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23/01/2018

Apresento-lhes Ana Pana*

Anapanasati (imagem wikihow - creative commons)

Antonio Rocha
- Oi Ana, tudo bem?
- Tudo bom!
- A que se deve o seu nome?
Anapana é uma palavra em língua páli, a língua falada pelo Buddha, no século VI antes de Cristo. Indica a prática de meditação conhecida como “plena atenção”.
- Em que consiste esta meditação?
- Podemos resumir como um método para ficarmos as 24 horas do dia, prestando atenção a tudo o que fazemos.
- E não é cansativo?
- Ao contrário, é bem relaxante!
- Como se faz?
- Ficamos atentos à nossa respiração, à entrada e saída do ar, nas narinas, sem pressa nenhuma, simplesmente observando o sagrado ato de respirar.
- Sem interferir no processo...
- Isso mesmo, se a respiração estiver rápida tomamos consciência desse fato, se estiver lenta, da mesma forma.
- E quem pode garantir que tal método ajuda a descansarmos?
- Você falou bem, descansamos, repousamos, relaxamos... quem garante são diversas pesquisas científicas dando conta do fato.
- Realizadas, essas pesquisas, em conceituadas universidades do primeiro mundo.
- Tem razão.
- Mas a meditação Anapana tem outro nome não é?
- Tem vários, é conhecida como vipássana, em páli, ou vipasyana, em sânscrito.
- E Anapanasati?
Sati, a partícula final, indica um bom Estado de Concentração, aliás, foi com esta prática que o Senhor Buddha atingiu este estado de santidade que nós chamamos de Iluminação.
- E tem algum livro sobre isso?
- Sim, é o “Satiphatana Sutta” ou “O Sutra sobre os Quatro Estabelecimentos da Mente Atenta”, autoria do monge Thich Nhat Hanh, um mestre vietnamita, que tem mais de oitenta anos e fixou residência na França.
- Ele é famoso!
- Sim, ele tem mais de vinte livros publicados e durante a chamada Guerra do Vietnã correspondia-se com o pastor batista Martin Luther King, que o indicou para receber o Prêmio Nobel da Paz.
- Ele não recebeu...
- Não, anos depois, o Dalai Lama recebeu.
- Me fale mais desse livro?
- Tem cento e oitenta e quatro páginas e em português recebeu o título de “Transformação e Cura”.
- Você pode explicar?
- É que a prática da atenção nos ajuda a transformar para melhor e consequentemente nos leva  à cura de alguns processos psicológicos, emocionais.
- Qual editora?
- É a Bodigaya, lá do Rio Grande do Sul. E o que eu digo sempre, se não encontrar na livraria de sua preferência, encomende.
- Será que podemos encontra-lo na web, em pdf?
- É possível que sim...
- Gratidão Ana, até a nossa próxima entrevista.
- Eu que agradeço poder compartilhar com este blog maravilhoso algumas palavras.
- Aliás, você é xará da Primeira Dama do Blog, Ana...
- (sorrindo)... Só espero que ela me aceite como Amiga Literária...

(*) Ana Pana é uma personagem budista que chegou para nos ajudar em alguns artigos. Depois eu falo mais dela.


7 comentários:

  1. 1)Mistérios... acredite quem quiser ...

    2) Ana Pana já chegou dando o ar da Graça dela.

    3) Gostei da postagem e da ilustração - claro, sou o autor - então resolvi compartilhar no Facebook onde escrevo. Saiu tudo bonitinho, mas,

    4) No endereço do blog do Mano, ao final apareceu a indicação ".pe" como se fosse do Peru e não o tradicional ".com.br".

    5) Mano sugeriu uma segunda vez, fiz o mesmo procedimento e, novamente, está lá, o ".pe".

    6) Recebi a intuição de que, entre os Anjos da Guarda do Mano (em geral, nós temos vários)há um índio xamã Inca, lá de Macchu Picchu, aquelas montanhas sagradas dos Andes.

    7) Resolvi perguntar ao Pêndulo, que é uma ferramenta esotérica que uso com frequência. Diante da imagem de Buddha, na minha varanda, onde contemplo o Dedo de Deus em Teresópolis, recebi a confirmação "Sim".

    8)Parabéns Mano e Gratidão ao xamã Inca que também chegou para abrilhantar o Blog...

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  2. Wilson Baptista Junior24/01/2018, 19:10

    Mestre Antonio,
    Já tinha ouvido falar desta forma de meditação, que deve ser bem mais fácil de executar do que a tradicional onde se diz que o praticante não deve pensar em nada, o que é quase impossível de conseguir, pelo menos pelas vezes em que tentei. Apareceu até, em período relativamente recente, teoricamanente fora dos campos religiosos mas obviamemte inspirada pelos preceitos da Mente Atenta, uma técnica para ajudar a conseguir um alto grau de concentração, muito promovida em seu aspecto utilitário, que é chamada de "full awareness", ou "consciência total", e que consiste em voltar toda a sua atenção para cada ação que você estiver praticando, por exemplo ao comer concentrar-se em sentir inteiramente o sabor, a textura, a cor, o cheiro, enfim, todos os aspectos, do que você está comendo; ao andar, concentrar-se em sentir as sensações físicas nos pés e no corpo, e na observação visual, sonora
    e olfativa lugares por onde você está passando; ao respirar, concentrar-se em sentir a entrada e a saída do ar e os movimentos do diafragma e dos pulmões, e assim por diante. É interessante que até no campo da escrita de science fiction Frank Herbert, o autor da série de livros "Dune" (uma de minhas preferidas) criou uma palavra - Prana Bindu - juntando a palavra hindu "prana", que pode significar "vento" ou "espírito" e a palavra sânscrita (se não me engano :) "bindu", com seu significado de "ponto" ou "centro", para exprimir um estado de concentração tão absoluta que permitiria (pelo menos no livro, e depois de muitos anos de um intenso e exige te treinamento) um domínio total das capacidades do corpo.

    Fico muito satisfeito de saber de meu Anjo da Guarda inca, sempre é bom saber que tenho mais um.

    Um abraço do Mano

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    1. 1)Mano, vc está certíssimo.Essa técnica de atenção total é ótima. Para ser executada 24 horas por dia.

      2)E quando a mente se distrair, naturalmente trazemos ela para o aqui e o agora. Isso gera paz e demais sinônimos.

      3)E quando ela ficar agitada, tudo bem, vamos observar como uma tela de TV, sem interferir, que passa a agitação e ela volta ao relaxamento.

      4)Temos muitos amigos espirituais e Anjos da Guarda. Pessoal do bem.

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  3. Olá Antonio budista,
    Lá nos anos oitenta fiz yoga com afinco e por necessidade. Consegui chegar a um desligamento grande de mim, me via de longe e ficava muito fria. E era difícil cair na real depois. Voltava para casa dirigindo como um autômato. E nos exercícios de respiração tinha crises de choro convulsivo.
    Hoje só quero da yoga uns alongamentos. Mas, claro, quero ficar amiga literária da sua Anapana.
    Obrigada pelos mais ensinamentos.
    Até mais.

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    1. 1)Ana, vc tem sorte e é protegida pelos Seres Divinos; depois de um relaxamento tão intenso não devemos dirigir.

      2)Digamos que vc se desligava do corpo e seu Espírito/Alma te via longe. Se continuasse os níveis de autoconsciência, aos poucos, iriam aumentar.

      3) O choro convulsivo é como se fosse uma catarse, uma autolimpeza...

      4)Ana Pana está aqui do meu lado mandando Beijos para vcs dois !

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  4. Moacir Pimentel25/01/2018, 07:04

    Antonioji,
    Chego atrasado, me desculpe, pois estive em trânsito. Nada sei sobre yoga e/ou sobre esvaziar a mente, uma tarefa hercúlea em se tratando da minha (rsrs) Mas gostei do formato “conversa” do seu artigo, da Ana Pana, a personagem que, pelo que entendi, doravante o ajudará a nos contar histórias budistas. Desconfio que o cérebro humano gosta muuuito mais de histórias do que de filosofias. E, dos bons artigos da sua lavra, o que me ficou foram elas: os retiros, os sincretismos, os santos da sua devoção, as inúmeras fábulas, o padeiro etrusco, as orações em forma de bandeiras esvanecendo ao vento, os bate-papos com as plantas da sua varanda, as vivências budistas do “casalinho” em Portugal e Espanha e, é claro, a bela arte da sua senhora.
    Às pretinhas!
    Abração

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  5. Francisco Bendl25/01/2018, 07:49

    Antônio,

    Agradeço a referência desse livro, que pode nos trazer uma melhora na respiração, importante em certos momentos de tensão, de temor ou de dúvida.

    Um forte abraço.
    Saúde e paz.

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