Moacir Pimentel
A construção da segunda entrada da Basílica da Sagrada Família de
Barcelona, conhecida como a Fachada da Paixão, foi iniciada em 1954 segundo os
desenhos e explicações deixados por Gaudí que nela pretendia refletir o
sofrimento de Cristo em todos os elementos da obra.
Por isso o arquiteto imaginou uma fachada mais áspera, austera e
simplificada, sem ornamentação, com destaque para a nudez da pedra. Segundo as
palavras do próprio Gaudí “um esqueleto
reduzido às linhas simples dos seus ossos.”
Os grupos escultóricos do ciclo passional de Jesus, que vemos na foto
que abre o post, são obras do famoso escultor catalão contemporâneo Josep Maria
Subirachs, que cometeu formas angulares e dramáticas de grande beleza.
A Fachada da Paixão se alicerça em seis colunas, que se parecem – dizem
os doutos! – com troncos de sequoia inclinados mas que, para os leigos, são
primas legítimas do fêmur humano. As torres dessa entrada da Igreja homenageiam
os apóstolos Santiago, São Tomé, São Filipe e São Bartolomeu.
A fachada tem impressionantes portais de bronze nos quais foram gravadas
em alto relevo oito mil letras narrando textos do Novo Testamento sobre a
Paixão misturados a versos da Divina Comédia:
“Se instruir-me o querer teu determina
neste seráfico, estupendo templo, que só com luz e com amor confina”.
(Paraíso, Canto XXVIII, 52-54)
Defronte dessa gigantesca porta dupla que também lhe serve de pano de
fundo dependendo do ângulo, mora a coluna que substituiu a cruz originariamente
idealizada por Gaudí, na qual se encontra atada e sendo chicoteada aquela que
para mim é a mais impactante das figuras esculpidas pelo escultor catalão: A
Flagelação do Cristo.
Algumas palavras da porta como por exemplo e em catalão “Jesús de Natzaret, Rei dels Jueus” ou a
famosa indagação de Pôncio Pilatos “I què
és la veritat?” ou um solitário Jesús ali e acolá, são iluminadas por ouro
e se destacam das milhares pretinhas que as circundam.
Subirachs, que morreu recentemente aos oitenta e sete anos, ao aceitar a
missão de esculpir a Fachada da Paixão insistiu em duas condições: ele moraria
em um pequeno apartamento ao lado da obra - como o próprio Gaudí havia feito -
e suas esculturas seriam suas e não imitações das de Gaudí.
Em quase vinte anos de trabalho Subirachs esculpiu quase cem figuras de
pedra e as maravilhosas portas de bronze para a fachada oeste da igreja. Tais
esculturas geraram polêmica, porque são absolutamente contemporâneas e muuuuito
distantes do estilo realista usado por Gaudí na Fachada da Natividade. Eu
pessoalmente muito as aprecio.
Em 1990, muitos artistas catalães organizaram uma manifestação contra a
“distorção” que Josep Maria Subirachs estava fazendo no trabalho de Gaudí. Os
críticos detrataram a angularidade e a angústia dos seus personagens mas
Subirachs, confiante no valor de sua arte, respondeu a todos elegantemente com
uma calma teimosia e nada alterou nos trabalhos. As polêmicas passaram e as
obras permaneceram mas as críticas feriram e provavelmente negaram a um grande
artista o merecido reconhecimento.
Afinal, o próprio Gaudí descreveu a sua concepção da Fachada da Paixão
da seguinte maneira:
“Poderão achar esta porta extravagante
demais; mas eu queria algo que metesse medo e para conseguir este objetivo não
poupei o claro-escuro, os motivos aprofundados e salientes, tudo que resultasse
nos mais tétricos efeitos. E mais, estou disposto a sacrificar até mesmo a
construção, a romper arcos e a cortar colunas para enfatizar a ideia da
crueldade do Sacrifício”.
Foi e-xa-ta-men-te o que fez Subirachs, só que com esculturas cujo
estilo ele definiu como um novo figurativo, no qual a função dos elementos não
é realista mas sim simbólica. Para ele o valor dramático das últimas horas de
um homem que mudou o curso da história, tornava a Paixão de Cristo um tema
ideal para a escultura.
A liberdade artística que lhe foi dada para retratar a Paixão e a
admiração que sentia por Gaudí o motivaram e, paradoxalmente, forçaram-no a
procurar uma abordagem própria, independente das idéias do falecido arquiteto
que resultou em obras que retratam a dor, o sofrimento e a desolação com a
colaboração dos efeitos da luz e sombra naturais.
Mas a concepção poética e simbólica de Gaudí sobre a Sagrada Família em
geral e a Fachada da Paixão em particular não coincide com a proposta estética
de Subirachs, que levou em consideração os movimentos artísticos que surgiram
durante todo o último século e demonstrou uma clara influência da arte abstrata
e esculpiu com um estilo imensamente mais duro e seco que o de Gaudí.
Onde a exuberância e profusão da Fachada da Natividade procura encantar
o espectador, a fachada da Paixão, severa e estéril, oferece-lhe miséria. Tudo
é árido, ósseo, angular e as esculturas refletem o seu entorno. Elas são
graves, magras, torturadas fisica, mental e emocionalmente.
Enquanto que no projeto original de Gaudí cada um dos diferentes grupos
escultóricos foi colocado em um dos três portais que representam as virtudes
teológicas, Subirachs fez uma disposição mais linear e limpa das esculturas,
percorreu um caminho mais simples, no qual soldados romanos bizarros conduzem o
Jesus cinzelado ao Calvário, entre os ângulos dramáticos dos pilares ósseos.
Ao contrário da Fachada da Natividade, onde cada um dos três portais
conta sua própria história, os portais da Fachada da Paixão são unidos por essa
versão angular da Via Crucis. Começando na parte inferior esquerda e
prosseguindo para cima em forma de S, em três níveis, as esculturas de Subirach
narram o caminho de Jesus, desde a Última Ceia até ser enterrado. A versão de
Subirach é única e pessoal: ele não seguiu estrita ou mesmo cronologicamente as
versões anteriores da Via Crucis.
Nessa estrada vemos a Última Ceia, o Ecce Homo, a Negação de Pedro,
Pôncio Pilatos lavando as mãos ao lado de uma águia romana, e um fantástico
Beijo de Judas no qual figura de um lado uma serpente e do outro lado um
quadrado mágico, onde a soma dos números de qualquer linha ou qualquer coluna
ou qualquer diagonal completa dá como resultado 33, a idade de Cristo quando foi
traído pelo apóstolo.
Mas bem ao centro do palco eis que surge uma Verônica sem rosto
mostrando-nos o Sudário, a impressão negativa que o sangue e o suor do rosto do
Cristo teriam deixado em um véu.
Em seguida reconhecemos o soldado Longino, as Três Marias e Simão
ajudando o Cristo a carregar a cruz. No topo vemos a Crucificação, a cena
principal do pórtico, com Jesus numa cruz feita de ferro ladeado de novo pelas
suas Marias e por São João, um crânio, símbolo da morte, e uma lua, que
representa a noite.
Esse segundo nível abriga ainda o Calvário de Jesus, O Enterro onde
figuram José de Arimatéia e Nicodemos, a Virgem Maria e um ovo, simbolizando a
Ressurreição.
E, last but not least, a sessenta metros de altura na plataforma que une
as torres centrais - a de São Bartolomeu e a de São Tomé – onde se lê de novo
Sanctus, Sanctus, Sanctus por todos os lados - modelada totalmente pelo
escultor com seus gloriosos cinco metros de altura e duas toneladas de peso,
mora uma mesmerizante Ascenção de Jesus em bronze, o cartão postal da Fachada
da Paixão.
Essa fachada é o lado sombrio do templo, o lado escuro da força, onde
alguns santos - como é o caso de São Jorge o padroeiro da Catalunha - muito se
parecem com o Darth Vader (rsrs)
A Paixão reflete o seu tema e leva seu trabalho a sério e nela a dor é
humana. Essa fachada é o contraponto das cenas ricas e felizes na Fachada da
Natividade.
A obra de Subirachs contém uma homenagem direta a Gaudí que geralmente
passa batida para o observador menos atento.Porém aquele que conhece um pouco
melhor a obra do arquiteto, ao se deparar com os soldados romanos do escultor
que parecem ter lutado e desertado lá da Guerra nas Estrelas, perceberá que, em
vez, seus capacetes são irmãos gêmeos das chaminés de La Pedrera, um dos
famosos edifícios de Gaudí.
Em suas esculturas para a “Catedral dos Pobres”, Subirachs também deu a
algumas de suas figuras as feições do grande arquiteto e fez questão de
trabalhar com um tipo especial de pedra, oriundo das antigas pedreiras de
Montjuïc, o material mais parecido com as pedras originais usadas por Gaudí que
ele conseguiu achar.
Em frente à Fachada da Paixão nos acena uma pracinha cheia de árvores
com bancos onde os visitantes recuperam o fôlego e as crianças brincam em um
parque infantil. Um belo local para a gente sentar e respirar fundo e relaxar
antes de enfrentar sem perder a paciência, uma sempre enoooorme fila para
entrar na Basílica, ou até mesmo para se arriscar apenas na lojinha repleta de
postais e livros e pequenas Sagradas Famílias de plástico.
No entanto, quem persevera e consegue chegar no interior da igreja, onde
os humanos se juntam sob as enormes abóbadas de pedra branca para olhar para o
alto de bocas abertas é recompensado pelo sacrifício.
Mas isso aí já será outra conversa.
Cresci assistindo os filmes da série Guerras nas Estrelas, que adoro! Vai ver que é por isso que simpatizei muito mais com esta fachada, Moacir. Não entendo porque reclamaram das estátuas. São belas e também a porta com as letras. Continuo antipatizando com as torres que me lembram dos ninhos que certos passarinhos 'arquitetos' faziam nos beirais dos telhados das casas lá do interior kkk. Um dia vou visitar a Sagrada Família, pode crer. Obrigada!
ResponderExcluirMônica,
ExcluirNa minha tribo os fãs das Star Wars são numerosos dando e com certeza George Lucas se inspirou nessas esculturas para criar as tropas de assalto do Darth que aliás, dizem as más línguas, se parece muito com um dos membros da galera santíssima - o São Jorge - no interior da Basílica (rsrs).
https://c2.staticflickr.com/6/5287/5358571514_5b9f03dbd1_b.jpg
Quanto às famigeradas torres - que se parecem com as casquinhas de sorvete da minha infância - Gaudí as fez à imagem e semelhança não de "ninhos" mas de um lugar que ele venerou desde pirralho: os picos estranhos da montanha sagrada e serrada de Montserrat. Como diz o poeta mineirim "há um passado no meu presente" e como você pode ver o maior fascínio dessa Basílica é justamente o quanto ela é coerente com a vida, as referências e a mente de Gaudí.
"Obrigado!" e abração
Muito bom. No subsolo da entrada da Paixão gostei muito de conhecer o museu sobre a construção da Igreja. Recomendo porque a exposição é didática principalmente no que se refere à ligação do trabalho de Gaudi com a natureza.
ResponderExcluirBem lembrado, Márcio. E o seu comentário me fez recordar que, em frente à essa Fachada, moram ainda as "Escolas de Gaudi" cujos telhado e paredes têm formas onduladas. Hoje o prédio baixinho abriga uma réplica do modesto escritório de Gaudí mas foi construído para ter um importante papel social: servir de escola para os filhos dos peões que trabalhavam na construção.
ExcluirObrigado por participar
Moacir,
ResponderExcluirLindo este passeio que mostra tão bem a impressionante Fachada da Paixão. A porta é um espetáculo e todas as esculturas são muito expressivas, capazes de derreter corações de pedra. Mas como gosto não se discute continuo achando a Fachada da Natividade mais encantadora. Tenho pensado muito em Barcelona nestes últimos dias e estou rezando para que haja paz na Espanha.
Um abraço para você
Flávia,
ExcluirPois é. Essa conversa separatista catalã é muito antiga mas quando ela começou a piorar há praí uns 7/8 anos atrás eu não botava fé e brincava dizendo que os catalães jamais iriam abrir mão de ver o Barça fora do campeonato de futebol europeu, a Champions League. Hoje penso que a situação foi agudizada e que deveria ser resolvida por um plebiscito sim só que nacional, no qual opinem e votem todos os espanhóis.
Quanto às fachadas eu prefiro a da Paixão mas admito que a melhor visão do templo, pelo menos enquanto a Fachada da Glória não for concluída rodeada por nuvens (rsrs), é sim a do lado da Natividade, contemplada da Praça Gaudí.
O que faz a Sagrada Família tão fascinante é que ela é mutante. Dia desses assistindo uns vídeos me deparei surpreso com as novas portas de bronze da Fachada da Natividade que foram instaladas recentemente. Apesar de imensas e metálicas elas são incrivelmente delicadas, povoadas por coisas da natureza - pássaros e insetos caminhando sobre folhas e flores coloridas, joaninhas vermelhas e lagartixas curiosas, besouros e gafanhotos. Dê uma olhada, por favor:
https://www.youtube.com/watch?v=iDTukExfj8w
Diz Dona Lenda que quando perguntaram a Gaudí porque ele perdia tanto tempo com tais minúcias coloridas, com essas coisas bobóides que ninguém veria principalmente lá no alto das torres ele respondeu que fazia cada detalhe cuidadosamente porque:
“Os anjos os verão”
Outro abraço para você
Tenho sido ao longo dos últimos oito anos um colecionador de PPS sobre igrejas, catedrais, mosteiros, santuários, mesquitas, sinagogas, templos, pagodes, basílicas, conventos, ermidas, qualquer construção de cunho religioso.
ResponderExcluirContabilizo mais de cinco mil dessas imagens, várias a respeito da mesma basílica ou catedral ou igreja, de modo a ter essas construções em variedades de fotos e ângulos diferentes, alguns em tela curta, outros em tela widescreen.
O espetáculo das construções, a solidez como foram feitas, a decoração majestosa de seus interiores, as abóbodas, o estilo se gótico ou não, o tempo que estão ainda sem qualquer deterioração ou com seus alicerces comprometidos, as fantásticas mesquitas e as suas imponências e minaretes(torres), tornam esses prédios religiosos verdadeiras obras de arte, da escultura da época, da genialidade de seus construtores, dos esforços no sentido de erguê-las, monumentos não somente à crença que se destinam, mas aos homens que as realizaram!
Dito isso, se um engenheiro e arquiteto quisessem gozar de prestígio e renome teriam de erguer uma igreja e, quanto mais suntuosa, melhor.
A Sagrada Família não foge à regra.
Mesmo com as outras construções arrojadas de Gaudí, o reconhecimento pelo mundo do seu talento estaria registrado em uma catedral ou basílica (catedral é a principal igreja de uma diocese, e basílica tem altar reservado ao Papa, e não está submetida à jurisdição eclesiástica local, que lhe confere status internacional), então a grandiosidade do Templo Expiatório da Sagrada Família, inegavelmente uma igreja monumental, impressionante, e com outra característica favorável ao seu idealizador:
Jamais faltaria dinheiro à obra, haja vista ser uma construção que envolve diretamente a fé dos fiéis.
Justamente por essas e outras razões, as igrejas ainda são os prédios mais portentosos no mundo ocidental, pelo menos, pois sinônimos de criatividade, arrojo, beleza, harmonia, solidez, tanto para seus construtores quanto demonstração de poder do catolicismo romano, indiscutivelmente necessário para o domínio do Cristianismo sobre qualquer “concorrência” nesta área, séculos e décadas atrás.
Logo, o artigo do Pimentel é mais um daqueles onde os elogios são insuficientes para registrar o texto, obrigando-me a apenas agradecer o trabalho excepcionalmente bem feito – mais um -, desse mestre que temos como divulgador de artes da pintura e escultura, agora também das grandes e notáveis construções.
Um abraço, Pimentel.
Saúde e paz.
Bendl,
ExcluirCompartilho da sua admiração pelas catedrais embora seja de opinião que Antoni Gaudí, que viveu acampado ao lado dessa obra e morreu pobre de Jó em um hospital para indigentes não ambicionou o "prestígio e o renome" resultantes da construção de uma suntuosa igreja. Ele apenas queria rezar e expressar sua fé e fazer algo tão grande e belo que, quando contemplado, nos fizesse sentir pequenos e pensar em Deus - de preferência no dele!(rsrs) Construir essa maravilha foi a maneira que ele encontrou de fazer tudo isso. Peço-lhe que continue lendo, por favor , pois o melhor da "franquia" ainda está por vir.
Obrigado pelo comentário, sempre generoso, e abração
1) Enquanto lia o belo texto com riqueza de detalhes eu lembrava da situação na Catalunha, não sei se para eles o melhor é a independência e casa haja, parece que é inevitável como ficará a Espanha em termos gerais de economia? Não sei, só pergunto.
ResponderExcluir2) Desta vez, o que me chamou a atenção foi a dor de Cristo. Meu Deus ... deve ter sofrido muito... não foi brincadeira o que ele passou.
3)Me ocorreu isso, porque estou chegando da médica, meu quadro de tosse alérgica desde sábado que provoca asma e dores do tórax... estive pensando... eu com esta mixuruquinha de doença fico assim, imagine o que Jesus não sofreu...
4)E esta é a beleza da arte literária... mediante o nosso estado de saúde, puxei para as dores...
5) Parabéns Pimentel.Também fiquei preocupado com o Subirachs, ele com tanta arte, dedicando-se e o pessoal criticando...
Antonio,
ExcluirA curto prazo as consequências econômicas de uma separação seriam negativas para ambas as partes. Quantos empregos e investimentos e operações comerciais seriam inviabilizados durante a transição ninguém pode afirmar com precisão mas uma fronteira entre a Catalunha e a Espanha só pode resultar em perda de postos de trabalho, renda e riqueza para todos e novas despesas para o recém inaugurado país.
Dizem que, em caso de divórcio, o PIB espanhol sofreria uma queda anual de 2%, que a Catalunha é responsável por 20% da economia espanhola, que o mercado espanhol boicotaria mais de 35% das exportações catalães, que a Catalunha veria sua economia encolher 30%, que sua taxa de desemprego seria duplicada. Os números variam de acordo com as cores das bandeiras (rsrs)
Independentemente disso tudo, o destino de ambas as nações dependeria das decisões tomadas sobre suas dívidas - 20% da dívida espanhola é catalã - e principalmente sobre a permanência ou não da Catalunha na União Europeia. É aí é que a coisa pega. Comercialmente, se a Catalunha permanecesse como parte da UE, acho que pouco mudaria porque ela continuaria a usar o euro e tal. Mas acontece que essa futura Catalunha não tem direito divino e automático de adesão à Europa. Para se tornar sócia do clube precisaria do "sim" unânime dos demais estados membros da UE e entre eles moram a Espanha e seus aliados que, é claro, cravariam um "não" no painel de votação.
Quanto tempo duraria a crise boicote e se os catalães a driblariam não se tem como saber. Mas, em última análise, independentemente de quaisquer perdas econômicas parece que os nacionalistas catalães estão dispostos a pagar qualquer preço pela independência, inclusive, o de deixar de ser europeus. As questões econômicas de nada valem quando os argumentos apelam para a identidade e se tem orgulho demais e juízo de menos.
Quanto à dor do Cristo, a dor do mundo e a da sua asma me lembrei do velho e doido Joe Cocker cantando Everybody Hurts: "Well, hang on!" Dor não tem comparação e creio que somente os selvagens a usavam como medida para o valor e a bravura. Portanto: se cuide!
Abração
Pimentel,
ResponderExcluirÉ impossível não admirar a sua competência na escrita e na fotografia. Seus artigos descrevendo esta impressionante Igreja me deixam com vontade de conhecê-la. Não sei é se tenho preparo físico para escalar as torres. A fachada da Paixão é impactante e completamente diferente da outra, mas acho que foi isto mesmo que Gaudi planejou.
Sampaio,
ExcluirEu pessoalmente avalio que a Sagrada Família a gente conhece com os pés no chão e os olhos para o alto mas visitar as torres faz parte da brincadeira. Da última vez que lá estive se podia visitar a igreja com ou sem as torres. Só quem comprava o "pacote" completo tinha direito de subir e era preciso escolher entre as torres da Natividade ou as da Paixão. A “escalada” é simples: sobe-se de elevador - um em cada fachada - se atravessa a ponte entre as torres centrais da fachada escolhida e se desce, pela outra torre, os quatrocentos degraus das belas escadas em espiral. Tudo bem que eles são íngremes mas descendo Deus ajuda e duvido que a aventura lhe altere o pulso a não ser que você padeça de claustro e/ou acrofobia (rsrs) Qual dos dois conjuntos de torres visitar é uma questão pessoal mas é bom lembrar que, como apenas a Fachada da Natividade foi construída sob a supervisão direta de Gaudí, ela é mais visitada e fotografada do que a sua irmã gêmea. Atravessar as pontes entre as torres é uma experiência fotográfica emocionante. Se organize e boa viagem!
Abraço
Olá Moacir,
ResponderExcluirVocê não escreve só, mas empolga, contamina e arrebata seus leitores com suas descrições apaixonadas. Seja de museu, de obra de arte, o que seja. Mas a Sagrada Família...bem, essa é um caso à parte. E deixa a gente com muita vontade de conhecer.
O Cristo açoitado é de uma beleza emocionante. Se Subirachs fez ou não o que devia, e parece que isso é polêmico, ele fez o que de mais belo poderia fazer. Adorei demais!
Mas a outra conversa...essa esta no meu vigiar. Sei que será uma sobremesa e tanto. Muito mais que brigadeiro branco com uvas moscatel e ganache de chocolate amargo.
Prelibando.
Até mais. Rápido!
Caríssima Donana,
ExcluirPode apostar que o verbo "prelibar" vai passar a ser conjugado por aqui entre aspas, é claro (rsrs) Como gosto de escrever folgo em saber que a senhora aprecia meus quilomééééétricos temas. Sim, a Sagrada Família é um caso à parte e sério. Penso que Gaudí teria aprovado TODAS as belas novidades do Subirachs e também estou ansioso pelos dois últimos capítulos da "franquia". Não sei se eles terão essa bola toda - "brigadeiro branco com uvas moscatel e ganache de chocolate amargo"! - mas como na minha tribo me massacram com uma dieta de "sashimi de frutas" nos dias úteis, até goiabada com queijo de minas já é festa quase tão boa quanto as pretinhas nos seus escritos.
"Gratidão" e "Até mais"