonio, aprendo mais um pouco sobre uma outra maneira de entrar
na nossa alma e encontrar nosso equilíbrio.
Quando leio
um artigo do Heraldo, deleito-me com um cronista que pega um pedacinho do dia e
o transforma com seu pincel mágico num retrato da vida vista através dos seus
olhos.
Quando leio
um artigo do Domingos, aprendo sobre as marinhas do mundo ou acompanho a
história maravilhosa do menino que cresceu numa fazenda e navegou o mundo para
se tornar o namorado de Vênus,
Quando leio
um artigo da Ana, revejo na tela a poesia e a beleza que vivem nos olhos dela e
que tenho o privilégio de conhecer por bem mais de metade da minha vida.
Quando leio
um livro novo, é sempre uma nova descoberta, e quando revisito um velho amigo
nas minhas estantes descubro sempre alguma coisa mais nas suas palavras. Porque
um dos privilégios de envelhecer é ir cada vez compreendendo um pouco mais do
que eles conversam com a gente.
E, além da
descoberta, muitas vezes a leitura é também uma fuga, que nos tira desse mundo
conturbado em que vivemos e dá ao nosso espírito um tempinho de tranquilidade
para talvez pensar no que queremos fazer com essa confusão que nos rodeia.
Tantas
linhas escritas para afinal chegar à conclusão de que... não sei bem porque
leio mas sei que não consigo deixar de ler!
Talvez a
resposta esteja nestas linhas de um velho senhor português que morava na ilha
de Lanzarote e sabia das coisas:
“... há quem leve a vida inteira a ler sem nunca ter conseguido ir
mais além da leitura, ficam pegados à página, não percebem que as palavras são
apenas pedras postas a atravessar a corrente de um rio, se estão ali é para que
possamos chegar à outra margem, a outra margem é que importa. A não ser que
esses tais rios não tenham duas margens, mas muitas, que cada pessoa que lê
seja, ela, a sua própria margem, e que seja sua, a margem a que terá de
chegar.”
Obrigado, senhor
Saramago.
Wilson,
ResponderExcluirÉ muito bom ler o Sr. Editor! E antes que me acusem de “rasgação de seda” pergunto: como não achar esse seu post uma beleza se a coleção "Thesouro da Juventude" da minha infância era vermelha e dela minhas memórias mais nítidas são os "Homens e Mulheres Célebres, Nobres Vidas, Nobres Feitos" onde fui apresentado ao Marco Polo? Gostei tanto da leitura que ganhei de presente uma variação do mesmo tema de nome “Os Grandes Benfeitores da Humanidade” que, se não me falham os bytes de memória, começava com o Gutemberg. Mas só sosseguei depois de ler os enciclopédicos Velho e Novo Mundos e, é claro, o Livro das Maravilhas do Mundo, da lavra de Rustichello de Pisa, com a descrição das histórias que ouvira do grande veneziano sobre suas aventuras pela Ásia (rsrs)
Como não me achar nas suas linhas se do mesmo jeito que rolou com você também não sei como aprendi a ler? As lendas familiares acusam o Gato de Botas de ter sido meu primeiro mentor mas, de concreto, o que ouvi é que meus pais descobriram que eu já estava lendo porque belo dia me pediram para pegar tipo o LP da Nona e eu lhes trouxe a capa do Quebra Nozes do Tchaikovsky onde alguém havia guardado, por engano, a sinfonia do Beethoven. Também não sei como desenvolvi minha leitura dinâmica mas, se pego o embalo, devoro quinhentas páginas em um domingo chuvoso (rsrs)
Na verdade tivemos muita sorte de crescer rodeados por livros e de ter pais que apreciavam o fato de seus meninos de olhos arregalados e perguntadores ligados adorarem ler. Os meus conversavam comigo sobre os livros que eu lia, me sugeriam outros nas estantes, me ensinaram o caminho dos sebos, trataram com respeito o pequeno leitor oferecendo-lhe liberdade de leitura, liberdade de ideias, liberdade de expressão.
Quanto ao por quê lemos pense em uma questão tão antiga quanto a própria palavra escrita! Não sei quem disse mas concordo que “um livro é um coração que bate no peito do outro” e que portanto a leitura é uma dose de empatia na veia. Quando a gente assiste um filme, vê as coisas acontecendo com outras pessoas. Já a ficção em prosa é algo que cada um de nós constrói à sua maneira e a partir de vinte e seis pretinhas e um monte de sinais de pontuação, usando a imaginação: inventamos novos mundos que de outra forma jamais conheceríamos, vivemos neles experiências enriquecedoras e, ao fim e ao cabo, voltamos para a real um poucachinho diferentes. Quero crer que para melhor (rsrs)
Muito obrigado por me mostrar todos os dias que não sou o último de uma raça em extinção: a dos leitores vorazes.
Abração
E é muito bom ler um comentário assim. Não se preocupe que entre amigos não se rasga seda, por isso podemos conversar de alma aberta.
ExcluirSe meus pais nunca me mandaram ler nada, é porque, como os seus, também nunca me impediram de ler nenhum livro. E sempre responderam com gosto e sem reserva a todas as perguntas que esses livros despertaram. É verdade que algumas vezes podem ter ficado um pouquinho cansados, não sei se já contei isso por aqui, mas quando era pequeno, sentado em frente a meu pai vendo-o desenhar na sua mesa entre as estantes do seu escritório de casa, aquela terra de maravilhas povoada de Einstein e Erasmo de Rotterdam até as caravanas no deserto de Karl May, ele prometeu me dar um velocípede se eu ficasse cinco minutos sem perguntar nada. Mas a medida de quanto ele era um bom pai não foi a promessa, foi que ele me deixou tentar e tentar de novo, até que na terceira vez eu consegui ganhar o tal velocípede :) O velocípede há muito se desfez nas areias do tempo, mas disso nunca vou me esquecer.
E sou eu quem agradeço a sua definição de que "um livro é um coração que bate no peito do outro", que se transformou na bela pedra chave de abóbada do meu post. Que possamos continuar sempre a ler. E que não sejamos os últimos.
Caríssimo amigo,
ResponderExcluirO PIMENTEL ME COPIOU, O PIMENTEL ME COPIOU, hehehehehehehe!
Antes de eu postar também meus elogios à crônica do nosso Mano, pensei imediatamente no Tesouros da Juventude!
Mas, vendo que já havia um comentário, li justamente o título de uma coleção de livros que foi demasiadamente importante na minha infância, mencionada pelo Pimentel, é que seria o início do meu comentário, sinal que eu iniciaria bem!
E, o tomo que mais me chamava a atenção - razão pela qual meus textos invariavelmente contém perguntas -, chamava-se O Livro dos Porquês!!!
Mais tarde, importado de Portugal, ganhei de presente uma pequena enciclopédia, encadernada em couro vermelho e letras douradas, intitulado LELO UNIVERSAL, em quatro volumes!
Assim, quero fazer parte deste grupo de "leitores vorazes", haja vista que nutro uma paixão ardente e irresistível por livros.
Gosto de ler, de folhá-los, de vê-los nas minhas estantes.
Não leio livro algum pela Internet.
Se posso comprar o exemplar que me interessa, eu o encomendo, e tem de ser em livro, e não a forma digital.
Desta forma, quando me casei há 49 anos, aos 20, portanto, eu já possuía uma "bibliotecazinha" de mais de 800 volumes, e foi o móvel que mandei fazer para ser colocado na sala de estar e mostrar orgulhoso a minha coleção, a estante dos meus livros!
A maioria absoluta era sobre guerras, ainda mais que estava no auge a do Vietnã, que eu buscava avidamente nas bancas de jornais informações a respeito para compilá-las, inclusive as costumeiras e importantes guerras entre árabes e judeus, afora a independência da Namíbia e suas centenas de milhares de mortos, assim como a guerra tribal em Ruanda, que se somavam ao Apartheid, movimento altamente preconceituoso, injusto e humilhante para a África do Sul.
Diante das primeira "crise" econômica depois de casado, sete/oito anos após, "vão-se os anéis e que fiquem os dedos".
Vendi meus livros, cuja quantidade passava de 1.500 unidades!
Um ano depois, as finanças em dia, voltei a comprá-los.
Alguns que eu vendera anteriormente, jamais consegui de volta.
A célebre coleção Científica da Life, nunca mais encontrei e até os dias de hoje!
Aos 25 anos de casado, filho mais velho na faculdade de Medicina, o do meio se aprontando para vestibular e, o mais moço, concluindo o Ensino Médio, à época denominado de Segundo Grau, olhei minhas cinco prateleiras e de novo mais de mil exemplares, e taquei no prego!
Apurei uma quantia razoável, mesmo em se tratando de livros usados porque alguns eram raros, somente obtidos no exterior.
Sim, versavam sobre guerras, mas a da Bósnia, o Vietnã europeu.
Cinco anos depois, a economia da família melhorou, voltei a buscar livros em sebos, ler, pesquisar, buscar informações, opiniões, interpretações, pareceres, e adquiri duas enciclopédias:
A Barsa, com a sua Bíblia considerada a mais bonita do mundo, e a Delta-Larousse, mais o seu dicionário reconhecido como o mais completo que havia na década de oitenta, mesmo que eu estivesse na de noventa, contudo, ter essas duas coleções em casa eu achava o máximo para as pesquisas biográficas e históricas.
Hoje, tenho mais de 1.300 exemplares.
Mais de quinhentas revistas especializadas em História e Filosofia, quando eu as assinava e recebia mensalmente uma delas.
Mesmo assim, semana retrasada, meio do mês de julho, comprei 11 exemplares novos!
Primeira Guerra Mundial, sobre a história de Jerusalém, o Islamismo, a biografia de Maomé, dois que versavam sobre a influência das religiões nas guerras, e os demais sobre a filosofia no Ocidente.
Dito isso, quando o meu amigo Wilson me convidou para fazer parte desse blog extraordinário, Conversas do Mano, não só me senti honrado como reascendeu em mim a vontade de reler alguns livros do passado, e não só os de História e Filosofia, mas alguns épicos e romances.
(continuo)
Apesar da minha preferência pela literatura russa, intensa, nacionalista, psicológica, histórica, romanceada, e seus autores magníficos, tais como Tolstoi, Dostoiévski, Gogol, Gorki, Pasternak, o célebre dissidente Soljenitsin - acho que tenho quase todos os seus livros:
ResponderExcluirAgosto 1914, que lhe rendeu o Nobel de Literatura, em 70;
Pavilhão de Cancerosos;
Arquipélago Gulag;
Um dia na vida de Ivan Denisovich, reli Madame Bovary, de Flaubert, que levou cinco anos escolhendo as palavras exatas, na sua ótica, neste romance espetacular;
E dei mais uma olhada em três dos livros da monumental Comédia Humana, do denominado "Napoleão das Letras", Balzac:
O Pai Goriot, Ilusões Perdidas e O Ilustre Gaudissart, que se trata de um caixeiro-viajante, profissão que exerci por décadas, que vendia o que quisesse, até se defrontar com um cliente mais esperto.
De Norman Mayler, me chamou à atenção quando eu servia o Exército, na década de sessenta, o livro denominado Os Nus e os Mortos.
Abordava a Segunda Guerra Mundial do lado americano, e seu enfrentamento com os japoneses nas ilhas do Pacífico Sul.
Um romance esplêndido, vigoroso, realista, cujo exemplar o readquiri ano passado.
Tá, mas não pretendo escrever o que já li, pois eu iria longe.
A intenção foi postar meu comentário elogiando o excelente artigo do Mano, e de registrar a minha ínfima e ridícula parcela de colaboração na resposta ao título da crônica "Por que a gente lê"?
Continuo, e parte final)
A intenção foi postar meu comentário elogiando o excelente artigo do Mano, e de registrar a minha ínfima e ridícula parcela de colaboração na resposta ao título da crônica "Por que a gente lê"?
ResponderExcluirA gente lê para encontrar palavras, expressões, frases, parágrafos, conteúdos de livros, que servirão como parâmetros para nossas vidas em alguns casos, mas de saborear o conhecimento dos construtores de histórias, dos que elaboram romances sensacionais, e que tanto gostaríamos de fazer parte de um deles;
Lemos para conhecer o mundo, o pensamento alheio, buscar informações, atualizarmo-nos, encontrar o livro de cabeceira;
Lemos para participar de rodadas que serão ricas em conversas entre amigos, discutir, debater, concordar, discordar, brigar, até, quando as opiniões diferem radicalmente;
Lemos para dar de olhos em artigos memoráveis como este que postaste, Mano, que possibilita sabermos o valor que temos para nossos amigos quando nos citam em suas obras;
Lemos para nos distrair, emocionar, enraivecer, ratificar nossos pensamentos ou retificá-los;
Lemos para ampliar nossos horizontes, e ver que o mundo não é somente aquilo que nossos olhos enxergam, e mentes imaginam;
Lemos para saber escrever, saber dizer o que queremos, e que sejamos compreendidos, aceitos, e que entendam nossos recados;
Lemos para evitar o desforço pessoal quando nos faltam palavras para dialogar, pois teremos um vocabulário melhor e, desta forma, encontrar o sentido que precisamos para amenizar as situações;
Lemos, principalmente, meu amigo Mano, para sabermos falar de amor!
De nos confessarmos apaixonados pela mulher que nossos corações apontaram e disseram:
- É esta!!!
Lemos, também, para consolar quem precisa, e não sair contando piadas quando o momento exige seriedade e consternação;
Lemos para saber quando abraçar, afastar, agradecer ou até mesmo rogar pragas;
Lemos para saber como aproximar, reunir, agregar, somar, e não dividir, separar, segregar;
Lemos porque temos de ler, de saber, de conhecer, de viajar sem sair de casa, de imaginar ilhas paradisíacas cercados de mulheres belíssimas, e forjarmos a nossa história romanceada, lírica, poética, que nos embala os sonhos que jamais irão se concretizar;
Lemos quando não se tem nada para fazer, até mesmo a tabela dos jogos do time ou das corridas de F1, Stockcar, que tanto as aprecio;
Lemos para admirar quem sabe escrever o que gostaríamos de apresentar, mas não temos capacidade, então, pelo menos, temos de reconhecer o brilhantismo do autor e elogiá-lo, render-lhe reverência pela sua cultura, inteligência, sensibilidade, exatamente o que faço agora com o Wilson, que demonstra as razões pelas quais tanto o admiro quanto o respeito.
E mais eu não saberia escrever porque ainda tenho de ler muito, reconheço, mas venho me esforçando, confesso, apesar de saber que jamais atingirei os níveis tão elevados nesta arte da escrita, que possuem os amigos e a amiga citada no artigo do Mano, que estão muito acima da minha capacidade e tempo que ainda me resta de vida!
Um grande e apertado abraço, Mano
Saúde, muita saúde, e ao lado dos teus amados, sempre!
Sabes muito bem, amigo dos pampas, que fazes parte dos leitores vorazes, e, mais ainda, persistentes, visto que por duas vezes te esforçaste por recuperar tuas grandes e escolhidas biliotecas, deixadas de reféns nos embates da vida. E que te serviram, além da maneira em que servem todas as bibliotecas, para teres como formar teus filhos. Valeu com certeza a pena o sacrifício delas.
ExcluirJá te disse, e repito, que a leitura pode ser tão ou mais importante do que a escola. E é ela a mais importante para nos ensinar a arte da escrita. De modo que espero devotamente que seja a última vez em que te ouço aqui falar de coisas como "ínfima colaboração"e "acima de minha capacidade", em vez de simplesmente deixares correr solto este dom que tens de colocar tão bem as pretinhas no papel. A la putcha, tchê, não te atucanes que teus leitores, aqui e lá fora, faz muito já te têm por gaudério guasca!
Sim, lemos, também, por todas (ou quase todas, não sei o que a senhora dona Marli achará ao ler que lês para te imaginar nessas "ilhas paradisíacas cercado de mulheres belíssimas", mas sei muito bem o que a Ana acharia se fosse eu a dizê-lo :) estas razões que expuseste no teu comentário. Para aprender, para conhecer, para, com os poemas de outros no papel de nosso Cyrano, falar de amor, e para sonhar (e olha que os sonhos impossíveis às vezes têm uma mania inesperada de se concretizarem).
Obrigado pelo belo comentário, e um abraço do teu tamanho.
Mano
ExcluirUm presente encontrar vc pela manhã neste blog
E não esqueceu nenhum dos ótimos escritores inclusive a Ana
Importante começar a leitura ainda criança
E não é atoa que a Ana brinca que vai consultar o Google particular dela
E eu fico lendo está turma que
escreve tão bem e aprendendo com cada um
Continue a nos presentear com seus textos
Um grande abraço
Léa, nossa amiga e prima, muito obrigado pelo elogio. É muito bom ter você nesta turma também, saber que você divide conosco o prazer da leitura.
ExcluirUm abraço do Mano
Meu mais querido de todos,
ResponderExcluirE por que a gente não lê? E fica triste porque não consegue terminar um livro?
Diz Luís Borges: "Às vezes eu paro de ler um livro porque o autor fracassou comigo."
Um lenitivo para a nossa frustração.
Bj
Ana, minha mais querida de todas, o Borges tinha toda razão. E a gente se esforça para que os nossos leitores não sintam essa frustração. Os seus tenho certeza de que não têm. Um beijo.
ExcluirPrezado Autor e nosso Editor-Moderador, Sr.WILSON BAPTISTA JÚNIOR,
ResponderExcluirCom o: "Por que a gente lê" criastes uma pequena Obra-Prima Literária.
Sim, lemos por prazer. E aqui no "CONVERSAS DO MANO", onde como bem diz nossa Colega Sra. LEA MELLO SILVA, uma Turma escreve tão bem que a gente aprende com cada um.
É sempre prazeroso ler Artigos do Sr. WILSON BAPTISTA JÚNIOR, Sra. ANA NUNES, Sr. MOACIR PIMENTEL, Sr. FRANCISCO BENDL, Sra. LEA MELLO SILVA, Sr. HERALDO PALMEIRA, Sr. ANTÔNIO CARLOS ROCHA, Sr. DOMINGOS FERREIRA, Sr. ALEXANDRE SAMPAIO, SR. MÁRCIO P. ROCHA, Sra. FLÁVIA DE BARROS, Sra. MÔNICA SILVA, pedindo mil desculpas se esqueci Alguém.
Que bom que temos este espaço de boas Leituras.
Parabéns e Abração.
Amigo Bortolotto,
Excluiré sempre bom também ler seus comentários por aqui, e também seus bem fundamentados e esclarecedores artigos sobre economia no blog do nosso amigo Carlos. Fico muito feliz de que alguém que escreve como você encontre aqui "um espaço de boas leituras".
Um abraço do Mano
É um privilégio ser irmã de vocês
ResponderExcluirComo o de ser seu irmão, Primeira. Que bom que você gosta daqui. Um beijo.
Excluir1)Seu Belo texto, Mano, me fez lembrar que vez por outra, ainda hoje, eu agradeço aos meus pais que proporcionaram o meu aprendizado na leitura.
ResponderExcluir2) Não tínhamos televisão lá no distane Gama, DF; já escrevi isso antes aqui; então enveredei pelos livros, os mais diversos.
Obrigado, Mestre Antonio.
ExcluirE você bem me fez lembrar, quando era pequeno também não tínhamos televisão, percebo agora que devo agradecer também por ela ter chegado depois do meu gosto pela leitura :)
Um abraço do Mano