Fotografia Eric Pouhler (Wilimedia commons) |
Antonio Rocha
Certa feita vi no Centro da Cidade do Rio de Janeiro, ali
por trás do Largo de São Francisco, próximo àquela Igreja Católica onde se
cultua a Escrava Anastácia, na Rua Uruguaiana, uma mendiga varrendo um canto da
calçada e ela o fazia com tanto esmero que parecia ser a sua casa.
E de fato era, é; pelo menos espero que ainda esteja viva.
Compreendi isso lendo o ótimo livro de Cristina Costa Pereira, formada em
Letras pela UERJ – Universidade do Estado do Rio de Janeiro, poetisa consagrada
e autora de vários livros.
Logo no início Cristina explica que a “casa” dos mendigos é
a rua, e no caso, nós transeuntes passamos, atravessamos, andamos pelo
território que também é deles. A rua é um espaço democrático. É de todos. Todavia,
cada vez mais, em função das nossas contradições sociais, tem muita gente
nascendo, vivendo e morrendo nas ruas.
Me fez lembrar do grande mineiro Darcy Ribeiro que,
afirmou, se não me falha a memória, em seu livro “Aos trancos e barrancos como
o Brasil deu no que deu”. O ex-ministro dizia que o Brasil estava caminhando
para ser uma Índia, gerações de milhares de pessoas nascendo, vivendo e
morrendo nas ruas”.
De outra feita conheci um mendigo, também no Centro do Rio,
perto da Praça Tiradentes. Era dentista formado, nunca exerceu a profissão, a
mãe morava muito bem na Zona Sul, praia do Leme. De vez em quando ele ia lá,
buscava uma camisa e voltava para a rua, o seu habitat.
Perguntei a ele por que não voltava para casa, já que sua
família tinha posses e ele teve ótima educação. Desconversou e parodiou o Hino
do Flamengo: “Uma vez na rua sempre na rua”. São raros os que voltam.
O livro de que falo ao leitor é uma preciosidade e revela
esse “mundo, vasto mundo” (para citar o poeta Carlos Drummond de Andrade,
também mineiro) das ruas.
Foi com minha tia e madrinha, irmã do meu pai, hoje
falecidos que me iniciei nas artes da Umbanda, linda religião brasileira.
Depois, por causa da filha, minha prima, ela virou protestante, primeiro
batista e a seguir neopentecostal, de um desses pastores eletrônicos.
Curiosamente fazia um sincretismo bíblico-umbandístico. Em
casa ela incorporava as entidades, eu conversava muito com os espíritos e um
aprendia com os outros e vice-versa.
Ao longo de quase quinze anos, pelo menos uma vez por mês,
eu dialogava com o Povo de Rua, maravilhosos Espíritos. Uma vez me contaram que
entre outras entidades, existe o Caboclo Vira Mundo e quando ele atua em uma
pessoa ela vai morar nas ruas, dificilmente volta para o convívio com os parentes.
Faz sentido, uma vez o Jornal do Brasil publicou que um
grande artista plástico brasileiro Manoel Messias, tinha virado mendigo e
morava nas ruas com a mãe idosa.
Conheci Messias e escrevo com todo respeito e dor. Ele
chegou a ganhar um Prêmio na Alemanha, desenhava muito bem, era evangélico, mas
foi expulso da casa onde morava pela bandidagem do subúrbio carioca. De vez em
quando ele aparecia lá em casa, com a mãe, pediam para tomar banho, vestiam
roupa limpa, toda amassada, almoçavam ou faziam um lanche dependendo da hora e
iam embora.
Tentei conversar com ele uma vez, mas ele disse que não
tinha volta. Seu destino era a rua. Então lembrei do Caboclo Vira Mundo, que
ele não acreditava.
Com a reportagem no JB, o dono de um Hotel na Zona Sul condoeu-se
de sua história e ofereceu para os dois trabalho e moradia, Ficariam morando no
Hotel, em um pequeno quarto, próximo à ala onde ficavam os funcionários. Não
ficou nem um mês e voltou para as ruas.
Tempos depois, em outra matéria de jornal, o Prefeito da
Cidade, não lembro quem era, ofereceu um canto de um balcão no Cais do Porto,
naqueles grandes armazéns, para ele morar lá com a mãe e recomeçarem a vida.
Também não durou um mês, quando eu cobrei a ele estas duas
chances obtidas ele me disse que estranhos queriam fazer sexo com sua mãe, já
idosa e eles não aceitavam. Então voltavam às ruas.
Belo dia li que a mãe tinha falecido. Meses depois foi ele
quem faleceu. Que Deus o tenha. Que ele fique por lá exercendo a sua arte no
Paraíso. Que eu saiba nunca fez mal a ninguém, sofreram demais, imagino que
devem estar no céu.
Minha madrinha durante décadas foi minha Mãe de Santo e era
“divertido”, ela dizia que a sua falange de bons Espíritos a acompanhavam até a
Igreja dos Crentes. Os Seres Invisíveis depois me relatavam qual o tema da
pregação do pastor e o que viam por lá.
No sepultamento da minha tia estavam presentes, entre os
parentes e amigos, um pastor batista, de sua primeira igreja, um pastor
neopentecostal, da atual denominação e eu, que, mentalmente, invocava, chamava
e cantava os pontos de Umbanda para que os Guias ajudassem na cerimônia...
Este livro que a Cristina da Costa Pereira escreveu me fez
lembrar dessas experiências e do brilhante pensador alemão, um dos maiores do
século XX, Martin Heidegger, que também andou pelos caminhos da religião.
Nasceu em lar católico, depois foi seminarista preparando-se para ser padre.
Largou a missa, casou com uma protestante e na maturidade interessou-se pelo
Zen-Budismo e Taoísmo.
Existem explicações, estudos e interpretações sociais,
políticas, econômicas, psicológicas e religiosas para as tribos que habitam as
ruas. Pensando em Heidegger posso dizer que habitar é ser. Ser é habitar. Ser é
um todo, habitar, morar idem. Cristina opta por apresentar os habitantes das
ruas, mostrando o lado “interior” dos moradores e profissionais das calçadas,
quem sabe mais adiante não fazem uma Associação de Moradores, Trabalhadores e Amigos
das ruas, ou talvez um sindicato.
Penso que os nômades dos MST – Movimentos dos Sem Terras,
MTST – Movimento dos Trabalhadores Sem Teto e similares, pode em parte também
ser explicado pelo Caboclo Vira Mundo.
Não se trata de romantizar, idealizar, utopizar essas “etnias”
públicas, mas fica aqui registrada a minha leitura e opinião. O livro é bom, li
de uma tacada só.
Por fim, presenciei mais uma: Uma noite um casal muito bem
vestido, ele de paletó e gravata passava por uma calçada da Rua Santa Luzia,
próximo à Cinelândia; de pé, uma mendiga arrumava os seus pertences para
dormir. O rapaz não teve dúvidas. Largou a mão da mulher que estava ao seu
lado, dirigiu-se à mendiga, abraçou e começaram a dançar e bailar na calçada,
enquanto a noiva, ou namorada sorria e aplaudia. Terminada a dança, o homem agradeceu e foi
embora com a cônjuge e a mendiga felicíssima pelo presentão que recebeu.
Como uma reportagem, este livro “Povos de rua”, expõe as
diversas facetas dos logradouros públicos, incluindo, também, os meninos de
rua, os artistas, os boêmios, as baianas, os capoeiras e as prostitutas.
Sabiamente a autora não entra em juízo de valor, como bem disse Jesus: “Não julgueis para que não sejais julgados,
pois com o critério que julgardes vos julgarão também e com a medida que
tiverdes medido vos medirão também”.
Nasci em lar kardecista, mas minha querida mãe fez questão
que eu me batizasse na Igreja Católica, daí a citada madrinha. Aos dezesseis
anos escolhi o Budismo, o pensamento e a filosofia oriental onde fui batizado
como leigo e recebi o nome em língua páli, a língua que Buda falava no século
VI antes de Cristo, de “Dhâmiko” (o Deleite do Darma). Por contingências da
vida, fui batizado na Igreja Presbiteriana, já adulto. Bem mais tarde, recebi
outro batismo do budismo japonês e o nome é “Hakuan” (Serenidade).
Mas, desde a adolescência descobri o meu lado umbandista e
o meu coração é feliz assim. Digamos, sou um colecionador de nomes e batismos. No Budismo Japonês, alguns praticantes, após a
morte, recebem outro nome. Não sei se será o meu caso.
Mas os prezados amigos estão já convidados para a minha possível
cerimônia de batismo no Além, mas não precisam morrer para isso, podem estar
vivinhos, eu que estarei do outro lado recepcionando-os.
(*) Parte do Prefácio que escrevi ao livro “Povos de Rua”,
editora Luziletras, 2003, várias fotos, 228 páginas, acrescido de matéria
inédita.
Prezado Rocha, meu amigo e professor,
ResponderExcluirTenho uma enorme admiração por ti, repito, em face desta tua forma de entenderes o mundo, mediante os ensinamentos budistas e de várias outras religiões ou filosofias que estudaste.
A ponto de veres nas ruas um povo não necessitado, não carente, não deprimido pela subsistência difícil, mas livre, andando para onde quer, quando quer, e dormindo embaixo de marquises ou encostados em vitrines de lojas.
Evidentemente que esta visão só poderia advir de uma interpretação da vida que não se encerra com a morte, mas segue adiante para a próxima reencarnação e, sabe-se lá, o morador de rua não retornar da maneira anterior.
A minha visão é mais real, mais humana, logo, mais dramática a respeito do morador de rua, do pobre, do miserável.
Entendo que esta gente tão necessitada não poderia estar gerando filhos sem condições.
O morador de rua vai gerar filhos que serão moradores de rua ou o crime irá convocá-los obrigatoriamente.
Não aceito e, respeitosamente, Rocha, que as explicações para a miséria humana possam ser decorrentes do espírito ou de um caboclo qualquer.
Lá pelas tantas, os espíritos têm mais poder do que os vivos, e este mundo seria aquele onde estaríamos esperando por um novo nascimento!
Tão complicado, que me nego a procurar algumas razões por mais absurdas que sejam, para admitir que o morador de rua seja consequência do que fizera em vidas pretéritas!
Na minha ótica, este pobre andarilho vive desta forma porque seus pais não pensaram na dificuldade do filho que estariam trazendo para este mundo, então a pobreza, a miséria, a falta de futuro e a resignação.
Os “culpados” pela vida difícil foram seus genitores que, se não os tivessem gerado, o morador de rua não existiria e estaria passando por tantas privações!
Não posso conceder à outra parte do mundo, os espíritos, que tenham mais poder do que eu, que posso fazer o que quiser da vida, desde ser pai ou não, matar ou não, roubar ou não, ser uma ótima pessoa ou um inútil.
Se eu decido não gerar descendentes não serei responsável pela felicidade que ele possa produzir quanto pela maldade que possa ocasionar!
Este é o Livre-Arbítrio, pois ter sido designado para retornar à Terra conforme determinações espirituais, perde-se completamente o sentido de opção que temos, que não é de ser bom ou mau, mas de gerar uma vida, que sofrerá, padecerá, como o morador de rua!
Posso eliminar com o meu poder de decisão, a suposta vida que foi desenhada para a reencarnação, ou seja, tenho condições de dar continuidade ou não ao que farei nesta existência, haja vista que, certamente, ser pai ou mãe, a contagem de pontos no além deve ser muito considerada.
Se não tive filhos porque entendi que eu não teria como sustentá-los, educá-los e formá-los, quando em frente aos líderes que determinarão o meu retorno, a conversa será diferente.
Então, meu amigo, é tão inverossímil esta questão da reencarnação que, se a humanidade fosse acometida de um vírus e desaparecesse, como que ficariam os espíritos que aguardam o retorno?
De que forma pagariam pelos seus erros?
Como que compensariam os males que cometeram, se não reencarnarão mais?
Espia só o problema na seção do vai e vem, se não há mais pais à disposição??!!
Aplaudo as mentes imaginativas, criativas, seus devaneios, mas temos de ter os pés no chão.
O pobre é fruto do pobre, que bastaria um gesto consciente seu para perceber que não pode ter filhos, e eliminaria o sofrimento futuro!
E, de modo a encerrar, uma outra indagação:
E, se lá pelas tantas, justamente a minha missão designada pelos chefes do ir e vir seria NÃO TER FILHOS e eu os desobedeci?
A punição não seria exatamente a vida gerada, que teria uma existência carente, necessitada, pobre e miserável??!!
Mais:
E não seria eu, o pai desobediente, o punido, mas a vida que gerei, de um inocente!!!
Gosto muito de abordar esses assuntos, Rocha, pois como deves perceber meu nome é ... “dúvidas”.
Forte abraço.
Saúde e paz.
1) Salve Chicão, obrigado pelo comentário, mas lá pelas tantas eu falei que vários fatores estão envolvidos na questão, psicológicos, sociais, econômicos, religiosos etc,
Excluir2) A reencarnação é só um deles, um dentre muitos fatores complexos.
3)Se não tiver mais humanidade, por aqui no planeta Terra, vamos reencarnar em outros planetas, claro que a "vida" nestes outros planetas será condizente com as condições da atmosfera local, não se pode comparar com aqui a terra.
4)Não se preocupe, quando chegarmos do outros lado, tiraremos a prova dos nove. Por enquanto ficamos em suposições,tanto de quem é contra, quanto quem é favor.
5) Dialogamos aqui, de um fato mais além, não temos condições de chegar a conclusões concretas. Sem pressa, vamos aguardar...
6) Abraços de boa semana.
Antonioji,
ResponderExcluirTive contato com o “povo das ruas” ainda adolescente, como voluntário para um programa de assistência social chamado "Ronda". De Kombi nas noites de sexta-feira alguns jovens, um padre e um profissional de saúde, sentavam nas calçadas cheirando a urina das ruas do Centro e tentavam conversar com os sem teto - crianças, jovens, adultos e velhos - e dar-lhes muito pouco: cobertores, uma sopa e um café quentes. Na minha cabeça pueril era claro como o sol do meio dia, que é dever de uma sociedade tomar conta de suas crianças, dos seus velhos e dos seus desvalidos mas que distribuir –lhes café nas madrugadas frias, não ia resolver o problema. Depois botei o pé na estrada e por todo vasto mundo me deparei com tribos e mais tribos de refugiados e desabrigados. Nas ruas estão os que perderam seu país, emprego, família, companheiros, os que foram despejados, os que usaram tudo que tinham para comprar bebida e/ou crack. Cada um está na rua por diversos motivos, mas todos fazem as próprias regras e se acostumam com esse ritmo. Muitos não escolheram viver essa existência difícil e perigosa, mas nas ruas se descobriram livres das pressões diárias e das contas mensais, distantes dos limites familiares e profissionais, não tendo mais que corresponder às expectativas da sociedade que entendem cruel e doida de pedra. Isso é tão viciante que para muitos, ser sem teto tornou-se o único caminho viável.
Creio que seja desse "povo" que seu post conversa: de criaturas como o artista plástico Messias que, além do "Caboclo Vira Mundo", talvez a Cecília Meireles explique em um poema de nome Estirpe:
“Os mendigos maiores vivem fora da vida: fizeram-se excluídos”.
Li dia desses que “drogar-se é uma forma de matar-se mas matar-se é uma forma de drogar-se”. É complicado entender que os Messias da vida são livres e, portanto, se auto-destinam, são responsáveis por todas as suas ações e escolhas. O seu belo post põe diante de nós um povo estranho que perdeu a vontade de viver, mas não a vontade de morrer. Por isso fogem dos abrigos, das clínicas e/ ou das soluções propostas por amigos. Creio que as análises socio-política-econômica-cultural-psicanalíticas ajudam mas não conseguem esclarecer totalmente as razões que fazem os bichos homens reféns de patologias diversas e prisioneiros de comportamentos auto-destrutivos, preferirem viver à margem da sociedade, tão livres ao ponto de escolher não ser.
Mas não, eu não julgo, até porque por vários anos conheçi a sensação inebriante de carregar a minha casa – ou a mochila! - nas costas com algumas peças de roupa, artigos de higiene, remédios básicos, um guia turístico, um livro, uma caderneta e uma caneta, um cobertor e uma toalha de rosto. Foi bom viajar leve e viver com pouco. Embora eu tenha feito três refeições diárias, dormido com tetos sobre a cabeça e jamais tenha perdido o gosto pela aventura (rsrs)
Namastê!
1) Oi Pimentel, obrigado pelo belo comentário, concordo plenamente com tudo o que escreeu.
Excluir2)Acho que somos da mesma geração de mochileiros, mas eu não tive coragem de andar "solto" pelo mundo e então morei 5 anos em um mosteiro budista. Foi também uma experiência inesquecível. Mochilei "mentalmente", "misticamente"...
Olá Antonio,
ResponderExcluirAmigo de muitos nomes e batizados. Isso, por si só, já é uma curiosaidade e tanto!
Qual nome ,independente do credo, você gosta mais? Eu fico com Antonio.
Seu texto é interessante tanto quanto polêmico. Estórias curiosas deve haver aos montes. Não sei bem o que pensar, ou ter uma idéia só. Fico lá e fico aqui. Mas o que sei é que o morador de rua quando com dor de dente deve sofrer horrores.
Obrigada pelas considerações despertadas.
Até mais.
Prezado Autor Prof. ANTONIO ROCHA
ResponderExcluirCom a Urbanização em escala gigantesca de nossa Civilização, o Ser Humano que sempre pertenceu a um Grupo, Família, Gen, Tribo... Onde de qualquer forma se apoiava, e era apoiado, agora ele vive o pleno Individualismo, sem conhecer Ninguém.
E muitos nessa condicão, em nossa Civilização hiper-Urbanizada, acabam morando nas Ruas.
É lógico que a maioria mora na Rua por carência material, falta de Emprego, enfim de meios de ganhar a vida pelo Trabalho, etc, mas em seu Artigo o senhor citou casos de Pessoas com Curso Superior, como Cirurgeao-Dentista, etc, que nos indicam que Mente Humana ė bem mais complexa do que aparenta.
De qualquer forma todos sabemos que viver na Rua é trágico, especialmente para as Crianças e Mulheres, e isso não deve existir numa Sociedade Industrial de Filosofia Judaica-Cristã.
Ė sabido que os Moradores de Rua são muito solidários uns com os outros, formam quase que uma "tribo", e isso deve exercer muita influência no fenômeno. Talvez que para muitos que estão totalmente isolados, sozinhos, ignorados pela maioria, essa terrível situação, morar na Rua, seja uma forma de romper esse isolamento.
Nosso ilustre Colega, Sr. FRANCISCO BENDL fez um excelente Comentário e homem prático que é, propôs solução para erradicar o problema, (controle de Natalidade), mas a nosso ver, essa solução que é racional, é muito difícil para quem vive de forma muito emocional.
De qualquer forma, falha, e falha feio nossa Civilização Urbana-Industrial ao possibilitar que tantos Seres Humanos vivam nas Ruas.
Abração.
1) Prezado Dr. Bortolotto seu comentário é importante e concordo plenamente.
Excluir2)Desde criança, esse fenômeno das ruas me chamou a atenção, qdo li o romance "Os Miseráveis" de Vitor Hugo.
3)Obrigado pelo comentário. Abraços !
1) Oi Ana, obrigado pelo comentário.
ResponderExcluir2) Prefiro o nome Antonio, que está nos documentos. Os outros vejo-os como folclore religioso.
3) Os moradores de rua sofrem de tudo quanto é coisa. No caso de doenças eles vão para os postos de saúde públicos, pronto socorros, upas e afins.Geralmente, nesses locais tem dentistas e então eles, quase sempre, extraem os dentes e vão ficando sem dentes.
4) em alguns desses lugares, existem chuveiros, eles tomam banho para receber o tratamento. Uma vez eu estava em uma UPA acompanhando uma pessoa e chegou um mendigo passando mal, mas ele devia estar há vários dias sem banho e a funcionária que fazia a triagem disse: "Primeiro o sr. vai lá no fundo tomar banho, lá tem sabonete, depois o sr. volta e eu encaminho.
5) Eis a realidade, foi o que croniquei.