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27/01/2018

Personagens da vida

Émile Vernon - Jeune fille aux roses (imagem Wikimedia Commons)

Francisco Bendl
Não é novidade que viajei muito durante a minha vida.
Desde que nasci me botaram dentro de automóveis, ônibus, aviões, carroças, e lá ia eu sacolejando de um lado para outro.
Até os dezessete anos, eu já havia perambulado por milhões de quilômetros, sem exagero, pois nesta idade eu retornara de Brasília após seis anos e meio residindo no Planalto Central desde 1959, e lembro que sou gaúcho.
Quando fui servir à Pátria, em 68, eu era um indivíduo muito experiente em termos de ter absorvido modos e costumes de várias regiões do Brasil.
Ao dar baixa, quatro anos depois, Cabo, da Polícia do Exército, voltei a viajar, pois casado e tendo de sustentar a família, a profissão de vendedor-viajante era aquela que melhor remunerava , haja vista que o profissional precisava ter carro próprio e, naquela época, início dos anos setenta, não era assim tão simples.
Sem ter a técnica tão apurada do Pimentel para as observações quanto ao estilo arquitetônico das casas, prédios e instituições, eu me fixava às vezes nos personagens mais conhecidos das cidades, aqueles considerados folclóricos, invariavelmente com alguma perturbação mental, mas pessoas pacatas, calmas, divertidas.
No auge do Senna, década de oitenta, uma cidade do meu Rio Grande do Sul tinha um jornaleiro que se vestia como o inigualável piloto brasileiro:
Macacão vermelho, capacete de moto que pintara de amarelo, o macacão com os dizeres McLaren e F1, vendia jornal na esquina mais movimentada da cidade.
A questão era que o jornal era entregue na quadra seguinte.
Explico:
A pessoa comprava o jornal com o carro parado na sinaleira ou farol, e o Senna corria na frente para entregar o jornal na outra sinaleira ou farol, e dizendo esbaforido para o motorista que ele vencera a corrida!
E, ele mesmo saía cantando o Hino da Vitória, quando não alguns carros que tinham a fita, as entoassem para gáudio do Senninha.
Dois, três anos depois voltei àquela cidade e perguntei pelo Senninha.
Ele havia sido morto atropelado por um carro, certamente um Alain Prost, que não suportava mais ouvir que Senna foi o melhor piloto de todos os tempos!
Um outro personagem muito interessante que encontrei nas Missões, no Rio Grande do Sul, foi um pipoqueiro.
Quando viajei para esta cidade pela primeira vez, em 1972, assim que dei baixa da PE, o pipoqueiro já existia, com o seu carrinho em alumínio, bem feito, higiênico, e o indefectível cheiro da pipoca, um dos melhores remédios para o desânimo, já perceberam?!
Na condição de fã da pipoca, eu comprava dois saquinhos de papel, e ia devorando as deliciosas pipocas enquanto andava com o carro.
Todas as vezes que eu chegava na cidade, lá ia eu para aquela esquina comprar a pipoca, de tão gostosa que era.
Fizemos amizade, em face da minha fidelidade como cliente e fora do local, então eu ganhava uma concha a mais de pipoca, e, claro, quando dava eu pagava um pouco mais pelo “produto”.
Houve a circunstância de eu mudar de região, e fiquei sem ir à cidade do meu amigo pipoqueiro por uns cinco ou seis anos, mais ou menos.
Fui ao encontro da sua carrocinha e não a encontrei no local de costume.
Perguntei para alguns pedestres o paradeiro do Heitor, nome do pipoqueiro, e me disseram que morrera queimado um mês antes!
Perguntei como, e me responderam que ele era sozinho, que morava em um barraco.
Com o frio, colocara álcool numa tampa de panela para se esquentar e adormecera.
Possivelmente o combustível derramara e ateou fogo ao chão, de madeira, e Heitor deve ter ido aos céus sem saber, mas que deve estar fazendo pipoca isso é inevitável!
Comecei a pensar que os personagens conhecidos das cidades tinham todos eles o mesmo fim trágico, que me entristecia, mas eu exagerara nessa conclusão.
No Sul do estado, Rio Grande, onde fica o nosso superporto, a cidade me encantava porque o meu roteiro era completado de barco!
Eu tinha de deixar o carro no cais, pegar uma balsa para São José do Norte, atravessar o canal, que levava meia hora, e atender ao cliente do outro lado do mar.
São José é a única cidade no Brasil que tem uma HIDROVIÁRIA, pois não tem como se chegar ao outro lado do Rio Grande que não seja por balsa.
Às vezes o mar estava com ondas fortes, então o serviço era interrompido por segurança, mas, em outras ocasiões, mesmo com ondas maiores que as normais, a balsa fazia o transporte dos passageiros, pois a carga ia em outra embarcação, que aportava e saía fora da Hidroviária.
Numa dessas idas, aconteceu o contrário.
Saí de Rio Grande depois do almoço, fui a São José, e o tempo virou de uma hora para outra!
Não saia balsa nenhuma, e o horário da última embarcação era às 17h, de modo que o timoneiro visse o canal, evidentemente.
Aguardei na hidroviária que qualquer balsa fizesse o percurso de volta, pois passar a noite em São José não seria problema, a questão era o meu  carro no cais em Rio Grande com a minha mala de roupas!
Foi quando conheci o personagem mais engraçado que eu tivera oportunidade na vida:
O cara do alto falante, aquele que anunciava as mortes das pessoas ANTES de elas ACONTECEREM!!!
O sujeito era mesmo um tanto desmiolado.
Alguém com más intenções dera um alto falante para essa pessoa brincar, cantar, berrar, enfim, se divertir, mesmo atazanando os ouvidos dos demais cidadãos.
Mas, não sei porque cargas d’água, o mancebo entendeu que mais divertido seria se ele saísse dizendo os nomes das pessoas que conhecia, e quando e como que elas morreriam!!!
Então ele falava assim:
- João Carlos, alto e bom som, João Carlos, tu vais morrer engasgado!
Cinco minutos e ele berrando o nome do João Carlos.
- Doralino, tu vais morrer de frio pescando!
Mas, o divertido era quando ele botava os podres do pessoal para fora, pois astuto, observador, ele sabia os segredos noturnos da localidade.
- Adroaldo, tu vais morrer na cama da Esmeralda!
- Etelvira, tu vais morrer com o Joaquim, pois a mulher dele vai matar vocês dois!
As risadas e gargalhadas na hidroviária ecoavam, pois certamente algumas dessas pessoas eram conhecidas do público.
Ninguém sabia o nome dele, apenas que era o cara do alto falante.
Jamais voltei a São José do Norte, depois de atender a cidade por três anos e a cada três meses, mas o personagem um dia eu disse para mim mesmo que eu iria escrever a respeito.
Ah, voltei no mesmo dia para Rio Grande, na última lancha, pois uma pessoa adoeceu e precisou baixar hospital urgentemente!
Indiscutivelmente não há cidade grande, média ou pequena, que não tenha um indivíduo meio adoidado.
Não agridem, não ofendem, transitam por entre as pessoas sem problema.
Uma cidade do interior do Rio Grande do Sul na década de setenta, tivera da prefeitura a ideia de ter um hospício.
As cidades circunvizinhas aproveitariam este estabelecimento para colocar os seus cidadãos mais prá lá do que prá cá nas suas dependências, e essas localidades se livrariam dos personagens se, divertidos e pacatos, por outro lado, inconvenientes.
O Zé era o mais famoso deles, e residia na fronteira com a Argentina, Uruguaiana.
Esperto, mandão, ficava sério se o desobedecessem.
Mas, em seguida, ria e dizia que estava brincando.
Um ano depois e de reunirem cerca de quinze pessoas nessas condições, o hospício foi inaugurado na região da Campanha.
O Zé estava entre eles.
Eu trabalhava em laboratório de medicamentos, e um dos meus produtos era exatamente para esse tipo de paciente, logo, o hospício seria meu cliente natural.
O médico que me atendia era muito solícito, e contava os casos dos pacientes mais criativos e divertidos, mas impressionava o Zé, de personalidade forte, comandante, inventivo.
Disse-me o psiquiatra, que nos primeiros dias o Zé quis marcar o seu território, ou seja, quem manda aqui sou eu!
E inventou a brincadeira da laranja madura.
Saiu a berrar o nome dos colegas pelo estabelecimento, colocou-os em fila, e disse que brincariam de laranja madura.
Havia na propriedade um cinamomo gigante, uma árvore frondosa, que emitia aquelas bolinhas verdes em cachos que se usava nas fundas, bodoques e estilingues.
Pois mandou que cada um deles subisse na árvore, escolhesse um galho para si, e de acordo com o número que o Zé, embaixo da árvore pronunciasse, o sujeito no galho responderia laranja madura e se atirava lá do alto!
- João, laranja um, berrava.
O João então respondia:
- João laranja madura, e se jogava árvore abaixo!
Evidente que o João, assim como dois ou três dos seus colegas se machucavam. Ou torciam o pé, ou o braço, a queda era forte!
- Laranja 5, o Zé chamava.
- Laranja cinco madura, e plaft!
No entanto, se o Zé era expansivo, havia o Raúl, inibido, olhar amedrontado, sempre observando e se cuidando.
Quando chegou a vez dele, o João que adorava a brincadeira, claro, berra:
- Raúl, laranja 7!
- A laranja 7 ainda está verde, chama a oito!!!
O médico se contorcia de tanto rir desse episódio, que deixou o Zé sem jeito, a ponto de acabar com a brincadeira.
Sem contar que são verdadeiras as cenas hoje compondo o anedotário nacional, sobre o telefone:
- Alô, é do hospital?
- Não. Aqui nem tem telefone!
Ou:
Ambos doentes viajavam de trem, e um disse para o outro:
- Olha, as árvores andam mais depressa!
- Na próxima vez vamos de árvore!!!
Mas, a personagem mais interessante, mais extraordinária que eu tive a chance conhecer, que mais me perturbou, que mais me impressionou, foi de uma florista.
A cidade se localiza na serra gaúcha, famosa, acolhedora.
Faz um frio de ranguear cusco no inverno, como se diz no Rio Grande do Sul, pois neva muito, e as temperaturas descem facilmente para abaixo de zero!
Foi a primeira cidade que visitei como profissional, pois antes eu estivera várias vezes a passeio, logo, os meus objetivos eram outros, e não observar as pessoas como foi desta vez.
No cruzamento de duas avenidas das principais dessa cidade, havia uma senhora com a sua filha, que vendiam rosas.
O cruzamento era distante do cemitério, portanto quem comprava as flores era quem evidentemente desejaria enfeitar a casa ou dá-las de presente para alguém.
De carro não percebi a maneira como vendiam o produto, mas um dia eu tive de deixar o veículo em um estacionamento e fui a pé visitar o meu cliente, passando pelas duas mulheres que vendiam as flores.
Ao me aproximar, a pergunta que me dirigiram era inevitável:
- Moço, rosas para levar para a sua esposa?!
Quem me questionara foi uma jovem do rosto mais lindo que eu conhecera!!!
Cabelos pretos ou pelo menos a ponta deixada pelo lenço que usava em razão do vento, olhos de um azul penetrante, forte, inigualáveis, e um sorriso que desmancharia qualquer não à aquisição de uma ou duas flores.
A voz era maviosa, calma, bela, cantada, como se a venda das rosas fosse uma função celestial!
Estanquei, sem dizer nada.
Acho que devo ter gaguejado quando perguntei o preço, e levei duas para o comprador (o que ele pensou de mim nessa ocasião não me interessa, mas as rosas eu as adquiri e dei de presente)!!!
A beleza daquela moça me impressionara, e eu não esperava pelo momento de vê-la de novo quando eu fosse pegar o carro no estacionamento.
Quando ela me viu e sem as flores, foi inevitável:
- Que rápido que deste de presente as rosas. Deves ter muitas admiradoras!
Meio que “tastaviei”, pois se existe um cara que nunca se sentiu bonito sou eu, pelo contrário, feio, grande, fora de moda, pobre, ortodoxo, desajeitado ...
- Não, não tenho admiradoras, mas tão somente perseguidoras quando não entrego os meus pedidos em dia, respondi.
Ela riu – aliás, sorriu com os dentes mais espetaculares que eu vira!
Mesmo as pessoas que eram usadas para divulgar creme dental não tinham uma dentadura igual!!!
Meio sem jeito, eu lhe perguntei por que uma moça tão bonita vendia rosas, e não trabalhava em uma loja ou banco ou, enfim, que não fosse dentro de um estabelecimento e não na rua?!
Disse-me o seguinte:
- Moço, as flores é que são lindas, e são por intermédio delas que  os seus olhos assim me veem!!!
Peguei o carro e quando retornei ela e a mãe tinham ido embora.
No dia seguinte, lá estavam vendendo as rosas.
Eu não podia comprá-las de novo, afinal de contas ela poderia pensar algo indevido, além de haver muita gente comprando as flores, e marmanjos, certamente pela beleza da moça.
Mas, à tarde, criei coragem e voltei à esquina das rosas.
Se eu comprasse as flores eu as daria para a camareira do hotel ou a primeira mulher que eu visse.
Ambas se ajeitavam para parar por aquele dia, quando perguntei do carro se havia alguma rosa, ainda.
A bela prontamente me respondeu que somente havia as rosas já murchas, que não seriam mais tão bem recebidas quanto as frescas.
Mas, que a vida era exatamente como as rosas, que, colhidas no pé eram exuberantes, e desabrochavam com o dia, para irem diminuindo com o tempo, perderem o viço e serem jogadas fora!
Acenou-me, e me disse que eu voltasse cedo, se quisesse as rosas bonitas.
Não voltei mais.
Eu era recém casado, e não queria que o meu coração tivesse tamanho desafio.
Jovem, imaturo, quem sabe eu não fraquejasse diante de tão bela mulher!
No entanto, ela me ensinou muito naqueles dois dias que eu a conheci:
Temos de regar as rosas que nos cercam, que vivem conosco, ou seja, temos de cuidar das pessoas, dar-lhes carinho, atenção, e quando é nossa esposa ou namorada ou companheira, evitar que rapidamente o encanto se desvaneça, que a beleza que tiveram quando as conhecemos não se vá tão rápido, então o amor será o componente desse rejuvenescimento permanente, sólido, e que nos acompanhará até o fim da vida!
Do alto dos meus sessenta e oito anos e quarenta e sete de casado - ah, mas eu cuido da minha rosa, da minha amada, da minha esposa!
E ela ainda se encontra viçosa, bela, maravilhosa, me cuidando também, e me pedindo que eu jamais esqueça de dar-lhe água e um magnífico vaso, que entendo ser a troca de ideias, de  pensamentos, falar dos filhos, dos netos, dos amigos, e relembrar o quanto já perfumamos o ambiente e o adornamos nesse tempo de quase meio século juntos!
Comprem um buquê de rosas, meus caros amigos, e deem de presente às suas esposas ou para quem desejarem, assim, de repente, sem uma data ocasional.
E por mais que a frase decadente e brega – rosas para uma rosa – seja imbecil e até mesmo idiota, quem pode atestar que os bons momentos não são mesmo imbecis e idiotas, e são aqueles que mais nos lembramos durante a vida?!



10 comentários:

  1. Olá amigão dissidente,
    A-do-rei!
    Você é um bandido por não escrever mais. Sua vida dá um livro. De aventuras e desaventuras, de romance, lágrimas e risos. Que tal começar agora?
    Seu texto me fez rir, lembrar de fatos, reviver a clínica e, lógico, rever Charles Chaplin. Como não poderia deixar de ser. Ainda bem que você acordou a tempo de não sucumbir a tão belos olhos azuis se tinha uns verdes amados te esperando em casa.
    Ficou só nas flores e no deslumbre.
    Gosto de observar pessoas, imaginar suas vidas e modo de ser. Se tiver numa espera sem um livro que me acompanhe, me distraio com as pessoas. Muitas vezes começo pelos sapatos. Acho que eles dizem tanto! Principalmente os dos homens. E às vezes me entristeço com o que vejo.
    O seu linguarudo da hidroviária deve ter provocado muito desentendimento conjugal!
    E flores são sempre flores. Mas quando começam a perder a cor e o prumo me deixam triste. E temos que jogá-las fora. Nem quero pensar se isso se passa com pessoas. Muito triste. E penso que elas, as flores, podem ser usadas por aparência. Como o homem que leva flores para receber uma mulher no aeroporto. Não seria melhor dá-las no carro ou em casa, num momento só de dois? É como passar baton, dar um beijo, tudo tão íntimo, sei lá. Acho que estou ficando antiga.
    Voltando ao que interessa, escreva mais e sempre. Estarei lendo. Estaremos lendo.
    Saúde para escrever seu livro.
    Votos de uma dissidente.

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    1. Francisco Bendl28/01/2018, 10:48

      Minha querida Aninha e colega dissidente,

      Eu e tu temos uma identidade que nos aproxima - culturalmente falando, lógico -, que é escrevermos sobre as pessoas, a vida delas, suas passagens, seus conflitos, seus anseios, alegrias, preocupações, o cotidiano.

      E mesclamos com passagens divertidas, que deixam indelevelmente o registro de como ainda conseguem viver mesmo sob tanta amargura.

      Olha, Aninha, se tem alguém que pensou nesta vida, eis o Chicão!
      Não que eu deixei de pensar, não, mas durante a minha existência útil quando eu trabalhava, pois agora estou aposentado, eu me dedicava até em estabelecer o diálogo entre mim e o comprador antecipadamente!

      E, aguardando ser atendido ou viajando ou andando pelas ruas, observar as pessoas, fosse nos bares, restaurantes, que eu frequentava em demasia, hotéis, nas rodoviárias, aeroportos, pontos de ônibus, principalmente ao pendurar as chuteiras e permanecer ao final da minha vida útil e, por oito anos, trabalhando em táxi, que redundou em um pequeno livro de crônicas, intitulado O Divã Móvel!

      Portanto, como teu admirador confesso pelas tuas habilidades extraordinárias como escritora, mais ou menos gostamos de usar como motivos para postarmos nossas ideias as pessoas, pois além de interessantes somos iguais a elas, logo, se nos analisarmos também com a mesma atenção, eis um ou vários artigos prontos!

      Claro, no meu caso sempre haverá falta de qualidade, de expressões refinadas, comparações intelectuais, haja vista que meus textos são crus, porém como não somos assados, mas igualmente o ser humano existe da mesma forma, a minha intenção será sempre ser o mais contundente possível, verdadeiro, legítimo.

      Muito obrigado mesmo pelo incentivo.
      Agradeço essa tua gentileza em me deixares à vontade, que me anima, confesso, e resgatar do meu baú de memórias os fatos que mais me chamaram à atenção em mais de cinquenta anos perambulando pelo país, incluindo a Argentina e Uruguai, onde viajei durante muito tempo.

      O meu abraço, Aninha, forte, caloroso, e com muito respeito e admiração.
      Muita saúde e paz, extensivo aos teus amados.

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  2. 1) O texto do Chicão é muito bom. De uma forma ou de outra, ao longo da vida, conhecemos estas "figuras" populares que, por algum detalhe acabam nos marcando e então, eventualmente nos lembramos desse povo.

    2) Genial percepção... bola para frente Bendl, como dizem os futebolistas...

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    1. Francisco Bendl28/01/2018, 10:53

      Caro amigo e professor Rocha,

      Muito obrigado pela recepção ao meu texto.

      Confesso que as tuas orientações e mensagens que publicas sobre o Budismo têm me ajudado nas escolha do que devo fazer quanto às postagens que pretendo.

      A sensatez, calma, serenidade, mente em paz, devem ser mantidos permanentemente, se quisermos deixar algo bom para ser lido.

      Na razão direta que a qualidade nas minhas palavras não é minha parceira, pelo menos eu me esforço para deixar o recado que pretendo, que seja compreendido e, na medida do possível e da boa vontade dos leitores, aceito.

      Um forte abraço, Antônio.
      Saúde e paz.

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  3. Flavio Jose Bortolotto28/01/2018, 12:51

    Prezado Autor, Sr. FRANCISCO BENDL,
    Bonito texto contando um pouco de suas observações de Pessoas Humanas especiais, vistas em suas constantes viagens pelo Sul do Brasil, Uruguai, Argentina...em seu Trabalho.

    Seu estilo Literário é muito agradável e deves escrever mais, como muitos dos Leitores e Comentaristas pedem, a exemplo da Sra. ANA NUNES, essa também Mestra da boa Escrita e da boa Arte Plástica, principalmente Pintura, do Prof. ANTONIO CARLOS ROCHA, também excelente Escritor e Filósofo, e tantos Leitores(as).

    Me encantou a modéstia e a elegância da bela Florista que respondeu:
    - Moço, as flores é que são lindas, e são por intermédio delas que os seus olhos assim me veem!!!
    Mas, a linda Florista era má Filosofa, pois que comparou a Vida Humana como as Rosas, " Mas, que a Vida era como as Rosas, que colhidas no pé eram exuberantes, e desabrochavam com o dia, para irem diminuindo com o tempo, perderem o viço e serem jogadas fora!"
    Isso, talvez seja verdadeiro do ponto de vista Material, mas nunca do ponto de vista Mental e Espiritual.
    Feliz, a sua conclusão de que devemos cuidar com todo o carinho de nosso "Buquê de Flores - nossa FAMÍLIA, como o senhor exemplarmente fez.
    Abração.





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  4. Francisco Bendl28/01/2018, 14:01

    Mestre Bortolotto,

    Mais uma vez me honras e alegras com teu comentário sobre um simplório texto de minha autoria!

    Sempre temos o que dizer, o que relatar das pessoas ao longo de uma vida que beira os 70 anos.
    Ainda mais quando a questão profissional me obrigava a viajar constantemente, oferecendo como compensação pela ausência da família, um monumental caleidoscópio das variantes que a existência nos possibilita, se dedicarmos alguns minutos de observação e atenção sobre as pessoas.

    E fui muito contemplado nesse sentido, mestre Bortolotto, de ter conhecido gente simples, mas que jamais vou esquecer pelas lições deixadas, exemplos registrados em seus comportamentos excelentes, em condutas onde a luta e a determinação eram as características principais.

    Pois, agora, diante do momento que me despeço da minha vida, pelo qual agradeço a Deus tantas bênçãos, surge este blog extraordinário do nosso amigo Wilson, o querido Mano, possibilitando-nos postar as nossas impressões, o que aprendemos, nossas alegrias, nossos casos, nossos amores e família.

    Então eu me esforço para ser compreendido, que meus rabiscos sejam lidos e que agradem algumas pessoas, haja vista que a intenção minha é esta, de trazer momentos alegres, de leitura fácil, e de um ou outro episódio que seja comum a todos nós. conforme salientou o nosso também amigo Rocha.

    Logo, o meu agradecimento à tua participação e palavras a respeito dessa postagem, muito inferior aos artigos da nossa querida Ana, esposa do Wilson, que tem o talento e a vocação para a escrita, enquanto eu só conto com a minha teimosia.

    Mas são essas variedades de relatos, contos, crônicas, que dão um colorido especial ao Conversas do Mano, a ponto de trazer para si os teus comentários, mestre Bortolotto, que nos enaltece e orgulha em demasia.

    Agora, deve-nos tu, meu amigo, um artigo da tua autoria, pois a experiência que tens e conhecimentos também sobre a vida, indiscutivelmente iriam ocasionar em todos nós um enorme interesse em ler as tuas observações e conclusões, razão pela qual faço este pedido, que nos brindes com algo de tua lavra, tanto para manter a peculiaridade do blog, um oásis cultural, mas para albergar os textos de pessoas que dominam as circunstâncias, que mantém as rédeas da existência consigo, e que sabem valorizar o ser humano por mais humilde que este seja em qualquer momento.

    Um abraço forte, fraterno.
    Saúde e paz.

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  5. Moacir Pimentel29/01/2018, 08:13

    Prezado Bendl,
    Acho atrasado - e peço-lhe desculpas! – por um bom motivo: a família toda reunida. Seu post é fantástico e cumpre o objetivo que você destinou a ele: nos divertir! Dizer-lhe o quanto você escreve bem é chover no molhado e portanto faço coro com os demais comentaristas: escreva muito mais!
    Sabe? Penso que quando um leitor entra nas Conversas o faz, sim, para ler-se nas diversas escritas.Por exemplo, seu artigo me fez lembrar da história real de um doido narrada pelo Mestre Ariano Suassuna, cujo pai, então governador da Paraíba, resolvera construir um hospício decente e , inovando, na década de 30 introduziu na construção a tal “terapia ocupacional”,utilizando mão de obra maluca.
    Sucede que numa das suas inspeções, o governador notou que um dos peões-pacientes desfilava pra lá e pra cá pela obra empurrando um carrinho de mão virado para baixo. Questionado, o louco explicou:
    “ Tá pensando que sô doido, dotô? Se eu virar o carrinho pra cima, vão me fazer carregar tijolo”
    E do cara que, mais feio que a fome, vendia chá mate leão e biscoito de polvilho na praia enquanto cantava – de forma abjeta! - todas as boazudas do pedaço, muitas vezes se metendo em confusão. Belo dia alguém da tchurma do “parou, parou” não se conteve e lhe perguntou:
    “Você é maluco? Não tá vendo que essas garotas lindas não vão lhe dar mole?”
    Ao que ele retrucou:
    “Mermão, e se uma for tarada?”
    Porém além de se reconhecer na sua Conversa, o que o leitor deseja é vivenciar novas experiências, geografias, ideias, alargar seus horizontes. Usando para tanto aquilo que temos de sobra e que a ciência chama de “neurônios espelhos”, que nos permitem apreciar a leitura, nos divertir com os filmes, nos emocionar com as óperas, empatizar e calçar os sapatos de qualquer personagem e/ou perceber qualquer enredo , em quaisquer latitudes, desde que humanos.
    Parabéns, um abração e às pretinhas!

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    1. Francisco Bendl29/01/2018, 09:46

      Pimentel,

      Obrigado pelo comentário.

      Diz o ditado que, de médico e louco, temos um pouco.
      Pois bem, quando o Wilson achou por bem publicar as minhas crônicas de um livro meu, intitulado o Divã Móvel, onde eu narrava acontecimentos vividos na direção de um táxi pelas ruas de Porto Alegre, RS, já naquela ápoca eu me interessava pelas pessoas, suas reações, seus medos, suas fobias, neuroses, manias, a necessidade imperiosa de contarem as suas experiências e situações para um estranho, razão pela qual a sinceridade nessas confissões, pelo fato de o motorista não ver o passageiro, invariavelmente sentado atrás do carro, logo, não havia o "olho no olho"!

      Mulher, homem, idoso, idosa, jovens, ao sentarem-se no banco de trás do carro, tinham consigo o ímpeto de falar porque seriam ouvidos e jamais retrucados!

      Então, o título, O Divã Móvel, uma espécie de analista - não que eu fosse ou me considerasse - que perambulava pelas ruas de uma capital de Estado dirigindo um táxi, e que estava à disposição para ouvir as pessoas que precisassem que alguém as levasse aos seus destinos mais rápido e confortável do que os coletivos.

      E aprendi, depois de dois anos, como que eu deveria ser se eu quisesse obter informações sobre as pessoas, perscrutá-las melhor, aprofundar-me naquilo que mais ansiavam.

      Os oito anos que fui motorista de táxi antes de eu me aposentar em definitivo, atesto que foi a melhor e mais importante experiência que me concedi, praticamente quase que igual aos 40 anos que viajei como vendedor, supervisor e gerente de vendas Brasil afora e mais alguns países sul-americanos.

      A ponto que eu dizia, Pimentel, para os universitários, que se quisessem fazer um curso de Psicologia, Sociologia, deveriam ter no currículo três meses no mínimo como motorista de táxi, em face da variedade de pessoas que atenderiam, e que jamais ousariam pensar que existissem!

      Dito isso, afora as frustrações e decepções, tristezas e mágoas, o ser humano tem o seu lado divertido, e foi onde entendi que eu deveria equilibrar a tragédia de cada um com a alegria de momentos que aqueles mesmos frustrados e tristes, decepcionados e magoados, também teriam ocasionalmente.

      Parte desse aprendizado escrevo para este espaço cultural extraordinário, não só para compartilhar as pessoas com outras pessoas, mas também a gente se divertir um pouco, rir de nós mesmos!

      Um grande abraço, meu caro.
      Saúde e paz.

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  6. Wilson Baptista Junior29/01/2018, 09:06

    Chicão, só posso assinar em baixo dos comentários dos nossos amigos e te dizer: Escreva. Mais. Sempre.
    Um abraço do Mano

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    1. Francisco Bendl29/01/2018, 09:53

      Caríssimo Wilson,

      Apesar de eu gostar de escrever, o ânimo e a disposição não são mais os mesmos, e sabes disso.

      No entanto, Conversas do Mano me deixa à vontade, e serve como impulso para volta e meia eu criar coragem e te mandar um texto feito por acaso, apesar dos esforços que faço para que as palavras sejam inteligíveis.

      Muito obrigado pelo incentivo, pela maneira agradável como recebeste o artigo desse escrevinhador.

      Dia desses te mando mais uma postagem e, se a aprovares, publica, caso contrário, deleta.

      Um forte e fraterno abraço.
      Saúde e paz.

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