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Antonio Rocha
Darma é a Doutrina Budista. Vipássana, no parágrafo a
seguir, é uma importante forma de meditação. Goenka foi um conceituado professor
leigo dessa prática meditativa.
No ótimo livro “Meditação Vipassana: a arte de viver
segundo S.N. Goenka”, de William Hart, traduzido conjuntamente para a nossa
língua pela Associação Vipassana de Portugal e Associação Vipassana do Brasil,
encontramos à página 221 um agradecimento do autor ao, entre outros nomes
básicos, Venerável Piyadassi, do Sri Lanka.
Trata-se do Venerável Piyadassi Maha Thera, fundador e
presidente, enquanto viveu, da Sociedade de Publicações Budistas, da cidade de
Kandy, no citado país.
Tivemos a grata satisfação de conhecer pessoalmente o
Venerável Piyadassi quando ele esteve no Rio, em 1972, a convite do monge
Terra Pura (linhagem devocional budista japonesa) Murilo Nunes de Azevedo, então presidente da
Sociedade Teosófica no Brasil.
O Venerável Piyadassi era uma espécie de “cardeal” do
Budismo Theravada (Ortodoxo) no Sri Lanka e foi recepcionado por uma pequena
colônia de cingaleses que, na ocasião, viviam na cidade maravilhosa.
O conceituado monge Piyadassi veio lançar em português
um livreto de sua autoria, já traduzido para vários idiomas, que se chama “Budismo
– uma mensagem viva”. A tradução esteve a cargo do também teósofo Gyl Fortes.
Vejamos um trecho do opúsculo, págs. 13 e 14:
“O Budismo dá
muita ênfase às idéias e às instituições democráticas e embora, muito
sabiamente, ele tivesse se abstido de interferir nos governos de sua época, fez
da Sangha, comunidade de monges, uma instituição absolutamente democrática.
“Para muitos pode parecer uma surpresa”, assim se expressou o Marquês de
Zetland, antigo vice-rei da Índia, “o descobrir que nas assembléias budistas
realizadas há dois mil anos na Índia é que se encontram os rudimentos de nossa
própria prática parlamentar de hoje” (...) Na introdução do seu livro “The
legacy of Índia” (p. X, XI), lorde Zetland faz alusão a “o Orador”, o “Líder da
Casa”, “o quorum”, “o voto”, “a ordem do dia”, “a aprovação de um projeto após
três leituras”, tudo isto tem lugar com as devidas formalidades, nas reuniões
da Sangha. Até mesmo a idéia de votar por procuração se encontra no código
disciplinar de Buda (Vinaya)”.
Após sua passagem pelo Rio, o Venerável Piyadassi foi
para Buenos Aires, onde este pequeno grande livrete foi publicado pela
Editorial Kier.
Nossa gratidão e reverências a estes dois grandes
monges, já falecidos: Venerável Piyadassi Maha Thera e Murilo Nunes de Azevedo.
Normalmente se diz que, as origens da Democracia estão
na Grécia. Mas, estudos contemporâneos informam que o pensador grego Pitágoras,
contemporâneo de Buda esteve na Índia “estudando” com Sidarta Gautama, o Buda;
e ao voltar para o Ocidente trouxe “essas idéias” para a Grécia.
Maiores detalhes podem ser pesquisados no livro de
nossa autoria “Zen-Budismo e a Literatura”, editora Madras, 2007.
Muito interessante, Antonio, não tinha idéia desta organização democrática de tanto tempo atrás. Mostra como o budismo é realmente um modo de vida, para além de um concepção religiosa.
ResponderExcluir1) Pois é Wilson, no Brasil só é conhecida a parte mística/religiosa do Budismo.
ResponderExcluir2)A parte filosófica vai aos pouco melhorando a divulgação.
3)Mas existe uma parte completamente desconhecida: a parte econômica e social. Buda era um príncipe e até os 29 anos foi treinado para ocupar o trono. Ele nasceu e cresceu dentro da corte, observando tudo.
Sou mais o Buda Gordo, Antonio. Oferecer arroz ou moedas para ele é quase como conversar com flores e animais. Um misticismo(?) mais terra-a-terra, digamos assim.
ResponderExcluirO meu sumiu. Não me lembro se quebrou, se alguém levou. E dizem que a gente deve ganhar, não vale comprar. Aí vai ficar difícil ter outro.
Abraço
Ofelia
1)Oi Ofélia, vc escreveu bem "dizem que a gente deve ganhar". Mas é a nossa mente quem decide.O Buda Gordo e Sorridente é um amigão e eu já falei dele aqui no Blog, na crônica "Hotei"...
Excluir2)Eu comprei o meu em uma loja de Umbanda e funciona muito bem. Não coloco arroz, fica em um dos meus altares. Converso com ele numa boa e nossa amizade vai ótima !
3)Vez por outra pego as moedas e ofereço em uma Igreja Católica ou Anglicana ou na PL... é que eu sou Ecumênico. O templo budista fica longe. É uma forma de caridade.
4) As moedas vão para o "pãozinho de Santo Antonio"
Minha mãe teve um pãozinho de Santo Antonio que guardava desde que se casou. Guardava dentro de uma meia do meu pai. Duro como uma pedra. O que me intrigava é que o pão não mofou, nada aconteceu com ele. Benzido mesmo.
ResponderExcluirAgora, a igreja de Santo Antonio em que vou às vezes, sempre em junho (faz tempo não vou lá), costuma distribuir um pão que nem dá vontade de guardar. Sinal dos tempos.
E não tenho altares, sabe, Antonio? Nenhum.
Abs
Olá Antônio,
ResponderExcluirComo disse o Mano , é muito interessante e , para mim, desconhecida, essa tão antiga organização democrática. Como você já disse uma vez, esse blog está muito educativo. Também tenho um lindo Budinha gorducho e feliz, que meu filho troxe para minha mãe, e peguei depois.
Até mais.