Túmulos de Vasco da Gama e Luís de Camões no Mosteiro dos Jerônimos (imagem Domingos Ferreira) |
Domingos Ferreira
AUDÁCIA
O Almirante
visitou a Torre de Belém, no Restelo, que marca o ponto de partida das “Grandes
Navegações” dos séculos XV e XVI. Em seguida, caminhou pela Avenida Brasília,
na margem direita do Tejo, até o Padrão dos Descobrimentos, e atravessou o jardim
da Praça do Império, em direção ao Mosteiro dos Jerônimos.
Ao se
aproximar da vetusta construção em granito, sentiu-se tomado por crescente
emoção, que o dominou ao atravessar o umbral da porta do templo. Súbito, deu-se
conta de estar sozinho dentro da gigantesca nave, fracamente iluminada, em
contraste com o dia ensolarado lá fora. Um órgão enchia o ambiente com uma
cantata de Bach. Pássaros voavam alto entre as enormes colunas.
Contrito, notou
que parara entre os túmulos de duas figuras maiores da História de Portugal: Luis
Vaz de Camões, à direita, e Vasco da Gama à esquerda. Homem do mar, como eles,
sentiu-se enlevado por compartilhar um momento de intimidade com os dois
gigantes que haviam mudado a face do mundo: o valente Navegador e o Poeta
maior, cantor de seus feitos para a eternidade dos povos.
Em comum
entre eles três, existia o mar singrado durante suas vidas, em épocas tão
diferentes. O mar imenso, imutável ao longo dos séculos, que os conduzira a diferentes
destinos, marcados pelas partidas, as longas singraduras, o isolamento em
noites escuras, os céus cravejados de estrelas, as tempestades assustadoras,
reafirmando a insignificância dos homens perante os deuses. De forma idêntica, eles
viveram as expectativas das entradas em muitos portos, dos contatos com seres
humanos diferentes, das incontáveis experiências de relacionamentos. Vidas
aventurosas de que se orgulhavam terem vivido com plenitude.
O Almirante
aproximou-se do túmulo de Vasco da Gama, sobre o qual está deitada sua figura,
esculpida em mármore. Ali
ficou por longos minutos, observando os detalhes daquela obra de arte, enquanto
seu pensamento alçava vôo, nas mais diferentes direções.
Foi assim
que imaginou o momento em que aquele súdito fiel recebera do rei D. Manoel I,
em 1497, a
incumbência de comandar um pequeno grupo de navios para atingir as Índias,
contornando o cabo da Boa Esperança, no extremo sul da África, conforme fizera
Bartolomeu Dias, uma década antes.
O Rei
transmitira-lhe a convicção de ser esse o melhor caminho para chegar àquele
objetivo tão cobiçado. Seu antecessor, D João II, enviara observadores no
sentido inverso da rota das especiarias. Alegando buscarem o lendário reino de
Preste João, percorreram o Mediterrâneo e a costa Norte da África, até
Alexandria. De lá, navegaram no Mar Vermelho, contornando o Oriente Médio, sob
jugo otomano desde a queda de Constantinopla para o Sultão Mehmed II, em 1453. Cruzaram
o Mar Arábico até a costa da Índia, observando o intenso comércio de mouros e
indianos nele existente.
Ainda dentro
daquela década fantástica, Cristóvão Colombo, a serviço da Espanha, descobrira
diversas ilhas, em 1492, após navegar várias semanas para Oeste. Elas se
encontravam nas latitudes tropicais do Hemisfério Norte onde, logo depois, outros
navios ibéricos acharam imensas terras, a Oeste e ao Sul.
Essas
informações, acumuladas e processadas nas cortes de Lisboa e Madrid, indicavam existirem
grandes possibilidades nesse Novo Mundo, nomeado Índias Ocidentais por Colombo.
Tanto foi assim, que ambos os reis se apressaram em assinar o Tratado de
Tordesilhas, em 1494, sob as bênçãos do Papa, assegurando-lhes a propriedade de
todas essas terras, descobertas ou a encontrar.
Contudo,
isso não satisfazia Portugal que iniciara, em 1415, as navegações nas costas d’África,
com a tomada de Ceuta. Isso lhe dera grande dianteira em relação à Espanha, dedicada
a combater os mouros, ocupantes de parte de seu território, e só expulsos no
final do século.
Nessas sete
décadas e meia, os portugueses percorreram, de forma meticulosa, toda a costa
atlântica da África e instalaram feitorias em enseadas, baías e bocas de rios,
para a exploração comercial de seu interior. Em regra, davam-lhes nomes de
santos do calendário religioso, conforme a data da descoberta. As exceções eram
os rios, que recebiam números provisórios. Sua denominação final cabia ao rei,
pela importância para a penetração nos novos territórios.
Nesse
período de tentativas e erros, desenvolveu-se o instrumental necessário a tais
explorações, abrangendo diversas tecnologias. Surgiram embarcações cada vez
mais adequadas à navegação de alto-mar, maiores, melhor projetadas e mais
resistentes. Mesmo assim, a vida útil desses navios raramente passava de duas a
três viagens, resultando na devastação das florestas, na busca de árvores
maiores e madeiras mais resistentes para construí-las.
Os portugueses
se afastaram das costas, para aproveitar melhor os ventos, pela grande
dificuldade de navegar no contravento, com navios ainda rudimentares. Isso levou
à evolução na arte de marear, incluindo o uso de instrumentos de observação
astronômica. Nisso, os lusos apoiaram-se nas práticas das caravanas de beduínos,
percorrendo os desertos. Como eles, passaram a orientar-se pelo Sol, pela Lua e
pelas grandes estrelas, com seus nomes árabes: Altair, Sírius, Aldebaran,
etc... Também, desenvolveram a cartografia, os diários de bordo, a observação
dos ventos e demais fenômenos oceânicos.
A
sobrevivência das tripulações ficou muito mais difícil com períodos maiores em alto-mar. Passou
a ser essencial preparar e armazenar melhor os mantimentos. A tradição lusa
forneceu os salgados, os defumados, as salmouras conservantes em barris. A tecnologia dos
beduínos veio, ainda, em socorro dos navegantes com o pão árabe, em versão adaptada
e assado em fornos. O
resultado foi o famoso biscoito naval, muito durável, usado até o século XIX. Sua
produção, para abastecer navios, feitorias e fortes, cresceu com rapidez, e passou
a ser assunto de Estado, envolvendo o próprio rei.
A qualidade
da água para beber era um enorme problema, em parte resolvido com vinho,
simples ou misturado, para reduzir a proliferação de microorganismos. As
condições de sanidade e higiene nos navios eram terríveis. As doenças
proliferavam, interrompendo viagens por perda de tripulantes. O escorbuto devastava
tripulações, privadas das vitaminas de frutas e verduras.
A frota de Vasco da Gama (imagem Domingos Ferreira) |
Eram quatro
os navios para a nobre e arriscada missão de Vasco da Gama. Três naus: São
Gabriel, comandada pelo próprio Vasco, São Rafael, sob comando de Paulo da
Gama, seu irmão, e a São Miguel, com o capitão Gonçalo Nunes. Essa última era
uma unidade de apoio, com mantimentos e material diverso. O maior desses navios
media cerca de 27 metros ,
tamanho limitado pelas alturas das árvores de que eram feitas suas quilhas e
mastros. Havia, também, a caravela Bérrio, de Nicolau Coelho, bem menor, com pouco
calado e de manobra mais fácil, muito útil nas aproximações das costas e
entradas de portos.
As tripulações
somavam em torno de 170 homens. Além dos capitães, havia pilotos, mestres, escrivães,
tradutores, frades e a rude marujada. Por ser uma viagem exploratória, levavam
presentes para autoridades de portos a serem visitados. Eram objetos simples e
úteis, do agrado dos povos primitivos da costa atlântica africana.
Em nada se
comparavam, porém, à riqueza e sofisticação que iriam encontrar na costa leste
da África e, em particular, na Índia. Transportavam, também, “padrões”, marcos
de pedra, com as armas de Portugal esculpidas e inscrições significativas, a
serem cravados nas novas terras, afirmando a soberania portuguesa sobre elas.
O Almirante
afastou-se do túmulo de Vasco da Gama e dirigiu-se ao de Luiz Vaz de Camões.
Reverente, trazia consigo todo o peso de “Os Lusíadas”, a monumental obra do
poeta, com seus dez cantos, mais de mil e cem estrofes e de oito mil e
oitocentos versos decassílabos heróicos. Algo sublime, fruto da infinita
capacidade de criar do ser humano; o autor, entretanto, jazia em mármore, sobre
o túmulo, que o visitante passou a observar, em ato de contrição.
Era-lhe
quase incompreensível como Camões, o homem, tivera condições de escrever uma
obra daquele porte, complexidade, erudição e beleza, nas condições em que vivera,
em meados do século XVI.
Após estudos
em Coimbra, muito moço, ele prestou serviço militar em Ceuta, onde perdeu um olho,
durante combate aos mouros. Mesmo assim, dedicou-se à vida militar e passou
parte da vida na Índia e regiões próximas. Além disso, viajou para a China, vivenciando
várias experiências nas costas sul-asiáticas e ilhas adjacentes. Irrequieto,
brigão, bom combatente, foi preso algumas vezes. Grande conversador, obviamente
dotado de grande sensibilidade, atraía as mulheres, sendo personagem de muitos
amores. O parco soldo de praça era-lhe sempre insuficiente...
A partida
para a grande aventura ocorreu do Restelo (Torre de Belém), em 8 de julho de
1497, como diz o poeta n”Os Lusíadas”:
As armas e os barões assinalados
Que, da Ocidental praia Lusitana,
Por mares nunca de antes navegados,
Passaram ainda além da Taprobana(1)
Em perigos e guerras esforçados,
Mais do que prometia a força humana,
E entre gente remota edificaram
Novo Reino, que tanto sublimaram.”
(Canto I, estrofe 1)
Facsímile da capa da primeira edição de Os Lusíadas (Xerox do Brasil - edição comemorativa do IV Centenário da publicação do livro) |
Apesar das
resistências existentes na Corte, fizeram-se ao mar por imposição do rei D. Manoel
I, cumprindo uma política de estado, quase centenária, herdada de seus
antecessores. Momentos antes da partida, da praia cheia de gente, o Velho do
Restelo, personagem criada por Camões, criticou a ousadia lusa e suas prováveis
consequências:
Ó glória de mandar, ó vã cobiça
Desta vaidade, a quem chamamos Fama!
Ó fraudulento gosto, que se atiça
Cua aura popular, que honra se chama...
(Canto IV, estrofe 95)
O primeiro
trecho da viagem fez-se em águas já conhecidas, com a companhia de Bartolomeu
Dias, em uma caravela, até a altura do Golfo da Guiné. Camões aproveita essa
rotina e, para dar tom épico aos fatos, à semelhança de Homero, engendra uma
narrativa heróica, envolvendo os deuses do Olimpo, surpreendidos pela audácia
dos portugueses.
Júpiter
convoca um concílio na sua corte celeste, em que Vênus , sua filha,
defende a empreitada. Entretanto, Baco, também seu filho, enciumado, a ela se
opõe, por constar como descobridor das Índias, na mitologia grega. Ao fim, a
viagem é aprovada. Inconformado, Baco recorre a Netuno, em seu reino nas profundezas
dos mares, incitando-o a destruir a frota de Gama com tempestades. Vênus interfere,
porém, junto a Netuno, e garante mares calmos aos feros lusos.
A pequena
frota enfrentou ventos contrários, ao navegar mais ao Sul, e teve de se afastar
muito da costa, prática que passou a chamar-se a “volta do mar”. Foram três
meses em pleno Atlântico ,
até chegarem à baía de Santa Helena, ainda na costa sul da África, com várias perdas
de tripulantes motivadas por escorbuto. Ali, transferiram para os outros navios
as provisões da nau de apoio, a “São Miguel”, que estava imprestável para
navegar com segurança. Ela foi desmantelada para evitar que caísse em mãos de
países concorrentes.
As conhecidas
dificuldades para “dobrar” o Cabo da Boa Esperança, poucos dias após saírem de
Santa Helena, levaram Camões a criar a figura ameaçadora de um titã, o gigante
Adamastor, que faria essa empresa quase impossível. Ele apareceu de repente e assim
rugiu para Vasco:
Sabe que quantas naus esta viagem
Que tu fazes, fizerem, de atrevidas,
Inimiga terão esta paragem,
Com ventos e tormentas desmedidas...
(Canto V,
estrofe 43)
O astuto Gama
estabeleceu um diálogo com a horrenda figura, que lhe confessou estar ali como
castigo, por se apaixonar por Tétis, a mais bela das ninfas do mar, desejada
por Júpiter e Netuno. Dito isso, o gigante desapareceu em prantos e suas
lágrimas tornaram-se espuma do mar, dando passagem para os lusos. Quatro meses
e meio após a saída de Lisboa, os três navios contornaram o cabo perigoso e aproaram
ao Norte, em busca do objetivo final.
Na subida
pela costa leste africana, os navegantes notaram forte presença muçulmana, dominando
a navegação e o comércio. Com tripulações exaustas e assoladas por doenças, Gama
fundeou na foz de um rio. Ali permaneceram por um mês, para repouso, aguada, reparação,
faxina geral nos navios, e tratamento dos doentes. Camões fala do terrível escorbuto:
E foi que, de doença crua e feia,
A mais que nunca vi, desampararam
Muitos a vida, e em terra estranha e alheia
Os ossos para sempre sepultaram...
(Canto V, estrofe 81)
(Continua)
1) Belo texto e ótima fotos sobre um dos grandes poetas da Língua Portuguesa.
ResponderExcluir2) Parabéns Domingos !
Estimado companheiro Rocha
ExcluirMuito obrigado por suas palavras.
Elas são um grande estímulo para continuar a participar deste blog.
Espero que também aprecie os capítulos seguintes que são bastante diferentes na abordagem do tema.
Um forte abraço
Domingos
Prezado Domingos,
ResponderExcluirParabéns! Vou ler com muuuuita satisfação os demais capítulos dessa sua "franquia" que me cativou logo de saída, nos primeiros parágrafos, que descrevem os passos do Almirante na ribeira sul do Tejo, entre a Torre de Belém e o Padrão dos Descobrimentos. Para mim é bem ali que a coisa pega e me descubro a imaginar o que movia aqueles caras, o que os fazia partir para mares nunca dantes navegados, apesar de todas as dificuldades e riscos - o escorbuto lhes roubando os dentes, as tempestades, a imundície, os biscoitos mofados, a doença, a morte sempre à espreita - bem como a alegria experimentada no retorno pelos sobreviventes, ao adentrarem o Tejo e avistarem finalmente a bendita Torre. Por isso não é difícil entender a emoção que o Almirante experimentou ao homenagear seus companheiros de mares, no Mosteiro dos Jerônimos.
Tenho um grande apreço pelo grande Camões, que se aventurou pelo mundo muito jovem e perambulou pelo Oriente por largos anos antes de poetar seus versos heroicos, nos quais me encantam as cores humanistas e universalistas, a crença que o poeta tinha na capacidade humana de superar os seus limites. Confesso que para mim Camões se agiganta não tanto quando enaltece, merecidamente, a bravura e o engenho lusitanos - "Cesse tudo o que a Musa antiga canta// Que outro valor mais alto se alevanta!"- mas quando ele escancara a nossa frágil humanidade:
"No mar tanta tormenta e tanto dano,
Tantas vezes a morte apercebida!
Na terra tanta guerra, tanto engano,
Tanta necessidade avorrecida!
Onde pode acolher-se um fraco humano,
Onde terá segura a curta vida,
Que não se arme e se indigne o Céu sereno
Contra um bicho da terra tão pequeno?"
( Canto I - última estrofe)
Obrigado e abração
Amigo Moacir
ExcluirCada vez que leio as opiniões suas e dos demais amigos(a) deste blog fico muito emocionado à semelhança do que ocorreu comigo ao labutar na redação deste artigo. Tive um trabalho insano, durante alguns meses, primeiro ao ler todo o texto do "Os Lusíadas", fazendo anotações. Em paralelo, fui definindo como e o que abordar, na redação final. Além disso, foi necessário realizar pesquisas de apoio à inserção dos fatos atuais da narrativa, etc, etc...
É claro que isso se passa nas nossas cabeças quando redigimos. Mas o problema estava no tamanho, na complexidade da tarefa assumida,e na responsabilidade
de lidar com um texto sacrossanto.
Pelo visto e pelo dito, sem nenhuma pretensão, dei conta do recado. Muito obrigado por sua participação fraterna...
Um grande abraço.
Domingos
Geralmente não comento uma "franquia" antes do último capítulo, porque como monto todos eles antes tenho o cuidado de não dar "spoilers" aos leitores. Mas direi apenas que o trabalho do Domingos é excelente, e com certeza vai contribuir para que quem já leu (infelizmente não são muitos) e quem nunca leu por inteiro o magnífico poema que é a primeira grande "canção de gesta", como diziam os trovadores, da nossa bela e tantas vezes mal tratada língua ou o compreendam melhor ou tenham vontade de conhecê-lo.
ResponderExcluirObrigado ao Domingos e um abraço do Mano.
Amigo Mano
ExcluirMuito obrigado por suas palavras sobre o artigo.
E eu, também, lhe agradeço pela oportunidade de publicá-lo em seu blog de elevada categoria.
Vamos às segunda e terceira partes...
Um abraço fraterno
Domingos
Magnífica 1ª Parte de: " Os Lusíadas - Uma viagem pelo Tempo", desse excelente Escritor Sr. DOMINGOS FERREIRA, Almirante da Marinha de Guerra Brasileira, nos contando da emoção ao adentrar no Mosteiro dos Jerônimos, Lisboa-Portugal, e encontrar logo na entrada as Imagens eternizadas em mármore do grande Poeta LUIZ VAZ DE CAMÕES, e do grande Almirante VASCO DA GAMA, descobridor do caminho marítimo para as Índias (1497 - 1498).
ResponderExcluirA partir desse ponto, a Marinha de Guerra e a Mercante do Império Português passavam a comprar diretamente no Oriente as tão lucrativas ESPECIARIAS e livrando-se do custo mais alto do transporte terrestre, dos altos Impostos do Império Turco, de outros Impostos e Custos, especialmente a intermediação dos Comerciantes Venezianos que faziam ate então o transporte e a distribuição final por toda a Europa, e partir de então a Marinha Portuguesa passou sozinha a fazer isso tudo, enriquecendo muito o Império Português.
E o grande Poeta, o Maior de Todos, LUIZ VAZ DE CAMÕES imortalizou em "Os Lusíadas" toda essa Epopeia, que também muito nos honra como "Filhos Brasileiros" que somos de nossos "Pais Fundadores Portugueses".
Muito bem lembrado pelo Autor Alm. Sr. DOMINGOS FERREIRA do quanto os Portugueses foram devedores dos Árabes dos Desertos, e os desertos também são epecie de Mares, na navegação pelas estrelas, pelas próprias caravelas, pelo pão Árabe que veio dar origem ao famoso Biscoito Naval, etc.
Esperamos com ansiedade a próxima parte de "Os Lusíadas - uma viagem pelo Tempo" desse magnífico Escritor Alm. Sr. DOMINGOS FERREIRA.
Estimado leitor e amigo Flávio Bortolotto
ExcluirDe fato, os portugueses de Vasco da Gama tiveram como principal motivação, para a abertura do "Caminho das Índias", as dificuldades e custos decorrentes do domínio turco do Leste do Mediterrâneo, assim como da interferência de Veneza e Gênova. Apesar disso, é preciso lembrar que o espírito aventureiro luso já se manifestara desde o início do século XV, desbravando toda a costa atlântica da África E,também, a extensão das suas navegações até a China e o Japão. Ainda mais, a descoberta e exploração das costas brasileiras,a partir do século XVI, que resultou no nosso gigantesco país...
Além de tais fatos, tivemos a sorte de surgir um poeta do calibre de Camões para cantar tudo isso em um espantoso poema. Com um olho só!!!
Os próximos dois capítulos procuram resumir essa aventura sobrehumana.
Um forte abraço
Domingos
Olá Domingos,
ResponderExcluirVocê é um sabido das coisas da alma e das coisas de mareação e de poesia.
O seu post me ilustra, informa e me dá alegria de ver, desde outrora, nossa herança de comidas, de saberes e até de nomes de outros povos.É idiota quem pensa ser único, quer dizer, somos únicos na nossa mistura que resulta única. Essa mistura é rica mesmo que não saibamos dela.
Porque não são os sabores, os escritos e os nomes em si, mas toda a carga que trazem junto.
É, mulheres e luas nem sempre cabem nos soldos. Somos assim...
E que bom que ainda teremos mais de Gama e Camões navegando juntos nas suas letras.
Até mais.
Olá Ana
ExcluirSe você prestar atenção em um mapa-mundi verá que o Brasil é isolado e distante de tudo. Isso era um grande transtorno no tempo dos navios a vela. Uma viagem até aqui durava trinta a quarenta dias. Hoje são dez horas de voo. Mas,mesmo assim, continuamos distantes...Longe das confusões absurdas que existem no mundo inteiro.
Esse isolamento também existe em relação aos dez países da America do Sul, nossos vizinhos, devido aos grandes espaços existentes. Se houver uma guerra nuclear no hemisfério norte, a resultante precipitação radioativa assassina não consegue atravessar a região equatorial, como as caravelas tinham grande dificuldade de fazer, devido às calmarias...
Nós não somos únicos, no sentido de melhor que os outros. Mas somos uma mistura única,com a carga que trazemos juntos, como você bem diz.
Além disso, temos de tudo para atingir um bom padrão de vida bem distribuído. Não precisamos invadir ninguém. E podemos desenvolver um sistema de proteção que garanta tudo isso.
Você esqueceu de incluir Vênus, no consumo de nossos soldos. Ela lhe manda um abraço. Sejam sempre assim...
Os segundo e terceiro capítulos estão chegando.
Até mais.
Domingos