By Dick Daniels (http://carolinabirds.org/) - Own work, CC BY-SA 3.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=11992073 |
Antonio Rocha
Aprendi
desce cedo que nós, seres humanos, somos animais racionais e os demais são
animais irracionais. Mas eu ficava pensando... Os chamados irracionais têm
atitudes tão belas para com os racionais que deve estar faltando alguma coisa
nesta definição.
Depois,
com o Budismo, que comecei a praticar a partir dos dezesseis anos, aprendi que
o ser humano pode reencarnar (renascer) em animais, ditos irracionais, em
plantas, em minerais, e em planos invisíveis... Pois tudo tem vida e a vida é
infinita. Concordo plenamente com o Senhor Buddha.
Com
alegria, li na revista Superinteressante de março/2011, nº 289, o que o Buddha
já falava desde o século VI antes da Era Comum (antes de Cristo):
“O que
pensam os animais. Eles se apaixonam, fazem planos para o futuro, sentem
saudade, tecem intrigas e enganam você. A ciência começa a descobrir que sim,
os animais também são gente. Para o bem e para o mal”.
E da
página 46 até a 55 a
revista continua: “Golfinhos são sádicos, vacas têm inimigas, gatos e cachorros
são experts em dissimulação e galinhas fazem planos para o futuro. A ciência
revela o universo oculto no cérebro dos animais”.
“O
olfato do cão é capaz até de rastrear doenças em humanos, como mostra um
recente estudo da Univesidade Kyushi, no Japão”. Um labrador de oito anos
detectou câncer do intestino ao cheirar o hálito e as fezes de pacientes.
“Uma
colher de açúcar diluída em duas piscinas olímpicas. É isso que um cachorro
consegue farejar. Por isso ele sabe quando você está chegando. E o cão sente
saudade de você também. Do jeito dele, mas sente”.
“As
galinhas fazem planos, se preocupam com o futuro”. Mas “com incentivo foram
capazes de exercer autocontrole”. Ou seja, fizeram meditação e controlaram a
ansiedade.
“O
vervet, um miquinho africano, tem idioma próprio (...) Grandes macacos como chimpanzés,
também usam gestos e expressões faciais. E tentam levar vantagem em tudo. Um
banobo, parente do chimpanzé, tem um vocabulário de quatrocentas palavras e
formula frases para se comunicar com humanos. Aves se reconhecem no espelho,
confeccionam ferramentas. Os periquitos são monogâmicos, se apaixonam, são
românticos e mantêm o relacionamento a longo prazo”.
“Alguns
bichos podem compreender a nossa linguagem quase como se fossem uma pessoa”.
Por essas
e por outras, de longa data falamos e escrevemos... budisticamente: pessoas
humanas, pessoas do reino animal, pessoas do reino vegetal, pessoas do reino
mineral, pessoas dos reinos invisíveis, pessoas utensílios domésticos como
talheres, armários, relógios, roupas etc...
Quando
vivificamos as coisas, os objetos tudo se torna digno de respeito, reverência e
gratidão. Questões de energias...
Não se
preocupe com a Lógica... Que ajudou a inventarem guerras, escravidão, poluição,
extermínios os mais diversos... O tal antropocentrismo, onde o homem reina
soberano destruindo o ecossistema.
Criativamente,
façamos novas lógicas!
Belo texto, Antonio.
ResponderExcluirA família do meu irmão teve uma poodle-toy que conheci bebezinha. Ela me adorava, talvez porque eu a adorasse também. Fazia o que se pode chamar de loucuras por mim.
Certa vez, eu chegava ao prédio do meu irmão e minha cunhada e sobrinha me esperavam junto à entrada, com ela no colo. Cheguei de carro, ela me viu e se desesperou, queria porque queria vir ao meu encontro e começou a querer se desvencilhar dos braços da minha cunhada, que precisou segurá-la com energia. Deus meu, que alegria a dela... E a minha...
De outra feita estava na praia da Barra, com irmão, filho e sobrinha. Vickinha me observava muito. SEMPRE. Eu estava triste, não lembro se sentia alguma coisa. Ela me olhava, me olhava, levantava a orelha. Falei com ela qualquer coisa, me desculpando por não querer brincar.
Acho que ela entendeu. Num repente se atirou em cima de mim e me lambeu como soube e podia. Encheu meu coração de alegria.
Não foi a única vez. Outras se sucederam.
O afeto chegou a tal ponto que quando meu irmão e a família viajaram e a deixaram comigo, ela se afligiu ao virem buscá-la. Ficou indecisa, não sabia se ficava comigo ou ia com eles. Foi preciso minha cunhada chamar. Assim mesmo ela foi sem grande desenvoltura. Acho que sentia saudade antecipada.
E de outra feita, quando a viagem deles foi mais demorada, eu estendia outro lençol sobre o lençol da cama deles e botava ela do meu lado. Ela sempre queria mais. Sempre acordei com ela coladinha na minha coxa.
Mas, por incrível que pareça, ela evitava me acordar. Eu precisava me mexer. Aí ela perdia o 'respeito' total, e despachava a lambeção.
Meu pai também a adorava. E a chamava de 'pulistrinha'.
Ontem à noite alguém tocou sax na vizinhança. Não sei quem. Não foi a primeira vez que ouvi. Sax é lindo e senti alguma tristeza.
Acho que por isto acordei às 4h e já que estava na sala liguei a TV. No canal Universal passava o velho Laços de Ternura. Foi bom ver. Pra ter certeza de que a vida acaba mesmo. Mesmo pra uma moça jovem com três filhos pequenos.
Tive vontade de ter um cachorro por perto. Meu filho insiste em me dar um. Não quero. Às vezes me maltrato tanto, não quero maltratar também um cachorrinho.
Tudo da gente, se não tem alma, tem a nossa energia. Nossas roupas, por exemplo. Tenho certeza disto.
Bom dia, Antonio.
Ofelia
1) Bom depoimento Ofélia. Vc falou bem das roupas, acrescento fotos e outros pertences. Mas é bom tb desapegar-se... devemos agradecer e pedir licença para realizarmos o desapego.
Excluir2) Na minha interpretção budista, escrevo com todo respeito, vc e a cachorrinha tinham ligações profundas, desde vidas anteriores.
3)Sugestão, se me permite: siga o conselho do seu filho: arranje um cachorrinho (a), porte pequeno. Dá um pouco de trabalho, mas a alegria é gratificante.
4)Bom fim de semana.
1) Completando o texto acima no item "utensílios":
ResponderExcluir2)Um colega da UFRJ formou-se em "Português-Inglês", anos 1980. Sendo solteiro foi selecionado pela ONU para lecionar em um país da África. Não ficou na capital, foi designado pra uma etnia bem no interior, viviam em condições quase que tribais (nada contra).
3)No primeiro dia de sua chegada foi uma alegria só. Na hora do almoço a refeição era coletiva, todos unidos em torno de uma mesa com um único caldeirão. Tipo uma sopa...
4)Cada recebia uma tigela de barro, e com a mão em forma de cuia retira o alimento e o caldo. Todos faziam isso, ele tb fez. Mas depois explicou que em sua cultura usava-se talheres. Depois arranjaram uma colher de pau para ele.
5)Ele não censurou ninguém, apenas disse como era a cultura dos talheres.
6) Ficou alguns anos lá, qdo voltou nos contou aventuras tipo essa.
7)Não sei quem inventou os talheres, mas sempre que lembro dessa história rendo Graças e este inventor, sabendo tb que foi uma pessoa que fez os talheres na fábrica, outra vendeu no comércio etc e em toda essa "cadeia industrial-comercial" tem pessoas filhas de Deus/Buda, este é o sentido da gratidão ao talheres, aos utensílios em geral.
8)Bom sábado para todos (as).
ResponderExcluirAntonio,
você me disse mesmo, mais lá atrás, que até outro Antonio tinha estado por aqui?
Não sei se é verdade ou estou imaginando coisas.
Me diz?
Obrigada
Ofelia
1)Oi Ofélia, não lembro de ter falado isso.Sobre que assunto?
ResponderExcluir2)Abraços.
Você não disse qual assunto. Que eu me lembre só comentou isso aí. Mas pelo visto delirei.
ResponderExcluirSou assim. Às vezes não comento na hora e aí foi-se. Faço muito isto, de deixa passar batido. Agora não sei mais. Provável que seja delírio mesmo.
Desculpa, Antonio.
Abraço
Ofelia
Em tempo: 'deixaR'
ResponderExcluirOlá Antônio,
ResponderExcluirAtrasada...
Não sei se animal é gente, mas que eles são bem mais do que se diz é verdade.
Tive um gato persa himalaia chamado Bartolomeu, Bartoca para os íntimos , por 14 anos e nós conversávamos e nos entendíamos muito bem. Sofri muito quando ele morreu e passei um bom tempo desenhando gatos no papel, na xilo, no aço inox, no cobre e na serigrafia. Assim me curei da saudade. Nunca mais tive um bichinho de estimação. Mas ás vezes sinto falta.
Até mais.
1)Que o seu Bartô seja muito feliz, na dimensão em que se encontra.
ResponderExcluir2)Morando em apto, eu curei a minha lembrança dos bichos cultivando plantas conversando com elas.
3)Mais recentemente Heloisa resolveu criar minhocas, temos uma minhoqueira para fazer compostagem e depois a terra adubada vai para as plantas.
4)Minhocas de estimação ...
Caro Antônio,
ResponderExcluirIndependente do que prega o Budismo com relação a podermos reencarnar em formas de animais irracionais, que não concordo, repito, a meu ver trata-se de uma involução, eu sempre gostei muito de bichos.
Cachorros são a minha paixão, mas aprecio os paquidermes, pois com esses me identifico também em tamanho e peso!
Em 2010 morreu a nossa cachorrinha Pequinês, aos dezesseis anos, nos meus braços.
Ela teve os estertores da morte junto de mim, com a cabecinha no meu braço esquerdo e expirou!
Tenho a foto dela na minha estande, no escritório, onde eu a vejo diariamente, e mato as saudades daquele ser extraordinário, sensível, inteligente, meigo e, ao mesmo tempo, possessiva e raivosa!
Ai de quem chegasse ao meu lado sem ela "permitir"!
Mimo, como ela se chamava, foi uma cadelinha que morreu sem dar cria, pois não encontrei um macho da mesma raça para cruzar, então desenvolveu câncer em uma das tetinhas, justamente por ser "virgem", por não ter tido filhotes.
Não quero mais animais em casa.
A Marli tem seus gatos, sendo uma gata muito inteligente, que a acompanha como um cachorro, mas eu não quero mais me afeiçoar aos animais.
Belo artigo, Rocha, parabéns.
Um forte abraço.
Saúde e Paz!
1) Amigão, gosto muito dos nossos irmãos, os animais... das aves tb, mas eu tenho uma presepada de infância para contar...
ResponderExcluir2)Qdo criança, eu morava em Realengo, RJ, e nas manhãs de verão íamos uma turma de meninos para as campos do Gericinó, ao pé da Serra do Gericinó.
3) Os meninos mais velhos pegavam um ramo de algum arbusto, depois abriam uma jaca, passavam o visgo da jaca nesse galho e colocavam ao vento.
4) Vinha uma nuvem de micro passarinhos chamados "biquinhos de lacre" e ao pousarem ficavam presos na vara com visgo. Então eles tiravam e colocavam em mini gaiolas para venderem na feira. Nessa época não tinha fiscalização.
5) Eu? Peguei carma negativo, pois era cúmplice na façanha.