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24/06/2016

O trem para a Cidade Sagrada

Hoje o Moacir começa a nos contar uma de suas experiências mais fortes na Índia.


Varanasi - foto Shutterstock
Quando eu  era jovem, durante os nove meses que passei na Índia, eu seguia viagem sem desgrudar os olhos da paisagem que passava pela janela do trem em movimento enquanto lá fora houvesse luz.Mas as noites pela estrada, eram longas, estranhas e mágicas, como se ao subir no trem, eu tivesse abandonado o espaço cotidiano da realidade e entrado em outro reino muito parecido com o dos livros, o reino insone dos exilados, dos viajantes aquecendo as mãos diante das fogueiras ancestrais, dos soldados  romanos  entrando no Tâmisa  há dois mil anos atrás, dos mouros avançando por  El Algarve, dos Lusíadas singrando mares nunca dantes navegados, dos espanhóis avançando México adentro, dos Bandeirantes superando a mata Atlântica.Sempre me perguntei como é que aqueles caras se sentiram, ao chegar de noite à costa de um país desconhecido, ao  pular de um barco no qual  cruzaram o mar na escuridão, ao cair na água fria, ao afundar os pés na areia, querendo se embrenhar rapidamente na terra nova?

As noites  que passei em trânsito, durante minhas andanças  hindus - inclusive para economizar uma noite de hotel - foram  o tempo certo de escutar e contar histórias. Os humanos que se encontram nos trens da vida, sempre em movimento, em  países  estrangeiros, só existem circunscritos ao presente. Nele são perfeitos estranhos, indivíduos desconhecidos olhando-se levemente intrigados ao se acomodarem, um defronte do outro, totalmente despojados do ontem e do amanhã. Condenados ao que rola no agora, que só depende daquilo que calamos  ou expressamos.Era o que se era naqueles trilhos, sem bagagens, que se fosse bom o bastante se tornaria  um postal, um telefonema, uma amizade  futura.

Se nos calamos numa viagem, ninguém sabe quem somos. Sozinhos, em trânsito, ninguém nos conhece e  nós não somos ninguém.
Ao viajar como mochileiro, eu sentia que essa invisibilidade, essa impressão de que não era ninguém e de que podia ser qualquer um, essa leveza de espírito, traduzia-se nos movimentos do meu corpo, como se eu me intensificasse, me expandisse, andasse mais depressa, pensasse de forma mais desenvolta, sem o peso de tudo o que sou, com os olhos abertos às novidades de uma nova paisagem, às incitações de uma cidade desconhecida, às delícias de uma nova língua que desfrutava ao compreender e ao falar, tão bonita porque não é a minha.

Porém a estrada é solitária e nela eu me sentia empobrecido por silêncios. Perguntava-me que histórias saberiam e não me contariam aqueles jovens cara-pálidas ou aqueles nativos de sorrisos brancos em caras morenas do país da vez, quais as memórias de amor que levariam consigo mesmos, que segredos guardariam, de quais  outras viagens vividas, lidas, escutadas ou imaginadas estariam se lembrando, enquanto viajavam calados ao meu lado, um pouco antes de desaparecerem para sempre da minha vida, na próxima estação, de sumirem do meu olhar  na próxima parada, como rostos que eu nem sequer poderia recordar. E então eu começava a conversa. Para não lamentar  depois, profundamente, o tempo perdido, os sorrisos não trocados, as narrativas não compartilhadas, o que poderia ter sido.

Se o viajante ao meu lado fosse um indiano, não importava de que casta, eu não precisava fazer muito esforço para entabular o diálogo. Bastava dizer:

- Hello! 

Em seguida, os caras me metralhavam com perguntas disparadas em série, sempre as mesmas, e em uma idêntica ordem de importância:

- How are you? What's your name? Where do you come from? Are you married? What do you do for a living? How much money do you make a month? What 's your religion?

Certa vez, durante os nove meses que passei perambulando na Índia, dividi a mesa do jantar no vagão restaurante  de um trem que fazia o que me pareceu o interminááável trecho  Hyderabad / Varanasi, com um cidadão que usava um turbante branco como a neve e grandes bigodes pretos retintos. Ele tentou me fazer abstrair a reencarnação. Complicado. Porém, compreendi algumas noções básicas, além do fato que, eventualmente, humanos ao regressar se descobrem, por exemplo, gafanhotos  e têm que começar tudo de novo.

Ele falou-me com um inglês de estranho sotaque, que nada pode permanecer “interminado”. Em seguida, me explicou que tudo evolui perpetuamente. E concluiu que, sendo assim, eu deveria tratar muito bem os desconhecidos de hoje, pois amanhã eles seriam os meus conhecidos, para quem, por sua vez, eu deveria garantir o maior respeito, vez que, depois de amanhã, eles seriam os meus amigos. Que, é claro, deveriam ser rodeados de todos os cuidados pois, como não poderia deixar de ser e não se sabe quando, um dia seriam os meus irmãos, os meus filhos, os meus pais para finalmente, depois de muita estrada e no ápice de uma evolução espiritual-afetiva, virem a ser os meus amores.
Jamais esqueci as palavras daquele cara tão oriental que, na sua crença tão absoluta de que os amores são gestados através dos milênios até que estejamos prontos para vivê-los em plenitude, apenas defendia com outras tintas e cores a Lei de Ouro da nossa ocidentalidade e dos povos do nosso Livro: o amor e o respeito ao próximo. A espiritualidade não tem só uma estrada. Ainda bem.

Pedi-lhe que me falasse sobre Varanasi, a minha próxima escala. Ele me contou que a cidade fora erguida na margem ocidental do rio Ganges, há cinco mil anos, e sendo assim, era uma das cidades continuamente habitadas mais antigas do vasto mundo. Falou-me que ela era a jóia mais brilhante da tirtha  - os  sete locais de peregrinação sagrados para os hindus.

Também conhecida, em vários momentos da história, como Kashi - a cidade da Luz - ou Benares, disse-me ele  que  os peregrinos visitam o rio Ganges  para lavar uma vida de pecados nas águas sagradas ou para cremar nas margens sacras os seus entes queridos. Explicou-me ser Varanasi um lugar particularmente auspicioso para morrer, pois de acordo  com a crença hinduísta morrer e ser queimado em Varanasi oferece aos mortos a oportunidade de alcançar  moksha, o estado de liberação, de fuga do ciclo de renascimento e morte.

Na teosofia, brâman é o Absoluto, o Espírito Divino e Infinito. Aos 25 anos e diante de tantas novidades em inglês gutural o que eu abstraí foi que a libertação do ciclo de sofrimento era concebida, por aquele cidadão tão digno e crente, como uma absorção no absoluto, naquilo do que eu já ouvira vagamente como nirvana. Não, repetiu-me  ele, é moksha o objetivo final de todos os hindus. Muito bem. Consegui entender que todo mundo ia para o rio Ganges atrás do moksha e que era ISTO, seja lá o que isto fosse, o que tornava Varanasi o coração pulsante do universo hindu. Sim, porque àquela altura da conversa, a mim parecia que eu e aquele senhor não éramos habitantes do mesmo planeta.

M-o-k-s-h-a?

Em seguida, o cavalheiro apresentou-me a Brâman, a origem e o fim de tudo, a consciência que evolui neste mundo,  entendido como ilusório e a origem de todo o sofrimento humano. Brâman é um conceito do hinduísmo, um princípio divino, não personalizado e neutro do bramanismo e da teosofia, que não pode ser confundido com Brahmã, a representação da força criadora ativa  do cosmos. Nada disso.

Brahmã foi outro capítulo difícil. É claro que jamais esqueci que  ele, Visnu e Shiva, pelo que entendi, formam a divina trindade hindu. O problema foi outro. Por mais que eu tentasse, o meu sistema fonador não conseguia - sabe-se lá por quais motivos - pronunciar de forma diferenciada os fonemas "â"e "ã" das palavras Brâman e Brahmã. Para não falar naquele "h",  que não era mudo, mas era indizível.

Reprovado na fonética, acredito ter me saído melhor no quesito mitologia. O fato é que, explicou-me meu novo amigo, na mitologia hindu a água é a fonte da vida e da criação e portanto os rios e as margens dos rios são considerados lugares santos. O rio Ganges  que  abraça a cidade  com sua margem esquerda, é personificado como uma deusa e é chamado  carinhosamente  de "Mãe Ganga".
Devido à importância do significado mitológico, os  seus ghats, ou seja, as escadarias cujos degraus, construídos em pontos estratégicos, levam até  à beira das águas, são utilizados por multidões de peregrinos que querem se santificar através do banho ou  pela ingestão da água sacra. Os ghats, que se espalham por cerca de cinco quilômetros, são locais de peregrinação que unificam a cidade santa com o rio sagrado. Neles os peregrinos se reúnem para celebrar os seus "pujas", os diários  rituais religiosos, para lavar-se e às suas roupas e para cremar seus mortos.

Sobre a cremação eu já tinha lido. Não rolava papo algum sobre à Índia no qual não fossem mencionadas "as fogueiras de Benares".A cremação é um ritual, uma interação sensível com deuses, aos quais os corpos são oferecidos e não deve ser vista como apenas um descarte do corpo. Eles acreditam que ao queimar o cadáver, a essência espiritual individual liberta-se do corpo físico, e o ciclo de renascimento e da morte pode continuar. Se a cremação não for feita da maneira certa, a alma  pode não encontrar o caminho para a vida após a morte e, como resultado, vai incomodar parentes vivos. O fogo é associado à pureza e  tem o poder de assustar os fantasmas e os demônios circundantes e essa é a razão pela qual as chamas são o instrumento e o método escolhido  para permitir a divisão completa de essência espiritual e do corpo físico.

De posse de todas essas novas informações, eu me despedi do meu professor com um namastê e um aperto de mão e desembarquei daquele trem na estação de Varanasi me sentindo pós-graduado em bramanismo e convicto, ao contrário dos poetas,  de que a maior fronteira entre as gentes não é aquela que separa os vivos dos mortos. As mais cruéis fronteiras, as intransponíveis,  as mais longas e trágicas estão dentro de cada criatura, que se recusa a olhar atentamente para o sofrimento emocional ao seu redor, que nega oportunidades, que fixa impossíveis limites, que destrói  indiferente tantos destinos, que não escuta, que não estende a mão, que não se comunica.

Mas nada do que eu já vivera até aquele momento, nada do que aquele gentil homem dissera-me, preparou-me para o choque cultural e o assalto aos meus sentidos que sofri naquelas paragens. Ao fim e ao cabo, consegui achar uma maneira de lidar com toda aquela  transcendência do fenômeno de existir, com aquelas noções tão diversas das minhas do tempo, do espaço e das causas, com a  estonteante diversidade dos peregrinos de todas as regiões do país-continente, com a visão constrangedora de rituais íntimos  da vida e da morte   sendo praticados a céu aberto em locais públicos, com a exuberância festiva que a morte tem para aquele povo, com a intoxicação provocada pela explosão de cores  luzentes, pela cacofonia de sons exóticos, pelos cheiros do mais nauseabundo ao mais sedutor, pelos sabores mais do que picantes, por ter que chorar lágrimas ardidas todas vez que comia, por chegar de noite na minha hospedaria coberto pelas cinzas dos mortos que continuavam ardendo nas margens iluminadas daquele rio.

É difícil ter que admitir - mesmo passados mais de trinta anos -  que foi no mais repugnante ambiente material, nas condições de vida mais básicas, que eu testemunhei a mais profunda iluminação espiritual nesse vasto mundo. A Índia, tão pobre, suja e confusa ensinou-me mais do que qualquer outro lugar.

                    Varanasi é para os fortes, e para quem quiser ler tem muito mais o que contar. Mas isto já fica para um novo post.




7 comentários:

  1. Bela viagem acabei de fazer através das letras de Moacir. Sinto-me ungido com o Sagrado Triângulo Brahma, Shiva Vixnu !
    Namastê, Pimentel !

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  2. Simplesmente extraordinário o relato, como sempre muito bem escrito pelo talentoso Pimentel, mas a união perfeita da lição que foi extraída entre a realidade e a espiritualidade!

    Para quem tem um mínimo de conhecimento sobre este País misterioso, a Índia, sabe que se unem de forma indevassável a pobreza máxima que se pode imaginar para uma pessoa, com a absoluta elevação da mente a respeito de religiosidade, filosofia, divindades, reencarnação, e mantendo um equilíbrio inexplicável entre as carências materiais com as riquezas que a espiritualidade proporciona para os que creem em algo que transcende a compreensão dos que professam religiões conhecidas, tais como o Cristianismo, Judaísmo e Islamismo.

    Esta crônica foi a melhor de todas as excelentes anteriores que Pimentel publicou até agora.

    Majestosa, impactante, e tendo um final verdadeiramente arrebatador que, confesso, se eu pudesse iria conhecer Varanasi amanhã, em face da qualificação que Pimentel lhe concedeu, de ser uma cidade para pessoas fortes, e estamos precisando ser assim para enfrentar a política brasileira!

    Agradeço ao Wilson o convite para participar deste blog diferente, que se propôs a registrar as impressões de alguns de seus amigos e de quem quiser aproveitá-lo, claro, para pensarmos sobre a vida, as nossas existências, experiências adquiridas, relacionamentos, e deixar registrado esses nossos pensamentos ou para serem ratificados ou retificados com o tempo, porém, indiscutivelmente, sinceros, autênticos, verdadeiros, legítimos!

    Paulo Coelho se tornou um escritor famoso por simplesmente fazer este tipo de publicação, entre a sua experiência espiritual com a realidade que o cercava, e ter tirado as suas impressões entre este confronto ou identidade, o mais difícil.

    Pois a vivência de Pimentel não só é muito mais bem escrita quanto muito mais rica pelos detalhes que uma pessoa da sua inteligência e sensibilidade poderia escrever, e deixando o leitor admirado pelo relato, embevecido pelos episódios vividos, a ponto que ouso perguntar ao Pimentel por que não escreveu um livro sobre essas suas viagens pelo mundo que, certamente, teria um sucesso amplo, e muitos volumes seriam vendidos para a alegria de seus compradores!

    Parabéns, Pimentel, por ter aprendido muito com essas andanças mundo afora, por ter captado muito bem as experiências adquiridas e tê-las usado para seu crescimento mental, ter aumentado a sua visão sobre o ser humano e o Planeta onde vive, e ter concluído que não somos diferentes um do outro, mas iguais, sendo o que nos caracteriza é a crença que temos sobre nós mesmos e o outro lado da existência terrena, que serve como motivação para continuarmos nesta jornada ou dela desistirmos pelas dificuldades, sendo que a partir desta renúncia, jamais atingiremos a condição que tanto queremos e biscamos, a paz de espírito, o equilíbrio, o poder da consciência!

    Um forte abraço, Pimentel.
    Obrigado pelo texto brilhante, inigualável, poderoso.
    Saúde e Paz!

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  3. Flávia de Barros25/06/2016, 12:26

    Moacir, eu já ouvi esse relato, porém lê-lo foi emocionante. Espero que essa sua viagem escrita não tenha terminado no último parágrafo desse seu belo artigo. Parabéns!!!

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  4. Moacir Pimentel25/06/2016, 22:04

    Caro Antônio,
    Obrigado pelo namastê. Independentemente da cultura, os seres humanos parecem ter uma necessidade universal de fazer contato, de cumprimentar uns aos outros nas chegadas e saídas. Mas namastê é diferente de um olá.
    Gosto imenso do gestual que , geralmente , é combinado com esta saudação que já vi sendo feita por hindus, muçulmanos, budistas, sikhs e tantos outros mais. Trata-se da Mudra , a colocação das mãos perto do coração de uma forma semelhante à pose da oração ocidental , para , em seguida , levá-las em direção à testa , numa aceitação de que a força da vida dentro de nós , como indivíduos , é a mesma dentro de todos e de tudo.
    Para entender o significado literal da palavra namastê, em sânscrito, ensinaram-me ser preciso desmembrar a palavra : NAMAH significando CURVAR, AS significando EU e finalmente TE significando VOCÊ. Traduzindo: "Eu me curvo a você".
    Um amigo indiano , no entanto, certa vez, forneceu-me uma tradução bem melhor :
    " Eu reconheço e honro em você a luz que também me habita".
    Namastê, Rocha!
    //
    Caro Bendl,
    Sou eu que agradeço-lhe pelas palavras tão generosas. Eu fico muito feliz de lê-lo por aqui e de saber que o amigo está apreciando as nossas "Conversas". Dia destes tentei explicar porque estou abusando deste espaço que o Wilson nos oferece , dizendo que espero que nas " Conversas" nós possamos ficar sabendo que não estamos sozinhos nesse ou naquele momento ou pensamento - e no contrário deles! - mas que estamos sendo lidos. E mesmo que escrevamos para nada mudar - talvez somente nós mesmos nos transformemos nas nossas escritas - quem nos lê e quem é lido por nós e aquilo que lemos de nós nas leituras que fizeram de nós , talvez formem mundos , sulquem terras , semeiem qualquer coisa que a luz não conhecia até então.
    Então que nas nossas pretinhas haja calor, e que nelas não sejamos pela metade . Quem foi mesmo que nos aconselhou a sermos grandes nas abençoadas coisas pequenas que fazemos?
    Sobre Varanasi e dos seus contrastes extremados, ainda tenho muito a dizer. Espero continuar merecendo a sua leitura nos próximos "capítulos".
    Abração

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  5. Moacir Pimentel25/06/2016, 22:15

    Prezada Flávia,
    Para você com um abraço

    ÍTACA
    Konstantinos Kaváfis
    (Trad. Haroldo de Campos)

    "Se partires um dia rumo à Ítaca
    Faz votos de que o caminho seja longo
    repleto de peripécias e de conhecimentos.
    Aos Lestrigões, aos Cíclopes,
    ao colério Posêidon, não temas:
    tais prodígios jamais encontrarás em teu roteiro,
    se mantiveres altivo o pensamento e seleta
    a emoção que tocar teu alento e teu corpo.
    Nem Lestrigões nem Cíclopes,
    nem o áspero Posêidon encontrarás,
    se não os tiveres imbuídos em teu espírito,
    se teu espírito não os puser diante de si.
    Roga que sua rota seja longa,
    que, múltiplas se sucedam as manhãs de verão.
    Com que euforia, com que júbilo extremo
    entrarás, pela primeira vez num porto ignoto!
    Faze escala nos empórios fenícios
    para arrematar mercadorias belas;
    madrepérolas e corais, âmbares e ébanos
    e voluptosas essências aromáticas, várias,
    tantas essências,tantos aromas,quantos puderes achar.
    Detém-te nas cidades do Egito -nas muitas cidades -
    para aprenderes coisas e mais coisas com os sábios.
    Todo tempo em teu íntimo Ítaca estará presente.
    Tua sina te assina esse destino,
    mas não busques apressar sua viagem.
    É bom que ela tenha uma crônica longa e duradoura,
    que aportes velho,finalmente à ilha,
    rico do muito que ganhares no decurso do caminho,
    sem esperares de Ítaca riquezas.
    Ítaca te deu essa beleza de viagem.
    Sem ela não a terias empreendido.
    Nada mais precisa dar-te.
    Se te parece pobre, Ítaca não te iludiu.
    Agora tão sábio, tão plenamente vivido,
    bem compreenderás o sentido das Ítacas.

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  6. Ântonia Ribeiro26/06/2016, 13:41

    Parabéns, Moacir, pelo belo texto. Continue escrevendo mais.

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  7. Monica Silva27/06/2016, 11:52

    Moacir, esperando firme e forte pelo que você ainda nos escreverá, ler suas palavras é viajar com você,eu quero mais.

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