Monges no scriptorium (imagem boudello.be) |
Wilson Baptista Junior
Relendo
alguns posts antigos meus no blog, encontrei um de uns cinco anos atrás, que a
maioria dos leitores de hoje não deve ter lido, e que achei que ainda pode ser
interessante, então tomo a liberdade de republica-lo com as devidas atualizações
(que, para dizer a verdade, quase ficaram maiores do que o original).
Naquela
época estava passando uma semana “asilado” na casa de meu pai onde moravam
também meus irmãos Paulo e Osias e a Pat, mulher do Paulo, enquanto se refazia o
sinteco de nosso apartamento. No café da manhã, conversando com o Paulo - ele é
fotógrafo, professor universitário de fotografia, mestre e doutor em Artes, hoje
depois da morte de papai é quem cuida e organiza o grande acervo de negativos
que ele nos deixou, e a conversa com ele é sempre interessante) falávamos sobre
a aceleração exponencial da produção de informação no mundo de hoje, e sobre
como a geração atual é talvez a primeira que consegue ver essa aceleração
acontecendo de dia para dia.
Uma porção
de coisas que, quando éramos garotos, líamos nos livros de ficção científica
hoje é realidade e muitas já estão até mesmo ultrapassadas, e nós nos
perguntávamos sobre o que os escritores de ficção científica de hoje vão
escrever agora.
Todo o mundo
já percebe a revolução que a World Wide Web e os mecanismos de pesquisa, dos
quais o Google é o mais conhecido, produziram na maneira de procurar
informações. Mas o mais interessante agora é ver a expansão do acesso a estas
informações pelos telefones celulares, hoje mais poderosos do que a maioria dos
computadores de não muitos anos atrás. Aquele maravilhoso rádio (depois TV) de
pulso que os antigos leitores do Dick Tracy invejavam hoje está ao alcance de
quase todo o mundo com o Whatsapp e seus similares. As ligações telefônicas
internacionais caríssimas foram substituídas pela conversa cara a cara onde
ainda transmitimos imediatamente fotografias e vídeos de um lado para outro do
mundo. As assim chamadas “redes sociais”, impensáveis duas ou três décadas
atrás, hoje infernizam a nossa vida jogando para escanteio a privacidade mais
elementar e dando a qualquer um o antigamente ambicionado caixote de sabão para
subir e discursar para o mundo sobre qualquer assunto, com a diferença de que o
orador, antes exposto fisicamente cara a cara aos seus ouvintes, hoje se
esconde atrás da distância e muitas vezes de um covarde anonimato.
O grande
Isaac Asimov, num de seus romances de ficção científica, The Naked Sun (1957)
imaginou um planeta, Solaria, onde os colonizadores humanos vivem, por escolha,
quase completamente isolados uns dos outros, com todos os trabalhos auxiliares
realizados por robôs, considerando o contato pessoal como “sujo” e
comunicando-se através de hologramas em três dimensões. Ao ver as pessoas hoje,
com dezenas, centenas, milhares de “amigos” no Facebook e isoladas umas das outras pelas telinhas mesmerizantes dos seus smartphones, me pergunto se a criação do Asimov está assim tão distante
da realidade...
Com a
transmissão de dados em alta velocidade pelas redes de telefonia sem fio não
precisamos mais estar perto de um computador para estarmos permanentemente
conectados à Web. Podemos nos informar (bem ou mal) o tempo todo do que nos
interessar, e, mais ainda, sermos influenciados e dirigidos o tempo todo por
informação contextual "empurrada" para nós por sistemas que sabem,
graças ao GPS de nossos telefones, por onde estamos passando (na verdade, perto
dos estabelecimentos de quais anunciantes que patrocinam os nossos mecanismos
de pesquisa que achamos tão naturais).
E essa
tecnologia vai aumentando sua penetração; hoje, mesmo com a distribuição de
renda tão desigual que tem (ou talvez até por causa dela) e apesar da nossa
periclitante situação econômica, o Brasil já tem bem mais telefones celulares
do que habitantes; quem poderia ter previsto isso há quinze ou vinte anos? E o
caminho da conexão à internet é se popularizar assim também. Com a vinda dos
novos padrões de conexão sem fio (como o tão falado mas ainda pouco visto 5G)
daqui a pouco estaremos vivendo a anunciada “internet das coisas”, onde quase
tudo em volta de nós estará conectado (e, infelizmente, vulnerável a ataques
externos). E já se fazem pesquisas para conectar o mundo digital diretamente às
nossas mentes.
Já é tão
natural que nem pensamos mais nisso dirigir nossos carros ajudados pelo GPS de
nossos telefones, em vez dos aparelhos caros e complicados que usávamos há
poucos anos.
Há uns
trinta e tantos anos atrás, me lembro de assistir a uma apresentação da IBM sobre
um novo tipo de memória de bolha que estava sendo desenvolvida (não foi para a
frente) que na época o apresentador dizia que poderia condensar todos os livros já
publicados num cubo de um palmo de lado, e fiquei sonhando em ter todos os
livros que quisesse ler, e toda a música também, num computador na mesa à minha
frente. Hoje não tenho exatamente isso, mas quando viajo levo uma biblioteca no
bolso no meu Kindle e tenho a Web e o YouTube no computador, no tablet, no
telefone, e qualquer amigo no mundo a alguns cliques de distância...
Mas como
esses avanços influenciam as gerações que vieram e virão depois das nossas?
Quantas
vezes ouço dizer: "Para que ter livros hoje, para que guardar informações,
se quiser saber alguma coisa está tudo na internet?”
Quando
Gutemberg produziu sua prensa com tipos móveis e permitiu o acesso das
multidões aos livros que antes só os ricos podiam se dar ao luxo de mandar
copiar à mão nos “scriptorium”, causou uma revolução no conhecimento que mudou
a história da humanidade.
Agora a Web
está causando outra, só que se a primeira permitiu a todos serem leitores, a de
agora permitiu a todos serem autores e publicarem seus escritos para o mundo
ver. O que poderia significar um enorme avanço na difusão do conhecimento
infelizmente significou também que todo o mundo que queira, sabendo ou não alguma
coisa sobre os assuntos que resolva discutir, pode colocar suas ideias,
refletidas ou irrefletidas, estudadas ou de improviso, rasas ou aprofundadas, à
nossa frente em pé de igualdade. Como o usuário pode avaliar a qualidade e a
exatidão das informações, ou a capacidade e a honestidade intelectual dos
autores, desse tsunami de palavras e imagens que o assola a cada segundo?
E tem mais,
se agora para procurar uma informação o usuário achar que basta procurar no
Google, e se com essa conectividade aumentada essa facilidade vai se tornar
quase um outro sentido dele, como a visão e a audição, o que isso vai gerar na
evolução, até mesmo genética, da espécie? Caminharemos para seres humanos quase
desprovidos da memória (porque não precisarão mais dela) e com um arranjo de
sinapses otimizado para conexão em vez de raciocínio? Seremos ainda gente ou
simplesmente cyborgs mentais ou computadores de carne e osso? E quem nos
programará?
Hoje as pessoas
chamam a Web simplesmente de “internet”, desconhecendo o magnífico trabalho de
Tim Berners-Lee, que em 1989 criou a primeira ligação entre um cliente e um
servidor de dados usando um protocolo que chamou de “Hypertext Transfer
Protocol” (aquele misterioso http:\\ que vemos de vez em quando nos endereços
da Web) e tornou possível que de qualquer lugar do mundo pudéssemos nos
comunicar entre todos os servidores conectados através da internet, e criou a
grande teia de informação que se tornou indispensável ao mundo de hoje e que
achamos tão simples e natural...
Uma concepção artística da World Wide Web (imagem madeupinbritain) |
Um
complemento interessante a essa conversa é descobrir que da imensa quantidade
de informação hoje armazenada na Web, por estranho que pareça a maior parte
dela não está facilmente acessível aos mecanismos normais de pesquisa.
Michael
Bergman, em 2001, num artigo intitulado "The Deep Web: Surfacing Hidden
Value", criou o nome "A Web Profunda" para designar essa grande
quantidade de informação por cima da qual os mecanismos de pesquisa passam sem
penetrar. Outros pesquisadores já a tinham chamado de "A Web
Invisível". Ele comparou o pesquisar na Web a passar uma rede pela
superfície de um mar de informações, apanhando uma grande quantidade delas mas
sem nem tocar nas guardadas nas médias e grandes profundezas.
O problema
deste acesso consiste em que os mecanismos indexadores, conhecidos como
"web crawlers", programas que percorrem a web a partir de um ponto qualquer
de entrada e vão seguindo as ligações entre um artigo e outro e estabelecendo
os caminhos para que os buscadores os encontrem, dependem para funcionar de
poderem seguir as ligações que encontram de um artigo para outro. Um artigo sem
ligações com os que já foram pesquisados não será alcançado pelos crawlers.
Mas isso nos
trouxe problemas maiores do que simplesmente não podermos aproveitar todas as
informações que já foram digitalizadas.
Hoje todo o
mundo ouve falar da “Dark Web”, porque, claro, a capacidade de armazenar
informações que os buscadores normais não encontram foi logo apropriada pelos
governos e também pelo crime, e dentro da Deep Web escondem-se inúmeras redes e
subredes contendo todo o tipo de informação utilizada por criminosos, de
pedófilos a grandes traficantes de drogas e de armas, às quais só consegue
acesso quem tenha pelo menos a chave de um dos seus endereços (não indexados
pelos buscadores normais).
Depois do
artigo de Bergman diversos pesquisadores e companhias comerciais, como o
próprio Google, tem se dedicado a desenvolver mecanismos que permitam penetrar
e indexar as profundezas da Web. Podemos esperar que eventualmente suas
profundezas sejam integradas à superfície. Mas ainda falta muito trabalho, e é
uma corrida entre o avanço dos novos mecanismos, a quantidade de informação
diariamente acrescentada ao imenso repositório da Web e os muitos e diversos interesses
de que algumas dessas informações não sejam acessíveis a nós pobres mortais.
Como diziam
os antigos chineses, vivemos em "tempos interessantes"...
Caríssimo Wilson,
ResponderExcluirVivemos tempos interessantes, sim, na razão inversamente proporcional ao desinteresse do ser humano em crescer, se desenvolver, e não ficar cada vez mais escravo daquilo que ele mesmo cria, inventa, descobre.
Lembro-me que, na década de sessenta, ainda no quartel, tínhamos informações sobre uma palavra que pouca gente sabia do que se tratava:
Cibernética.
A grosso modo, a automação nossa, um sistema de controle automático nos seres vivos e nas máquinas.
Mas não se sonhava com computadores, notebooks, muito menos a imaginação mais fértil seria capaz de pensar em celular!
Logo, havia duas exigências à nossa espécie, caso ela quisesse avançar, se desenvolver, progredir:
Trabalho e criatividade.
Em outras palavras:
Inspiração e transpiração.
Pois a máquina cada vez mais vem sendo desenvolvida, enquanto o ser humano retrocede no tempo.
Exemplo?
O conjunto de informações que diariamente se recebe via internet e seus derivados, onde não nos preocupamos em saber se verdade ou não;
A mania que está se transformando em necessidade, de se estar conectado 24h por dia;
A ânsia pela aquisição do celular mais moderno, que hoje nos interliga às contas bancárias, comunicações internacionais, pesquisas, consultas, filmes, vídeos, informações instantâneas, longas conversas ao telefone, fotografa e filma o que queremos, acirrando um consumismo desenfreado e altos custos aos nossos orçamentos;
A falha mais grave a meu ver ou aquela característica desta tecnologia apurada, sofisticada, refinada, diz respeito exatamente ao contrário dessa suposta aproximação que a eletrônica iria nos ocasionar:
O ser humano nunca esteve tão distante do outro quanto agora nesta chamada aldeia global!
Portanto, o artigo escrito pelo Mano foi pontual, adequado, mencionando brilhantemente os avanços que estamos tendo nessa área, mas que tem nos cobrado um preço caro demais às nossas relações interpessoais.
E, sem dúvida alguma, propriedades que eram nossas e inatas como pertencentes à essa espécie humana, a cibernética vem se apropriando gradativamente:
A nossa capacidade de pensar;
A nossa capacidade de adaptação frente às dificuldades;
O isolamento que estamos nos impondo para usar o celular como extensão de nós mesmos;
O abandono do diálogo pessoal, pois basta constatarmos em qualquer ambiente que frequentamos, sejam eles os mais variados e exóticos, que lá estão as pessoas teclando freneticamente em seus celulares, mesmo acompanhados de seus pais, amigos, colegas de trabalho, namoradas ... que são deixados de lado por esta atividade que transformou o ser humano como seu objeto, e não o contrário, onde a tecnologia deveria nos servir e deixar a vida mais confortável, e não estarmos à disposição das máquinas e entender que não podemos mais viver sem elas!
Meu aplauso ao Mano pelo trabalho magnífico que nos apresentou.
Meu reconhecimento pelo diagnóstico preciso feito sobre esta distância que, se nos aproxima na comunicação, nos distancia na aproximação, do calor humano, do abraço, do olho no olho, do carinho, do beijo, do afago, da indefectível conversa pessoal e íntima, pois sei de casais amigos meus que se “falam” por celular, DEITADOS NA MESMA CAMA UM AO LADO DO OUTRO!!!
Abração, Mano.
Saúde, muita saúde junto aos teus amados.
Chicão,
ExcluirNorbert Wiener definiu "cibernética", em 1948, como "o estudo científico do controle e comunicação nos animais e nas máquinas". A palavra vem do grego "kybernetes", que significa "timoneiro". Mal sonhava ele que hoje estaríamos preocupados não em sermos os timoneiros, mas em estarmos nos tornando os navios governados... Por quem?
E você definiu bem um dos problemas que os computadores (palavra naquele tempo significando enormes e caríssimas máquinas e hoje povoando nossos bolsos e até nossos pulsos) nos trouxeram quando falou "desta distância que, se nos aproxima na comunicação, nos distancia na aproximação, do calor humano, do abraço, do olho no olho, do carinho, do beijo, do afago, da indefectível conversa pessoal e íntima".
Esperemos que ainda possamos reassumir o timão e dirigir nossas existências em vez delas serem dirigidas pelas máquinas.
Um abraço do Mano
Ótimo este texto e cada dia mais atual
ResponderExcluirEstamos precisando de mais olho no olho ! Mais delicadezas e atenção
Acho muito bom estás modernidades mas com limites
O Francisco completou muito bem os seus comentários
Qualquer dia vou tomar um café com vcs e voltaremos aos velhos tempos
Um abraço
Léa, precisamos mesmo, cada vez mais, do carinho, da atenção e da cortesia que nos tornam humanos. E o café está sempre na mesma para você.
ExcluirUm abraço do Mano
1) Verdade, tempos interessantes, nem sempre atenuantes, por demais estressantes.
ResponderExcluir2) Ótima corrida tecnológica, facilita muito a vida de todos nós, Sou imensamente grato aos avanços na medicina, após as minhas crises de asma e outras de vez em qdo.
3)É pena que apesar de todo esse processo, a violência humana ainda é muito grande, as misérias idem.
4) Parabéns Mano, pelo texto e pela ilustração, a foto me pareceu dois monges da Bélgica.
Mestre Antonio,
ExcluirSão mesmo tempos estressantes (essa palavra nem era popular antigamente) num equilíbrio instável entre as coisas boas e as coisas más trazidas pelo progresso. Como, aliás, sempre deve ter sido.
Os monges, na verdade, são de Utrecht, nos Países Baixos, mas o site do pintor é belga. Você passou perto...
Um abraço do Mano
Wilson,
ResponderExcluirParabéns pelo excelente post capaz de render muitas horas de conversa e, so sorry, looooongos comentários (rsrs) Com certeza a tecnologia tornou nossas vidas mais fáceis, mais seguras e mais confortáveis pois nos oferece as ferramentas para fazer mais com menos. Sem dúvida o meio não é a mensagem e a Internet é apenas isso, um meio, um arquivo, cuja maior virtude também é sua maior fraqueza: não é seletiva. É claro que uma pesquisa no Google não nos fornece a melhor, a mais sábia ou a mais precisa das respostas mas então é melhor aprender a perguntar e prestar atenção ao que lemos checando as fontes para evitar a desinformação e a influência potencialmente viciante e radicalizada da Internet.
Já sabemos que a Web reduz nosso poder de concentração e que está servindo de prótese para a memória humana. Quem se incomoda em memorizar informações detalhadas quando sabe que se for necessário sempre as poderá resgatar jogando no Google a frase chave do capítulo, o título do meio lembrado post ou um verso quebrado do poema meio esquecido? Mas a pergunta central é se a Internet também está mudando a maneira como pensamos, se as nossas mentes estão sendo alteradas devido à nossa crescente dependência de tecnologias digitais. A conversa é sobre se e como ela afeta nossos processos cognitivos, é sobre a possibilidade ou não dela impactar a estrutura de nossos cérebros porque nós não somos apenas o produto do que lemos mas de como lemos.
Ninguém sabe como será essa rapidíssima transição para uma cultura totalmente digital, para a “anunciada internet das coisas onde quase tudo em volta de nós estará conectado”. Ninguém sabe o que está acontecendo na cabeça das crianças enquanto aprendem a ler imersas em mídias digitais durante seis horas por dia, nem como será o cérebro de um leitor em mais uma geração. A questão essencial é até que ponto preservaremos as capacidades críticas do atual cérebro da era da impressão à medida que avançamos para o cérebro digital da próxima geração. Os pirralhos desenvolverão formas mais profundas de pensamento ou se tornarão leitores tão atraídos pelo excesso de informações que não têm tempo nem motivação para seguir em frente além da decodificação superficial?
É fácil descartar essa preocupação, carimbá-la como tecnofobia - o receio tão humano que sempre acompanha a chegada de uma novidade fantástica - jurar de pés juntos que o que importa é malhar o cérebro e que o problema não é o fato de termos informações demais desafiando a nossa fiação biológica de duzentos e cinquenta mil anos e o nosso equilíbrio, mas poucas ferramentas para filtrá-las. Pode ser. Só que Dona Neurociência enche a boca para falar da "plasticidade" do cérebro humano e esclarece que nossas práticas habituais podem realmente mudar nossos neurônios alegando, por exemplo, que os cérebros dos analfabetos são estruturalmente diferentes dos das pessoas que sabem ler. Portanto, se aprender a ler pode moldar um cérebro, certamente que, baseados na lógica, podemos supor que ser viciado na web fará algo semelhante.
Porém ... convém ter em mente que o cérebro humano é craque quando se trata de colocar neurônios não utilizados para novos usos e bem assim, jamais esquecer nesses “tempos interessantes”, que as vidas real e digital continuarão sendo simplesmente o que as pessoas fizerem delas. Esperemos que o bicho homem tome decisões responsáveis e faça escolhas sensatas na sua relação com Dona Internet. Como dizia - não me lembro quem!! (rsrs) - “a diferença entre o remédio e o veneno é a dose”.
Abração
Moacir,
Excluirseu comentário é quase um outro post completando o meu. Então vou apenas dizer que você em toda a razão quando escreve que não devemos "jamais esquecer nesses 'tempos interessantes' que as vidas real e digital continuarão sendo simplesmente o que as pessoas fizerem delas". E que devemos esperar que "o bicho homem tome decisões responsáveis e faça escolhas sensatas na sua relação com Dona Internet", como, aliás, com esse futuro que é resultado do que ele faz nesse presente. E sim, o velho Paracelso tinha toda a razão :)
Um abraço do Mano
Prezado Autor Sr. WILSON BAPTISTA JUNIOR,
ResponderExcluirMuito interessante Vossa análise das consequências da Revolução da Tecnologia da Informação sobre o Ser Humano e Sociedade.
Hoje com um Telefone portátil esperto conectado a Internet somos Receptores, e mais ainda Emissores, de Informações pelo Mundo todo.
De qualquer forma, nosso cérebro mesmo com fiação do tipo das Cavernas ansia por informações e a Tecnologia de Informação atual supre essa necessidade com mais facilidade.
Só que essa super-conectividade parece que acelera a percepção da passagem do Tempo, redundando que hoje, quem viver 100 Anos equivalerá em percepção de Tempo em 50 Anos da Geração anterior. Viveremos mais, com a percepção de termos vivido menos que as Gerações anteriores.
Outro aspecto importante é que perdemos muito de nossa PRIVACIDADE, por mais que nos cuidemos. E a PRIVACIDADE é um grande Valor nosso.
Quanto a Sociedade como um Todo se tornar mais Sábia graças a Revolução da Tecnologia da Informação, acredito que não, uma vez que a Sabedoria é criada por Sábios, que sempre são uma Minoria, e num Mundo onde Todos opinam a opinião dos Sábios fica mais diluída ainda.
Abração.
Flávio, não sei dizer se a aceleração da passagem percebida do tempoé consequência da super-conectividade ou se é simplesmente porque estamos ficando mais velhos, nós que sentimos isso. Mas certamente as gerações futuras sentirão consequências da falta de uma privacidade que elas provavelmente nem saberão o que era.
ExcluirE quando você diz que "a Sabedoria é criada por Sábios, que sempre são uma Minoria, e num Mundo onde Todos opinam a opinião dos Sábios fica mais diluída ainda", me faz lembrar uma piada (talvez nem tanto assim) que postula a Lei da Conservação da Inteligência; "A quantidade de inteligência no mundo é constante, e a população não para de aumentar":)
Espero devotamente que essa lei não venha a ser comprovada...
Um abraço do Mano