Navio Aeródromo Chinês - imagem - Revista do Clube Naval |
Domingos Ferreira
“O Navio-Aeródromo Liaoning, da Marinha do
Exército de Libertação Popular da China, e mais alguns navios menores, estão
operando no Leste do Mediterrâneo, com base no porto de Tartus, ao Norte da
Síria, onde desembarcaram 1.000 fuzileiros navais. Suas aeronaves e a tropa
estão cooperando com a Rússia nos combates contra o Estado Islâmico na região.”
Essa notícia apareceu na imprensa de vários países da área, em meados de
outubro de 2015. Ela veio acrescentar mais inquietação ao dramático quadro
político, estratégico e militar no Oriente Médio, desde o final da I Guerra
Mundial, seguido pela extinção do império turco-otomano, a II Guerra Mundial, a
criação do estado de Israel, a Guerra Irã/Iraque a invasão do Iraque,
perpassados pela extrema valoração do petróleo desde então.
A inesperada e robusta presença militar da China na região traria novos
fatores de peso ao indecifrável e interminável xadrez ali jogado pelas grandes
potências, cujo teatro mais dramático atual está nas areias encharcadas de
sangue da Síria.
De fato havia navios chineses no Mediterrâneo, mas não o NAe Liaoning.
Eles eram navios de guerra de médio porte, pertencentes a um dos Grupos-Tarefa
da Força-Tarefa Permanente 145, da Marinha do Exército de Libertação Popular da
China, PLANavy, ou PLAN. Muitos desses GTs estão, há alguns anos, operando nos
sete mares, com a missão específica de mostrar a bandeira chinesa a todos os
povos do mundo. Eles podem ser identificados, metaforicamente, como os
integrantes do “8º Ciclo de Viagens” do Almirante Zheng He, seis séculos
depois, desta vez em todas as latitudes e longitudes...
O Brasil recebeu a visita de um desses GTs, constituído por uma fragata,
um contratorpedeiro e um navio de apoio chineses, em outubro de 2013, quando
estiveram no Rio de Janeiro. Sua programação, tanto no mar como nos portos, foi
muito semelhante ao que ocorre, desde sempre, com rotineiras visitas de navios
de guerra de outras marinhas. As diferenças estavam em que eles tinham vindo do
Chile, e certamente de outros países, onde fizeram visitas semelhantes.
Fragata Antiaérea Chinesa - imagem - Revista do Clube Naval |
Cabe ressaltar que a visitação pública a esses navios atingiu uma
presença muito grande de chineses oriundos de outros estados do Brasil, que
viajaram para o Rio de Janeiro com tal finalidade. Além desse GT, o porto de
Salvador recebeu, em abril próximo passado, a visita de um navio
hidro-oceanográfico chinês, então operando no Atlântico Sul.
Quanto à suposta presença do NAe Liaoning no conflito da Síria, em
outubro de 2015, o que ocorreu, de fato, foi a presença de um GT chinês padrão
que visitou o Egito, dentro do procedimento adotado pela FTP 145. Esses navios
tinham efetuado visitas na costa Leste da África e navegado pelo Mar Vermelho,
onde estiveram no porto de Jedá (Meca), da Arábia Saudita. Em seguida,
penetraram no Mediterrâneo, pelo Canal de Suez. Isso deu uma grande
visibilidade a eles, causando vários boatos.
Além dos já citados, é longa a enumeração dos países visitados pelos GTs
da Força Tarefa Permanente 145 da China, nos últimos anos, em todos os
continentes. A título de exemplo, podem ser citados Portugal, Inglaterra,
Espanha, Alemanha, França, Itália, Suécia, Finlândia, Rússia, etc... na Europa;
Canadá, Cuba, México, Argentina, Guatemala, Peru, Venezuela, Colômbia, etc... nas
Américas ; Austrália e Nova Zelândia, na Oceania; Marrocos, Nigéria, Camarões,
Angola, Namíbia, África do Sul, Moçambique, Quênia, Djibouti, etc... na África;
Índia, Japão, Indonésia, Timor Leste, Miamar, Tailândia, Filipinas, Vietname,
etc... na Ásia.
Não à toa, o caso dos Estados Unidos é singular. Nos primeiros dias de
setembro de 2015, um GT de cinco navios chineses, de porte médio, navegou ao
longo das ilhas Aleutas (americanas) e percorreu as águas territoriais da costa
do Alaska. Esse fato se passou logo após o presidente Obama ter visitado aquele
estado e, também, pouco antes de ele ter um encontro com o presidente chinês em
Nova York. Além disso, dois GTs da FT145 chinesa visitaram, em novembro do
mesmo ano, cidades das costas do Leste e do Oeste americanos, dentro do padrão
pré-estabelecido.
Essa intensa movimentação naval chinesa tem semelhança com o que os EUA
fizeram em 1907/1909, quando sua “Great White Fleet” efetuou a circunavegação
do globo terrestre. O então presidente Theodore Roosevelt tinha motivações
semelhantes aos atuais dirigentes chineses, ao mostrarem a todos os povos que
estão chegando preparados para o jogo bruto no grande teatro político e
estratégico mundial. A única diferença na execução dessa magna tarefa é que os
navios americanos navegaram juntos, enquanto os chineses ora operam navios que
frequentam os cinco continentes.
A Marinha do Exército de Libertação do Povo da China, PLAN, já é a
primeira força naval dos mares, em número de unidades, que somam 783 incluindo
navios de combate, auxiliares e de defesa costeira. E ela cresce em ritmo
acelerado, dentro de um orçamento de defesa anual de US$155 bilhões, em 2016.
A título de comparação, a Marinha dos EUA dispõe de 470 navios de
combate e auxiliares, incluindo defesa costeira, dentro de um orçamento de
defesa de US$581 bilhões, o que possibilita manter essa ordem de grandeza e
renovação constante. A Rússia é a terceira colocada, com 350 navios de combate
e auxiliares, com um orçamento de defesa bastante reduzido para US$46,6
bilhões.(1)
Os chineses, desde 1950, quando foi formalmente criada sua Marinha, no
início do governo de MaoTseTung, fizeram um enorme esforço para atingir um
papel relevante nas atividades no mar. No princípio, tiveram uma colaboração
decisiva da União Soviética, por razões político-estratégicas da Guerra Fria.
Isso resultou em uma participação inicial dominante de equipamento russo
em seus meios flutuantes. Tal quadro alterou-se, paulatinamente, conforme a
histórica diligência chinesa absorvia as tecnologias necessárias à construção
de seus navios, dos menores aos maiores. O mesmo ocorreu com a fabricação de
sistemas de armas, dos mais simples aos mais complexos, dentro de um
procedimento que abrange todos os setores industriais da China.
Na virada do século XXI, simbolicamente denominado “Século dos Mares”,
pelo Almirantado chinês, a maioria dos meios flutuantes incorporados às suas
forças navais já era projetada e construída no país, com o objetivo de atingir
a totalidade. Dentro de tal procedimento, os setores aeronaval e dos grandes
cruzadores com mísseis balísticos, por suas complexidades, foram os últimos a
participar nessa extraordinária caminhada para a desejada supremacia nos mares.
O NAe Liaoning é o inacabado
“Varyag”, da Rússia, cujo casco foi adquirido em 1998, pela China, reformado, e
concluído em 2012, quando entrou em serviço na PLAN. Ele tem bem servido de
laboratório para os chineses adquirirem conhecimento e experiência em
arquitetura, engenharia, logística e operações aeronavais. Essas últimas são
realizadas com diversas aeronaves, destacando-se os caças J15, supersônicos
(Mach 1,98).(2)
O resultado concreto de tais esforços surgiu em 31/12/2015, com o início
da construção, no estaleiro de Dalian, no nordeste do país, do primeiro de dois
NAes “totalmente chineses”, com cerca de 300m de comprimento e 60 a 70 mil
toneladas, em uma série de seis, a ser completada até 2030.
Esse esforço ciclópico da China, em três gerações, já resultou em uma
gigantesca Marinha, que se reflete no resumo apresentado a seguir.
- Distritos Navais : 7
- Pessoal: 250.000 militares, incluindo cerca de 50.000 Fuzileiros
Navais; 56.000 integrantes das Forças Aeronavais (650 aeronaves) e 35.000 da
Força de Defesa Costeira.
As unidades de combate e auxiliares da Marinha da China (PLAN) são assim
distribuídas, em termos de tipos e quantidades de navios:
Marinha de Guerra Chinesa - Revista do Clube Naval |
Há ainda alguns aspectos a destacar nestas considerações finais. O
principal dentre eles é terem sido evitadas menções ao armamento nuclear. É
óbvio que a existência dele perpassa todos os níveis operacionais de emprego
dos seus meios navais, com as marinhas consideradas exercendo total domínio
sobre eles.
O segundo fato diz respeito à comparação entre as Marinhas da China e
dos Estados Unidos. Atualmente, a Marinha Americana é muito superior em quase
todos os quesitos a atender. No caso, cabe destacar o setor aeronaval, dispondo
de dez Navios-Aeródromos de grande porte, com deslocamentos acima de 100.000
toneladas e cerca de 3.000 aeronaves em diversas atividades.
Contudo, o que se tenta ressaltar neste texto é o fato de que a jovem
Marinha chinesa, em três gerações, atingiu o segundo lugar dentre todas as
demais, e caminha celeremente para ombrear-se com a Marinha dos EUA dentro de
poucas décadas. Os crescentes atritos entre elas, nos mares orientais, já
asseguram isso.
É conveniente, também, atentar para o fato de que a população da China
atual é 90% constituída pela etnia Han, a mesma que a governava durante a
dinastia Ming (1368-1644) quando foi formalizado o conceito de “Império do
Meio”, e fechou-se, arrogantemente, ao resto do mundo.
Outra e última ressalva diz respeito à mínima inclusão no texto de
detalhes sobre os sistemas de armas em uso nos navios e aeronaves, que incitam
enorme curiosidade. Quem não fica intrigado com um míssil balístico hipersônico
(Mach 4,5/5,0)(2), com penetração atmosférica controlada, utilizável
de aeronave, navio de superfície ou submarino mergulhado.? Ele pode atingir,
com ogiva nuclear ou convencional, um poderoso NAe, a 50 milhas (92,6 km) de
distância, dentro de 5 minutos após lançado. Por isso são chamados de
“Matadores de Porta-Aviões”. A PLAN - Marinha da China já dispõe deles.
Tecnologia russa?... Chinesa?
A China anunciou, recentemente, e já está implantando, o programa
"One Belt One Road". Trata-se de um gigantesco empreendimento de uma
versão moderna da "Rota da Seda" e dos "Ciclos de Viagem dos
Navios do Tesouro". Seus objetivos principais são ampliar (dominar?) o
comércio com a Eurásia e assegurar seu próprio abastecimento de petróleo. Para
tanto, já criou um Banco de Desenvolvimento, para apoio financeiro, operando
centenas de bilhões de dólares.
Encerro este texto com palavras do grande Almirante Zheng He, escritas há
seiscentos anos. Elas estão gravadas em uma placa de bronze no monumento em sua
honra existente no porto de Chang Le, na província de Fu Jian, na costa SE do
Mar da China:
“Nós navegamos mais de 100.000 li (30.000
milhas marítimas) de imensos espaços de mar, enfrentando enormes ondas
oceânicas, como montanhas se elevando aos céus; e nossos olhos avistaram
regiões bárbaras muito distantes, escondidas entre translúcidos vapores azuis;
enquanto as velas enfunadas, içadas nos grandes mastros, parecendo nuvens, nos
levavam dia e noite, tão rápido como uma estrela, ao atravessar aquelas ondas
selvagens, desbravando amplos e novos caminhos.”
Observações
(1) 2016 - GFP/ Global Firing Power -World
Military Strength –Total Navy Ships Strength (by country);
(2) Mach 1,0 = velocidade do som = 1.250
km/hora
Domingos, um fechamento preciso pra sua bela tríade sobre a marinha chinesa.
ResponderExcluirMostra claramente o sucesso do esforços chineses para, a par de terem se tornado uma das maiores potências econômicas, tornarem-se também uma das maiores potências militares. Além da marinha e da aviação militar, estão entrando agora na aviação civil, com aeronaves que concorrem com a nossa Embraer e começam a concorrer com a Boeing e a Airbus. Somado à sua imensa população, onde os únicos limites às forças de infantaria serão sua produção de equipamento, disponibilidade de treinamento e capacidade de "deployment", o que também procuram alcançar com a marinha, têm todos os elementos para conseguir seu objetivo.
Parabéns pelos artigos, e um abraço do
Mano
Amigo Mano
ExcluirCreio já ter escrito aqui, antes, que estive na China em 1983, durante 3 semanas. A Margareth Thatcher estava no gigantesco prédio do Governo na praça Tianamen, negociando a "devolução" de Hong-Kong e o povo todo ainda usava a túnica Mao. Pouquíssimos carros nas ruas e milhões de bicicletas. O sonho da estudante de Inglês da Universidade de Pequim, auxiliar do professor que improvisava atender nosso ônibus de turistas, uma estranha novidade na ocasião, era comprar uma bicicleta também. Na sua família de cinco pessoas,eles só tinham uma, usada em rodízio...
Hoje, fico espantado, todo dia, com o que está ocorrendo na China. E vai continuar assim, por muito tempo.
Quem viver verá.
Obrigado por suas palavras de estímulo.
Um forte abraço
Domingos
Prezado Autor, Sr. DOMINGOS FERREIRA,
ResponderExcluirMuito interessante o seu bom Artigo sobre a atual Marinha de Guerra Chinesa. A China tendo sido nos Séculos XIX, e até quase a metade do XX, humilhada, Invadida e explorada pelas Potências da Época, Inglaterra, França, Holanda, Rússia, Alemanha, etc, principalmente o Japão, e até os EUA que não fez Colonialismo (fincar a Bandeira numa porção do Território), mas Imperialismo, ( Dominar via Investimento nas Empresas Chinesas e principalmente seu Comércio, especialmente o Externo, expandir os Bancos Americanos, etc), agora desenvolve ao máximo seus Meios de Defesa para que nunca mais passe por isso.
Desde que em 1890 o Cap. ALFRED THAYER MAHAN ( US Navy), escreveu seu revolucionário Livro: "The influence of seapower upon history, 1660 - 1783", explicando que quem dominasse os Mares, dominaria o Mundo, os Chineses mostram que concordam plenamente com o Argumento.
Agora, os Chineses devem saber que, embora " O Ouro " permita produzir/comprar relativamente em curto prazo a maior Frota de Guerra do Mundo, nunca comprará a EXPERIÊNCIA e a PRÁTICA de Velhos Lobos do Mar; Almirantes, Capitães, Artilheiros, Graduados, Marinheiros, etc.
Isso só com o tempo se consegue.
Abração.
Estimado Sr.Flavio Bortolotto
ExcluirMuito obrigado por suas observações.
De fato, a China, tendo perdido o bonde da industrialização, sofreu muito nas mãos dos europeus, americanos e japoneses.
O que ela faz agora no mar,com grande sucesso,é seguir os ensinamentos de MAHAN que orientaram os Estados Unidos na passagem do século XIX para o XX, atingindo sua supremacia marítima com a vitória na II Guerra Mundial e que agora começa a ser ameaçada.
Contudo, os chineses ainda precisarão de algum tempo
para adquirir maturidade estratégica e desenvoltura tática que possibilitem o melhor desempenho possível dos meios extraordinários que ora produzem.
Com certeza, eles atingirão esse patamar.
Um forte abraço
Domingos
1) Não sei se já falei aqui, mas o importante artigo do Domingos Ferreira me fez lembrar do antigo livro:
ResponderExcluir2)"Quando a China Despertar o Mundo Tremerá", do embaixador francês Alain Peyrefitte, que ficou alguns anos em Pequim.
3)Penso que a China já está despertando e dominando o mundo.
4)Parabéns Domingos Ferreira !
Amigo Antonio Rocha
ExcluirÉ incrível como as coisas acontecem. A China está fazendo um esforço colossal, e bem sucedido, para dominar o mundo. Enquanto isso, os americanos tiveram o azar de eleger o Trump que está retraindo seu país estrategicamente, em diferentes áreas do globo.
Em termos que nos interessam, isso é até bom para evitar o monopólio de poder que os EUA exerciam. É só lembrar que nosso maior parceiro comercial já é a China. Aliás, também da América do Sul.
Amigo, obrigado pelos seus parabéns. Estamos na mesma canoa...
Abraço fraterno
Domingos
Olá Domingos,
ResponderExcluirSeu artigo é tão bom, até para quem, com eu, não entende nada de marinhas e potências.
Só sei que me deu um pouquinho de medo, porque , como a Mafalda do Quino, me ponho a pensar que enquanto o Ocidente dorme, milhões de chineses estão acordados!
Bela trilogia.
Tem mais do antigo romantismo por vir?
Até mais .
Amiga Ana
ExcluirPeço-lhe desculpas pela demora da resposta. Minha modesta moradia foi invadida por quatro netinhas, entre 5 e 9 anos. Foi o caos...
Eu também tenho medo dos chineses e é por isso que procuro conhecê-los melhor e divulgar o que apreendo. A Mafalda tem toda razão.
Quanto ao romantismo, está no forno uma outra história da fazenda do Matucão.
Até mais.
Domingos
Olá Domingos,
ExcluirComo chamar sua moradia de modesta se é ela que protege você, sua família, suas memórias e ,eventualmente, suas preciosas netas? Queria ter uma netinha!
Feliz aguardando seu romantismo.
Interessante artigo, diferente dos demais, apresentando a composição da Marinha Chinesa com suas belonaves, ao mesmo tempo que ficamos a ver navios se compararmos as nossas canoas e jangadas com a quantidade de barcos daquela nação!
ResponderExcluirO poderio armamentístico chinês causa espanto!
A totalidade de 85 submarinos impressiona, apesar de ser baixo a quantidade de Porta-Aviões, somente 6 e até 2030.
Imagino o Exército, apesar de eu solicitar Ferreira que fizesse o mesmo com a aeronáutica chinesa, e nos mostrasse os números de bombardeiros, caças, transporte, pois a China não tem qualquer tradição na indústria aeronáutica, então a minha curiosidade quanto ao tipo de avião que possui, se modelos russos, suecos, franceses ...
Parabéns pelo artigo que, além de ter sido bem escrito, como sempre, apresenta fotos muito bonitas dos navios, e o quadro de embarcações da Marinha Chinesa.
Muito legal!
Um abraço.
Saúde e Paz.
Amigo Chico
ExcluirRealmente, os chineses estão provocando espanto em vários setores de atividades. No que se refere ao equipamento militar naval, os custos unitários podem atingir valores absurdos.Um porta-aviões(Navio-Aeródromo-NAe) moderno, como é o caso do "USS GERALD FORD",americano, entrando em operação neste ano. Ele é um navio gigantesco,com mais de 300m de comprimento, 110 mil toneladas de deslocamento,propulsão nuclear, mais de 100 aeronaves e acima de 4.500 tripulantes.
O custo de sua construção foi superior a 11 bilhões de dólares. Ocorre que um navio como esse opera sempre acompanhado por diversos outros para sua proteção e complementação operacional, tais como fragatas anti-aéreas e anti-submarinas,além de submarinos nucleares. Essas unidades somam outros 11 milhões de dólares, ou mais. E os chineses estão construindo 5 NAes até 2030!!!
Quanto às aeronaves, a China empregou basicamente tecnologia russa em sua fabricação, durante a segunda metade do século XX. Desde então, eles desenvolveram projetos próprios e já produzem as aeronaves supersônicas embarcadas no seu ainda único NAe, como mostra sua fotografia.
Muito obrigado por suas observações.
Um forte abraço
Domingos
Prezado Domingos,
ResponderExcluirÓtimo post que nos traz importantes informações sobre a China esse imenso enigma do qual até bem pouco tempo atrás só se conhecia a muralha, a caligrafia, o chop suey, os ursos pandas, os símbolos do Yin Yang e o filme do Último Imperador(rsrs)
Eu mesmo só comecei a prestar atenção no colosso chinês devido ao seu ranking ascendente nas Olimpíadas. Desde que souberam que sediariam os Jogos eles passaram um pente fino no país atrás de piralhos com o physique du rôle mais apropriado às cada modalidade esportiva , treinando-as à exaustão e transformando-as nas máquinas que conquistaram a partir de um décimo primeiro lugar em Seul em 1988 , quartos lugares em Barcelona e Atlanta, o terceiro em Sidney, o segundo em Atenas e o primeiro em Pequim encantando o vasto mundo. Pudera!
Com tal população e estoque de genes e neurônios a China pode fazer seja lá o que decidir e saia da frente. Não é à toa que a China se tornou a segunda economia mundial e ultrapassou os Estados Unidos como o principal poder comercial global. Apesar de estar emplacando, no momento, as suas mais baixas taxas de crescimento das últimas duas décadas,acho muito provável que a China consiga atingir em menos de três décadas um PIB per capita comparável à média européia de antes da crise e que estejamos vivendo,portanto, o último dos séculos americanos.
A tradução da mente chinesa já é um elemento básico das relações internacionais e não tem como não pensar que a estratégia do velho general Sun Tzu – conheça a si mesmo e aos seus adversários - precisa ser aplicada não só à China, mas também a muitos outros desafios que o nosso ocidente enfrenta. Uma compreensão das mentalidades orientais sem clichês simplistas e por outras perspectivas que não as nossas será a chave para encontrar caminhos para seguir em direção à uma realidade global mais equilibrada.
Abraço
Amigo Moacir
ResponderExcluirSua observação a respeito da sequência de Olimpíadas disputadas pela China até chegar ao topo da premiação, mostra bem como o tempo para eles é diferente da visão ocidental. Também, pudera, sua civilização é contada em milhares de anos. Se comparados aos cinco séculos da "descoberta" das Américas, aos dois séculos e meio da independência americana e aos incompletos duzentos anos em que nós, brasileiros, somos um país livre,cabe perguntar o que se passa na cabeça do Sr.XiJinPing quando toma decisões a nosso respeito.
Aliás, foi assinado por ele, recentemente, um documento criando uma política nacional sobre futebol. Seu texto prevê a arregimentação de 40 milhões de adolescentes para praticarem futebol nos próximos anos,(bancados pelo Estado),em mais de 4.000 centros de treinamento espalhados pelo imenso território chinês.
O pior é que eles já começaram, incluindo a contratação de craques no mercado internacional. A pergunta que não pode calar é "Qual será o objetivo deles?)...
Aliás,meu filho mais velho, Gustavo, acha que os chineses jamais jogarão um grande futebol por razões genéticas e culturais. Temos boas discussões sobre isto...
Meu prezado Moacir, com um certo conhecimento de causa, posso lhe afirmar que, dentro das grandes confusões de sempre no Hemisfério Norte, se lá houver um conflito nuclear, nosso amado Brasil estará a salvo da contaminação causada pela precipitação radioativa. Isso ocorre pela calmaria na região do Equador, enfrentada pelo velho Cabral, a qual é devida à inversão de ventos na estratosfera.
Até nisso, esta terra é abençoada...
Um abraço fraterno
Domingos