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29/06/2012

Perder para os chineses - ou construir a Enterprise?

As divergências políticas entre os Estados Unidos e a China impediram esta última de participar do programa da Estação Espacial Internacional; os chineses então resolveram construir uma para eles. O primeiro módulo (Tiangong 1, ou "Palácio Celestial") foi colocado em órbita em setembro de 2011, com a previsão de ficar dois anos no espaço, servindo para o treinamento de astronautas e preparação da construção de uma estação mais definitiva. Em 16 de julho uma equipe de três astronautas decolou do espaçoporto de Jiuquan na nave Shenzhou 9 e fez o primeiro acoplamento de uma nave tripulada com o módulo Tiangong1. O vídeo abaixo, da televisão chinesa, mostra a entrada dos astronautas no módulo Tiangong:



Treze dias depois os astronautas desligaram a nave Shenzhou do Tiangong e voltaram à Terra, descendo no deserto da Mongólia. O vídeo abaixo, também da televisão chinesa, mostra a chegada da nave:



Enquanto os Estados Unidos, atingido o fim do ciclo de vida dos ônibus espaciais, cuja aposentadoria os deixou dependentes das caronas nas espaçonaves russas Soyuz (ironicamente chamadas "União") para o acesso dos seus astronautas à Estação Espacial Internacional, cortam cada vez mais o orçamento da NASA, desativaram o projeto Constellation de voltar à Lua em 2925 e passaram a apostar nos recursos das empresas privadas para o desenvolvimento e operação das naves de transporte à orbita baixa, os chineses preparam a construção de sua estação, que deve ter seu primeiro módulo lançado em 2015, planejam colocar astronautas na Lua entre 2025 e 2030 e em Marte entre 2040 e 2060. À medida em que o programa espacial chinês toma impulso, e avaliando o progresso econômico que a China tem conseguido nos últimos anos, parece bem provável que ela se torne o país líder da exploração espacial dentro de poucas décadas.
Um engenheiro americano lançou a idéia, que à primeira vista pode parecer absurda, de mudar radicalmente os rumos do programa espacial americano e partir para a construção, em vinte anos, de uma nave espacial parecida com a "Enterprise" da série Viagem nas Estrelas, a um custo aproximado de um trilhão de dólares. Parece loucura? Pois ele argumenta que o programa Apollo, durante sua duração, custou perto de meio por cento do PIB americano a cada ano, e que a nave que ele propõe custaria pouco mais de metade disso, 0,27 por cento do PIB durante trinta e cinco anos. Ele produziu um site com um programa bastante bem fundamentado e estimativas detalhadas de custo para a produção da primeira nave e, depois dela, da produção de uma nova nave a cada trinta e três anos, incorporando a cada geração os progressos tecnológicos que forem sendo alcançados nesse período.

                                                         Fotografia: Paramount Pictures

A nave Enterprise funcionaria como um laboratório espacial, tomando o lugar da Estação Espacial, que pode ter que ser abandonada já em 2020, como uma plataforma de carga e como uma nave de exploração. A primeira nave seria capaz de atingir Marte em noventa dias de viagem, com propulsores de tecnologia já conhecida. E depois, quem sabe, continuar "where no man has gone before"?
Vale a pena dar uma olhada no site do engenheiro (em inglês) para ver até onde ele chegou nos seus estudos:
http://www.buildtheenterprise.org/

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