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22/03/2018

Para não dizer que não falei das flores




Ana Nunes

As flores me encantam. A mim e a um planeta inteiro. Até no do Pequeno Príncipe, já que por aqui passeia um ser chamado Saint-Exupéry.

E como podem nascer de uma mesma terra e serem tão diferentes? Se vão nas cores do arco íris e nas texturas mais diversas? Umas são macias e se machucam só de serem olhadas como as fofas violetas e as repolhudas rosas. Ou as Flores de Maio teimosas, são de maio mas podem aparecer em julho. E em setembro, por que não? São suaves como seda colorida em raminhos duros e espetadiços. Aparentadas do cactus solitário do deserto. Que secos e insolados também dão flores.

São flores frágeis e fortes, nascidas às vezes na adversidade de uma fenda no concreto, se esquivando dos saltos e solados.
Como as crianças sujinhas de areia e sangue saídas dos escombros dessas guerras inúteis e cruéis. Acostumadas às bombas, sem pai nem mãe sem alimento e casa. Ou nossos filhos de rua que conhecem o ódio sem nem terem conhecido o amor e o carinho. Que se perdem nos lixões e se encontram nas ruas para se aconchegarem no inverno em cima de um papelão surrado.

Como? Falar de flores? “Certo perdeste o senso.”
Mas já disse Rubem Alves num texto lindo “Sobre moluscos, conchas e beleza” que o homem planta repolhos, nabos e batatas e estuda a ciência do cultivo. Mas também planta violetas, orquídeas e rosas inúteis que só dão trabalho. E ele parafraseia Jesus Cristo, sabendo que Ele não se importaria, talvez até sorrisse: “Não só de repolhos, nabos e batatas viverá o homem, mas também de violetas, orquídeas e rosas...”
Também fala o Rubem Alves que o molusco mole e feioso mora numa concha linda. ”Será que a natureza tem alma de artista? Seriam as conchas, antes de existirem, realidades virtuais na alma dos moluscos?”

Nossa alminha rota tem fome de beleza. Por isso muitos que por aqui perambulam, chamam de oásis, outros de curativos que ajudam a viver e outros nos levam de carona nos sonhos de cidades, ruelas e tintas. Outros falam de gratidão e tolerância, saúde e paz e transformam em letras acontecimentos do dia a dia. E se é oásis é porque temos sede e temos de beber, se é curativo é para ajudar essas feridas abertas, e se temos sonhos e tintas é para colorir o dia e ajudar a sorrir. Gratidão, tolerância e paz para carregarmos essas tragédias nossas do mundo moderno. E ainda a espalhafatosa lua para acender a noite.

E assim, por esse caminho tortuoso e cheio de mistério que escrevi só para me convencer, e, quem sabe convencer vocês, que posso falar de flores. Posso fazer um quadro com setenta quadradinhos de lírios, orquídeas, sininhos e dedaleiras. E colocá-los juntos como um compêndio ilustrado. E sentir felicidade enquanto estudo e desenho. E por momentos fazer de conta que não tenho sentimento de culpa por estar feliz.

E brincar, com muita pretensão, de Margaret Mee e suas flores só imitáveis pela própria natureza fechando assim um belo círculo vicioso, natureza, desenho e outra vez natureza. Fico pensando se foi nessa busca da beleza que essa inglesa de pouco mais de um metro de altura e muitos cabelos brancos largou seu país e se embrenhou pela floresta amazônica com seus pincéis e nossas flores. E sentou-se em troncos pelo chão como uma flor nova nascida de pura magia. Uma fadinha de Walt Disney no meio da floresta.

E Georgia O'Keeffe que na sua maturidade se isolou no deserto para copiar dele as cores e as formas. Daí nasceram ossos e orquídeas estranhas e belas nas suas alusões femininas.

E posso ainda falar dos maciços azuis dos agapantos de Burle Marx compondo seus jardins mágicos.


Minhas flores não são tão lindas mas são tão minhas! Que enquanto desenho me perco no emaranhado das petúnias brancas e rosas e roxas, bebo leite em copos de lírios, festejo na chuva de russélias vermelhas, encontro Matisse entre as ninféias refrescadas de água limpa, descanso extasiada no roxo das flores quaresmeiras e como borboleta faço vôos leves no jardins das singelas margaridas. Me escondo da chuva mansa entre as costelas de Adão, me assusto com a realeza das strelitzias e procuro pólen nos miolinhos escondidos das flores mais mimosas. Nesses momentos sou abelha operosa e quero fazer mel. Imagino bolas de natal luminosas nas garras da dracena e me assanho no vermelho das brácteas do bico de papagaio de nome portentoso Euphorbia pulcherrima. Pode ser tão simples e tão metida? Assim sou eu quando quebro a cabeça para desenhar orquídeas e pegar sua leveza na inércia do papel. Ouço sinos vindos das campainhas da China e imagino bordados frágeis de fios dourados de orientes exóticos surgindo das dedaleiras roxo avermelhadas. Não combina?!

E depois de algum tempo vejo folhas em pontas de toalha, flores nas sombras das treliças, flores nas calçadas e nas árvores. Sinto cheiro de jasmim nas nuvens e perfume da dama da noite em pleno dia.

É tempo de parar.
De guardar tintas e pincéis, guardar os livros abertos entre papéis de esboços e notas, botar ordem na casa, respirar fundo e feliz e voltar pra vida.










Para não dizer que não falei das flores.


13 comentários:

  1. Lea Mello Silva22/03/2018, 07:02

    Como não falar de flores Ana, neste mundo árido e sofrido ?
    Bom ter estas belezas pra suavizar a vida
    Desde a simplicidade da margarda a elegância da orquídea
    E ainda nos oferecem perfumes ...
    Que delicadeza de texto ! Agradeço encontrar cedinho está leitura
    Um bom dia florido pra vc

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  2. Olá Léa querida,
    Lindas as imagens que mandou com flores nas fendas do concreto! Somos um pouco assim, não é? Insistentes na vida, teimosas na alegria, sobreviventes meio encantadas.
    Eu que agradeço sua delicadeza!
    Beijo.

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  3. Francisco Bendl22/03/2018, 09:52

    Certos temas escritos exigem que o autor seja homem ou mulher.

    Por exemplo:
    Abordagens sobre guerras, o homem;
    Sobre flores, mulher.

    A delicadeza das flores, a beleza, suas variações, os locais mais inóspitos onde podem nascer, indiscutivelmente só as mulheres poderiam comentar com propriedade a respeito.

    Neste artigo, assinado pela Ana, minha amiga e colega dissidente, devo acrescentar o seu talento, o seu refinamento em descrever as flores de forma inteligente, com a sua sensibilidade inata, e maneira altamente criativa de nos conduzir com as sua palavras como se estivéssemos no meio de jardins frondosos, cercados de flores de diferentes espécies, todas maravilhosas, cheirosas e belíssimas.

    Mas, assim, têm sido os textos de Ana, que nos enternecem, que exaltam a nossa admiração pelo belo, que nos fazem pensar e refletir sobre os assuntos mais diversos.

    E quem não gosta de flores?

    E quem não gosta de ler uma postagem que é tão linda como as flores de nossa preferência?

    Gosto de orquídeas, logo, este texto da Ana é como se fosse esta planta de beleza ímpar, e com a vantagem de discorrer sobre a flor com a têmpera feminina, com suavidade, sensibilidade, delicadeza, e palavras que se ajustam trespassando as cores como se delas fizessem parte.

    Mais um artigo que se mostra belo e poético como as flores, escrito por uma mulher que se notabiliza pelo talento inato que possui para escrever, que admiro e reverencio.

    Um forte abraço, Ana.
    Saúde e paz, extensivo aos teus amados.

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    1. Olá Francisco dos Pampas,
      Elogioso e amigão como sempre. Exagerado também! Mas o que náo parece com o dono é roubado, não é?
      Também gosto de orquídeas. Elas vêm plantadas. Acho triste e melancólico ver plantas envelhecerem em vasos. Me lembram sempre velórios doloridos e a nossa própria finitude.
      Mas as minhas preferidas mesmo são as margaridas. E violetas. Quando do meu casamento queria margaridas na igreja. Mas não era tempo delas! Minha sogra tinha margaridas no jardim e partilhava comigo. Tempos muito bons!
      Obrigada pelo encanto de comentário.
      Até mais.

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    2. André dos Anjos23/03/2018, 08:31

      Ana e Francisco, também gosto muito de orquídeas. Moro em um prédio que tem uma área verde e algumas árvores, e eu e Izabel, mais a Silvia, vizinha, espalhamos orquídeas pelas árvores. É uma forma de embelezar o ambiente e de valorizar as árvores, que muitos veem como ameaça, por atraírem animais e pelo "perigo" de cair... Ver uma orquídea enraizar e depois soltar flores é um prazer enorme!

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  4. 1) Ainda bem que o mundo tem belas plantas.

    2)Ainda bem que este ótimo blog tem a Ana que sabe desenhar muito bem e escrever idem.

    3)Ainda bem que o visual é um bom colírios para os meus olhos.

    4) Saúde e sucesso !

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    1. Olá Antonio budista,
      E ainda bem que a gente escreve com as mãos e não com a respiração, se não estávamos fritos! Ia ser cof, cof cof e mais nada.
      Que bom que você gostou do texto e do colírio!
      Obrigada pelo comentário e saúde para nós.
      Até mais.

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  5. Flávio José Bortolotto22/03/2018, 10:35

    Prezada Autora Sra. ANA NUNES,

    Belíssimo Ensaio sobre Flores, tanto das cultivadas como das naturais, que certamente a senhora tanto apreciava nas suas viagens de férias Escolares acompanhando seu ilustre Pai, Presidente da ACAR-MG (Associação de Crédito e Assistência Rural - MG)(fundada em 1948), de Jeep pelas estradinhas de terra do interior do grande Estado de Minas Gerais, no final dos anos 50'.
    A ACAR-MG foi pioneira no Brasil (1948), sendo anterior até a do Rio Grande que é de (1955).

    A senhora diz com propriedade: "A nossa Alminha rota, tem fome de Beleza", e a senhora nas Artes Plásticas, PINTURA, e especialmente na ESCRITA, ( a mais difícil das Artes segundo os Hebreus que a praticam a quase 6.000 Anos), é uma grande produtora de Beleza.
    Parabéns e Saudações.


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  6. Olá Flávio Bortolotto,
    Obrigada pelo gentil comentário. E elogios.
    Minhas artes, se posso chamar assim, caminham mais ou menos juntas. Muitas vezes enquanto desenho tenho vontade de escrever. E às vezes a escrita vem em momentos impossíveis, nadando, dirigindo, arrumando a casa. Já larguei a vassoura (não é a de bruxa) algumas vezes para escrever por saudade de neto.
    Tenho boas recordações do pai e dos caminhos enlameados no Jeep. Ele era muito bom nisso! Mas não foi presidente da ACAR. Pelo que lembro, foi um ótimo técnico. Era veterinário. Quando se graduou eu já tinha seis anos. Me levava a passear na Escola de Veterinária e me encantava com seus desenhos de cavalos.
    Como diz o Moacir, acho que isso se chama vida!
    Obrigada de novo.
    Até mais.

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  7. Moacir Pimentel23/03/2018, 07:17

    Caríssima Donana,
    Queria poder ver mais de perto as suas lindas orquídeas e copos de leite e flores vermelhas, em close-ups explodindo em cores na telinha, puxando o olho para os seus corações mais escuros. É que, como me ensinou o Sr. Editor, em se tratando de ilustração às vezes menos é mais.
    Mas hoje o texto conversou mais alto do que as tintas nos seus "quadradinhos". E, para não dizer que não falou de flores, no idioma dos lírios, sininhos e dedaleiras do seu encanto, a conversa é sobre o seu olhar e o seu “espanto” diante da vida, que o meu Mestre Caeiro descreve tão bem: "E o que vejo a cada momento/ É aquilo que nunca antes eu tinha visto,/ E eu sei dar por isso muito bem./ Sei ter o PASMO ESSENCIAL /Para a eterna novidade do Mundo...”
    É disso que a senhora está falando: dessa coisa funda e sedenta que chama de "alminha rota" e que parece não encher nem com um oceano, das alegrias e angústias do seu processo criativo, da fome humana de beleza que faz com que gastemos tempo e talento e energia rascunhando sobre bobices efêmeras e frágeis como as flores que nascem "em fendas no concreto se esquivando de solas e solados" e/ou cometendo " sonhos de tinta" que não têm serventia e que “ só dão trabalho”. BELEZA!
    Mas note que ninguém em nenhuma cultura e que nenhum conceito em nenhuma filosofia, já foi capaz de, sem controvérsias, definir a beleza. Sabemos apenas que a perseguimos dia , noite e madrugada e que ela está linkada à alegria dos momentos nos quais experimentamos mais vividamente a experiência notável de estar vivo.
    Por isso balancei quando li sobre o seu "sentimento de culpa por estar feliz". Conhecemos todos a dor ou o cansaço do mundo porque a realidade jamais poderá satisfazer a mente e/ou porque nos sentimos impotentes diante das inadequação e crueldade circundantes. Como é o caso das crianças carentes que o grande Bandeira, assim como a senhora, compara com "flores murchas mal desabrochadas na manhã da vida". O jeito é respirar fundo e, como dizia outro gênio com nome de flor repolhuda " viver devagarinho, miudinho, não se importando demais com coisa nenhuma”. Querendo e fazendo o bem a quem a nosso bem pode efetivamente alcançar e cometendo belezuras. "Minhas flores são tão minhas que enquanto desenho me perco". Brava! É isso aí. Se perca e invente e escreva e pinte e desenhe e bote ordem, Donana. E depois "volte para a vida" sem medo de ser e/ou de fazer felizes os seus leitores.
    "Até muito mais"

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  8. Olá Moacir,
    Meu filhão que aqui esteve rapidamente a trabalho citou para mim uma frase do gênio com nome de flor repolhuda. E o chamou de Guima!!! Que geração mais íntima. Tive invejas.
    Os dizeres foram mais,ou menos,assim: " Eu quase que nada não sei mas desconfio de muita coisa."
    E eu desconfio muito de tanto elogio mas, coisas das natureza humana, fico cheia de cores e poesia. Você pôs flores nas pretinhas e completou meu post.
    mDizer o que mais? Sim, "vamos fazendo o bem a quem o nosso bem pode efetivamente alcançar".
    E " gracias a la vida que me ha dado tanto! "
    Até muitos mais.

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  9. Heraldo Palmeira25/03/2018, 20:38

    Ana,
    Estupefato, vi você tratar de crianças em flor – ou flores infantis, vá saber. Estupefato pela coincidência(?) de eu ter abordado o mesmo tema, as crianças, as minhas sem flores. E você vai entender. Ou até com flores disfarçadas em fragmentos de fantasia. Estupefato por que utilizei em algum lugar a mesma “alminha” – que me causou tanta dúvida se eu devia – que você lançou mão.

    São esses todos os jogos da vida, não? Até mais.

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  10. Amiga Ana
    A beleza do seu texto e a delicadeza do traço das figuras despertaram-me saudosas lembranças de minha querida mãe. Dona Maria era apaixonada por flores. A modesta casa térrea dela, em uma rua tranquila de Goiânia, há muitos anos atrás, tinha um lindo jardim que pegava toda a frente do terreno, separado da calçada por uma mureta de um metro e trinta de altura, o que deixava a beleza daquele jardim à vista do passante.
    Um caminho estreito ligava o portão à ampla varanda acolhedora, onde havia uma portentosa rede de dormir maranhense, bordada, da melhor qualidade. Uma mesa redonda e duas poltronas e duas cadeiras de vime, e uma ampla bacia de bronze, cheia de jornais e revistas,completavam o cenário austero, coerente com o temperamento de meu pai. Ele era um competente engenheiro aposentado, funcionário público, que dedicara a vida a construir estradas de ferro pelo Brasil, incluindo a que atingia Brasília, inaugurada poucos anos antes. A altura da mureta possibilitava à Dona Maria ver, da rua, o seu jardim. Isso porque a estatura dela era de um metro e meio, magrinha, um azogue de atividade, alegria de viver e sensibilidade. Meu sensato pai, com um metro e oitenta, apaixonado por ela, e toda a família, haviamos ponderado, que aquela mureta não trazia nenhuma segurança à casa. A solução foi criar um cachorro, com o sugestivo nome de "Babão," que se revelou um poço de preguiça e um relações públicas dedicado,abanando o rabo para qualquer um.
    Mamãe passava horas cuidando do seu tesouro, auxiliada por um jardineiro, o Severino, trazido da Fazenda Santa Cruz do meu avô, no Maranhão, de onde viera nossa família.
    Toda manhã, depois de uma ou duas horas no batente do jardim, ela entrava feliz na varanda e interrompia papai, em sua religiosa leitura do jornal. Ele ouvia pacientemente, fazendo uma ou outra observação. Só então, ela entrava na casa para cuidar de outros afazeres.
    Naquela ocasião, estava se aproximando o "Dia das Mães". Ela, então, dedicou mais atenção às rosas do jardim, pelas quais era apaixonada. Inclusive, havia um lote delas cujas mudas meu pai trouxera de um roseiral de Barbacena, famosa pela produção dessas flores.
    Na véspera do Dia das Mães, a família acordou com um choro compulsivo de mamãe, totalmente descontrolada. Ela estava na varanda da frente, apontando horrorizada para seu jardim, sem poder articular uma palavra. A seu lado, o Severino, engasgado, tentava consolá-la.O jardim estava destruído e tinham sido roubadas quase todas as flores, principalmente as rosas.
    Em cima da mesa da varanda havia um papel, sob uma pedra, dizendo:
    " Obrigado pelas flores"...
    O jardim da mamãe foi penosamente revivido. Ficou lindo de novo. Porém, cercado por uma grade robusta e vigiado à noite por dois cães ferozes. O Babão foi transferido para o quintal... Um abraço
    Domingos

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