Helena Blavatsky (www.blavatskyarchives.com) |
Antonio Rocha
Helena Petrovna Blavatsky, uma das fundadoras da Sociedade Teosófica, no
século 19, presente hoje em todo o mundo, nasceu budista.
A informação está no livro A Voz do Silêncio, editora Pensamento, 1976,
páginas14 a 19.
Ela nasceu na Kalmíkya, que nós já falamos aqui no Blog do Mano, uma das
pequenas repúblicas autônomas da Federação Russa, mais de 90% da população
desse país pratica o Vajrayana popular ou Budismo Tibetano, Lamaísmo, dos Lamas
e Dalais Lamas.
Helena pertencia a etnia dos kalmucos ou calmucos, daí Kalmíkya. Veja as
palavras dela:
“Passei meses e anos de minha infância
entre os calmucos lamaístas de Astracã, e com o seu sumo-sacerdote (...) os
calmucos conservam ainda os mesmos termos idênticos aos dos outros lamaístas do
Tibete (donde procederam).
Quando eu tinha 11 anos, minha avó me
levou a viver em sua companhia; morava em Saratóvia quando meu avô foi
Governador. Antes disso, em Astracã, ele tinha muitos milhares (alguns 80 ou
100.000) de budistas sob sua jurisdição.
Eu havia visitado Semipalatinsk e as
montanhas Urais em companhia de um tio meu, que tem propriedades na Sibéria,
bem como na fronteira dos países mongólicos, onde reside o Lama Tarachan. Fiz
numerosas excursões além das fronteiras e sabia tudo acerca de Lamas e
Tibetanos antes dos meus 15 anos.”
Vejamos agora, outra informação. Desta feita, publicada em março de
1995, pós mudanças na antiga URSS. Está
em “Mudrá – Boletim Dármico nº1”. Editado pelo falecido praticante Nissin Cohen,
de Jacareí, SP:
“Os kalmiks, tradicionalmente budistas,
são mongóis Oirat que emigraram ao Ocidente no século 17, vindo a
estabelecer-se entre os mares Cáspio e Negro.
A Kalmíkya é o único estado europeu
budista, é uma das 20 repúblicas autônomas da Rússia nos estepes do sul – fez,
no ano passado, do budismo e do cristianismo ortodoxo religiões estatais.”
Portanto, vemos a Teosofia como um Budismo Popular.
HPB, como muitos chamam na intimidade, é autora de vários livros,
traduzidos em várias línguas.
Destaco o “Glossário Teosófico”, um volume com setecentas e oitenta
páginas e mais de dezoito mil verbetes abrangendo itens como esoterismo,
ciências ocultas, hermetismos, religiões, espiritualidades etc. No Brasil foi
publicado em 1995 pela editora Ground.
Eu tinha lido há muitos anos a respeito da trajetória de Helena Blavatsky, que o professor Rocha trouxe à baila neste seu artigo em tela.
ResponderExcluirEncontrei em uma Super Interessante o seguinte:
"Ao resgatar antigas religiões do Ocidente e do Oriente, a fundadora da teosofia inspirou o ressurgimento da bruxaria e influenciou os hippies
A Nova Era, o ressurgimento dos cultos pagãos, a prática de bruxaria… Todos esses movimentos do século 20 devem muito a Helena Blavatsky.
A mística russa lançou a teosofia, um grupo de estudos e de práticas que misturava a mediunidade, o resgate dos antigos deuses celtas e egípcios e as religiões orientais. Morreu de gripe aos 59 anos, mas deixou um grupo de seguidores muito populares.
A partir de 1849, começou a viajar pelo mundo – foram nove anos percorrendo a Europa, as Américas e a Ásia. Estudou a religião do Egito antigo e a cabala judaica. Foi parar no Tibete, onde teria tido acesso a uma fraternidade secreta, os Mestres da Sabedoria Antiga. Ali teria recebido seu treinamento psíquico. Desde então, Helena seria capaz de controlar mentes, fazer objetos desaparecerem e projetar o corpo astral para parecer estar em dois lugares ao mesmo tempo.
Em 1879, Helena começou uma temporada de seis anos vivendo na Índia. Fez tanto sucesso que, em 1885, dos 121 escritórios da sociedade teosófica no mundo, 106 estavam na Índia e nos arredores. A ocultista morreria em 1891 na Inglaterra, seu último destino.
SEUS MAIORES ACERTOS
•Conciliou culturas – Helena falava sete idiomas e conheceu dezenas de países. Sua teoria espiritual se apoiou em todas essas tradições diferentes
•Pregou a união – Numa época em que ainda se acreditava que algumas raças eram mais inteligentes que outras, sua doutrina pregava a irmandade universal
•Defendeu os indianos – Quando ela viveu na Índia, o país era colônia britânica. Pois afrontou as autoridades ao falar a favor das religiões locais
SEUS MAIORES FRACASSOS
•Gostava de holofotes – Ela gostava de dar entrevistas, mesmo para veículos céticos. Muitas vezes se contradisse e deu margem para seus críticos
•Apagou escritos – Ao chegar à casa dos 40 anos, Helena sumiu com seus registros da juventude e começou a falar de seu passado com informações desencontradas
•Exagerou dados – Para se valorizar, ela disse ter tocado na Orquestra Filarmônica de Londres e lutado ao lado de Giuseppe Garibaldi. Não há provas
Um abração, Rocha.
Saúde e paz.
1)Obrigado Bendl, de fato, HPB foi uma figura curiosa, amada por uns e criticada por outros. Creio que todos nós somos um pouco assim.
ResponderExcluir2) Meu interesse é que ela tem muita coisa sobre a Ásia e o Budismo.
3)Abraços e boa seman. !
Olá Antônio,
ResponderExcluirComo sempre trazendo assuntos totalmente novos para mim. O Mano, meu google, para variar já conhecia a moça. Mas eu fi quei surpresa com tudo, com a vida difícil, variada e rica dela. Com seus conhecimentos e escritos. Figura bem polêmica!
Obrigada por dividi-la conosco.
Até mais.
1) Vc tem razão Ana. Penso que HPB foi um dos grandes nomes femininos do século XIX.
Excluir2)Tudo de bom !
Como muito bem escreveu o Prof. Antônio Rocha e nosso Colega Sr. Francisco Bendl complementou, Madame Helena P. Blavatsky também foi uma prolífica Escritora, escrevendo diariamente Jornais, Revistas, etc, e Livros de grande vendagem.
ResponderExcluirComo bem diz a Sra. Ana Nunes, essa Escritora Elena Blavatsky teve uma vida agitada e movimentada desde jovem, até o fim, e só não fez uma revolução Religiosa bem maior, porque era essencialmente Escritora, e todas os grandes Fundadores de Religião usaram a Palavra. Ela não era boa Oradora.
Abrs.
1) Certíssimo Bortolotto.
Excluir2) HPB era uma profícua escritora, pesquisadora dos pensamentos, das filosofias e das Literaturas Asiáticas. Sua produção literária impressiona.
3)Como toda líder carismática, uns gostavam dela outros não e como sempre, tem as fofocas e contrações do ser humano.
Mestre Antonio,
ResponderExcluirHelena Blavatsky, ou Madame Blavatsky, como também era conhecida, foi uma figura bastante controversa na sua época, talvez por sua atividade mediúnica ter sido muito explorada pelos jornais da época, em busca de novidades sensacionais, mas ninguém pode negar o grande impulso que deu à divulgação do conhecimento e das práticas espiritualistas do Oriente. Uma vida deveras interessante.
Um abraço do Mano.
1)É isso mesmo caro Mano, HPB foi famosa médium, pesquisava a fundo o chamado Ocultismo da Índia, Tibet e adjacências.
Excluir2)Admiradores e críticos não poupavam páginas e mais páginas sobre ela.
3)Obrigado sempre pelo espaço e tudo de bom !
Antonioji,
ResponderExcluirAtrasado - nos últimos dias estive na estrada e desplugado - confesso que sobre Helena Petrovna Blavatsky só sabia que alguns de seus escritos esotéricos foram traduzidos por Fernando Pessoa, um estudioso do ocultismo. Mas não me surpreendi ao ler que o budismo é uma das religiões oficiais da República da Calmúquia, a única nação budista europeia. Porque a Europa é apenas uma península do continente eurasiano e definir os seus limites não é fácil e pode até mesmo ser uma questão subjetiva (rsrs) Tudo bem que os Montes Urais colocam ordem no mapa: para além dele as coisas seriam asiáticas. Mas Dona Rússia , sendo transcontinental, não reconhece essa fronteira natural e embora demograficamente ela seja mais europeia do que asiática, geograficamente é o contrário.
Li faz alguns meses uma biografia da grande Catarina, da lavra de Robert K. Massie, que descreve a Rússia a partir das cartas que a imperatriz trocava com os grandes da sua época, inclusive os filósofos Voltaire e Diderot. A leitura nos faz perceber como a Europa é acima de tudo uma região culturalmente distinta, com suas próprias características e personalidades, idiomas oriundos do legado indo-europeu, história e patrimônio comuns, costumes, mitologias, ideologias: o pensamento grego e romano, o cristianismo, o renascimento e o humanismo, a filosofia iluminista, o romantismo etc. Uma das mensagens da biografia é que foram os imperadores – primeiro Pedro e depois a alemã Catarina - que introduziram as mudanças, que modernizaram a Rússia e que tornaram-na europeia.
Mas penso que, se questionados, os seus cidadãos dirão que não são europeus nem asiáticos, mas russos. O seu senso de nacionalismo, de pertencimento à Mãe Rússia, é muito mais forte do que quaisquer elos com o Ocidente, o Oriente e/ou com a própria Europa.
Namastê!
1)Concordo plenamente Pimentel.
Excluir2)Ao longo da vida conheci alguns brasileiros que moraram na Rússia e eles me falavam isso: a paixão, o amor que os russos tem pela Rússia.
3) Não resta dúvida, uma grande cultura, ou melhor, um somatório de culturas próprias...