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13/02/2020

Meditação Modo Avião


Amanhecer no Rio de Janeiro (fotografia de Monique Figueira - https://creativecommons.org/licenses/by-sa/4.0/deed.en)

Antonio Rocha
Quinta-feira, 30/01/20, o avião da Gol levanta vôo do Aeroporto de Brasília, rumo ao Santos Dumont, no RJ. Saiu às 15:55 e deveria chegar perto das 17:30. Vôo belo e tranqüilo, pelo andar das nuvens chegaríamos um pouco antes do horário previsto.
O piloto avisou que íamos nos preparar para descer, mas... logo após descer um pouco a belanave voltou a subir e o Comandante informou:
- Um vento no Aeroporto Santos Dumont nos impede de descer, nosso horário de pouso agora é 17:50.
Uma senhora que estava a meu lado com uma menina e sua boneca olhou para mim e perguntou:
- Será que tem bastante gasolina para ficar rodando por aí?
Respondi:
- Tem sim, fique tranquila, dará tudo certo.
A tripulação conversava animadamente no fundo da aeronave, dando a entender que o procedimento era normal, de rotina.
Uma senhora lá no meio pediu um copo da água para tomar um calmante. Eu estava no fundo, cadeira 32, corredor e dava para contemplar alguns passageiros. Um silêncio se ouviu e pude perceber orações silenciosas, emudecidas, vozes presas na garganta.
Era uma chuvarada de verão com ventos fortes que se abatia sobre o Rio de Janeiro, soubemos depois.
Lá pela tantas, para descontrair disse para a senhora que estava a meu lado, abraçada com a filha e esta abraçada à boneca:
- Olha as praias oceânicas de Niterói.
- Mas o que ele foi fazer lá, não tem aeroporto, é melhor irmos para o Galeão.
- O Galeão é longe – ponderei – e esta hora, tanto a Avenida Brasil quanto a Linha Vermelha estão engarrafadas.
Comecei então a fazer uma prece budista, mentalmente envolvi os pilotos, cerca de duzentos passageiros e tripulação em uma aura de luz.
Pontualmente, para alívio de todos, às 17:50 estávamos em terra.

10 comentários:

  1. Francisco Bendl14/02/2020, 09:16

    Caro Antônio,

    Ainda bem que eu não estava neste voo!
    O meu peso físico e o da minha consciência, somados aos fortes ventos, teríamos despencados inevitavelmente.

    Preciso deste teu fervor e fé com relação ao nosso país!
    E não te esqueças dos amigos, por favor.

    Alegro-me que tenhas pousado bem, sem maiores sustos.

    Um forte abraço.
    Saúde.

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    1. 1) Amigão Bendl, de uns tempos para cá eu tenho rezado/orado, faço meditações e mentalizações pelos nossos políticos e autoridades. Tanto os do governo quanto das oposições.

      2) É uma forma que encontrei para ajudar o Brasil e o mundo. Mas não é invenção minha, sei que pessoas de outras religiões fazem isso.

      3) Obrigadão pelo seu comentário, sempre com uma boa veia de humor.

      4)Com frequência oro por vc amigo. estás presente no meu livro de orações. E sempre digo, não sou melhor do que ninguém, sou apenas um aprendiz.

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  2. Mestre Antonio, o avião é o modo de transporte em que me sinto mais seguro, mas qualquer um que viaje muito acaba passando por alguns momentos mais tensos. A sua história me lembrou uma vez em que meu voo teve que arremeter e desistir de aterrissar no Santos Dumont, e o comandante nos avisou de que pelas condições do vento íamos pousar no Galeão no Galeão mas teríamos que esperar a nossa vez porque havia uma fila de outros aviões esperando para pousar lá também.
    Depois de duas voltas longas por cima da baía da Guanabara o comandante nos disse que "infelizmente nosso combustível não é suficiente para dar as duas ou três voltas que ainda faltam para esperar nossa vez de pousar no Galeão, então estamos nos dirigindo para... o aeroporto de Congonhas para aterrissar lá". E o avião acelerou os motores e ganhou altura acima das nuvens.
    Imagine o susto dos passageiros ao saberem que, como não tínhamos combustível para dar mais duas ou três voltas por cima da baía, íamos para um aeroporto quase quatrocentos quilômetros mais longe... Podia-se notar o medo e a incredulidade em quase todos os rostos a bordo. Quase ninguém sabia que um voo em grande altitude nesses jatos consome muito menos combustível do que ficar voando devagar e baixinho, dentro do procedimento de espera. Eu mesmo, que sabia disso, confesso que fiquei um tanto apreensivo até que baixamos das núvens e vi a paisagem conhecida de edifícios em volta da pista no coração de São Paulo.
    Após meia hora de espera, reabastecido o avião, decolamos outra vez e chegamos sem sobressaltos ao Santos Dumont, que naquele tempo em que não tinha ainda os "fingers" era o desembarque mais lindo que conheço, com o sol e o vento do mar nos esperando enquanto descemos da escada do avião.
    Felizes os companheiros do seu voo, que tiveram você para acalma-los e procurar, mesmo que eles não soubessem, uma força mais alta.

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    1. 1) Salve Wilson, imagino que outras pessoas no voo estivessem fazendo as suas orações, foi então um somatório de preces...

      2)Nesses pequenos eventos verificamos como a vida humana é frágil...

      3)Abraços de bom fim de semana !

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  3. Heraldo Palmeira15/02/2020, 01:25

    Antonio,
    A experiência de voar é mesmo fascinante e, como não temos asas, nos é obrigatório suportar as surpresas dos voos nos quais pegamos carona, seja com oração, seja com esperança, seja com a certeza de que vamos chegar - que só se torna certa quando chegamos. Abraço.

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    1. 1) Isso mesmo Heraldo, concordo plenamente;

      2) Me fez lembrar qdo viajei de navio Itaité Santos - Londres (Tilbury)ao atracarmos um jovem oficial de Marinha Mercante me dizia:

      3)"Em primeiro lugar eu quero é pisar na terra, no chão..."

      4)Este planeta maravilhoso, que infelizmente, como tudo, tem os seus dissabores.

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  4. Moacir Pimentel15/02/2020, 09:11

    Antonioji,
    Penso que o Rio, visto do alto, ainda é a cidade mais maravilhosa do mundo. Não fico nem um poucachinho tenso voando e encaro atrasos, extravio de bagagens, trepidações etc, “de boa”, como devem dizer os seus alunos. Só que costumo ler, em vez de meditar quando em trânsito e através das intempéries (rsrs) Mas, por favor, não deixe de me incluir no seu livro de orações.
    O bom comentário do Wilson me fez lembrar que, em 1981, voltei da Ásia para a Itália mas passei o verão fazendo bicos na Grécia, para onde voei pela companhia aérea da Bulgária, que era, então, a de mais baixo custo. Sucede que na volta o avião saiu muuuuito atrasado de Atenas com destino a Sofia, onde eu faria uma conexão para o trecho final até Roma. Resultado: perdemos a conexão e os búlgaros tiveram que endossar os bilhetes e acomodar os passageiros no próximo voo para a Cidade Eterna que, por acaso, era da Swisss Air.
    Sucede que antes de decolarmos o aeroporto foi fechado devido a uma tempestade e que eu fiquei durante dois dias na capital de um país socialista sob a responsabilidade cinco estrelas dos suíços capitalistas. Moral do comentário: os imprevistos aéreos às vezes resultam no caminho do meio e combinam o melhor dos mundos (rsrs)
    Namastê!

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  5. 1) Prezado Pimenteelji, com muita alegria inclui o seu nome e o de sua família no meu livro de oraões. São pequenas preces e vibrações que envio à distância para muitos.

    2)Quem se encarrega de levar tais "recados" é a Energia do Vento, que sendo um elemento da Natureza nos ajuda muito.

    3) Pelo visto vc deve ser, talvez, uma das pessoas mais viajadas da referida lista.

    4)Abraços interfronteiras !

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  6. Olá Antonio,
    Desculpa a demora. Ando muito desorganizada, e o tempo corre que corre!
    Muito bom seu post, a gente se identifica logo.
    O que me chamou a atenção foi sua preocupacão com as avenidas engarrafadas. Nem a chance de um pouso super emergência.
    Já passei por isso, só que de ônibus, vindo sozinha de Cabo Frio. Sentada logo atrás do motorista via seus esforços para não cochilar. Devia estar trabalhando sem descanso por causa das férias de verão. Imagine...o ônibus cheio de crianças, inocentes e alegres na maior algazarra! E a serra de Petrópolis...
    Você é muito observador percebendo do fundo do corredor as bocas seca e vozes presas na garganta. Também sou um pouco assim.
    Ainda bem que deu tudo certo e temos você aqui hoje nos contando sua aventura bem sucedida.
    Até mais.

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  7. Flávio José Bortolotto17/02/2020, 10:00

    Prezado Autor Prof. Dr. ANTÔNIO ROCHA,

    A experiência prova que não existem muitos Ateus dentro de Aviões em emergência, ou nas Trincheiras na hora de uma Carga de Bayonetas.

    Abração.

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