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27/08/2017

Reminiscências

O autor, aos cinco anos de idade (acervo Francisco Bendl)

Francisco Bendl
Tivemos recentemente postados alguns artigos de extrema qualidade, abordando sobre a romântica lua e os leques, dois poderosos motivos que renderam elogios merecidos aos seus autores, Ana Nunes e Palmeira.
Pois ambos me deram a ideia de trazer à baila ou para recordarmos inesquecíveis momentos e episódios, épocas e modismos, as tais lembranças do passado, que se vão longe, e que contribuíram à construção de uma infância e juventude, se não mais alegre do que esta havia mais distração, mais opções de diversão, e algumas delas tanto úteis quanto criativas.
Evidente que espero nos comentários a respeito auxílios que complementem a minha memória, e cuja intenção desta postagem é exatamente mergulharmos nos tempos de antanho, em busca das belas passagens que marcaram indelevelmente a nossa existência!
E retorno profundamente no tempo quando, no início da década de cinquenta, assisti o célebre desenho de Walt Disney, A Dama e o Vagabundo.
A cena onde ambos cachorrinhos estão sentados à mesa, à beira do rio, em um restaurante romântico e sugam o mesmo fio de massa e seus focinhos se tocam é antológica!
E surgiu o álbum com as figurinhas, que eram trocadas antes das matinês, aos domingos à tarde, mais adiante com o poderoso Os Dez Mandamentos e o impactante Ben Hur!
Mais ou menos na mesma época, início dos anos cinquenta, o extraordinário western Os Brutos também Amam, que diziam que eu era sósia do ator mirim Brandon de Wilde, que trabalhou neste filme fantástico e cuja música fez sucesso no mundo inteiro:
Memoráveis eram as épocas de se soltar pandorgas ou pipas ou papagaios, e as diversas formas que tomavam, dependendo da arte de cada construtor!
As varetas ou taquaras, o papel encerado, as cores escolhidas, o formato de cada pandorga, em caixão, retangular, trapezoidal, em forma de águia... no entanto, a técnica para que voasse alto era ao rabo, a cauda, que lhe dava estabilidade junto às guias onde era amarrada a fieira!
E o jogo de pião, os carros feitos de latas de azeite ou aquelas embalagens de compensado muito fino, onde eram vendidas as geleias ou chimias, como as denominamos no RS.
Havia o indefectível jogo de bolinhas de gude, e dois modos:
Triângulo ou gude, sendo a peça mais importante a “joga”, aquela que acertávamos as bolinhas apostadas.
E, claro, o futebol com bola de meia!
As de borracha, cada “boleio” que acertasse o oponente, machucava, deixava a perna do cara vermelha, mas pulava muito, era rebelde demais.
E luxo mesmo eram as bolas de couro, vermelhas/amareladas, reluzentes, que eram vendidas desde a nº 1 até a 5, a oficial, com seus gomos salientes e bico escondido entre eles para enchê-la de ar!
E as bicicletas... havia verdadeiros ases, que as faziam derrapar nas curvas e tinham um equilíbrio incrível!
Tá, o tal insuperável BAMBOLÊ??!!
Guri, guria, jovens, idosos ... quem não se aventurou em colocá-lo na cintura e rebolou?!
Na indumentária havia as Sete Vidas, os guids (tênis com a boca alta), e aqueles que chamávamos de colegiais, invariavelmente nas cores marinho e branco, para educação física!
Agora, a gurizada detestava eram as calças curtas, com os suspensórios impedindo que arriassem e mostrassem as partes pudendas do fedelho!
E faço um repto com os meus colegas e leitores deste blog extraordinário:
Quem se lembra do que eram as “reúnas”??!!
Marcaram época os uniformes colegiais, as calças azuis marinho e camisa branca para os guris, e saias plissadas na mesma cor para as gurias e blusas brancas com um laço vermelho na gola, com sapatos pretos e meias brancas.
O jogo As Amarelinhas servia para a gurizada se mostrar para as gurias, e quem já mostrava importantes habilidades como dançarino mais adiante.
Mas, no RS, havia uma competição um tanto doida quando eu era piá:
O inverno era mais rigoroso indiscutivelmente do que é hoje, então era mais corajoso e forte, aquele que ia para o colégio SÓ DE MANGAS CURTAS, sem casaco algum!
Claro que não saía de casa semipelado, ia se despindo pelo caminho, chegando ao colégio nessas condições, tiritando de frio, mas suportando o quanto desse a baixíssima temperatura!
Depois que houve um surto de gripe violenta entre a gurizada, um dedo-duro (a delação premiada começou neste episódio) nos entregou, e terminaram os célebres desafios de homem de gelo!
Que não se recorda do Trio Maravilhoso Regina?!
Sabonete, talco e colônia?
A pomada Minâncora?
O Óleo de fígado de bacalhau(!), que tínhamos de tomar, Emulsão de Scott?!
Bom era o Biotônico Fontoura, sem dúvida, quando não nos metiam goela abaixo o torturante ÓLEO DE RÍCINO!
Os sonhos dourados eram imitar os caubóis, com os gibis à disposição oferecendo vários desses heróis:
Bill Dinamite, Billy the Kid, Kid Colt, Gene Autry, Roy Rogers, com o seu estupendo cavalo branco, Zorro e Tonto e, claro, Tarzan, Capitão Marvel, Flash Gordon, o Príncipe Valente, além dos insuperáveis Capitão e seus sobrinhos Hans e Fritz!
Os barbeiros conseguiam cortar os cabelos dos pestes porque passavam filmes do Gordo e o Magro, únicos, incomparáveis, e Charles Chaplin, o gênio, simplesmente, misturado volta e meia com Buster Keaton, divertidíssimo.
Havia a série Brigada 8, o Vigilante Rodoviá¡rio, nacional, de grande sucesso, junto à sua Simca Chambord e seu cachorro policial, Lobo!
E Rin Tin Tin? Lassie?
E o classic 77 Sunset Street?! Route 66?
Enfim, são tantas as lembranças que em um artigo somente seria impossível descrevê-las, onde me fixei na década de cinquenta, e me vindo à boca o gosto da Grapette, do Crush, e a latinha que a minha mãe carregava consigo permanentemente de pastilhas Valda.
Aliás, há um gosto amargo de nostalgia que sinto volta e meia, que alivio me lembrando de uma época onde o mundo experimentava um progresso e desenvolvimento alucinantes, com as geladeiras, máquinas de lavar roupas, as TVs, e os célebres radinhos à pilha, japoneses, que levávamos para os campos de futebol vendo o jogo e ouvindo as suas transmissões ao mesmo tempo.
Atualmente, o romantismo do passado foi sendo substituído pelos celulares, Internet, TVs de tela plana a Led e 4K, smart, 3D, de várias polegadas, carros luxuosos e velozes, roupas de grife, filmes intimistas, com o cavalheirismo cada vez mais distante e em desuso, filhos desobedientes e pais descuidados, negligentes, que facilmente se separam, abandonando a prole ao Deus dará!
Corroboram tais fenômenos negativos, o comportamento dos poderes constituídos, Legislativo, Judiciário e Executivo, que servem como exemplo de como não se deve ser e de como não se deve fazer, mas essa é outra história, onde neste oásis cultural está vedado abordar este assunto trágico e destruidor do povo e do país!



13 comentários:

  1. 1)Amigo Bendl, parabéns pelas memórias.

    2) Realmente não sei o que é "Reúnas", pode ser que em outras regiões tenham outro nome.

    3)Vc acertou qdo no último parágrafo afirmou que este blog é um oásis cultural.

    4)Este blog é muito Grande Chicão, e a política atual nacional é muito pequena ...

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  2. Francisco Bendl27/08/2017, 12:03

    Meu caro amigo Rocha,

    Reúnas são as botinas, aquele sapato reforçado com o cano alto, de couro.

    Muito obrigado pelo comentário.

    Quanto a este oásis cultural não acredito que, eu e tu, encontraremos quem discorde de nós nesta definição do extraordinário Conversas do Mano.

    Cabe-nos tão somente agradecer por este espaço, que nos coloca à disposição o nosso notável amigo Wilson, um cidadão exemplar, voluntarioso, que oferece um local onde a leitura dos artigos postados se torna um prazer ou, quando se trata dos meus rabiscos, a decepção, demonstrando que mesmo a cultura tem seus altos e baixos.

    Um agrande abraço, professor e budista, meu grande amigo, Rocha.
    Saúde e paz.

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  3. Chicão, gratas lembranças que você me trouxe! Aos jogos que você nos contou eu adicionaria o jogo de finca, com as demonstrações de habilidade de quem conseguia fazer o canivete ou o espeto passar por baixo da linha do oponente e desfazer o cerco...
    E as espingardinhas de rolha e os revolverezinhos de espoleta, para os duelos em que personificávamos os nossos heróis do faroeste...
    E o bente altas, que não sabíamos que era a versão cabocla e infantil do cricket britânico...
    E os carrinhos de rolimã, para competições ladeira abaixo, responsáveis por uma infinidade de joelhos e mãos ralados quando a ousadia sobrepujava a habilidade...
    E, sim, usei as botinas reiúnas de lados de elástico, até depois de grande, quando caí na asneira de comprar um par de estilo elegante, que então estava na moda, e leva-lo numa longa viagem sem amacia-las antes... nunca mais caí nesta besteira!
    Bons tempos, Chicão, boas lembranças de um tempo sem joguinhos eletrônicos e tablets e celulares, onde se podia brincar na rua e descobrir o mundo lá fora.
    Um abraço do
    Mano

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    1. Francisco Bendl27/08/2017, 14:56

      Caríssimo,

      A intenção foi exatamente de nos lembrarmos do passado, a ponto que pedi que colaborassem comigo nessas reminiscências maravilhosas, pois como diz o célebre ditado:
      "Recordar é viver".

      O bentes, que citaste, bétis em outros locais e taco, no RS, era mesmo para derrubar a casinha do outro time, um jogo fantástico, que os do mesmo time quando logravam êxito em seu intento corriam um de encontro ao outro, e batiam com seus tacos até o oponente ir buscar a bola!

      Bah, e os carrinhos de rolimã!
      A ENGENHARIA MECÂNICA NO SEU AUGE!!!

      Sim, os revólveres de espoleta, os rifles, e as brincadeiras de forte sendo atacados por índios ou os duelos de quem sacava a arma primeiro!

      Ah, talvez o maior brinquedo que havia, o de se esconder!

      Marmanjos, e ainda brincávamos de esconde-esconde, fantásticos exercícios de esperteza, velocidade (bater na parede antes de quem nos procurava para não ser o próximo) e como descobridor de "mocas", esconderijos.

      Grato pelo comentário, e muito me alegro que tenhas gostado desta simples postagem, Wilson.

      Um forte abraço.
      Saúde e paz.

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  4. Olá amigão Francisco Bendl,
    Sua foto chega muito perto do que imaginava você menino!
    E nostalgia é o nome do seu texto. Que só compartilham os parecidos de tempo, envelhecidos tantos e brasileiros sempre. Do sul ou do norte do do meio do caminho!
    Trago desse tempo a mágoa dos jogos masculinos: bola de gude que quase aprendi por insistência, e do que ficou só o nome do buraco, bira, certo?, e o barulhinho do choque dos vidros. E a sinuca, que ninguém ousou me ensinar. Que pena!
    Das revistas, fui apaixonada do Fantasma e do Cavaleiro Negro. A dona da banca da esquina era nossa amiga e me emprestava os gibis alimentando, sem saber, os meus primeiros romances. O primeiro beijo já tinha dado. Não sou assim mas foi assim que se deu.
    Seriados de TV quando em férias na casa de avós, só atravessando ruas e avenida, meu primo irmão querido e eu, para assistirmos em casa de amigos. E era Rintintin, Lassie, até que tocava a imbecil música do Repórter Esso, hora de voltar para casa. E ai se...Mais antes era a desgraça da Hora do Brasil.
    Pra que colocar as crianças para dormir tão cedo se a vida é tão curta? Se era tão bom se misturar nas conversas estranhas dos adultos nas mesas grandes e de luz fraca e descobrir que café no pires era muito melhor do que nas xícaras? Pelo menos não queimava a boca.
    Pipas não, que eram do reino pai e filho. Bem que tentei. Mas sorvete da Kibon com Pato Donald era muito melhor!
    Óleo de fígado de bacalhau além de horrível tem gosto do culpa. Porque fiz revival e dei para os gêmeos e só um precisava. Resultado, um filhão quase do seu tamanho! Que às vezes pede colo e quase me mata!
    Bambolê e tudo mais. Chega de lembranças por hoje. Você que provocou com este post tão feliz!
    Até mais.
    .

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    1. Francisco Bendl27/08/2017, 15:09

      Querida Aninha,

      DE FATO, faltou no jogo de bolinhas, o buraco, exatamente!

      O gibi, O Fantasma, muito legal, com a sua eterna namorada Diana.

      Ana, esqueci o Mandrake!

      Lembra quando a Hora de Dormir - na minha terra, pelo menos - era a canção da propaganda dos cobertores Parahiba, que era assim:

      https://www.youtube.com/watch?v=YOJIvWHyEd4

      Café no pires, pão com café, pão com açúcar ... e o tempo de amoras?
      Manchava a roupa toda!!!

      E os telefones que fazíamos com barbantes ligando duas latas ou duas pequenas embalagens de madeira?!

      Ana, Ana, e a missa de domingo às dez da manhã?!

      O pessoal usava a melhor roupa e ia com os sapatos em verniz!!!

      Bons tempo, bons tempos ... imorredouros, indiscutivelmente.

      Muito obrigado pelo delicioso comentário, e por tê-lo complementado, conforme meu pedido.

      Que bom que tenhas gostado deste mergulho no passado, e trazendo do fundo do baú essas lembranças tão gratas a todos nós.

      Um grande e forte abraço, Aninha, respeitoso, como sempre.
      Saúde e paz, extensivo aos teus amados, lógico.

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  5. Moacir Pimentel28/08/2017, 08:03

    Bendl,
    Concordo com o Antonio sobre as dimensões incompatíveis do Conversas e da "política" e também lhe dou os parabéns pelo post.
    Quase todos os “favoritos” da minha infância já foram mencionados nos comentários, à exceção da Família Robinson e do Professor Aloprado do Jerry Lewis na telona e, na telinha, da série Perdidos no Espaço –“ Perigo! Perigo!” - do programa Além da Imaginação e do prezado Bat Masterson :
    “No velho oeste ele nasceu e entre bravos se criou…”
    Tinha ainda – @#$%&@!! – a Brigitte Monfort nos livrinhos de bolso. Nove entre dez aborrecentes dos anos 60 sonhavam com a agente secreta mais sexy e perigosa do mundo e levavam semanas para terminar uma história porque não eram capazes de desgrudar os olhos das capas absolutamente viciantes onde a Brigitte morava quase despida. O que mais?
    Os aviõezinhos da Revell, patinete, ioiô, peteca, varetas, latas e latinhas, pneus e jornais velhos, caixas de fósforo e caixotes de fruta e novas brincadeiras sendo inventadas. E para joelhos ralados como esquecer da água oxigenada e do ardido merthiolate – melhor do ficar parecendo índio pintado para guerra com mercúrio cromo! - e daquele pó branco milagroso para fazer casquinha em machucado?
    Quando mergulho de cabeça no passado, de volta à segurança da minha infância, percebo a continuidade inquebrantável da vida. Menino eu fingia que era o Tarzan, nossos curumins queriam ser o He-Man e hoje eu faço de conta que acredito que nossos netinhos são o Homem de Ferro. Tudo bem que nós aprontávamos nas ruas – éramos livres até a hora do Ângelus! - e eles nos plays e brinquedotecas, que os scripts, os heróis e os figurinos mudaram mas os miúdos sempre soltarão a imaginação no faz-de-conta e brincarão de esconde-esconde e pega-pega, de médico e de guerras nas estrelas, e apontarão para o céu gritando – “vião”! – e se amarrarão em “máquinas” e carros e motos e jogarão bola e vão continuar pedindo de presente de aniversário bicicletas e skates.
    OK. Os danados aos três anos e meio já sabem mexer em celulares e laptops com os polegares e são craques nos apps. E daí? Tem assim ...ó... de vovô “plugado” dia, noite e madrugada teclando com os indicadores (rsrs)
    Não se pode deter o futuro, nem adivinhar para onde nos levará a estrada mas eu bem que queria aproveitar a viagem com os meus por, pelo menos, outros sessenta e dois anos
    Abração

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  6. Francisco Bendl28/08/2017, 09:45

    Pimentel,

    Tu és bem mais novo que eu, portanto, na tua época surgiram brinquedos que para mim eram de "crianças", em razão de que eu era "taludo", um mancebo que já se interessava pelas gurias, seus encantos, suas brincadeiras, seus trejeitos, seus cheiros, suas formas de caminhar ...

    Justamente por isso que deixei de lado a década de sessenta, e me detive na anterior, quando eu era um pirralho, um fedelho, um piá, que teve essa infância interrompida quando eu, a minha mãe e irmão, saímos do RS para Brasília em 59, e a vida mudou completamente!

    Terminava a infância e, precocemente, eu via implantada a adolescência, o trabalho, a dificuldade, a necessidade de se ganhar dinheiro para o sustento, para se poder comer, vestir, pagar a luz, a água, a escola ...

    Escrevi essas lembranças porque depois delas vem o meu casamento, aos vinte - olha só o salto que dei!

    Muito obrigado pelo comentário, mas não desejo e nem posso deter o futuro, muito menos imaginá-lo, razão pela qual as lembranças de um passado que para mim, pelo menos, me impulsiona seguir em frente, menos aguardar que o futuro me puxe, me sugue pelo vácuo que possa existir entre a minha existência e um tempo indefinido, que não sei se estarei vivo até sabe-se lá quando!

    Mais a mais, Pimentel, duvido que exista quem poderia me narrar o que acontecerá ano que vem, por exemplo, quanto mais em uma década!

    Diferente quando nos recordamos do passado, quando a regredimos no tempo por setenta anos, como no meu caso, e podemos comparar as épocas, os períodos, e podermos afirmar com absoluta certeza qual deles foi o melhor.

    Tu e teus artigos brilhantes são postados com base no passado, em trazer à tona os gênios da pintura e da escultura, que nos encantam e nos enternecem, ora, guardadas as devidas proporções entre a minha vida medíocre e a genialidade desses artistas, as minhas reminiscências encontram mais seguidores do que esses, pois TODOS nós tivemos em nossas vidas momentos que se identificam, que são parecidos, que nos fazem viajar na mesma espaçonave.

    Quanto a Modigliani, Velasquez, Renoir, Hemingway, que tão bem escreveste a respeito, não vejo paralelo em suas vidas com as nossas, salvo admirá-los em suas artes, talento, vocação, mas existiram em épocas diferentes, então a falta de identidade conosco, a meu ver, claro!

    Um forte abraço.
    Saúde e paz.

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  7. Bendl, Que linda foi a sua infância. Fiz uma verdadeira viagem, lembrando a infância de meus dois filhos homens e um pouco da minha própria infância. Tudo como na melodia de René Bittencourt, aquele garoto que andava com os bolsos pesados de bola de gude, que tascava casona melhor que ninguém, era craque na bola de meia. Me vi brincando de barquinhos de papel na enxurrada. Como a gente se divertia com a chuva. Ainda hoje amo os versos de Guilherme de Almeida, barquinhos de papel em que ele fazia de papel toda uma armada. Amei essa viagem aos idos que não votam mais, ficam apenas nas boas recordações.

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  8. Francisco Bendl29/08/2017, 09:25

    Minha querida Carmen Lins,

    Que grata surpresa a tua participação neste blog extraordinário!

    E muito me alegro que tenhas gostado deste mergulho no passado, obrigado.

    Certamente faz bem a gente recordar dos tempos idos, ainda mais quando as lembranças são tão agradáveis, independente dos nossos entes queridos que se foram nesta trajetória de lá para cá.

    Mas, o pretérito faz parte da nossa vida, e a sua importância é indiscutível na montagem de nossas complexas personalidades, cuja influência pode redundar em pessoas boas ou más, tolerantes ou não, enfim, a bagagem que trazemos do passado pode ser leve, pesada ou insuportável, razão pela qual as nossas recordações podem impedir que, pela experiência adquirida, a repetição de um comportamento inadequado ou decisão mal tomada sejam repetidos.

    Um grande abraço, Carmen.
    Saúde e paz, extensivo aos teus amados.

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  9. Wilson, você já pensou em reunir os contos deste admirável blog em uma antologia? Seria uma publicação riquissima, como as cores do arco-iris. Cada um trazendo os tons de seus textos! Sim, poderia fazer uma seleção e a gente ficaria conhecendo autores fantásticos que frequentam Conversas do Mano.

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    1. Carmen, é sempre bom ver você por aqui. A idéia é tentadora, mas é complicado e caro publicar e depois vender livros no Brasil (já andei por esse caminho com livros do meu pai). Gastaria um tempo que acho que é melhor eu empregar em tocar o blog. Mas você já tem essa antologia, é só percorrer o índice do blog (coluna da direita) e você vai descobrindo todos os posts de todos os nossos autores.
      Um abraço do
      Mano

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    2. Você tem razão. Reconheço que é um processo complexo publicar um livro. Que seria bom, seria, ver Os melhores contos das Conversas do Mano. Obrigada, pela atenção. Abs

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