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01/12/2016

A Parábola das Quatro Esposas

O Buda em Varanasi

  
Antonio Rocha


Dentro dos Sutras Agama (os mais antigos dos textos canônicos budistas) há esta parábola que considero preciosa, quanto mais leio, mais reflito na impermanência da vida.

Conta-se que, na antiguidade, um poderoso rei, já no leito de morte, convidou as quatro mulheres permitidas pelas leis de então para despedir-se.

Veio a Primeira Dama e ele perguntou se ela estava pronta para ir com ele, para o outro lado da existência?

A Rainha disfarçou, disse que o amava muito, mas era impossível, precisava cuidar do reino e tal.

Decepcionado, o rei mandou chamar a segunda esposa e fez a mesma pergunta. A Segunda Dama tossiu, olhou para um lado, olhou para o outro e disse que não tinha forças para tanto.

Começando a compreender melhor a natureza humana o rei convidou a Terceira Dama, fez a mesma pergunta. Ela explicou que, em vida, amaram-se demais, entretanto agora, no apagar das luzes, ele teria que ter forças e partir sozinho.

O rei ponderou bastante e deu ordens para a Quarta Dama se fazer presente. A mesma pergunta. E para surpresa dele ela disse, Sim... Irei com você sempre, para qualquer lugar, nunca me afastarei de ti.

Sidarta Gautama, o Buddha, muito sábio disse que todo homem tem quatro esposas, e as mulheres quatro maridos. E explicou:

A primeira esposa é o nosso corpo, cuidamos sempre dele, o máximo que podemos, às vezes também, maltratamos com exageros prejudicando a saúde.

A segunda esposa são os bens materiais, a fortuna, a fama, aquilo que o dinheiro proporciona.

A terceira esposa são os filhos, os familiares, os parentes, colegas de trabalho, leitores e comentaristas do blog do Mano etc...

A quarta é a última que nos acompanha eternamente, chama-se Alaya (em sânscrito, consciência). Indelevelmente ligada à Lei de Causa e Efeito, o Carma Negativo ou Positivo, é a Justiça Divina, por isso, todas as religiões, de uma forma ou de outra afirmam que Deus (consciência) está dentro de nós, da nossa mente, do nosso coração.





7 comentários:

  1. 1)Obrigadíssimo Mano,

    2)Gosto muito dessa passagem. Interessante que já havia encaminhado a mesma há mais de uma semana, e justamente ela aparece agora, quando o Brasil está de luto pelo acidente com o time de futebol do Chapecoense.

    3)Aproveito para encaminhar, por este blog do Mano minhas sinceras orações aos familiares dos que faleceram, aos amigos, aos torcedores, aos simpatizantes, nos quais me incluo, em função das cores verde e branca, meu times prediletos.

    4) Eis a impermanência da vida.

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  2. Wilson Baptista Junior01/12/2016, 19:49

    Antonio, talvez por isso exista um ditado, que você conhece bem, que diz "Da vida nada se leva". A sabedoria popular tem claro que, quando chegar a nossa vez, deveremos enfrentar seja o que for que vier depois levando apenas o que está dentro de nós, a consciência do que fizemos enquanto estivemos por aqui.
    Um abraço do
    Mano

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    1. 1) O "macete" Mano, é mentalizarmos/visualizarmos que o nosso último momento será sem dores e abençoado.

      2) Boas passagens para todos nós !

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  3. Olá Antônio,
    Muito bom, a cosciência indelevelmente ligada à causa e efeito e muito lindo a "impermanência" da vida. É tudo que temos.
    Até mais.

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    1. 1)Pois é, Ana, eis a vida que nos exige discernimento e sabedoria ...

      2)Abraços

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  4. Francisco Bendl02/12/2016, 07:16

    Antônio, meu caro,

    De modo a comprovar os ensinamentos de Buda deverei ter quatro esposas?

    Quero ver eu explicar isso em casa, quero ver...

    Um abraço, forte e fraterno.
    Saúde e Paz!

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    1. 1) Bendl, esse jogo está empate, pois as mulheres tb tem 4 maridos.

      2)Abração !

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