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08/09/2017

Os Nus do Modi

Amedeo Modigliani - Nun Reclinado - 1917


Moacir Pimentel
Muitas mulheres passaram pela cama e pelo coração de Amadeo Clemente Modigliani e deixaram sua beleza na pintura sedutora do artista em telas onde moram figuras femininas sentadas e deitadas, de mãos maravilhosamente cruzadas, uma após a outra, com nada mais do que um lenço, uma bijuteria ou uma cor de roupa ou do cabelo para distingui-las principalmente porque despidas.
Entre as composições mais poderosas de Modigliani estão os vinte e seis nus femininos sentados e reclinados que ele pintou entre 1916 e 1919. Os quadros possuem o traço distintivo do artista: a sensualidade da linha, o alongamento fluido e a abstração da forma justapostos com detalhes realistas que enfatizam o erotismo do tema.
As figuras foram exibidas corajosamente, sem adereços estranhos ou acessórios para criar um contexto narrativo ou histórico. É difícil estabelecer uma sequência ou cronologia para essas obras, pois vários estilos e técnicas coexistiram e se sobrepuseram durante estes últimos anos da vida do artista.
Tais nus, entre os quais prefiro a esplendorosa criatura esparramada abaixo, causaram um escândalo quando foram exibidos em 1917. Na verdade, o foco redutivo no corpo feminino nu, pairando na fronteira do realismo com a abstração, foi considerado tão chocante pelos espectadores contemporâneos que a primeira e única exposição de Modigliani na Galerie Berthe Weill, foi fechada pela polícia. O problema então foram os pêlos pubianos!!
Amedeo Modigliani - Nu Deitado (1917)

Podemos dizer que, apesar da censura, muitos dos filhinhos de papais franceses cultos e refinados daqueles tempos, tiveram seu primeiro vislumbre do sexo feminino nos remendos púbicos e negros nos quais Modigliani se especializou, que se tornariam tão conhecidos na França quanto o bigode de Hercule Poirot.
Na segunda década do século passado era inaceitável a forma quase agressiva como esse torso do Nu Reclinado de Braços Abertos, deitado sobre uma colcha de cama vermelha e com a cabeça apoiada sobre uma almofada turquesa, é empurrado para a frente da tela e mira no espectador o olhar franco e pesadamente maquiado.
Na verdade, o impacto desse belíssimo nu de Modigliani baseia-se em grande parte no seu fino equilíbrio entre o erótico e o estético: a figura é voluptuosa, mas não é indecente. As distorções da figura criam um ritmo preciso mas onírico e uma harmonia de falsas formas ovais alongadas. Essa mulher não tem personalidade, é uma escultura feita em tela, uma imagem de beleza erótica em vez de uma mulher real.
E então, de repente e do nada, a pura contemplação estética dessa abstração simples e fluida da forma é interrompida por lembretes específicos da real sensualidade erótica da figura: dois mamilos e um triângulo!
Blasfêmia!
Os nus são, naturalmente, o que o público em geral mais gosta, mas eles tendem a ser super valorizados - o Nu acima foi vendido por cento e setenta milhões de dólares! - pois pagam tributos afetuosos e às vezes humildes aos seus protótipos renascentistas.
Entre os nus – na sua maioria repetitivos - destaco exatamente aqueles nos quais a abordagem de Modigliani se modifica. Como o Nu Inclinado de 1919 que reflete a Vênus Adormecida de Giorgione e já não foi esboçado com as grossas linhas negras dos anteriores, se encontra em uma cama mais abstrata e tem o corpo mais ferozmente alongado e livremente pintado. Essa mulher é, ao mesmo tempo, mais e menos real que as anteriores. 
Amedeo Modigliani - O Grande Nu (1917)

Também merecem menção os Nus Reclinados dos Museus Oberlin e Guggenheim de Nova York que ecoam as Vênus europeias clássicas. Na primeira tela que mora no Museu Oberlin, a pose diagonal e, principalmente, a mão da figura lembram a resplandecente Vênus de Urbino de Ticiano.
Amedeo Modigliani - Nus Reclinados

Já a moça com o colar do Museu Guggenheim, a dona do corpo dourado que incandesce diagonalmente o lençol branco, está tão grávida quanto Jeanne, a companheira do artista.
Apesar de tais referências históricas, os nus de Modigliani renunciam conscientemente às tradições ocidentais de representar o nu feminino, evitando qualquer uma das convenções mediadoras da história e da mitologia incorporadas na utilização de detalhes, de adereços ou de cenários.
Modigliani apresenta suas figuras lânguidas, abertas e diretas, estendidas com ousadia, ao invés de tímidas ou provocativas. E faz tudo isso com apenas a mais leve sugestão de um cenário: uma almofada, uma extensão de tecido.
A aplicação uniforme, densa e grosseira de tinta nos nus de Modigliani é muito distante da recriação sensual e tátil de carne feitas por Ticiano, Goya e Velázquez nas representações tradicionais do nu feminino. E, embora as poses ecoem outras pretéritas as mulheres despidas de Modigliani diferem significativamente das suas bisavós na sensualidade crua que transmitem, muitas vezes considerada lasciva, mesmo pornográfica, talvez também devido à reputação vocacionada para a devassidão do seu autor.
Embora alguns nus como o desta mulher olhando-nos por cima do ombro tenham sangue, via de regra e muito provavelmente pela ausência de ajustes, o foco na superfície em vez da ilusão, combinam-se para distanciar a figura nua e aeróbica do espectador, temperando o erotismo flagrante. 
Amedeo Modigliani - Nus ( 1917)
A maioria dos nus de Modigliani eram para a sexualidade crua o que as selvas de palmeiras de Rousseau eram para a natureza: artificialmente encantadores embora capazes de chocar deliciosamente algumas pessoas. Ele desenvolveu um estilo sofisticado e peculiar que se baseava em arabescos decorativos e formas simplificadas.
Muitos dos nus do artista foram vandalizados por restauradores ou brutalmente envernizados para atrair clientes. No entanto, você pode ver porque os colecionadores japoneses são tão malucos por Modigliani-san e porque pagam preços tão doidos de pedra por seus nus.
As obras são pinturas do “mundo flutuante”, gueixas douradas parisienses sem quimonos, são ukiyo-e da gema, exemplos da tal estampa japonesa dos séculos XVII e XIX que abordava de tudo: cenas históricas e lendas e paisagens e pornografia.
Aliás, a maioria dos nus de Modigliani tem sempre a mesma cor bronzeada mas a verdadeira luz nunca cai sobre eles. Quase todos tem um mesmo brilho, as mesmas sombras suavizadas, a mesma fisicalidade alisada, curvas aerodinâmicas, detalhes coloridos nas colchas e lencóis, todas aquelas coisas que fariam da Art Deco um estilo tão encantador.
Olhando para para o grande nu cor de rosa de Matisse ou para os nus e retratos amorosamente coloridos e fálicos que Picasso fez de Marie Thérèse...
Henri Matisse - Nu Cor de Rosa (1935) / Picasso - O Sonho (1932)


fica-se maravilhado com o quanto e o como esses artistas se interessavam pela forma. Há em Picasso e Matisse muito mais variedade, inventividade e curiosidade na manipulação de seus modelos reais ou imaginados do que podemos vislumbrar na obra despida de Modigliani.
Sim, Modigliani pintou corpos femininos lindos, inteiros e sensuais, corados pela vitalidade de um coração batendo muitas vezes de amor e desejo por ele. Mas apesar de toda a selvageria drogada, Modigliani é manso e suave e suas famosas mulheres - longas, magras e serenas – raramente são mais do que parecem na superfície.
O que ele pintava nas telas permanece, em geral, onde é colocado. Somente nas fronteiras entre as figuras de seus nus e os espaços e as coisas que os cercam, há uma sensação de que um corpo habita realmente o espaço pictórico. Onde as coisas poderiam ficar sensuais e perigosas, elas desistem da luta.



16 comentários:

  1. Mônica Silva08/09/2017, 09:01

    Adorei e ri muito, Moacir-san. Além de escrever bem você tem espírito. Se não sabia fique sabendo: sou sua fã. Eu gosto dos nus de Modigliani, do estilo dele embora os quadros sejam sexy demais para a minha sala kkk As pinturas são modernas e as cores maravilhosas. Obrigada!

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    1. Moacir Pimentel09/09/2017, 11:31

      Mônica,
      Agradeço-lhe pela sorridente presença na minha micro torcida organizada (rsrs) Quanto ao “estilo” de Modigliani, ao fato de seus quadros serem instantaneamente reconhecidos, tem a ver com a maneira como ele trabalhou as figuras. Diferentemente da maioria dos pintores do seu tempo, o Modi não rompeu com a forma do que estava pintando mas manipulou-a: alongou os corpos e os pescoços, ampliou os olhos, aboliu as sombras, aprofundou as curvas. Mas, ao contrário dos demais artistas de diferentes ismos, ele não abdicou inteiramente do realismo e continuou a pintar nus femininos e retratos de um jeito que ninguém mais fez antes ou depois dele. Não se pode “imitar” um Modigliani sem cometer outro (rsrs) Fico feliz que tenha curtido o post e desejo-lhe um bom final de semana!
      Abração

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  2. 1)Acordar uma sexta-feira, com o sol brilhando e estas beldades nuas, faz bem à saúde !

    2)Faz bem tb à saúde ler/estudar o texto do Moacir.

    3)Uma dúvida, o Facebook censurou a postagem pelas fotos das mulheres peladas ou por motivos de Direitos Autorais?

    4) As fotos já estão em domínio público?

    5) Abraços de bom final de semana !

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    1. Moacir Pimentel09/09/2017, 11:36

      Antonio,
      Modiglani realmente nos oferece um refrigério com essas imagens que, no século XXI, o Facebook censura exatamente como fez o prezado público parisiense que, há um século atrás, exigiu que os nus fossem retirados das vitrines da galeria de arte onde estavam expostos. Uma pena ontem e hoje.
      Não sou um expert mas segundo o nosso Editor, a censura do Face “é automática” e nada teve a ver com os direitos autorais da fotos rigorosamente em ordem:
      “Eles têm um software de análise de imagens que faz a primeira triagem. Então não querem nem saber se o post é de arte ou não, o sistema corta.”
      Que bom que você apreciou o post.
      “Gratidão”

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  3. Flávia de Barros08/09/2017, 11:23

    Moacir,
    As telas são bonitas, não há como negar. Achei interessante ver como os nus de Modigliani lembram a Maja Desnuda de Goya e como algumas das modelos estão nas mesmas poses das Vênus dos pintores italianos. Estas mulheres artificiais parecem apenas sensuais mas acho que o artista desnudou também suas almas e pintou o que via. Não sei se solidão ou apatia. É só prestar atenção nos olhos delas.
    Um abraço para você

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    1. Moacir Pimentel09/09/2017, 11:41

      Flávia,
      Modigliani se inspirou sim no traço, nas formas e nas “poses” dos nus renascentistas e espanhóis mas não nas suas “estórias”. Esses nus cometidos em série por Modigliani eram chocantes exatamente porque não possuíam uma moldura narrativa. Diante deles os observadores tinham que lidar, sem manual de instruções, com a nudez frontal de mulheres estilizadas oriundas não se sabia de onde pois em vez de uma genealogia respeitável e de um script tranquilizador – a Eva no Paraíso, a Vênus no Olimpo, as Graças na Primavera – elas tinham ... pelos!!...como as comuns das mortais.
      Quanto aos olhos das moças, você me desculpe, mas é que em certos contextos, os de Marte demoram mais que as de Vênus para descobrir o brilho das almas nos olhos das damas (rsrs) Mas, olhando bem, nessas miradas modiglianizadas não identifico apatia apenas. Alguns desses olhares seduzem, outros desafiam, pelo menos um é bem descarado e, na mulher com o colar do Museu Oberlin, o rosto mostra uma dureza que eu acredito contrariar qualquer sensualidade. Por favor, olhe de novo!
      Mas concordo com você que as telas são bonitas. Essa fusão que Modigliani inventou com as linhas clássicas, as formas que remetem a Cézanne e essas cores exuberantes é eficaz.
      Muito obrigado pela sua leitura atenta e outro abraço

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  4. Márcio P. Rocha08/09/2017, 12:38

    Muito bom o post. Não tem como não gostar das mulheres do Modi. Mas concordo que principalmente Picasso explorou mais alternativas sempre de um jeito surpreendente nas suas eróticas. Modigliani pode não ter tido tempo para variar suas percepções mentais mas pintava com grande conhecimento de causa, rs.

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    1. Moacir Pimentel09/09/2017, 11:43

      Márcio,
      Dizem que quando pediram a Picasso para explicar a diferença entre a sexualidade e arte, ele respondeu que eram a mesma coisa (rsrs) Você tem razão e sim ele se reinventou e ousou muito mais do que Modigliani que, infelizmente só pintou durante seis anos. Note que quando Picasso comete um de seus temas eróticos prediletos - esboçando os seus famosos beijos, por exemplo - ele não retrata não apenas um beijo e muito menos um selinho casto mas uma alegoria carnal explícita de todos os beijos que beijou ou que imagina beijar, sem firulas ou timidez. É divertido tentar rastrear a mente dele nessas obras. Obrigado por comentar.

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  5. Wilson Baptista Junior08/09/2017, 18:27

    Não sei se concordo com você em que as mulheres pintadas por Modigliani raramente são mais do que parecem na superfície. A mim me parece que são retratos que não têm maiores compromissos do que serem isso - retratos onde as expressões e as poses são perfeitamente naturais, como se em vez de modelos fossem amigas ou namoradas que estivessem ali com ele. A sensualidade não choca (os pelos pubianos que tanto chocaram seus críticos não estão ali para agredir ninguém - estão ali onde simplesmente deveriam estar).
    Não sei, evidentemente, como era cada uma das modelos que passou por seu estúdio e sua cama, mas me fica a impressão de que em todas ele estava procurando uma mesma mulher - não sei se uma inexistente que ele idealizou ou uma real que ele quis e perdeu. Para mim, os nus do maldito são mais poéticos, mesmo que involuntariamente, do que propositadamente eróticos.

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    1. Moacir Pimentel09/09/2017, 11:48

      Wilson,
      Respeito sua visão, mas penso diversamente embora Dona Lenda insista que o Modi só era capaz de capturar a beleza de uma mulher depois de fazer amor com ela (rsrs) Mas é que os vinte e seis belos nus sentados e reclinados foram pintados em pouco mais de dois anos - de 1917 a 1919. Ou seja, trata-se de uma produção em massa, coordenada pelo primeiro e único e último marchand profissional do pintor, que se encarregou da contratação das modelos, das quais não se tem qualquer informação. Nesse cenário uma conexão real do pintor com suas modelos me parece uma hipótese remota.
      O caso sério de Modigliani era mesmo com os nus que rascunhara desde os quatorze anos e, aos dezoito, começara a pintar primeiro na Scuola Libera di Nudo da Academia de Belas Artes de Florença, depois em Veneza e por fim em Paris, na Académie Colarossi. Ao pintar nus Modigliani sabia o que fazia.
      Percebo sim, no conjunto dessa obra despida, uma busca sistemática mas não por uma mulher idealizada ou perdida e sim por um estereótipo interno que morava na cabeça do pintor. Vejo uma experimentação criativa e compulsiva para forjar um estilo, para concretizar uma visão artística, que nunca estava completamente resolvida. A mim parece que as mulheres despidas de Modigliani estavam diretamente conectadas não com o homem mas com o pintor que, na minha modesta opinião, não se preocupava tanto em analisar as criaturas que se sentavam diante dele e muito menos em lhes retratar a personalidade ou capturar a individualidade. Para esse artista o que importava era a forma.
      Concordo com você que há algo graciosamente simples nesses nus, inclusive os pelos pubianos bem comportados, mas essa simplicidade não diminui a intenção erótica das obras, nas quais a primeira coisa que salta aos olhos é o sexo. Essas senhoras exigem a nossa atenção para os seus corpos.
      Modigliani poetou sim, e melhor, em menor escala, nos retratos que fez das mulheres que amou, nos pequenos estudos que fez de crianças e passantes. Mas essa será outra conversa da qual espero que participe com mais interessantes comentários.
      Abraço

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  6. Olá Moacir,
    Até que em as peladecas do Modi! Elas são lindas! E lindamente decorativas. São tranquilas, descansadas, quase preguiçosas. Quase não são eróticas. Se oferecem mas não nos fazem pensar. Mas gostaria de ter na minha casa!
    Adoro os pelinhos púbicos, ou pudicos. Devem mesmo ter provocado uma grande celeuma na época. Mais bonitos que eles só os ruivos das prostitutas de Lautrec.
    Adorei o post. O histórico, as comparações com as clássicas e as modernas. E você foi perfeito, elas realmente desistem da luta. Mas fariam falta se não existissem.
    Até mais. Estou com uma fila de espera!

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    1. Moacir Pimentel09/09/2017, 11:56

      Caríssima Donana,
      “Elas se oferecem mas não nos fazem pensar”. Pois é. Nem precisamos apertar o botão da cognição (rsrs)
      Enquanto os sábios discutem as definições para a arte, a erótica, a pornografia e suas fronteiras pouco rígidas a gente sabe pelo menos duas coisa: que a sensualidade é apenas um jeito honesto de encarar a vida e que não há erotismo sem mente em meio aos sentidos.
      O problema talvez more no fato de que desde os tempos modernistas o papo do erotismo rolou tão ferozmente que quase se transformou em uma base – ainda que fluída - da arte do século XX. É como dizia o poeta: “já está muito pensado”.
      De repente, Freud pesquisava a sexualidade, Gustav Klimt pintava sonhos sensuais, Matisse enlouquecia Paris com Le Bonheur de Vivre, Egon Schiele transformava sua curiosidade erótica em uma arte em movimento bonita e excitante - talvez a pornografia mais sublime já criada! - e Picasso inventou As Senhoritas pronto: danou-se e viva a vida! (rsrs)
      O fato é que o Modi pintou corpos sensuais, onde Eros aparece tímido e depilado, domesticado e manso, suave e bem comportado. É claro que as “peladecas” dele nos alegram o sábado com uma sensualidade elegante e refinada sem ponta da visceralidade das aquarelas de Schiele, ou mesmo da brutalidade dos esboços de Picasso. Trata-se de uma sexualidade calculada cuidadosamente, independentemente das respostas eróticas que provoca ou que não provoca por não atiçar a mente ao pular os embates preliminares (rsrs)
      “Até mais”

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  7. Alexandre Sampaio08/09/2017, 19:59

    Pimentel,
    Como é salutar ler um texto de qualidade e fruir a beleza destes estupendos nus artísticos.Vi e aprendi aqui mais do que numa exposição de Modigliani.

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    1. Moacir Pimentel09/09/2017, 11:57

      Sampaio,
      “Me engana que eu gosto” (rsrs) Vou fingir que acredito nos seus comentários exagerados mas não perca as exposições. Muito obrigado.

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  8. Francisco Bendl09/09/2017, 08:08

    O texto do Pimentel é irrepreensível, absolutamente de acordo com seus conhecimentos sobre este tipo de arte, que se soma ao seu talento em escrever.

    Agora, por mais que eu seja execrado neste blog extraordinário Conversas do Mano, lamento, mas que mulherada mal pintada!

    Muitos adolescentes fariam quadros de mulheres em pelo com mais qualidade, rostos mais bonitos e sensuais, corpos mais bem delineados ...

    O célebre pintor Modigliani derrapou nas curvas mal feitas que desenhou, A MEU VER, não significando que quaisquer riscos produzidos pelos gênios da pintura sejam elogiáveis, claro que não.

    A mulher que está dormindo, de Picasso, por exemplo, cujo título da obra é O Sonho, por favor, deveria ser O Pesadelo!

    Tudo bem, trata-se de um dos criadores do Cubismo, porém se Picasso via naquilo que pintava figuras geométricas, melhor que fosse professor de Álgebra!

    Se as pinturas de Modigliani são figurativas, e suas mulheres retratadas possuem pescoços alongados tipo máscaras africanas, que desenhasse carrancas.

    Agora, de acordo com a sinceridade que devo ter para o Wilson e seus leitores e frequentadores desta espaço cultural, custo a entender como que tais obras de "arte" atingem milhões dólares, a menos que eu seja tão ignorante que meus padrões de beleza sejam simplórios, com o feio no meu entendimento sendo belo para o artista, razão pela qual existe um abismo intransponível entre mim e alguns célebres pintores e escultores.

    Por favor, trata-se da minha opinião com relação ao artista em tela e não com o artigo de Pimentel, invariavelmente soberbo, magnífico, absoluto.

    E, na razão direta que arte está submetida a críticas tanto quanto admiração e elogios, a minha manifestação não é aplaudir as "peladas" de Modigliani, pelo contrário.

    Inclusive me dá a impressão que tais obras foram feitas em cinco minutos:
    Uma pincelada aqui e outra lá, e tá pronto!

    Enfim, Modigliani morreu pobre, e suas obras tiveram um valor imenso justamente quando não pôde aproveitar a fama que obteria tarde demais, certamente porque alguns especialistas nesta matéria à época, devem ter pensado o mesmo que o meu registro neste blog, quem sabe.

    Pimentel, um forte abraço.
    Saúde e paz.



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    1. Moacir Pimentel09/09/2017, 12:02

      Chicão,
      Sempre quis lê-lo comentando as telas e esculturas que coloco na roda. Agradeço-lhe imenso pela sua honesta e legítima opinião, seu privilégio e direito que eu respeito de A a Z embora discordando idem (rsrs) Creio que quando inventaram a fotografia, deixou de fazer sentido que a arte simplesmente retratasse a realidade. Foi mais ou menos por aí que os artistas passaram não a copiar mas a interpretar o que viam. Mas essa é uma outra conversa.
      O fato é que compartilhamos um blog de opinião e por aqui a sua é preciosa e necessária. A “mulherada mal pintada” de Modigliani que eu e muitos achamos sensual, Wilson considera poética, Flávia acredita apática e a Donana pensa ser muito pouco erótica, vai entrar para os anais do Conversas, como um marco das nossas respeitosas diferenças de bagagem e visão. Peço-lhe apenas que continue lendo e olhando – e de novo! – e comentando seja de sonho ou de pesadelo.
      Muito obrigado e um abração!

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