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Moacir Pimentel
Dia desses o Wilson comentou por aqui que...
“Viajar é atravessar uma sucessão de
arcadas no espaço e no tempo, concretas ou figuradas, e toda a sua essência e a
graça estão na diversidade delas, na expectativa pela surpresa do que vamos
encontrar atrás de cada uma e no coração aberto com que recebemos o que
encontramos. Seja a viagem com nossas pernas através do mundo ou com nossa
mente na poltrona da nossa biblioteca.”
Sucede que desde moleque tenho alma de cigano, um grande afeto pelas
viagens e uma paixão pelos arcos e arcadas da vida, feitos pela Natureza ou por
mãos humanas. Portanto tal observação do nosso Editor me fez ir em busca de
imagens de arcos e de arcadas nas minhas pastas de fotos para ilustrar meu
discurso. E aí estão alguns flashes de arcos “concretos”: Santiago da
Compostela, Paris, Madri e Lisboa.
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Acontece que são muitas as fotos. Pudera! O arco é um elemento
arquitetônico do qual se tem notícia desde o segundo milênio antes do Cristo! E
por onde vou tenho a mania de fotografá-los enquanto os atravesso, produzindo
imagens geralmente escuras, mas já anunciando as boas novas que me esperam do
lado de lá. O fato é que eu fico feliz como um pinto no lixo mexendo no meu
laptop viajando pelas minhas fotos. Melhor que isso só mesmo na real! E a
pergunta é: por que nos sentimos tão bem quando viajamos?
Não é a perspectiva de finalmente tirar todas as fotos icônicas nem a
quantidade infinita de comida deliciosa para a gente provar pelo caminho
embora, no último caso, bem que ajude (rsrs) Será por causa da adrenalina da
novidade? O que nos empurra de novo e de novo para ver mais e saber mais do
mundo? Tudo bem que o impulso para as viagens é algo pessoal, é de cada um, mas
as razões pelas quais viajamos são em grande parte universais – foi assim que a
nossa espécie povoou o planeta Terra.
Qualquer um que já tenha voado em uma companhia aérea de baixo custo
entende o significado da palavra “paciência”: os atrasos nos vôos, as poltronas
apertadas, as bagagens perdidas, as esteiras intermináveis, as linhas de metrô
incompreensíveis. Navegar de um lugar para outro nem sempre é a experiência
perfeita que nos vendem nos balcões das empresas de turismo. Mas toda vez que
dentro de um avião eu literalmente levanto voo, me sinto liberto e novo em
folha e um eterno aprendiz.
É disso que se trata: viajar é aprendizado. As viagens nos ensinam, por
exemplo, que quando as coisas ficam desafiadoras ou quando tudo dá errado temos
que nos virar e continuar... viajando (rsrs) Elas exigem que confiemos em nós
mesmos, nos capacitam a realizar aquilo que temos planejado em nossas mentes.
Numa viagem, os solavancos das estradas - literal e figurativamente - são
abundantes, e temos que resolver os problemas da forma mais rápida e criativa.
Essa capacidade de ser adaptável, de enfrentar dificuldades sozinhos, de
superar barreiras linguísticas, faz com que os desafios da vida cotidiana, em
contraste, nos pareçam muito mais gerenciáveis.
Viajar nos permite também confiar no mundo desconhecido e assustador,
pois, embora atentos, em destinos que não conhecemos é preciso confiar na
intuição e esmagar os estereótipos e nos mover sem medo movidos por compreensão
e compaixão.
O fato é que pela estrada afora somos forçados a confiar em estranhos.
Ao pedir direções nas ruas, ao solicitar recomendações de restaurantes, ao
trocar moeda, ao tomar um caminho desconhecido, ao saltar do ônibus ou do metrô
ali ou aqui conforme nos orientaram, temos que confiar constantemente na
generosidade alheia, em estranhos que nem sequer falam a nossa língua.
Nesse contexto torna-se difícil ter medo de regiões ou países ou cidades
depois que se interage com sua gente, que se vive com e como eles, que os vemos
sorrindo, andando com seus cachorros, compartilhando sorvete com seus filhos,
sentando-se nos bancos das praças com seus idosos. Todas essas experiências
tumultuam tanto nossos preconceitos que os fazem desaparecer inteiramente, “como
picolé no céu da boca”, como tão lindamente diz a Donana. Isso nos permite
estar abertos, quebrar barreiras culturais e transformar desconhecidos em apenas
outros humanos.
A viagem faz a gente se apaixonar por aprender, reaviva aquela sede que
experimentávamos quando éramos meninos e nos maravilhávamos diante de algo que
nunca tínhamos visto, perguntando a quem estava ao nosso lado com uma
curiosidade inesgotável: “O que é isso?”
Viajar é basicamente uma aprendizagem sem fim e experiências disfarçadas
de aventura. Os livros de história são uma coisa, mas explorar outros mundos dá
vida às páginas das antigas narrativas. Viajar nos reconcilia com a alegria de
entender, de explorar no nosso ritmo, de refletir sem pressa, de absorver tudo
o que podemos. Saber pelo prazer de saber, para nós mesmos e ninguém mais.
Viajar é um tipo de “iluminação”.
Então se você que está aí lendo e tomando um café estiver achando as
imagens das minhas fotos melancólicas, por favor, não as entenda assim. Nelas a
escuridão apenas enfatiza a luz do desconhecido me esperando depois dos arcos e
túneis da Torre dos Clérigos e da Sé no Porto, no Rio Sena em Paris e na Torre
de Belém em Lisboa.
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Não viajo para ser mais ou ter mais mas para ver tudo. Veja o caso dos
tais arcos, por exemplo. O fato é que os arcos são universais, fazem parte das
mais belas construções da humanidade. São muitos os tipos de arco mas nas suas
formas básicas eles são circulares, pontiagudos, parabólicos e catenários. Se
paramos alguns minutos para tentar lembrar, da nossa memória resgataremos arcos
da Ásia, da África, da Europa e das Américas.
A forma sedutora do arco deixou sua marca por todos os lados do planeta
azul, em todas as culturas e continua, indiferente, a estar no cerne de algumas
de nossas criações mais inspiradoras. Das ruínas de monumentos antigos à luz
refratada etérea das construções de vidro modernosas, o arco tem sido usado por
todo vasto mundo e nenhum outro elemento da arquitetura é capaz da façanha de
engenharia estrutural com tanta graça e aparentemente tão pouco esforço.
Usado pelos mesopotâmios por falta de pedra ou madeira, foram porém os
romanos, sempre precoces, que iniciaram o uso sistemático do arco, que usaram e
abusaram dele para escalar dramaticamente grandes distâncias em arcadas,
abóbadas, aquedutos, arenas, em seus grandes feitos de engenharia e para
celebrar suas maiores vitórias militares, como no caso dos Arcos de Augusto e
Constantino.
No Coliseu romano, o maior anfiteatro do mundo no seu tempo, essas duas
funções foram combinadas perfeitamente, por cerca de duzentos arcos. Creio que
nenhuma outra construção argumenta melhor quanto ao poder gracioso do arco.
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Mas as legiões romanas, por mais que tenham tentado, jamais se
apropriaram da antiga cidade de Ctesifonte, a sudoeste de Bagdá, hoje chamada
de Salman Pak, da qual hoje só restou – adivinha o quê? – o Arco de Ctesiphon,
o maior de tijolo já construído, também apelidado de Taq-i-Kisra. Em Atenas
ainda mora o Arco de Adriano e arcos semi-circulares feitos com blocos de
calcário moram na Grande Muralha da China e não tem como não se encantar com as
curvas da Ponte de Anji sobre o rio Xiaohe. Aliás o paifang, também conhecido como pailou, o tradicional arco
arquitetônico chinês, é primo legítimo da torana indiana.
Arcos enfeitam o Kings College de Cambridge, o Castelo de Neuschwanstein
na Baviera, a nave da igreja no mosteiro de Alcobaça em Portugal, a fachada da
Catedral de Chartres na França, a Abadia de Westminster em Londres , a Basílica
de São Pedro no Vaticano, a Hagia Sophia em Istambul na Turquia, a grande
mesquita de Meca, o Domo da Rocha na Cidade Velha de Jerusalém, o Taj Mahal em
Agra, o Palácio de Udaipur no Rajastão, o Portão da Vitória de Munique, na
Alemanha, o Museu do Hermitage, em São Petersburgo, o Museu do Louvre, o Salão
dos Espelhos e a Galerie des Batailles do Palácio de Versalhes.
Na montagem abaixo, em sentido horário, veja o arco de Roosevelt, o ícone
do Parque Nacional de Yellowstone, situado na sua entrada norte em Montana e o
arco da cidade de Barcelona, na Espanha, construído como uma entrada para a
Exposição Mundial no ano de 1888. Em seguida, abrimos espaço para os estranhos
arcos de um jovem arquiteto catalão que, apaixonado pelas natureza e geometria,
descobriu a capacidade mecânica de distribuir um peso de forma uniforme do arco
catenário e o casou com a sua arquitetura extremamente original, tornando-o
motivo recorrente na Sagrada Família e, como vemos no centro da festa, no Park
Güell e na sua Casa Milà.
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Antoni Gaudí, com os seus arcos catenários, driblou os mestres pedreiros
da Idade Média que precisaram dos arcos para tornar suas obras-primas góticas
estruturalmente mais eficientes e nas catedrais e demais constuções góticas os
fizeram pontiagudos - essa inovação permitiu aberturas mais altas e mais
próximas. Na Abadia de Tintern – em baixo à esquerda na montagem - hoje apenas
uma pitoresca ruína em Wales, testemunhamos o arco transformar-se de um estilo
arquitetônico em um movimento transcultural. O arco gótico pontudo, delgado e
sinistro reduziu o impulso horizontal do arco romano tradicional. Menos força
nas bases foi a chave para criar a leveza da bela e vertical arquitetura
gótica.
Se bem que muito mais popular (o arco americano não é tão popular
quanto) é a resposta que os dinamarqueses Johann Otto von Spreckelsen e Erik
Reitzel deram, no aniversário de duzentos anos da Revolução Francesa, ao Arco
do Triunfo: o Grande Arche de la Défense! Um tesseract 3D revestido de vidro e
mármore de Carrara, que comemora a humanidade ao invés das vitórias militares
como o seu primo morador dos Campos Elíseos.
Outro arco catenário lendário é de autoria de Eero Saarinen e Hannskarl
Bandel. Com quase duzentos metros e duas toneladas de aço inoxidável, continua
a ser o monumento desse material mais alto do mundo, e sua forma graciosa é um
ícone tanto da cidade de Saint Louis, nos Estados Unidos, quanto da arquitetura
do século passado.
E o que dizer dos nossos arcos desenhados por Niemayer no Sambódromo, no
Palácio do Itamaraty e na Catedral de Brasília? Dos arcos da Ponte Rialto sobre
o Grande Canal em Veneza e do arco perfeito desenhado pela Ponte do Arco-Íris
sobre o Rio Niágara ligando as fronteiras americana e canadense ao lado das
cataratas? E, last but not least, do
arco cavado pelos elementos que hoje os franceses chamam de Pont d’Arc?
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Depois de ver tantos arcos e tanto mundo, é bom estar em casa. É sempre
uma delícia poder voltar para o nosso cantinho, para os metros que nos cabem
nesse latifúndio. É fácil se apaixonar por arcos distantes e estradas
acidentadas, pelos sons dos sinos de um templo budista e do flamenco espanhol e
pelas lindas arcadas francesas. Ao experimentar essas coisas, nossa primeira
reação pode ser compará-las ao lar, onde nossas vidas passam devagar quase
parando e quase sem novidades.
Mas na verdade, viajar também nos ensina a apreciar nossas raízes. As
diferenças entre a nossa cultura e aquelas que experimentamos de passagem nos
fazem perceber o valor real de ter um chão para chamar de nosso, de nele ter
plantado sementes que já deram fruto, dos laços de afeto que construímos e que
estarão à nossa espera no regresso.
Embora viajar nos afete mesmo quando estamos descalços, sentados no
sofá, em casa, como agora, olhando essas fotos e percebendo quanta bagagem nos
sobrou desde os dias perdidos no tempo, quando os primeiros exploradores
pisaram a estrada e/ou entraram em barcos instáveis e os conduziram por mares
ignotos para encontrar mundos novos. Percebemos que a aventura é uma
mentalidade e que as viagens alteram toda a nossa abordagem à vida nos
conectando com o mundo além da nossa porta da frente, com gente que mora em
qualquer latitude. Fora das bolhas protetoras de nossas casas, podemos ver
claramente que todos somos parte de uma história maior. E essa percepção acaba
com o medo e os preconceitos e torna o mundo um lugar muito menor. Afinal, é
muito mais divertido amar o mundo do que ter medo dele.
Mas atravessar as arcadas mais bonitas que conheço fica para outra
conversa...
Fico muito contente que a minha pequena observação tenha provocado um artigo tão bom sobre o prazer e o impulso de viajar, e por nos trazer nas fotografias a lembrança de algumas arcadas atravessadas e a vontade de atravessar outras, vendo "a luz do desconhecido nos esperando depois, anunciando as boas novas que nos esperam do lado de lá".
ResponderExcluirObrigado. Mais uma vez.
Wilson,
ExcluirA alegria nas Conversas do Mano é saber que não estamos sozinhos nesse pensamento e/ou no contrário dele, que quem nos lê, quem é lido por nós, o que lemos de nós nas leituras que fizeram de nós e/ou - como foi o caso dessa sua grande observação! - nas leituras que fazemos dos demais autores formam mundos desconhecidos que a luz ainda não conhecia. Se por essas paragens quem ensina a "aprender a aprender" é você, quem entende do "desconhecido" é o Jorge Luis Borges:
"Não há um único homem que não seja um descobridor. Começa descobrindo o amargo, o salgado, o côncavo, o liso, o áspero, as sete cores do arco e as vinte e tantas letras do alfabeto; passa pelos rostos, pelos mapas, pelos animais e pelos astros, conclui pela dúvida ou pela fé e pela certeza quase absoluta de sua própria ignorância.”
"Gratidão" por me fazer acreditar que tenho atravessado algumas arcadas certas (rsrs) e um grande abraço
Uma delícia de artigo e que fotos maravilhosas, Moacir. Apesar dos preços e das filas nos aeroportos quem não gosta de viajar? Adorei a luz depois dos túneis escuros mas do outro lado só consegui reconhecer o Rio Sena e a pirâmide do Louvre kkk Prefiro os arcos românticos da Abadia gótica e os da natureza com que você começou e terminou. Lindos! Só ficou faltando o arco-íris. Obrigada!
ResponderExcluirMônica,
ExcluirVocê esqueceu da chatice que é perder a bagagem, mas as visões de Paris lá de Montmartre, ou do Rio lá do topo do Corcovado ou de Machu Picchu quando finalmente chegamos às ruínas, compensam qualquer mala extraviada (rsrs) Não, não ficou faltando o arco-íris e ele teve, inclusive, direito a uma discreta foto. Por favor, olhe de novo, na última montagem fotográfica, a foto da Ponte do Arco-Íris na qual ele está presente sobre as cataratas.Porém...
Desculpando-me pelo amadorismo da foto mando-lhe algo mais profissional e, de quebra, o Ray Charles. Quem era o cara? Um amigo de infância (rsrs)
https://www.youtube.com/watch?v=dLaAZ4guUHI
Abração
Amei! O tio Ray é irado e vai para a minha pasta de eternos kkk Obrigada, Moacir!
ExcluirMoacir,
ResponderExcluirO Sr Wilson falou tão bem que lhe inspirou este maravilhoso artigo. Gostei demais de conhecer tantas lindas arcadas e de atravessar de novo arcos por onde passei sem prestar atenção. Mas amei a parte que você fala das crianças curiosas que observam tudo, perguntando sobre o que nunca viram : 'O que é isso?' Lembrei da minha infância e de como meus pais me revelaram o mundo devagar através de brincadeiras, livros, filmes, música, sabores, passeios e viagens. Espero continuar sendo capaz de me encantar com as coisas com aquela alegria do Eterno Aprendiz do Gonzaguinha até ficar bem velhinha :
'Eu sei que a vida devia ser bem melhor e será
Mas isso não impede que eu repita: é bonita, é bonita, é bonita'
Um abraço para você.
Flávia,
ExcluirEsse "encantamento" que você espera continuar experimentando foi traduzido impecavelmente por meu Mestre Alberto Caeiro no seu Guardador de Rebanhos:
(...)
O meu olhar é nítido como um girassol.
Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda,
E de vez em quando olhando para trás...
E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
E eu sei dar por isso muito bem...
Sei ter o pasmo essencial
Que tem uma criança se, ao nascer,
Reparasse que nascera deveras...
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do Mundo...
(...)
Outro abraço para você
Bom post, belas fotos, ótima reflexão. Viajamos porque Paris é Paris e Fernando de Noronha é Fernando de Noronha, pela emoção visceral de estar em um lugar novo, para relaxar, nos divertir, comer e beber bem, porque o trabalho é estressante e a pressão arterial está muito alta e porque precisamos de férias, rs. Mas também porque se afastar de tudo o que se conhece por algum tempo, fugir da rotina não importa para onde é um desejo humano básico que faz muito bem aos neurônios. As viagens arejam a mente e alargam os horizontes.
ResponderExcluirMárcio,
ExcluirEstar longe da rotina massacrante não é a única vantagem de viajar como também essa flexibilidade mental mencionada por você não é apenas produto da mera distância. Não basta mudar os fusos horários e continuar comendo pipoca e Big Mac, por exemplo. Há que experimentar uma bela de uma polenta cremosa com um ragu de carnes ou um irish stew, ou um arroz bem malandrinho (rsrs) Mesmo nessa era globalizada que caminha a passos largos para a padronização, ainda se turbina os neurônios mergulhando nas diversas culturas, experimentando a diversidade das tradições humanas, se desorientando e surpreendendo pelas maravilhas não incluídas nos guias turísticos, que certamente não fazem parte da ementa familiar. Nós viajamos porque a adrenalina, a diferença, o desconhecido e o aprendizado são temperos poderosos. De volta ao lar - que maravilha! - encontraremos tudo igual e nos devidos lugares, mas algo em nossa mente terá mudado, e isso muda tudo. Obrigado por comentar.
1) Viajar é viver, vivenciar diferentes locais, bonitos, lindos, encantadores, prazerosos. Eis o que me provoca as fotos que ilustram a boa matéria.
ResponderExcluir2)E, humildemente, diante de tanta beleza, lembro dos Arcos da Lapa, aqui no Rio, ao pé do Morro de Santa Teresa, onde moro. Originalmente era um aqueduto, depois virou o caminho dos trilhos do bondinho.
3) Bom fim de semana a todos (as) !
Antonioji,
ExcluirNão se pode falar humildemente dos Arcos da Lapa, à beira da sua bela Santa Teresa, ou do aqueduto de Vila do Conde, a t'rrinha natal de minha mulher, ou das arcadas do Terreiro do Paço em Lisboa, ou daquelas da velha e tão "pobrinha" Havana Velha.Não tem como. São coisas bonitas demais, patrimônios da nossa humanidade. Mas vamos em frente, post a post, passo a passo, aprendendo sempre e desejando não só um bom final de semana mas um "Sarva Bavantu Mangalam" para todos os caminhantes.
"Gratidão"
Olá Moacir,
ResponderExcluirAs arcadas são mesmo lindas! E você nem mostrou as preferidas...
O escuro da passagem só faz brilhar mais a luz do outro lado. E alimentar as expectativas.
Seu post está um delícia de ler. Mistura paisagens com coração. Com reflexões e pensamentos passageiros. Muito bom.
Fiquei lisonjeada com a referência...
Obrigada pelo passeio teclaguiado.
Esperando mais.
Caríssima Donana,
ExcluirAs minhas arcadas preferidas - que acredito a Redação irá publicar "em seguidinho"- são uma paixão antiga, sempre renovada. Trata-se de um dos meus recantos prediletos no vasto mundo. Tomara que a senhora goste. Mas se por acaso não rolar, terá sido por falha do escrevinhador e não das arcadas.
Quanto às pitadas de emoção e "pensação" no post, é que não viajamos pela metade e então quando olhamos à nossa volta avistamos paisagens físicas, mentais, emocionais e espirituais. Para atravessar todas essas arcadas e chegar inteiros do outro lado temos que cultivar tanto a mente quanto o coração.
Finalmente, fazer o quê se suas metáforas são deliciosas? Picolé de limão derretendo no céu da boca sob um sol de meio dia é uma experiência de viagem definitiva. E pode apostar que os seus passeios "teclaguiados" acabam de ser incorporados ao meu vocabulário (rsrs)
Por tudo, muito obrigado.
"Até mais"
Pimentel,
ResponderExcluirVocê tem um jeito holístico de ver o mundo como um todo integrado. É por causa desta mentalidade que viajar é sempre uma aventura prazerosa para você. Aqui da minha zona de conforto e depois de ter visto a universalidade dos seus arcos, só me resta agradecer pela agradável leitura. Bom final de semana.
Sampaio,
ExcluirO que mais me atrai numa viagem é justamente o inesperado das partes, o quebra cabeça dos contrastes culturais, as diferenças e ambiguidades humanas convivendo na aldeia global.É bom demais perceber que existem formas diferentes - e igualmente válidas - de interpretar o mundo.
Por exemplo, na maioria dos países asiáticos quando somos convidados para fazer uma refeição na casa alheia, é de bom tom deixar um pouco de comida no prato. É um sinal de boas maneiras, é um elogio, significa que a mesa foi farta e o anfitrião generoso. Já na Itália tal atitude seria um insulto à pobre mamma de plantão, uma clara indicação de que a comida preparada por ela, com tanto zelo, não estava boa.
A "aventura" é ser capaz de entender os contextos e os matizes e agir de acordo.Tais experiências expandem as nossas "mentalidades" de tal forma que passamos a não lidar bem com preconceitos, a rejeitar as primeiras impressões, a precisar de muito mais do que os nossos "achismos" para formar opinião e encontrar respostas. Por fim, o Gregório de Mattos tem uns versos "holísticos" inesquecíveis: "O todo sem a parte não é todo/ A parte sem o todo não é parte". Pois é. Não é que eu prefira os poetas aos filósofos. Mas quase ... (rsrs)
Bom final de semana!
Pimentel,
ResponderExcluirEm certos temas abordados não existem opiniões diferentes porque são unânimes na qualidade e beleza, logo, resta-nos tão somente apreciar as imagens e elogiar o autor pela sua sensibilidade em fotografá-las e comentar a respeito.
Portanto, vejo-me obrigado a te parabenizar pela postagem, magnífica, esplendorosa, e que permite àquelas pessoas que não conhecem esses arcos que nos mostras, agradecer a chance de admirá-los graças à tua ideia de registrá-los em mais um brilhante artigo da tua lavra, exatamente o que faço neste comentário, de ser grato pelo conhecimento que a mim, pelo menos, estás trazendo neste blog extraordinário.
Um grande abraço.
Saúde e paz.
Prezado Bendl,
ExcluirFico muito satisfeito não apenas por você ter apreciado as arcadas - que rolaram a partir de uma observação do Wilson - mas por ter comentado o post. Porque o nome do blog é Conversas e o que ele nos oferece de mais valioso é justamente o contato com o outro, a troca de teclas, o convívio com a opinião alheia, um valor sagrado nesse mundo complexo no qual temos que aprender a respeitar as concepções individuais sobre a vida, os costumes, os gostos e as crenças para sermos capazes de abrir compassos e rabiscar arcos que nos sirvam de pontes.
Muito obrigado e outro grande abraço.
Falar o que ? Depois de tantos comentários perfeitos ... só me resta agradecer pelas viagens aos arcos
ResponderExcluirFotos lindas '
E falar que viajar é muito bom mas voltar pra casa é ótimo !
Léa,
ExcluirQue bom que você voltou para me postar esse comentário caseiro (rsrs) Nem me fale na maravilha que é, depois de uma longa ausência, voltar para casa. A gente abre a porta, sente o cheirinho e o aconchego, tira o sapato, revê os quadros, os CDs e DVDs na estante do corredor, os livros de uma vida no escritório e vai avançando e aí quase que geme de felicidade: "Minha cama!" (rsrs)
Aliás o Mário de Andrade traduz muito melhor que eu essa bem aventurança:
(...)
"Minha casa...
Tudo caiado de novo!
É tão grande a manhã!
É tão bom respirar!
É tão gostoso gostar da vida!...
A própria dor é uma felicidade"
(...)
Abraço