Luís de Camões (imagem Domingos Ferreira) |
Domingos Ferreira
GLÓRIA
Os navios
suspenderam de Calicute em 29 de agosto de 1498, trazendo a boa nova da
descoberta do “Caminho Marítimo para a Índia”. Além disso, Vasco da Gama, a
duras penas, conseguiu obter do Samorim um compromisso escrito, assim dizendo:
“Vasco da Gama, fidalgo de vossa casa, veio à minha terra, com o
que eu folguei. Em minha terra, há muita canela, e muito cravo e gengibre e
pimenta e muitas pedras preciosas. E o que quero da tua é ouro e prata e
escarlata.”
Os navios levavam
modestas quantidades das cobiçadas especiarias, e alguns objetos típicos da
cultura local, obtidos em troca dos tecidos e tapetes portugueses vendidos no
mercado. Também, transportavam, à força, alguns nativos malabares, da escolta que
levou os reféns portugueses até os navios. Vinha, ainda, o intérprete Monçaíde,
convertido ao cristianismo pelo batismo.
No primeiro
trecho da viagem, Gama foi até a ilha Angediva, próxima à Goa, cerca de
trezentas milhas costa acima. Ali, “cravou um “padrão”, tomando posse da terra
para Portugal. Esse fato mostra o notável planejamento dos portugueses, ao se
apoderarem dessa ilha, em posição privilegiada. Ela serviria de base para a futura
conquista de Goa, principal porto português no oeste da Índia, o que veio a
ocorrer em 1510, durando até 1961.
A travessia seguinte,
até Melinde, foi muito penosa, devido às calmarias e ventos pela proa, típicos
das monções. Os pequenos navios lusos vagaram pelo Índico durante três meses!,
chegando a Melinde em 7 de janeiro de 1499. Seu estado era lamentável, agravado
pela perda de muitos homens, por escorbuto e fome. Isso levou ao remanejamento das
tripulações para a nau São Gabriel e a caravela Bérrio. A São Rafael, em pior estado,
foi destruída.
O Sultão de
Melinde deu todo apoio logístico aos navios, reiterando o interesse em
colaborar com os portugueses em seus próximos trânsitos pela região.
Revigorados, os lusos seguiram viagem, em 13 de janeiro, contornaram o Cabo da
Boa Esperança, em 20 de março, e atingiram Cabo Verde, em 25 de abril de 1499.
Paulo da
Gama adoeceu gravemente. Vasco da Gama fretou uma caravela ligeira, em Cabo Verde , e prosseguiu
pela derrota mais rápida, via ilhas dos Açores, tentando chegar logo a Lisboa
para salvar o irmão. Contudo, Paulo faleceu nos Açores e Vasco prosseguiu para
Portugal, onde aportou ao final de agosto de 1499.
Enquanto
isso, a caravela Bérrio, sob o comando de Nicolau Coelho, chegou a Lisboa em 10
de julho de 1499, seguida pela nau “São Gabriel”, alguns dias depois. Haviam
decorrido dois anos e dois dias desde a partida de Lisboa. Dos cerca de cento e
setenta tripulantes iniciais da viagem, retornaram somente cinquenta e cinco! Camões
registra o feito:
Assim foram cortando o mar sereno,
Com vento sempre manso e nunca irado,
Até que houveram vista do terreno
Em que nasceram, sempre desejado.
Entraram pela foz do Tejo ameno,
E a sua pátria e Rei temido e amado
O prêmio e glória dão por que mandou,
E com títulos novos se ilustrou.”
(Canto X,
estrofe 144)
O poeta dedica,
ainda, parte de sua obra maior para reafirmar a glória dos navegadores lusos.
Para tanto, cria a metáfora da Ilha dos Amores, obra de Vênus para premiá-los
pelo grande feito, realizado com férrea vontade e imenso sacrifício. Os
indomáveis navegadores são levados a uma ilha paradisíaca, em algum ponto do
Índico, onde os esperam Tétis, a “Ninfa do Oceano”, com lindas companheiras,
sequiosas em agradá-los.
O que ali se passou é narrado em versos magistrais, com pleno
conhecimento de causa por parte do autor:
Sigamos essas Deusas, e vejamos
Se fantásticas são, se verdadeiras.
Isto dito, velozes mais que gamos,
Se lançam a correr pelas ribeiras.
Fugindo as Ninfas vão por entre os ramos,
Mas mais industriosas que ligeiras,
Pouco a pouco, sorrindo, e gritos dando,
Se deixam ir dos galgos alcançando.
(Canto IX,
estrofe 70)
E sendo mais
explícito:
Que famintos beijos na floresta,
E que mimoso choro que soava!
Que afagos tão suaves, que ira honesta,
Que em risinhos alegres se tornava!
O que mais passam na manhã e na sesta,
Que Vênus com prazeres inflamava.
(Canto IX,
estrofe 83
)
A magna
Ninfa Tetis dirige-se a Vasco e:
Tomando-o pela mão, o leva e guia
Para o cume de um monte alto e divino
No qual uma rica fábrica(3) se erguia
De cristal toda e de ouro puro e fino.
(Canto IX,
estrofe 87)
É servida
uma lauta e rica refeição ao Capitão e seus homens, seguida de longa e
restauradora sesta. Nessa ocasião, em um bosque perfumado, Tétis se entrega a
Vasco e ambos desfrutam uma sublime tarde de amor. O Poeta assim exalta a
transcendência dos feitos portugueses, cujo valor beira ao divino olímpico.
Em seguida,
Camões leva Vasco e Tetis a um local onde:
Aqui um globo vêem no ar, que o lume
Claríssimo por ele penetrava,
De modo que seu centro está evidente.
Como a sua superfície, claramente.
(Canto X,
estrofe 77)
A partir da
visão desse globo celeste, o universo é mostrado a Gama pela Ninfa, baseado na
cosmologia geocêntrica de Ptolomeu, vigente na época da viagem à Índia. Ela enumera
diversas esferas transparentes, concêntricas em torno da Terra, na primeira das
quais está o Sol, e as outras com os planetas.
Esse
conjunto, em permanente movimento, é chamado de “Máquina do Mundo”. Ele tem como
pano de fundo o grande globo, onde estão as estrelas, com destaque para as
constelações do Zodíaco. É nele também, que está o “Empíreo”, o “Paraíso”, a “Mansão
dos Bem-Aventurados”, de onde o Deus cristão governa o Mundo.
O poeta tem
dúvidas:
É Deus; mas o que é Deus, ninguém o entende;
Que a tanto o engenho humano não se estende.
(Canto X,
estrofe 80)
Nesse estágio
do texto, Tétis assume que Vasco está preparado para conhecer o futuro, desde
1499, em curso, até meados do século XVI, em que Camões finalizará o
texto de “Os Lusíadas”. A Ninfa aponta para a Terra, no centro da grande “máquina”
e vaticina o que Gama passará a viver e conhecer daí em diante:
Verás as várias partes, que os insanos
Mares dividem, onde se apousentam
Várias Nações, que mandam vários Reis,
Vários costumes seus e várias leis.
(Canto X,
estrofe 91)
Uma fantástica
viagem se inicia com uma breve menção à Europa. Segue-se a descrição do que
será a incrível atividade lusa na África, nos mares Vermelho e da Arábia, e no
Golfo Pérsico (Ormuz, Catar, Barein,Tigre e Eufrates...). Tétis aponta o
Índico:
Por este mar a gente Lusitana.
Que com armas virá depois de ti,
Terá vitórias, terras e cidades,
Nas quais hão-de viver muitas idades.
(Canto X,
estrofe 107)
São
ressaltados os muitos pontos de interesse comercial nas costas da Índia, os
grandes rios de penetração, Indus e Ganges, a ilha do Ceilão (Sri Lanka) e o golfo de
Bengala. A descrição prossegue com o estreito de Malaca, Cingapura, o reino do
Sião (Tailândia), e o Camboja, com o rio Mekon.
É no Mekong (Vietname)
onde ocorre o curioso episódio do naufrágio do navio em que viajava Camões para
a China (Macau). Diz a lenda que ele estava acompanhado por uma mulher, de nome
Dinamene. O navio, de fato, afundou nos baixios da foz do rio, constando que
ela morreu. Porém, o poeta salvou o manuscrito inacabado de “Os Lusíadas”,
conforme registrado no próprio texto:
Este receberá plácido e brando,
No seu regaço o Canto que molhado
Vem do naufrágio triste e miserando,
Dos procelosos baxos escapado.
(Canto X, estrofe 128)
Em seguida,
é mostrada a China, eterna e misteriosa:
Aqui o soberbo Império que se afama
Com terras e riqueza não cuidada,(4)_
Da China corre e ocupa o senhorio
Desde o Trópico quente e o Cinto frio.”
(Canto X.
estrofe 129)
E continua a
Ninfa:
Olha o muro e edifício nunca crido
Que entre um império e outro se edifica,
Certíssimo sinal e conhecido
Da potência real, soberba e rica.
(Canto X,
estrofe 130)
Essa parte
da travessia termina no Japão:
Esta, meia escondida, que responde
De longe à China, donde vem buscar-se
É Japão, onde nasce a prata fina,
Que ilustrada será co a Lei divina!
(Canto X,
estrofe 131)
A “Máquina
do Mundo” continua a girar. Tétis passa a mostrar a Gama outras partes da Terra
que os incansáveis lusos iriam incorporar ao mundo europeu, durante o século
XVI. Assim, aponta as muitas ilhas do Oriente, produtoras das cobiçadas
especiarias, (Molucas, Bornéu, Banda, Sumatra, Java, etc...). Voltando para
Leste, inclui as Maldivas e Socotra, próxima ao Mar Vermelho, chegando a São
Lourenço (Madagascar), junto à África.
A Ninfa narra,
então, os grandes feitos de heróis lusos no afã de conquistar e manter os novos
territórios. Dentre eles, menciona Martim Afonso de Souza, em sua passagem pela
capitania de São Vicente, com papel relevante na expulsão dos franceses do Rio
de Janeiro, antes de atuar decisivamente na Índia. Trata-se da única menção ao
nosso país, no texto, com o nome atual:
Das mãos do teu Estevão vem tomar
As rédeas um, que já será ilustrado
No Brasil, com vencer e castigar
O pirata Francês, ao mar usado.
Depois, Capitão-mor do Índico mar,
(Canto X,
estrofe 63)
Por fim,
Tétis aponta as Américas, do Ártico à Antártida, chamando-as de “grande terra”
e dizendo:
Castela, vossa amiga, será digna
De lançar-lhe o colar ao rudo colo,(5)
Várias províncias de várias gentes.
Em ritos e costumes, diferentes.
(Canto X,
estrofe 139)
A última
menção da ninfa a terras americanas, a serem descobertas pelos feros lusos “nos
insanos mares”, é:
Mas cá onde mais se alarga, ali tereis
Parte também, co pau vermelho nota,
De Santa Cruz o nome lhe poreis,
Descobri-la-á a primeira vossa frota.
(Canto X,
estrofe 140)
Note-se que
Pedro Álvares Cabral não é citado e o destaque ao Brasil é pequeno, num poema do
porte de “Os Lusíadas”. Contudo, pode-se alegar que essa citação, ao final do
Poema, é premonitória da relevância que o Brasil passaria a ter para Portugal, em
definitivo.
O Almirante
retorna à realidade presente, devido ao burburinho da visitação. Caminha a uma
capela lateral do enorme mosteiro e se ajoelha junto a um altar menor,
iluminado por velas bruxuleantes.
Ali, tomado
de grande emoção, ele reza à Nª Sra. dos Navegantes, pelas almas dos pilares da
História de Portugal, o Navegador e o Poeta. Ora, ainda, pelos muitos Marinheiros
Portugueses, atores da epopéia de desvelamento do Mundo. Reza, também, por suas
mulheres, cujas lágrimas “salgaram o mar”, no inspirado dizer de Pessoa, outro grande
poeta luso.
Em seguida,
o Almirante dirige-se à saída e cruza seus umbrais, mergulhando na claridade do
lindo dia de outono em Lisboa.
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À guisa de Conclusão:
- Camões deixa as Índias e
retorna a Portugal, em 1570. Com grandes dificuldades, publica “Os Lusíadas” em
1572. O poema é dedicado ao Rei D. Sebastião, do qual recebe um prêmio de
quinze mil réis anuais. O Poeta morre em 1580, de peste, aos cinquenta e seis (?)
anos.
- O inflamado Camões, dentre
outros cortesãos, incita o jovem e inseguro D. Sebastião a invadir o Marrocos, em
busca de glória para Portugal, como insiste na última estrofe do poema:
“Ou fazendo
que, mais que a Medusa,
A vista vossa
tema o Monte Atlante,
Ou rompendo
nos campos de Ampelusa
Os muros de
Marrocos e Trudante,
A minha já estimada
e leda musa,
Fico, que em
todo o mundo de vos cante,
De sorte que
Alexandro em vós se veja,
Sem a dita de
Achiles ter enveja,”
(Canto X, estrofe 156)
FIM
- Logo abaixo desta palavra “FIM”,
Camões surpreende o leitor com uma afirmativa que reforça a ideia da última
estrofe:
“Povos da
costa africana se submeterão aos portugueses”
- O inexperiente Dom Sebastião
invade o Marrocos, em um arroubo. É logo derrotado na grande batalha de
Alcácer-Quibir, em 1578. Morre a nata da jovem nobreza lusa. O Rei desaparece
para sempre. Sem rumo, Portugal é anexado pela Espanha até 1640. O espaço
marítimo português encolhe, com a chegada de outros países europeus.
- Em parte devido à insistência
de Camões por mais glória lusa, e contrariando os conselhos do “Velho do
Restelo”, o maravilhoso mundo português, magistralmente descrito pelo poeta,
começa a encolher e a entrar para a História.
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(1) -
Taprobana: Ceilão, Sri Lanka
(2) -
Carneiro: o mesmo que Áries; signo do Zodíaco
(3) -
Fábrica: edificação
(4) - Não
cuidada: que não se importa
(5) - Colar
ao rudo colo: subjugar
Propositadamente deixei para o final dessa série, de autoria do Ferreira, o meu comentário para elogiar a obra, iniciando com o registro que se trata de um trabalho de muito fôlego!
ResponderExcluirExtremamente bem feito, pesquisado, que enaltece este espaço cultural como poucos textos foram já publicados neste oásis, neste blog extraordinário até os dias de hoje!
Indiscutivelmente, ele se assemelha na qualidade e na excelência de sua apresentação aos textos do Pimentel, que são longos, porém densos, com minúcias, com detalhes, informações, pinturas e gravuras, fotos e registros enriquecendo a obra!
Com a devida vênia do autor, copiei as três partes que compõem este trabalho magnífico e os arquivei, assim como faço com as obras do Pimentel, haja vista servirem como fonte importantíssima para consulta e leitura.
A meu ver, o Mano atinge o ápice com este espaço, dedicando-lhe o carinho e a atenção que merece, e que nos obriga a reconhecer seus esforços e a agradecer que temos à disposição um pequeno cosmo tão importante à cultura, e onde grandes talentos têm se apresentado para nossa satisfação e orgulho, pois também fazemos parte desta atmosfera onde respiramos conhecimento, onde impera o congraçamento entre aqueles que preferem a arte, a literatura, a música, e não a violência e a incompreensão entre as pessoas, e que ajuda a distingui-lo mais ainda quando lemos os textos de Ana, que nos faz viajar no tempo, que nos põe a pensar a respeito da vida e do nosso cotidiano com a sua peculiar maestria.
A saga dos navegadores portugueses, suas descobertas, seus caminhos que encurtaram o mundo, se fazem sentir no Conversas do Mano em forma de reconhecimento pelas proezas realizadas em devidos e excepcionalmente bem feitos registros a respeito, logo, bato palmas pela obra excelente.
Um abraço, Ferreira.
Saúde e paz.
Estimado amigo Francisco
ExcluirFico-lhe muito grato por suas manifestações a respeito deste texto, em que ousei fazer uma síntese de "Os Lusíadas" , baseado na minha experiência de mar, adquirida ao longo de uma vida dedicada a ele. Assim o fiz pela grande curiosidade, que sempre tive,sobre essa magna narrativa e seu autor.
Camões, sem dúvida, foi uma figura singular, como persona e, também, na qualidade de autor de uma obra colossal e inigualável, em todos os sentidos. De fato, foi grande e trabalhoso o esforço para extrair dela o que acredito ser sua essência
Registro, também, minha alegria com o fato de o amigo ter arquivado uma cópia integral do texto para eventual consulta.
Além disso, compartilho sua manifestação elogiosa a respeito da oportunidade criada pelo Mano com a edição deste blog de tão boa qualidade, nos dando oportunidade paraesse agradável e profícuo convívio.
Um forte abraço
Domingos
Prezado Autor Sr. DOMINGOS FERREIRA,
ResponderExcluirMais uma vez, Parabéns pelo: " OS LUSÍADAS - Uma viagem pelo tempo III".
Agradabilíssima de se ler, muito informativa, essa IIIª Parte GLÓRIA, narra a viagem de retorno da Índia, do grande Almirante VASCO DA GAMA, descobridor dessa importante e perigosa rota.
Com tão pequena Frota, somente 3 navios de guerra, cumpriu com êxito, essa quase impossível missão.
Sessenta anos depois, o maior dos Poetas LUÍZ VAZ DE CAMÕES, imortalizou espetacularmente a epopéia, nos "OS LUSÍADAS".
Bela finalização, quando o ilustre Autor Sr. DOMINGOS FERREIRA, no final da visita ao Mosteiro dos Jerônimos, eleva seu pensamento a N. S. DOS NAVEGANTES e reza aos 2 Pilares da História de Portugal, o Navegador e o Poeta, também a todos os Marinheiros Portugueses que desbravam o Mundo pelos 7 Mares, e suas Mulheres, muitas das quais salgaram o Mar com suas lágrimas.
A guisa de conclusão, nos informa que o grande Poeta CAMÕES voltou a Portugal em 1570 e publicou em 1572 " OS LUSÍADAS" dedicado ao jovem e impetuoso Rei D. SEBASTIÃO, que meio afoitamente tentou a conquista do Marrocos e infelizmente foi vencido na grande batalha de Alcácer-Quibir, Marrocos, morrendo em combate, junto com o Rei vencedor e seu sobrinho Rei rebelde que apoiava Portugal. Foi a Batalha dos 3 Reis.
D. SEBASTIÃO sendo jovem, ainda não tinha filhos, e o Trono Português
acabou nas mãos de seu tio El-Rey FELIPE II de Espanha, o que fez mal a Portugal, mas muito bem ao Brasil. Unidos os dois Reinos, Espanha e Portugal, acabou-se o tratado de Tordesilhas, e os Brasileiros puderam se expandir para o Sul, Oeste e Norte, nos legando um imenso Território de quase 9 Milhões de Km2.
Parabéns e Saudações.
Prezado amigo BORTOLOTT0
ExcluirTenho o prazer de lhe expressar sinceros agradecimentos por suas considerações a respeito do que escrevi sobre "OS LUSÍADAS".
De fato, estive na presença de VASCO DA GAMA e de CAMÕES, no sublime ambiente gerado pelo interior do indescritível Mosteiro dos Jerônimos, o que me marcou profundamente, como profissional do mar e brasileiro. Experiências como esta são raras, mesmo em uma vida que prima pelo desvelamento constante de fatos e personalidades diversas.
Dentre seus atilados comentários, compartilhei especialmente com a menção do rompimento do Tratado de Tordesilhas e suas consequências na expansão do território de nosso imenso Brasil.
Um forte abraço
Domingos
Prezado Domingos,
ResponderExcluirParabéns! Espero que outras "franquias" estejam a caminho pois muito apreciei essa sua trilogia geográfica e histórica , dos Lusíadas, a narrativa homérica dos descobrimentos portugueses dos séculos XV e XVI que determinaram a nossa história. A leitura que faço do poema no que se refere à Ilha dos Amores, onde o tom épico e dramático cede lugar ao lírico é a que a “viagem” histórica é também uma passagem. Note que cumprida a provação e realizada a conquista ali são supridas as carências - as materiais saciadas pelo amor físico e o banquete e as mentais e espirituais através da compreensão da Grande Máquina do Mundo. Mais do que a conquista dos oceanos , creio que Camões aí expressa a aventura do desconhecido para o conhecimento. A Ilha dos Amores, onde o presente, o passado e o futuro se reúnem e os deuses e os homens se misturam , é uma alegoria da terra prometida, uma metáfora da volta à casa e/ou ao paraíso. Como dizia Jorge Luis Borges: "Não há outros paraísos senão os perdidos".
É interessante notar que o poeta dá a nossa tchurma o direito e a dignidade de nos “divinizar” sem nos fazer abdicar da nossa dimensão humana – ninguém aí foi concebido sem pecado e/ou é virgem e casto! Ao contrário, Camões nos eleva através da fruição de todos os prazeres, da beleza sensorial e da largueza intelectual.Beleza!
“ Melhor é experimentá-lo que julgá-lo”.
Abração
Amigo Moacir
ExcluirInicio essa resposta lhe agradecendo as palavras elogiosas a respeito deste texto, que deu muito trabalho e prazer de redigir.
E daí, dou um salto até suas últimas linhas, onde você usa a palavra "Beleza!", à qual atribuo um significado muito especial neste contexto, pelo valor que damos ao assunto.
Sim, "Melhor é experimentá-lo que julgá-lo".
Tenho, ainda, algumas "franquias" guardadas, em lapidação...
Muito obrigado pelo apoio.
Grande abraço
Domingos
EstImado Moacir
ExcluirFiz uma barbeiragem e pulei todo este parágrafo abaixo, que explica de onde vem minha paixão por Camões.
Com todo respeito, vale a pena contar a primeira vez que ouvi falar de Camões:
Eu era criança, e minhas irmãs adolescentes tinham assistido um filme português sobre ele.Ao voltarem para casa, riam muito sobre o sotaque dos personagens. Além disso, imitavam o ator principal, quando levava a mão ao rosto, no momento em que Camões era atingido com
um tiro e dizia "Ai! m'olho!"...Essa , durante muito
tempo, tornou-se uma expressão usada por nós, sempre que se queria manifestar surpresa...
Abs
Domingos
1) No artigo anterior da atual série, citei o livro de Rolando Monteiro “As Edições de Os Lusíadas”, de 1973.
ResponderExcluir2) Alguém poderá perguntar: para que serve comparar tantas edições?
3) Resumidamente é o que chamamos de Ecdótica, um ramo da Filologia que trata das várias formas de um texto quando está publicado e suas variantes. Também conhecida como Crítica Textual.
4) Por exemplo, afirma Rolando à página 62: “São quase 100 as diferenças encontradas entre os versos da 1ª e 2ª edição, por nós comparados...”
5) Parabéns ao Domingos por nos proporcionar leitura bela neste sábado carioca. Seu importante artigo nos “provocou” a lembrança do volume citado.
Estimado Antonio Rocha
ExcluirMuito obrigado por suas palavras. Desejo-lhe sempre boas leituras aos sábados cariocas ou paulistas...
Quanto às diferenças entre edições,creio que a maioria ocorre pelas razões que se seguem:
De fato, é muito dificil um autor reler um texto, publicado ou não, produzido com muito esforço, ou mesmo paixão, e deixar de fazer uma correção ou acréscimo, em busca da perfeição. Ser humano que é, ele procura agradar o leitor e também satisfazer sua própria vaidade.
Somos iguais às mulheres, principalmente as belas, que antes de sair, não resistem a retocar no espelho o paciente trabalho de se fazer bonita, para agradar os homens e humilhar as outras na festa.
C.Q.D.
Um forte abraço
Domingos
Olá Domingos,
ResponderExcluirBelo fechamento da sua trilogia.
Aprendi muito. Obrigada.
Até mais.
Estimada Ana
ExcluirMuito obrigado por suas palavras amigas.
Desejo-lhe,sinceramente, melhoras do mau momento.
Até breve
Domingos
Domingos, um belo fechamento para uma bela trilogia. Há mais de cinco séculos a pena de Camões conduziu seus compatriotas pelos caminhos pioneiros dos seus antepassados, hoje as suas teclas nos conduzem e aos nossos leitores através dos caminhos hoje esquecidos das palavras do maior dos nossos poetas. Só nos resta agradecer e esperar que você continue a nos brindar com outros passeios através dos mares tão seus conhecidos e de suas recordações.
ResponderExcluirEstimado Mano
ExcluirEu é que lhe agradeço pela oportunidade e paciência de ter aberto essa oportunidade para nos expressarmos através dessas "mal traçadas linhas".
Sinceramente, tenho aprendido e me deliciado muito com
o que leio dos nossos amigos dessa jornada.
Aproveito para estender minha gratidão para o querido Heraldo, quem me trouxe, pela mão, para esse gratificante convívio.
Estamos todos de parabéns.
Um abraço fraterno
Domingos