Pablo Picasso - Le Reservoir, Horta del Ebro (1909) |
Moacir Pimentel
Todas as
pinturas que moram no post anterior e no de hoje foram cometidas na remota
aldeia montanhosa espanhola de Horta do Ebro - que à distância mais parece uma
fortificação - situada na comarca de Terra Alta, na província de Tarragona. O
local sempre se chamou Horta de San Juan, porém em 1909 Picasso se referia a
ele como Horta do Ebro, por causa do rio Ebro, que passa pela região onde, mais
tarde, ocorreria uma sangrenta batalha durante a Guerra Civil Espanhola.
O toureiro
tinha um enorme afeto por esse local que visitara pela primeira vez ainda
adolescente, durante nove meses, em 1898, para se curar da escarlatina, a
convite de um colega da Escola de Belas Artes, de nome Manuel Pallarès, que nascera
e crescera por lá, fato que contribuiu para que o pintor estabelecesse uma
relação muito próxima com a aldeia e os seus moradores.
Pablo Picasso - Portrait de Manuel Pallares (1909) |
Diz Dona
Lenda que por várias semanas e pelas trilhas da montanha os dois garotões
viveram e desenharam a aventura de um retorno à natureza e a um estado
primitivo. Eles escalaram rochas, pescaram e se banharam em riachos, dormiram
em camas de lavanda em uma caverna distante da aldeia - na verdade uma rocha
que se projetava para fora da montanha e que no passado fora fechada com
paredes laterais de pedra para servir de abrigo nas tempestades (rsrs) - da
qual só saíam quando precisavam de comida que iam comprar em uma fazenda
próxima de nome Mas del Quiquet que preservara seus ares medievais.
Disso tudo
não houve um legado artístico – apenas alguns esboços sobreviveram – mas da
experiência iniciática Picasso emergiu diferente. Ao sair de Madri - onde
copiava os mestres do passado no Museu do Prado! - para estreitar seus links com
as forças primitivas espanholas, com o arcaísmo ibérico e com as paisagens
mediterrâneas, Picasso buscava a coragem necessária para romper com seu
treinamento, para se rebelar contra a anemia acadêmica e para se apresentar
diante do pai, José Ruiz Blasco - um pintor às antigas e um professor da
Academia de Belas Artes de Barcelona! - como um dos artistas de vanguarda,
não-conformistas que o seu velho abominava. Complicado!
Foram esses
antigos e profundos laços que o prendiam à essa terrinha e a seu povo que
levaram Picasso a retornar para lá em busca de sossego e inspiração e
sinergias. Note que a segunda visita do pintor à pequena aldeia se deu nos
primórdios de outra grande aventura: a cubista! Mas talvez a decisão de voltar a
Horta do Ebro, naquele verão de 1909, tenha sido estimulada pelo fato de
Fernande ter sido muito mal recebida e praticamente expulsa por seus pais da
casa da família em Barcelona.
Dizem que o
casal chegou à aldeia em maio, no lombo de burros e que lá permaneceu até
setembro. Para dar conta da sua revolução modernista Picasso trancou-se em um
ateliê improvisado no sótão da casa de seu amigo Tobias Membrado, o padeiro, a
quem pagou pelo aluguel com dois quadros.
Fernande
despertou grande curiosidade com as suas roupas bonitas e elegantes e os
chapéus com véus e flores que causaram o assombro da população nativa. Rolou um
verdadeiro escândalo quando os aldeões descobriram que os dois não eram
casados. Por essa razão a boa senhora mãe de Pallarès se recusou a abrigar sob
o seu teto os pecadores que, indiferentes ao clamor popular, passaram a dormir
juntos na Hospedaria del Trumpet, depois que a moça passava metade das
madrugadas jogando dominó na Taverna e, o que é pior, ganhando todas (rsrs) enquanto
o namorido pintava.
Uma das
anedotas do folclore local jura de pés juntos que Picasso, enfurecido, em uma
bela noite de lua cheia apareceu pelado na varanda para assustar algumas
senhoras puritanas que protestavam contra o pecado da luxúria debaixo da janela
do casal (rsrs) Mas aos poucos eles se enturmaram, fizeram amigos e o artista
produziu muitas obras, tendo a temporada resultado no amadurecimento da sua
produção cubista.
Muitas
vezes, durante a longa vida, Pablo Picasso recordaria o tempo que passara em
Horta do Ebro com grande carinho, repetindo que fora lá “que tudo começara e onde tudo aprendera”. A pequena aldeia
favorecia, com sua conformação, as obras cubistas: casas volumosas formando uma
massa geométrica e compacta de espaços cheios contra um céu vazio, sombras e
ângulos por todos os lados.
Pablo Picasso - Maisons à Horta (1909) |
E o olhar do
artista capturou e geometrizou a luz da paisagem, reinventou a imponente
montanha de Santa Bárbara com o velho convento no sopé, a praça em frente à
igreja, a fábrica, a balsa, as ruas, as casas, os moinhos de óleo e farinha em
trabalhos mais mentais que sensoriais. Picasso não copiou o que via, mas
deformou e cortou e abstraiu e aprimorou e pintou o que estava lá diante dele
em obras decisivas para dar ao cubismo a cara que conhecemos hoje. Depois que a
antiga perspectiva foi superada, ele tornou sistemáticas suas novas distorções
e deu-lhes uma dimensão organizada para que pudessem ser assimiladas.
Pablo Picasso - Moulin à Huile (1909) |
O certo é
que durante cinco meses, nessa aldeia remota da Catalunha, com uma amante
devotada à beira dele e longe do burburinho dos amigos e de todas as galerias
de arte e exposições de Paris, Picasso se concentrou em suas novas ideias com
grande intensidade. Em paz nessa paisagem que já lhe era familiar e querida,
ele pôde criar uma pororoca de telas.
Nos
trabalhos cometidos em Horta do Ebro essa ênfase na estrutura fez com que a cor
também começasse a ser menosprezada, de modo a não distrair o espectador. Um
esquema de cores mais austero evitava qualquer sugestão de humor e emoção, e
deixava a composição desprovida de associações naturalistas, simbólicas e/ou
narrativas, para permitir que o espectador se concentrasse no aspecto
estrutural da pintura.
Foi em Horta
do Ebro que o processo analítico do cubismo começou a ser explorado e que os
objetos submetidos às elaborações de Picasso passaram a ser destruídos, à
medida que os planos se sobrepunham, retrocediam, progrediam ou se viravam em
ângulos conflitantes.
Pablo Picasso - Nature morte avec bouteille d'Anis del Mono (1909) |
Esse
processo de transformação em sua obra continuaria durante toda a vida do
toureiro, não só com as imagens inspiradas pelos objetos circundantes e pelas
outras sete sucessoras de Fernande, mas por tudo e todos próximos ao artista em
momentos diferentes de sua longa carreira, como veremos na próxima conversa...
É estranho como odiei os quadros de Fernanda e amei estas paisagens cubistas de cidadezinha do interior. Mesmo que valesse mil vezes o meu apartamento eu não ia querer nenhum retrato cubista na sala. Por mais que eu entenda que é só um estilo, me dá uma agonia ver mulheres deformadas, Moacir. Me sinto pessoalmente agredida kkk. Obrigada!
ResponderExcluirMônica,
ExcluirComo diria Matisse: "AQUILO não é uma mulher, é tinta”(rsrs) Picasso pintou Fernande, Eva, Olga, Marie-Thérèse, Dora, Françoise, Jacqueline e quem sabe quantas mais, milhares de vezes e, quando não mais sentia desejo de pintá-las, as deixava. Ainda assim, os retratos não são exatamente DELAS. A impressão que tenho é que qualquer tema era apenas um pretexto para a sempre renovada expressão do próprio Picasso. Ele se auto retratou em quase todos os retratos que cometeu, inclusive, em telas de nomes femininos, nas quais chegou a colocar seu rosto em corpos de mulher. Um exemplo? Bem, já o vimos nas Senhoritas e olha ele aí de novo nessa Mulher Sentada, pintada em 1908, para qual, provavelmente, a Fernande posou.
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/en/1/14/Pablo_Picasso%2C_1908%2C_Seated_Woman%2C_oil_on_canvas%2C_150_x_99_cm%2C_Hermitage_Museum%2C_Saint_Petersburg.jpg
Veja o rosto: é o próprio! A obra de Picasso tem mais do seu enorme ego do que qualquer outra coisa. Então... não olhe para o Cubismo como um ataque deliberado às mulheres e/ou a beleza feminina. Nas telas ele achatou tudo e todos e a si mesmo em uma desconstrução /reconstrução que foi ampla, geral e irrestrita (rsrs)
“Obrigado!” e abração
Olá Moacir,
ResponderExcluirSabe o que bom mesmo? É sentar na cadeira de leitura na minha toca, colocar os pés para cima no banquinho ou na prancheta, me fazer acompanhar por um keep walking ou Cutty Sark ou Glenfiddish ou um Jack Daniels do editor, no meio da manhã ( sim senhor!) e ler sobre o cubismo.
E quando já tem comentários é melhor ainda. Porque são aulas adicionais. Meu intento é, um dia, pegar a garrafa inteira e ler toda a saga! Ainda morro disso!
Bom demais.
O analítico é um desmonte completo? É essa a diferença?
Até todos mais.
Caríssima Donana,
Excluir“Gratidão” por tão boas pretinhas que sempre conseguem me fazer rir! Nos próximos capítulos as “diferenças” das fases do Cubismo serão beeeem conversadas mas, de novo, a senhora acertou na mosca: o cubismo analítico foi sim o “desmonte completo” das percepções. Para já – para não cometer spoilers - repito que o objetivo maior dessa galera criativa foi nos oferecer múltiplas visões de seus temas em imagens compostas. Note que nas cubices primordiais o movimento foi inferido e o tempo foi sugerido, por exemplo, naqueles rostos de frente e de perfil. Em seguida os objetos e os espaços circundantes foram divididos em várias formas planas para representar as miradas de diferentes ângulos. Depois o tom das cores foi abaixado para facilitar a leitura e por aí foi.
A maior “diferença” entre as fases analítica e sintética talvez tenha sido o foco. Explico: no cubismo analítico um objeto mesmo fragmentado – analisado! – sobrevivia e terminava sendo percebido unificado. No sintético ele era reduzido à sua essência - sintetizado! - metafórica e literalmente. Os temas passaram a ser construídos, ou talvez e mais precisamente, a ser referenciados pelos meios. As telas analíticas baseavam-se em uma técnica particular, mas ela era secundária e o show continuou sendo do tema pintado. Já nas composições sintéticas, os temas não davam mais a cara a tapa, se tornaram significados sugeridos, trazidos à mente por um estilo que não apenas se preocupava com a intelectualidade, com a tradução, mas também com a estética visual. De certa forma, o foco do Cubismo escorregou do tema para os meios, que terminaram por romper o espaço pictórico com o advento das colagens.
E nasceu a arte moderna para qual não se consegue deixar de olhar e olhar de novo e se divertir e continuar olhando e timtim! Um keep walking, de pés para cima, é sempre uma delícia! (rsrs)
“Até todos mais”
Haja conhecimento sobre a arte da pintura e de seus mestres, que Pimentel tão esplendidamente nos apresenta em cada artigo de sua autoria.
ResponderExcluirEvidente que devemos apreciar e exaltar as telas e as escolas que os notáveis pintores se realçaram no mundo, mas não podemos nos esquecer de quem nos fez conhecê-los, de quem nos trouxe tantas informações, detalhes, que se constituem em outra obra de arte, indiscutivelmente.
Logo, rendo minhas homenagens a Pimentel, que mediante um trabalho de grande fôlego, de pesquisa, de profundidade, e escrito através de uma didática fácil de ser compreendida a importância desse tipo de arte, aumentando sobremaneira a nossa cultura, nossos conhecimentos, nossos horizontes.
Elogiar a excelência dos grandes mestres é desnecessário, porém enaltecermos a boa vontade, a intenção, o objetivo de um colega que nos coloca à disposição esse assunto, simplesmente entendo como minha obrigação salientar o trabalho de Pimentel.
Razão pela qual agradeço as postagens, as fotos, o histórico registrado dos pintores e suas escolas, seus estilos, percebendo que ter este talento e esta vocação é aproximar-se de Deus, e não pelo aspecto religioso, mas pela grandiosidade da imaginação, da pintura que nos enleva, e pela dádiva divina de manusear os pincéis com tanta habilidade e criatividade!
Pois Pimentel usa o micro com a mesma destreza dos mestres com suas ferramentas de trabalho, e cria textos surpreendentes, majestosos, brilhantes, comprovando-nos que a sua arte é semelhante à pintura, haja vista nos conduzir para dentro da mente do artista, de modo que compreendamos suas obras, que saibamos o que ele quis nos transmitir, e aplaudamos tanta magnificência!
Graças a Pimentel, o nosso expert!
Um forte abraço.
Saúde e paz.
Prezado Bendl,
ExcluirEu poderia lhe dizer que o seu chimarrão é “lisérgico” e que você deixe de ser exagerado. Mas hoje vou agradecer-lhe, humildemente, por um dos mais generosos comentários que já recebi e aproveitar para "enaltecer" todos os que escrevem nessa mesa de bar virtual. Porque nas nossas “conversas” não teclamos apenas sobre bytes de memória e aprendizados - telas, livros, versos, filmes, óperas, sinfonias, eventos, viagens, lugares, pessoas, afetos – mas compartilhamos nossos significados mais caros, nossos melhores pedaços, tudo o que fez e continua fazendo nossas vidas valerem a pena. Muito obrigado por todos os seus belos capítulos.
Outro grande abraço
Moacir,
ResponderExcluirGostei de saber que o pai de Picasso também era pintor e adorei a sua descrição das aventuras dele em Horto do Ebro. Se você não tivesse explicado a estreita colaboração entre os dois pintores eu podia até pensar que Picasso plagiou Braque nestas paisagens cubistas. Elas são belas e tranquilas mas prefiro as tempestades contidas nos retratos.
Um abraço para você
Flávia,
ExcluirSim, o pai de Picasso era um pintor naturalista da gema, especializado em pássaros e outros animais de caça. Há que se desconfiar das “biografias” mas parece que Pablito em vez de “Papai” falou “Pis” - de “lápis” (rsrs) - e que aos quatro anos fazia desenhos nada infantis dos pombos na praça ao lado da casa da família. Ruiz também era professor de arte e, é claro, logo percebeu o talento do filho tanto que a partir dos seis anos, treinou-o no desenho e na pintura a óleo, com ênfase na figura humana. O problema é que Ruiz era um instrutor acadêmico tradicional enquanto que seu filho queria rabiscar o mundo com lhe dava nas telhas em vez de fazer as tarefas de casa.
Em 1895 depois da morte de Conchita - a irmãzinha de sete anos – Picasso mudou-se com família para Barcelona, onde Ruiz passou a dar aulas na Academia de Belas Artes, La Lonja, e juntos pai e filho passaram a curtir as touradas e os bordéis. O menino fez o exame de admissão para a turma mais avançada da Academia e, em vez de levar um mês como era de praxe, concluiu os trabalhos em uma semana, foi aprovado com a nota máxima e considerado um gênio com apenas treze anos. Desses trabalhos pueris um exemplo é a "Garota de Pés Descalços" :
https://www.wikiart.org/en/pablo-picasso/the-barefoot-girl-1895
Só que quando o garoto prodígio começou a associar-se com os artistas e escritores vanguardistas do Els Quatre Gats, o pai decidiu rapidinho enviá-lo para a Real Academia de San Fernando, em Madri, a principal escola de arte do país. Em 1897, aos dezesseis anos, Picasso já morava sozinho e matava as aulas para ver, no Prado, os quadros de Diego Velázquez, Francisco Goya e namorar com as obras de El Greco: os membros alongados, as cores arrebatadoras e as visões místicas foram ecoadas na sua posterior fase azul e nas Senhoritas. Picasso simplesmente odiou a rígida instrução acadêmica, deixou de frequentar as aulas de vez, seu pai cortou-lhe a mesada e, sem dinheiro, ele fugiu para Horta do Ebro antes de embarcar para Paris onde, em 1900, subiu pela primeira vez, a colina de Montmartre. E deu no que deu.
Outro abraço para você
Muito bom. No último quadro acho que Picasso estava começando a abstrair. Já vi paisagens geométricas de Braque muito mais abstratas que estas mas não lembro aonde nem dos nomes,rs
ResponderExcluirMárcio,
ExcluirTalvez essas tenham sido as últimas telas cubistas diretamente descendentes de Cézanne e da arte primitiva. Depois dessa temporada em Horta do Ebro, a pintura de Braque e Picasso mudou, ganhou mais autonomia, tentou fazer uma fusão do tema com o espaço, bagunçou para valer a percepção dos pobres mortais e, por um curto período se aproximou do abstracionismo. Na tela que você mencionou - a Natureza Morta com Garrafa de Anis - realmente já é difícil tanto precisar que trata-se de uma garrafa e não de uma espiga de milho, quanto saber onde a coisa começa e/ou termina (rsrs) Quanto ao Braque, o primeiro cubista a flertar com Dona Abstração, das paisagens dele no período em pauta, eis a mais abstrata que consegui googlar.
https://www.centrepompidou-metz.fr/georges-braque-les-usines-du-rio-tinto-lestaque-1910
Obrigado por participar
É sempre muito bom ler esse excelente Escritor Sr. MOACIR PIMENTEL, que tem o dom de tornar compreensível e agradável tudo o que escreve, até a Arte Abstrata, como nesse caso do Cubismo de Picasso/Fernande na pequena Horto do Ebro. Tarragona - Espanha.
ResponderExcluirForam seis meses de estadia em 1909, a convite de seu colega Manuel Pallares,que o Sr. MOACIR PIMENTEL nos descreve.
O ar puro, as frutas/verduras e boa alimentação da Villa, fizeram muito bem ao trio de Artistas e melhoraram muito a memória da bela Fernande para o jogo de Dominós.
E como diz a Sra. ANA NUNES, os Comentários complementam sempre muito bem os Artigos.
Como bem lembra o Sr.FRANCISCO BENDL acima, esses Artigos devem ter exigido muito tempo de pesquisa e só uma Pessoa que ama a História da Arte como o Sr. MOACIR PIMENTEL é capaz de fazer.
Abração.
Prezado Bortolotto,
ExcluirDigamos que trata-se de um afeto antigo (rsrs) Faz mais de quarenta anos que a avó de meus netos me apresentou a Montmartre e eu comecei a me interessar a sério por arte moderna. Desde então temos comprado livros de arte e biografias, lido artigos e teses, visitado museus, visto exposições e conversado sobre os trabalhos desses malucos beleza. Há dois anos separei uma dúzia de livros sobre o tema, resgatei alguns textos antigos e comecei a teclar.
Há ano e meio enviei para o Sr. Editor uma “franquia” de cinco posts apelidada de “Montmartre Artístico”. Mas aí baixou um dos fantasmas do Fernando Pessoa e eu fiquei “fazendo festas com os olhos fechados, como a um gato, a tudo quanto poderia ter dito.”
Daí pedi ao Wilson os arquivos de volta e reescrevi tudo e avancei pelo Cubismo e só coloquei o ponto final ao concluir o vigésimo nono artigo. Cada louco com a sua mania (rsrs)
Muito aprendi e me diverti escrevendo as cubices, mas acredite, os bons leitores e seus excelentes comentários são o melhor da festa. Muito obrigado e abração
Pimentel,
ResponderExcluirParabéns pelo artigo tão didático e bem escrito que deixa a gente com vontade de ver com que cara o Cubismo vai aparecer no próximo capítulo da minissérie. Haja criatividade! Mas concordo com a Mônica que o vilarejo espanhol pintado desta forma geométrica é bem mais simpático do que a mulher de Picasso. Talvez seja porque continuou parecendo com uma aldeia.
Sampaio,
ExcluirVocê abordou um detalhe importante: tudo bem que depois de superar a perspectiva renascentista os cubistas criaram uma nova linguagem revolucionária mas é claro que ela precisava ser legível ou, como você colocou, as "aldeias" deles precisavam ser reconhecíveis. É que os caras pintavam o 7 mas tinham que vendê-lo para garantir o pão de cada dia (rsrs)
O Cubismo nos ensinou a fazer uma leitura do mundo que, ser deixar de ser figurativa, teve que ser mais “abstraída”. Durante as várias etapas do movimento esse “sistema” original foi sendo alterado embora alguns de seus aspectos tenham sido reutilizados, ao longo das longas carreiras de Picasso e Braque, como a fragmentação dos objetos e figuras e os rostos duplos.
E, por favor, não vá na "conversa" da Mônica. Mesmo esquartejando as moças, às vezes, Picasso conseguia ser um poeta(rsrs)
https://www.pablo-ruiz-picasso.net/work-1846.php
Obrigado e abração
1) Meu curso de Artes Plásticas vai muito bem.
ResponderExcluir2) Graças ao Pimentel, ao Mano e à web.
3) Poder ler, aprender, apreender e contemplar as fotos.
4) Gratidão a todos (as) e bom sábado !
Antonioji,
ExcluirQue bom que você continua lendo, ensinando, “aprendendo e apreendendo”. Ontem, lendo o blog do Kotscho, me deparei com um texto do que me lembrou dos seus:
“Discutir não alimenta. Reclamar não resolve. Revolta não auxilia. Desespero não ilumina. Tristeza não leva a nada. Lágrima não substitui suor. Irritação intoxica. Deserção agrava. Calúnia responde sempre com o pior. Para todos os males, só existe um medicamento de eficiência comprovada. Continuar na paz, compreendendo, ajudando, aguardando o concurso sábio do Tempo, na certeza, de que o que não for bom para os outros não será bom para nós. Pessoas feridas ferem pessoas. Pessoas curadas curam pessoas. Pessoas amadas amam pessoas. Pessoas transformadas transformam pessoas. Pessoas chatas chateiam pessoas. Pessoas amarguradas amarguram pessoas. Pessoas santificadas santificam pessoas.”
Chico Xavier
“Gratidão” e vamos em frente...