Moacir Pimentel |
Moacir Pimentel
Eu milito no time do Cole Porter que adorava Paris “quando chuviscava no
inverno e quando de calor ela chiava no verão”. Talvez porque, de um jeito ou
de outro e seja lá quando for os pombos batem as asas e as multidões se
arrastam sob os toldos dos cafés bebendo espressos.
E a explosão do século XXI em nada diminuiu a Paris do passado – os
jardins úmidos, as belas artes, as coisas Art Nouveau – e qualquer tempo ainda
é perfeito para revisitar os profetas da cidade: seus artistas, pintores,
poetas. Pelo menos no bairro do Marais, pelas ruas estreitas e labirínticas -
des Rosiers, Ste-Croix-de-la-Bretonner, Vieille-du-Temple - no venerável bairro
judeu e lá no final da Rua des Francs-Bourgeois, na Place des Vosges, na
primeira das galerias e passagens cobertas de Paris, intacta desde a sua
construção, simbolizando o estilo clássico francês e a arquitetura do século
XVII.
Um lugar sempre elegante onde à noite ainda podem ser encontradas
lareiras de pedra, restaurantes rústicos e esfumaçados em que ainda se pode
saborear carne da boa e bares com balcões de zinco onde ao lado de fregueses
antigos ainda se pode tomar Côtes du Rhône e comprar uma edição de três euros
das Flores do Mal de Baudelaire para que a intoxicação também seja poética
(rsrs) antes de se sair de braço dado e cambaleando pelas estupendas arcadas.
A Place des Vosges é única não só pelo seu formato quadrado inovador
mas, notadamente, por essas arcadas de pilares quadrados e tetos abobadados,
sobre as quais se erguem os pavilhões. Dizem que apenas a sua faixa norte, a
primeira a ser edificada, possui os tetos abobadados do jeito exato que o rei
Henrique IV determinou que tivessem. Eu, por mais que tente, não consigo
identificar nas quatro arcadas qualquer diferença a olho nu.
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Cada pavilhão de pedra que sobe das galerias abertas pelos arcos é
coberto por um grande telhado de ardósia, de quatro inclinações e belas
cornijas, com dois olhos de boi – aberturas de forma circular que além de
decorar serviam para iluminar e ventilar - enquadrando duas pequenas janelas,
de nome mansardas, que acabariam por se tornar uma marca registrada de Paris.
Todos os prédios têm quatro arcos, dois andares desiguais com oito
janelas para chamar de seus. Outro grande diferencial são as fachadas
idênticas, de tijolinhos vermelhos, com as bordas e quinas e as molduras das
janelas feitas com pedras claras.
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Além de ser um dos mais belos exemplos de urbanismo bem planejado, a
Place des Vosges é um pedaço da história da França; em seus trinta e seis
prédios moraram personagens históricos, escritores, pintores e poetas e, na
falta das cabeças coroadas, a pacífica praça tornou-se a morada favorita da
aristocracia francesa. Muitos franceses lendários viveram naquelas paragens
sendo o mais famoso deles, é claro, Victor Hugo, o autor de Os Miseráveis, que
viveu no segundo andar do edifício de número 6, entre 1832 e 1848, da
publicação do seu Corcunda de Notre-Dame até o seu exílio na ilha de Guernsey -
em meio ao Canal da Mancha e a cinquenta quilômetros da costa da Normandia –
onde buscou refúgio por ser um feroz opositor de Napoleão III.
A Casa Victor Hugo, localizada no antigo Hôtel de Rohan-Guéménée, é hoje
um museu dedicado ao artista e escritor francês e se distingue das demais
construções pela pequena bandeira francesa que lhe alegra a fachada. O museu
exibe uma coleção de desenhos pessoais, livros, retratos e móveis do escritor.
Lá dentro a gente pode quase ver o grande autor escrevendo em um final de tarde
tranquilo e jurar que, pela janela aberta, com certeza ele ouvia os sinos da
Notre Dame, o lar do seu herói corcunda.
Mas Monsieur Hugo teve vizinhos de alta estirpe: Madame de Sévigné
nasceu no prédio de número 1 da praça, pelo número 8 passaram o poeta Théophile
Gautier e o escritor Alphonse Daudet. A lendária cortesã Marion Delorme foi
proprietária do número 11 e os tetos pintados por Lebrun no número 14 eram tão
bonitos que foram reinstalados no Museu Carnavalet. No número 15 viveu a
majestosa Marguerite Louise d'Orléans, esposa de Cosimo III de Medici, o Grão
Duque da Toscana enquanto o Cardeal Richelieu, entre 1615 a 1627, bem viveu e
amou no número 21 para não falar do pintor pós-impressionista Georges Dufrénoy
que foi proprietário do número 28.
No final do século XVIII, enquanto a maioria da nobreza se mudou para as
imediações do Faubourg Saint-Germain, a praça conseguiu manter alguns de seus
proprietários aristocráticos até a Revolução. Pudera!
Na minha opinião a praça é dona das mais bonitas arcadas do vasto mundo.
Por lá podemos ouvir o eco de nossos próprios passos, sentir cheiros deliciosos
fugindo através das pequenas janelas e, mediunizados, nos dirigir, mais uma
vez, para o bistrô Ma Bourgogne, ou para o café de Maigret, para um almoço, ou
um vin chaud ou um crepe qualquer sem tirar os olhos da praça. Porque, “que me
perdoem as praças feias, mas beleza é fundamental”.
E a pitoresca Place des Vosges jamais desce do salto, jamais abre mão do
seu charme que mora na simetria de suas fachadas, janelas e mansardas que não
vacila ao longo dos cento e quarenta metros de cada um dos quatro lados do
perfeito quadrado e resulta no mesmo design harmonioso nas fileiras de fachadas
feitas de tijolos vermelhos, nas cunhas de pedra, nos íngremes telhados de
ardósia salpicados de pequenas janelas e, last
but not least, nas galerias abobadadas e colunas que percorrem todo o piso
térreo ligando todos pavilhões. Essas arcadas são ocupadas por bares,
restaurantes, perfumarias artesanais, lojas de antiguidades, cafés e muitas
galerias de arte.
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A cada passo dado nessas arcadas nos aguarda uma novidade: os músicos de
rua têm um grande afeto pelo local, assim como os artistas das marionetes e tem
sempre alguma performance rolando. Através de portas vislumbramos estátuas,
canteiros, mistérios.
Para além dos arcos que fazem fronteira com a praça sempre se descobre
fabulosos lugares para comer, como o aconchegante Carette – o preferido dos
viciados por aquele chocolate quente que se derrama como uma onda de lava - ou
a Place Royale metida a besta ou, escondido atrás de uma entrada discreta no
número 9, o L’Ambroisie, um dos mais estrelados restaurantes de Paris.
Se bem que o jardim no meio da praça concorre com tais estabelecimentos
pois se torna, quando o tempo está quente, um grande espaço de piquenique e
banho de sol, numa cena colorida tipicamente parisiense para os moradores do
bairro, as crianças e os turistas.
Uma entrada em arco no canto sudoeste da praça nos leva aos fabulosos e
formais jardins do Hôtel de Sully, sede do Centro de Monumentos Nacionais e uma
da mais belas mansões renascentistas que já tive o prazer de visitar. O
palacete pertenceu a Maximilien de Béthune, o duque de Sully, que fora
superintendente de finanças do rei Henrique IV. O acesso aos jardins é gratuito
mas não a visita da mansão que permaneceu na família Sully até o século XVIII e
hoje é o lar de uma excelente biblioteca sobre a história de Paris que oferece
exposições fotográficas ocasionais sobre arquitetura e artes.
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Lá se encontram as fotografias assombrosas que sugerem abandono tiradas
por Eugène Atget das arcadas abobadadas da Place des Vosges em 1898. Muitas outras
fotos datadas do fin de siécle
mostram um lugar pouco atraente, com roupas e móveis usados sendo vendidos sob
as arcadas transformando-as noutro Mercado das Pulgas. Porém as imagens mais
vívidas da praça são as mentais dos anos 30 e 40 que nos provocam os romances
do inspetor Maigret, da lavra de Georges Simenon.
É que o prezado comissário Maigret foi, durante um certo tempo, um dos
felizes moradores da praça e, como se não bastasse, mesmo quando instalado no
seu modesto apartamento no Boulevard Richard- Lenoir, para lá costumava ser
chamado para resolver crimes cometidos em série. Então com um dos livros do
inspetor na mão, fica-se íntimo de cada pedacinho da praça, dos seus bancos
onde, certa vez, da sua janela ele avistou um morto matado, da tabacaria na
esquina, dos bares e bistrôs onde ele dissipava a melancolia do inverno e o
calor do verão, dos telefones públicos de onde ele dava as ordens e instruções
e encomendava cervejas e sanduíches, das casas que ele investigava e das suas
cozinhas que, como a dele, cheiravam a ragoût de mouton, soupe à l’oignon, coq
au vin, cassoulet e beef bourguignon e, é claro, das arcadas sob as quais o bom
Maigret matutava sobre as grandes loucuras do coração humano.
A piada é que, enquanto morador da Place des Vosges, o Monsieur Maigret
levava uma vida conjugal irrepreensível em um fictício número 61, enquanto que,
na real, Simenon - o seu autor - morava e se esbaldava no número 21 da praça,
famoso por ter servido de matadouro para Richelieu, aquele que, dizem, seduzia
todas as damas do pedaço. Hoje a praça hospeda os ricos e os trabalhadores,
pequenos comerciantes e artistas famosos, e, claro, um ou outro funcionário
público como o próprio Maigret. O apelo da Place des Vosges é que, assim como
acontece como os nossos empoeirados livros do comissário Maigret, apesar de
desbotada, ela nunca perde seu charme.
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Nessa praça pode haver menos história mas há mais memórias. Por lá vemos
a Paris de Henrique IV, a Paris de Luis XIII, a Paris de Victor Hugo, a Paris
do pós-guerra, a Paris que conheci e por quem me apaixonei na década de 1970.
Todas elas podem ser sentidas em uma tarde de inverno ou em uma manhã de verão,
com a melancolia que é o humor legítimo do lugar, assim como o patriotismo é o
do Trafalgar Square ou o carnaval o da Praça de San Marco.
Nas últimas décadas a arte moderna invadiu as arcadas que inspiraram De
Chirico a pintar Melancolias. Dois templos de arte sempre merecem uma visita
mais atenta na Place des Vosges: a galeria de Nikki Diana Marquardt, que foi
uma das assistentes de Man Ray, e a Galerie Mark Hachem, que apresenta
trabalhos de artistas contemporâneos do Oriente Médio.
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Aliás, a Place des Vosges abriga na fachada do seu número 11 uma das
mais antigas peças de grafitti da cidade. Por lá se lê a inscrição “1764
Nicolas”, e o “Nicolas” em questão não é outro senão o escritor Nicolas Edme
Restif de la Bretonne. Trata-se de um grafite sobrevivente das centenas de
mensagens que ele deixou nas paredes da cidade durante as suas divagações
noturnas em latim - nada menos- um hábito curioso, que lhe valeu o apelido de “Griffon”.
O romancista não se interessava pelos rostos graciosos, as fartas
cabeleiras, as longas pernas, os alvos pescoços, as diminutas cinturas ou as
mamas arrogantes das senhoras. Nada disso. Sua predileção era o pé feminino e,
por extensão, tudo aquilo que o abrigava ou circundava: meia, sandália, sapato,
chinelo. Pode apostar que o fetichismo do sapato foi inventado por ele. Fui
apresentado à figura pelo escritor Mario Vargas Llosa que lhe dedica um dos
capítulos da sua novela Os Cadernos de Dom Rigoberto.
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As sombrias e ventiladas arcadas deixam as crianças e os adultos
sonolentos depois de um bom almoço enquanto os sinos da igreja de St. Antoine
badalam. Já não há reis e rainhas, fábricas e lojas de seda nas redondezas, mas
nessa praça antiga rola o milagre do passado no presente. A história permanece
nela de maneiras que não podem ser deletadas como o comércio de luxo fez, por
exemplo, na Place Vendôme. Até hoje, seus jardins traseiros dão guarida a
pequenos fabricantes de perfume.
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A deterioração e o esquecimento dos quais a Place des Vosges já foi
vítima são difíceis de explicar na história urbana da cidade, embora uma
conversa sobre o seu declínio seja inseparável da mudança do bairro do Marais à
sua volta.
Ao longo do século XIX, o Marais tornou-se o bairro judeu de Paris,
denso e rico e singular, com seus próprios restaurantes e pequenas indústrias e
instituições. Embora a Place des Vosges tenha assumido raros personagens judeus
oriundos das ruas circundantes como moradores e tenha permanecido de certa
forma além do bairro, ela atraiu uma sinagoga para uma de suas entradas. Até
hoje os cheiros da cozinha judaica enchem o ar do Marais, delícias de origem
norte-africana que foram trazidas a Paris pelos judeus Ashkenazy. E há sempre uma
fila para comprar falafels kosher naquelas paragens (rsrs)
Dizem que praí há uns cinquenta anos atrás o bairro estava em precárias
condições e então a ordem foi para reconstruí-lo e o resultado foi que os seus
mais antigos edifícios foram restaurados, ondas de artistas e outros famosos mudaram-se para o pedaço, algumas das pessoas mais elegantes de Paris
fizeram do Marais a sua casa, renovando as mansões do século XVII e XVIII,
nelas inaugurando lindas lojas e hotéis particulares e museus, incluídos o
Museu Carnavalet e o Picasso. O bairro é um pedaço de uma França antiga e
provincial, oferece um agradável contraponto, em pequena escala, para as
realizações ultra modernas de bombásticos arquitetos que começaram a se fazer
notar ali por perto, como é o caso do fabuloso Centro Pompidou.
Sim, a Place des Vosges é um lugar turístico mas, com certeza, não se
encontra entre os dez mais visitados recantos da cidade. A mim parece que ela é
mais procurada por parisienses pelas mesmas razões pelas quais as pessoas
visitam parques em qualquer lugar do mundo: o espaço, a tranquilidade, a
verdura e alguns momentos preciosos fora do burburinho da cidade.
Um lugar de sonho, Moacir! Lindas as suas fotos, o vídeo, tudo. Um dia eu chego lá de metrô kkk Mas não pra deitar na grama. Acho esquisito o costume que eles tem de tomar banho de sol e lanchar no meio da praça com tantos lugares charmosos pra almoçar ao redor. Babei com o chocolate escorrendo como lava! Da sua lista de famosos só conheço o Victor Hugo e mesmo assim por causa do filme Os Miseráveis com o Hugh Jackman e a Anne Hathaway que me fez chorar kkk Seus artigos mostram que viajar devagar é mil vezes melhor do que querer ver tudo de uma vez só e às carreiras. Obrigada!
ResponderExcluirMônica,
ExcluirSeguinte: nenhuma das boas coisas da vida deve ser feita “às carreiras”, a não ser em circunstâncias deveras excepcionais (rsrs) Agora...
Se você em uma das mais belas cidades do vasto mundo, em um radiante dia de sol, JAMAIS relaxou sobre um tapete relvado e devorou uns falafels do Marais - toujours imité jamais égalé! - tomou um bom tinto e, em seguida, ouvindo música e recebendo um cafuné dos bons, tirou uma soneca revigorante com um colo generoso lhe servindo de travesseiro, so sorry, não pode opinar. Vamos combinar? Vai, experimenta e volta para nos contar (rsrs)
“Obrigado!", abração e bom final de semana!
Moacir,
ResponderExcluirVocê disse tudo que eu queria dizer sobre as arcadas neste artigo encantador. Destaco:
'Nessa praça pode haver menos histórias mas há mais memórias'.
Voltei no tempo e revi os tetos e as mansardas. Entrei na lojinha de perfumes, nas galerias de arte, na casa de Victor Hugo. Percorri de novo os corredores que terminavam em pequenos pátios. Senti o cheiro da sopa de cebola e o sabor do café. Teve até vinho e música. Muito obrigada por me fazer lembrar de tanta beleza. Recordar é viver.
Um abraço carinhoso para você
Flávia,
ExcluirComo lhe agradecer por tão boas palavras e lhe devolver esse abraço carinhoso, sem lhe deixar também um trecho do poema Endymion, do jovem John Keats que, na tradução de Augusto de Campos, nos fala magistralmente da beleza?
"O que é belo há de ser eternamente
Uma alegria, e há de seguir presente.
Não morre; onde quer que a vida breve
Nos leve, há de nos dar um sono leve,
Cheio de sonhos e de calmo alento.
Assim, cabe tecer cada momento
Nessa grinalda que nos entretece
À terra, apesar da pouca messe
De nobres naturezas, das agruras,
Das nossas tristes aflições escuras,
Das duras dores. Sim, ainda que rara,
Alguma forma de beleza aclara
As névoas da alma. O sol e a lua estão
Luzindo e há sempre uma árvore onde vão
Sombrear-se as ovelhas; cravos, cachos
De uvas num mundo verde; riachos
Que refrescam, e o bálsamo da aragem
Que ameniza o calor; musgo, folhagem,
Campos, aromas, flores, grãos, sementes,
E a grandeza do fim que aos imponentes
Mortos pensamos recobrir de glória,
E os contos encantados na memória:
Fonte sem fim dessa imortal bebida
Que vem do céus e alenta a nossa vida."
//
Muito bom. A Place des Vosges é um prato cheio para quem deseja o ‘milagre do passado no presente’. Valeu pelos detalhes saborosos como as fotos antigas de Paris e pelas dicas de gastronomia e leitura como o café do colega do Poirot e do livro fetichista do Llosa, rs.
ResponderExcluirMárcio,
ExcluirAs fotografias de Eugène Atget são belíssimas mas recomendo mesmo é a Biblioteca de Sully que já nos ofereceu exposições fantásticas. Quanto aos viciantes livros do Inspetor Maigret, moravam ao lado dos da Agatha nas estantes da minha infância porque minha saudosa e francófila mãe o apreciava. Mas dele só fiquei amigo íntimo na casa do sogro, cujas estantes faz quase quarenta anos que assalto nas férias lusitanas. Depois, durante nossas idas à Paris, comecei a comprá-lo em edições de bolso, para serem consumidas em poucas horas, porque naquelas paragens em qualquer livraria ou bouquiniste de respeito, é claro que o prezado comissário fala inglês (rsrs) Meu último contato com ele foi nas páginas de As Memórias de Maigret, onde ele vira narrador e o Simenon personagem. Quanto ao peruano Mario Vargas Llosa, aí é outra “conversa na catedral” (rsrs) Obrigado por participar.
Pimentel mais uma vez nos faz saborear as suas observações detalhadas sobre arquitetura, e nos mostra uma cidade que, duvido, alguém tenha dela as maiores informações como temos sido presenteados pelos excelentes artigos do autor, Paris!
ResponderExcluirNão preciso ir mais à capital francesa!
Se, eu tiver dinheiro, pretendo gastá-lo em outras cidades onde o Pimentel não foi – algo extremamente difícil! -, pois as que visitou nos deixou as suas impressões estupendas, que devem ser arquivadas.
Por exemplo:
Quero fazer o trajeto da Transiberiana, de Moscou a Vladivostock, com OITO FUSOS HORÁRIOS E UMA VIAGEM DE MAIS DE 160 HORAS!!!
Caso o Pimentel já ter feito esse itinerário, EU O INTIMO para nos deixar as suas observações, fotos, detalhes, pormenores, as cidades mais estranhas que o trem percorre, a mais fria, como é a viagem na Sibéria, pois sei que economizarei muito bons trocados!
Um abraço.
Saúde e paz.
Prezado Bendl,
ExcluirEssa é a segunda vez que você menciona a “Mãe Rússia” em seus comentários. Entendo o seu interesse. Para quem leu os grandes russos como nós, esse gigantesco pedaço do mundo de caráter tão nacionalista e que nos parecia inacessível por atrás daquela cortina, é sim fascinante.
Mas não, não fiz a sua viagem dos sonhos transiberiana, de Moscou a Vladivostock. Confesso que já flertei com a hipótese mas sete dias dentro de um trem é coisa para o jovem mochileiro que fui e não para o vovô no qual me transformaram. Acho que vou ficar lhe devendo essa.
Aliás, passei apenas três dias em Moscou e outros tantos em São Petesburgo, em uma vivência de cartões postais que não me credencia absolutamente a rascunhar sobre aquelas paisagens e povo.
Mas continuo lendo. Acabo de devorar uma biografia de mais de quinhentas páginas da grande Catarina, da lavra de Robert K. Massie, que descreve a imperatriz e a Rússia a partir das suas cartas para familiares, amigos e amantes e para os grandes da sua época, inclusive os filósofos iluministas Voltaire e Diderot.
Obrigado pelo comentário e outro abraço.
1)Obrigado ao Pimentel por mais uma aula sobre a capital da França e sua riqueza de detalhes, belamente fotografados.
ResponderExcluir2) Não sei se já apareceu neste importante blog esta interessante citação:
3) "Se tens a sorte de teres vivido em Paris, quando moço, por onde quer que andes no resto de tua vida, ela estará com você, porque Paris é uma festa móvel" = Hemingway (1889-1961).
4) Acho que foi isso o que aconteceu com o Moacir: escreve bem, fotografa bem, boas memórias tem.
Obrigado lhe digo eu pela leitura e incentivo em prosa e rima (rsrs) E você tem muita razão ao diagnosticar esse meu afeto antigo pela cidade: me apaixonei por Paris aos vinte e poucos anos. Quanto à citação do Hemingway, talvez você tenha se lembrado dela porque o livro no qual mora já teve direito a um post de nome "Paris É Uma Festa", aqui nas Conversas.
Excluirhttps://conversasdomano.blogspot.com.br/2017/03/paris-e-uma-festa.html
“Gratidão”
Os seus posts de turismo são fantásticos.
ResponderExcluirCarlos,
ExcluirObrigado por continuar por aqui fazendo “turismo”!
Pimentel,
ResponderExcluirAssumo sem o menor constrangimento o meu saudosismo. É de uma obviedade ululante que a música de Cole Porter é melhor do que rock pauleira e que a Place des Vosges e o Hôtel de Sully são bonitos, ao contrário do Centro Pompidou que tem um conteúdo fabuloso mas continua feio do mesmo jeito. “Que me perdoem as praças feias, mas beleza é fundamental”. Uma grande verdade. Nota dez!
Sampaio,
ExcluirConfesso que, como você, vou a Paris procurar “os dias antigos”. Portanto me foi difícil perceber que há beleza nas linhas arrojadas das novidades que cada vez mais aparecem pela velha e bela cidade. Mas hoje começo a gostar do contraste do velho e do novo, dos adágios e dos rocks, da pedra talhada e do vidro espelhado. Acho que me acostumei com a feiúra desse importante museu de arte que é o Centro Pompidou, da mesma forma que desenvolvi um afeto pela estranheza funcional da pirâmide do Pei.
Na minha praia os devotos da “arquitetura contemporânea” são uma maioria que me repete sem esmorecer jamais que se podemos fruir de tantas, não tem porquê nos limitarmos a entender e curtir só uma era. Voto vencido, sigo em frente apreciando algumas modernidades como o Arco da Défense, a Géode, ou a Philharmonie que, pelo menos nas fotos, parece feita de pássaros prateados em pleno vôo. Agora...
Diante da tal Cite de la Mode et du Design, à beira do rio entre a Gare d'Austerlitz e Biblioteca Nacional mesmo pondo em risco a harmonia conjugal me é impossível não expressar a minha horrorizada impressão de que, "dependendo da perspectiva", a coisa se parece ou com uma lagartixa descaradamente verde ou com duas minhocas pós-atômicas fazendo amor.
E como ainda não avancei muito nessas trilhas pós-modernosas – sou lento! – quando estou sossegado em um canto qualquer e, de repente, me atacam com funk da gema, aí estou com você e não abro: não tem mais conversa! Peço licença e me retiro. Já me basta ter sido obrigado pelas minhas aborrecentes a dançar o Rap do Silva, aquele que era pai de família (rsrs)
Abração!
Olá Moacir,
ResponderExcluirMais um post fantástico.
Mais uma vez, sentei confortavelmente, pernas para o ar, e tudo acabou tão depressa!
Por outro lado, parece que estive lá.
Dia desses perguntei ao Mano se estivemos onde estão expostas as telas grandes do Monet. Na prefeitura acho. E me dei conta que você escreve,conta, descreve tão bem que já não sei mais se vi comigo mesma ou através de você. Êle também não soube responder. Então não são coisas de uma velhinha muito doida.(ou então são dois velhinhos muito doidos...)
Obrigada pela viagem.
Até mais.
ResponderExcluirCaríssimo,
A viagem continua maravilhosa, fazendo a gente sentir até o clima de Paris.
Em relação ao que li num dos comentários, apenas para separar alhos de bugalhos, é bom lembrar que isso que se convencionou chamar de funk nada mais é do que fân-i-que (na prosódia carioca). E nada tem a ver com o funk.
Ao falar do funk estaremos tratando de Earth, Wind and Fire, Chic, Kool & The Gang, Gilberto Gil, Banda Black Rio, Funk Como Le Gusta, Berimbrown, Sandra de Sá...
Mesmo fenômeno que se aplica ao axé, uma corruptela que retirou de cena o afoxé maravilhoso de Pepeu Gomes, Moraes Moreira, Caetano Veloso, Gilberto Gil...
Abração.
Mestre Heraldo,
ExcluirQuanto ao axé/afoxé, assino embaixo. Mas devo confessar que para mim , Earth, Wind and Fire, Chic, Kool & The Gang e Berimbrown são grego ! É que mudo o canal todo vez que escuto algo parecido com o ritmo. Mas venci a antipatia e joguei no Google o Funk Como Le Gusta - muito prazer! - e o "Ai, oh ... é o 16 toneladas" me pareceu um pouco menos pior do que o usual. Obrigado pelas dicas musicais que prometo - sem compromisso - ouvir depois de ter virado umas e outras no Carnaval (rsrs)
Abração
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