Mary Dyer a caminho de ser enforcada pelos puritanos por se negar a abjurar a religião quaker (autor desconhecido, wikimedia commons) |
Francisco Bendl
Tolerância e intolerância são manifestações humanas, portanto,
dificilmente teremos a supressão desses sentimentos por mais que se dialogue a
respeito ou que tentemos racionalizá-los.
Se assim nos comportamos, se trazemos conosco essas deturpações que nos
fazem rejeitar a própria espécie quando em confronto sobre o que pensamos,
certamente precisamos estudar as razões pelas quais somos impelidos à
irracionalidade diante do surgimento de conceitos diferentes sobre nossas
convicções, comportamentos e tradições.
O que nos conduz à intolerância, se lá pelas tantas somos tolerantes ao
mesmo tempo?
Que dispositivo é este que aciona a barbárie, a carnificina, a tortura,
quando rejeitamos que outros seres humanos vivam e pensem diferentemente de
nós?
O célebre filósofo empirista Locke, que viveu há trezentos anos,
independente da sua contribuição sobre o funcionamento da mente e seu trabalho
sobre direitos e deveres foi intolerante para com os ateus, ocasionando que
também suas teorias sejam intoleráveis sobre o universo e sua composição:
mentes, diversos tipos de corpos e Deus.
Deus estabelecera uma lei divina que poderia ser conhecida através da
razão(!?), dizia Locke, e desobedecê-la seria moralmente errado.
A partir desse pressuposto, o nosso filósofo não se mostrava nada
indulgente com os que discordavam desta ideia. Talvez porque à época, a Igreja
mantinha um rigoroso controle sobre pensamentos que questionavam a existência
de Deus, e muitos filósofos enfrentaram esta intolerância com relação ao que
estava por ela determinado. Mas eu prefiro um ateu pacifista, atuante e
comprometido com as boas relações entre os seres humanos que crentes em Deus,
que se matam, que se odeiam, que se rejeitam, em nome Dele (O Papa Francisco
abordou recentemente esta premissa, mas esta crônica eu havia escrito tempos
atrás, consequentemente e de forma orgulhosa, eu deixei esta afirmação que faço
atrelada ao texto); igualmente mais vale a pena um alienado político do que um
sectário, que também reprime com violência pensamentos que não se coadunem com
aqueles que comunga.
Enfim, somos imperfeitos (ora, se Deus é perfeito por que nos criou
assim, tão cheios de defeitos?). Em decorrência, vamos carregar conosco o que
temos de ruim e tentar, na medida do possível, que tais manifestações não nos
impeçam de aceitar aquele que não pensa da mesma maneira ou que não aja como
nós ou que não concorde conosco ou porque prefere o mesmo sexo ou sua conduta
difere dos padrões estabelecidos.
Temas como este devem ser colocados à exaustão para que sejam discutidos
e se consiga estabelecer o entendimento tão necessário à convivência pacífica
entre nós.
Que discordemos, mas não nos tornemos inimigos; que tenhamos culturas e
tradições próprias, mas que não sejam motivos para se aniquilar um povo
inteiro; que se acredite em Deus ou não, mas que não seja condição de se
exterminar esta pessoa; que viva feliz o homossexual e esta felicidade não seja
capaz de provocar o ódio no seu semelhante heterossexual; que o obeso (nova
demonstração de intolerância em moda hoje em dia) consiga conviver em paz, mas
que não seja repudiado por uma sociedade que está bitolada às formas e à
magreza, como se fossem uma espécie de certificado de moral e ética ilibados
para os elegantes; que os mais capazes intelectualmente sejam mais pacienciosos
com os que não tiveram esse dom ou oportunidade de estudos, mas que esta
supremacia cultural não sirva de álibi para atitudes nada condizentes com
tamanha inteligência; que o ser humano seja mais tolerável consigo mesmo, que
aceite melhor as suas limitações, mas que os seus parcos entendimentos e
conhecimentos não sirvam de apanágio à rejeição daqueles que possuem uma visão
mais ampla e uma compreensão mais adequada sobre as aflições que todos sentem,
independente de suas condições pessoais.
Enfim, penso que passarão várias gerações e elas continuarão a debater
sobre a intolerância e tolerância porque estarão agindo e se comportando como
sempre foi a trajetória humana ao longo de sua existência.
Na minha modesta opinião, o avanço tecnológico e científico – este
desenvolvimento que nos trouxe conforto, rapidez, melhor qualidade de vida,
indiscutivelmente – não contribuiu para que progredíssemos como pessoas em
disciplinarmos manifestações contrárias à convivência harmoniosa e pacífica,
pelo contrário. A própria mídia tem colaborado negativamente em acirrar muitas
vezes o ódio e a intolerância entre as pessoas, povos e nações, aumentando
consideravelmente a distância que poderia nos levar ao entendimento e à paz,
basta ler as manifestações sobre torcidas de futebol e as tragédias que volta e
meia acontecem entre os apaixonados por seus times ou, muito mais grave e
incomparável, a radicalização do Estado Islâmico!
Talvez os professores, as mentes brilhantes, possam conquistar corações
e mentes através do ensino isento, de uma cultura tipicamente humana, de
modelos políticos e comportamentais que nos conduzam para uma existência mais
tolerável e suportável com as diferenças que ao longo de nossas vidas
enfrentamos.
Percebe-se que, ao longo da história, a religião é intolerante; que a
política e seus regimes também, justamente os dois fatores que mais atuam e
exercem influência no homem, indiscutivelmente. Portanto, que as salas de aula
e os blogs, surpreendentemente, sirvam como locais adequados ao debate sobre
este assunto tão importante, e que deve ser permanentemente trazido à tona de
modo a se reformar o conceito da reação à discussão, algo bem mais correto e
civilizado de se agir frente aos diferentes modos de se pensar e responder às
diferenças entre nós.
Chicão,
ResponderExcluirMuito interessante o seu tema. Aliás eu já teclei sobre ele , para você, aqui neste espaço, nos comentários de um post chamado As Emoções da Razão.
A razão da intolerância é simples. O nervo emergente da nossa mente é algo recente , o verniz da nossa civilização é fino . Para que a nossa espécie evoluísse qualquer coisa que se desviasse da "norma" era tratada com suspeita. Perigo! Pense numa esquerda evolutiva! Uma espécie de "Nós versus Eles" que leva os seres humanos a proteger a prole, o território e os recursos de intrusos. Assim, em vez de se concentrar nas semelhanças, o bicho homem foi treinado a procurar pelas diferenças. Para sobreviver aprendemos a focar nas diversidades , a buscar coisas para separar os "nós" dos "eles", o quanto mais visíveis os sinais dos alienígenas fossem, melhor. Um exemplo? Homens brancos versus escravos negros.
Nós jamais seremos capazes de deletar essa tendência dos nossos genes. É instinto. O que podemos fazer para melhorar o convívio social é gerenciar a característica separatista e belicosa e trabalhar para que a mente supere a mania da guerra, o gosto pela briga, o sangue no olho, os preconceitos , a idiotia de acreditar que temos sempre razão, a incivilidade, as grosserias, as palavras de baixo calão e por aí vai.
Mas tudo isso é vã filosofia e vamos aos finalmente. Comecemos por respirar fundo, pela prática da educação doméstica básica que nossas mães nos deram, lembremos que não somos galos de briga mas homens e, pelo caminho do meio, tentemos praticar a regrinha de ouro de TODAS as civilizações e religiões e filosofias orientais e ocidentais : não façamos, não digamos, não teclemos para Seu Ninguém o que não desejamos que façam, digam, teclem para nós. Simples assim.
Ah, tem mais. Nos afastemos daqueles que praticam a intolerância até porque não tem conversa e não passam recibo, não é mesmo? Um exemplo? Discutir política com descerebrados e invertebrados na internet. Não dá mais. Não temos mais tempo para desperdiçar. Não dá samba e sim a poesia do Álvaro de Campos...
"Um supremíssimo cansaço,
Íssimno, íssimo, íssimo,
Cansaço... "
Abraço
Pimentel, meu caro,
ExcluirMesmo eu reconhecendo as minhas limitações para abordar um tema tão complexo e de extrema dificuldade para encontrarmos um denominador comum, fiz questão de enviá-lo ao Mano - caso quisesse publicá-lo óbvio - em face das discussões travadas sobre política em outro blog, especializado nesta matéria hoje tão deturpada.
De certa forma concordo com o Wilson, quando não quer que se comente sobre política, haja vista os desacertos e consequentemente as ofensas pessoais.
Na religião não é diferente, basta assistirmos qualquer culto neopentecostal para constatarmos a intolerância com o sincretismo religioso e o Espiritismo.
Enfim, temos mesmo de ter um mecanismo muito bem regulado para evitar cairmos nessas armadilhas diárias, que nos levam para situações de confronto, de desgastes mentais, de calmas perturbadas por radicais.
Muito obrigado pelo comentário, e tens razão quanto a se discutir política pela Internet, e sabes do que quero dizer, efetivamente.
Um forte abraço.
Saúde e paz.
Chicão,
ExcluirTolerância versus intolerância é um tema imenso que pode ser abordado de N maneiras.
Uma delas é que mais do que escutar a opinião alheia e ponderá-la e talvez tirar dela algum aprendizado, via de regra queremos TER RAZÃO e não APRENDER. Isso significa que quando alguém discorda de nós , automaticamente nos armamos para desmontar a argumentação alheia e, muitas vezes, para cair matando pessoalmente em cima do discordante.
A pergunta é: Por que? Por que queremos que os outros pensem como nós? Porque o diverso bagunça o nosso mundinho, onde já temos resposta para tudo, bem mastigadinhas e bonitinhas. O diverso faz pensar e pensar dói.Ai que preguiça...
Aqui no post temos material para montar um exemplo do que estou tentando comunicar. Rocha acha que as nações menos desiguais socialmente são mais tolerantes.Beleza. Diz ele que, num continente predominantemente classe média como é a Europa a ausência do absurdo abismo social provoca mais harmonia e menos atritos.
Você acha que tolerância nada tem a ver com nacionalidade e foi buscar exemplos para , é claro, fundamentar sua percepção. Trouxe-nos a xenofobia e , bem assim, episódios de racismo e de preconceitos étnicos pontuais em vários dos países citados por Rocha. Como diz um sábio homem: "almas sebosas radicais independem das latitudes."
Só que você termina sua réplica ao Rocha apontando uma saída: a educação. Perfeito. Pergunto: quais são as nações com maior nível educacional?
http://www.businessinsider.com/pisa-worldwide-ranking-of-math-science-reading-skills-2016-12
As mais desenvolvidas e as menos desiguais.Seus argumentos têm pontos válidos como também os de Rocha.
Quanto mais educado for um povo, quanto mais formação filosófica e moral tiver, quanto mais amplo for o seu entendimento do mundo e de suas diversidades, mais tolerante ele será. E saberá que ser tolerante é conversar. Quem conversa respeita. Respeitar significa se colocar nos sapatos do outro, ver no outro um ser humano e entender que ele , como nós , tem o direito de pensar como pode, sabe ou quer. Se chegamos até aqui será consequência conciliar verdades parciais - a nossa e do outro - numa inédita e possível e negociada visão sobre um tema controverso.
Nesse sentido alguns países escandinavos introduziram a EMPATIA como matéria curricular de suas criancinhas cara-pálidas desde os três anos.
Quando Rocha diz que estamos evoluindo Dona história concorda com ele e eu assino embaixo.
Abraço
Inegavelmente este assunto rende.
ExcluirPimentel, citaste a Escandinávia como exemplo de Educação, concordo.
No entanto, resgato o lamentável episódio de 2.011, quando Anders Breivik, matou 77 pessoas e feriu outra centena pela sua intolerância política e racial, pertencente à extrema –direita norueguesa!
Em 2.010, a polícia sueca registrou o maior caso de delitos sexuais – 63 por 100 mil habitantes – em relação a qualquer outro país na Europa. Tratou-se, simplesmente, da segunda maior taxa do mundo!
Naquele ano, a incidência desse tipo de crime a Suécia foi três vezes maior do que a vizinha Noruega e o dobro da taxa dos Estado Unidos e do Reino Unido! Além disso, foi 30 vezes maior do que na Índia, que registrou somente dois crime por 100 mil habitantes.
Complemento a minha resposta, Pimentel, anexando o link que consta o depoimento de uma advogada que esteve na Dinamarca e testemunhou o racismo neste país:
http://www.brasileiraspelomundo.com/dinamarca-racismo-eu-fui-vitima-36112602
Bom, quando falei em Educação , e continuo batendo nesta tecla, dificilmente conseguiremos erradicar da pessoa o preconceito, a intolerância.
A Europa, Escandinávia, o Leste Europeu com a Guerra nos Balcãs, essencialmente étnica, e agora com a questão dos refugiados, mesmo com seus altos índices educacionais não servem como exemplo de tolerância, convenhamos.
Nessas alturas, o Brasil é infinitamente mais tolerante, pois não registramos assassinatos em massa como causas de desavenças políticas e religiosas, muito menos étnicas.
Aliás, judeus e árabes que o digam, encontrando nesta terra o local onde melhor se relacionam no mundo!
E reafirmo que a evolução da História não aplacou a intolerância, pelo contrário, o próprio aumento da população mundial atesta cada vez mais casos de intolerância religiosa e política, sendo desnecessário eu apontar a África como o continente da intolerância por excelência, e não me reporto ao Apartheid, o movimento racial mais abjeto conhecido, mas quanto à atuação do Estado Islâmico naquele Continente, idem no Oriente Médio, na Síria, mais especificamente.
Ora, se a história trouxe o desenvolvimento tecnológico e científico em escalas surpreendentes, e se o homem tivesse evoluído “pari passu” a este progresso, certamente não teríamos a ONU apelando às nações que ajudem a aplacar a fome de vinte milhões de pessoas que morrerão este ano!
E não comento as doenças, os preconceitos raciais, políticos e religiosos porque desnecessário.
Decididamente o tempo não é nosso aliado, mas testemunha ocular de uma história que registra a maldade do ser humano, a sua crueldade, a sua bestialidade, desde que desceu das árvores e passou a caminhar em busca de sua preservação como espécie.
Errou ao entender e aceitar que matar seu semelhante seria a solução para suas diferenças e, lamentavelmente, assim continua agindo inescrupulosamente.
Outro abraço, Pimentel.
Saúde e paz.
Wilson,
ExcluirEste tema seria inesgotável.
Eu poderia te contestar com relação à intolerância na Europa, a meu ver, evidentemente, mas o assunto deve ceder para outros temas.
Acho que vale a pena voltarmos amanhã ou depois com esta questão, mas que seja de autoria diferente o artigo, aliás, sugiro, que cada um dos articulistas do Conversas do Mano apresente um texto referente, claro, se quiser.
Outro forte abraço, Wilson.
Mais saúde e mais paz.
1) Amigão Bendl, o texto é bom, permite democraticamente discordar... desculpe.
ResponderExcluir2)Penso que esta intolerância é comum no chamado Terceiro Mundo, nas sociedades em que há gritantes distorções sociais.
3)Por exemplo, nos países da Europa, entre si (não estou falando da chegada dos refugiados), me parece não há tanta intolerância a não ser, casos isolados. No Canadá, Austrália, Japão, Nova Zelândia, não há tanta intolerância.
4) Já em nosso Brasil, é muito grande o disparate social e assim, infelizmente, haja intolerâncias as mais diversas...
5)Respeito o seu posicionamento "Deus perfeito criou o homem imperfeito"; não interpreto por aí...o Criador (a Natureza) veio se transformando e finalmente surgiu o homem como fruto da evolução que não começou no Planeta Terra, mas vem de outros planetas...
6) Mano, a ilustração é triste e belíssima. Eu gosto muito dos Quackers, uma pena saber que os puritanos (antigos presbiterianos)enforcavam os de outras denominações...
7)Boa semana para todos (as).
Pois é, Antonio, os puritanos, eles mesmos vítimas da intolerância religiosa e forçados a emigrar, levaram consigo essa mesma intolerância para o Novo Mundo... A vida é irônica.
ExcluirInteressante artigo do Chico, e interessante comentário do Moacir, sobre um assunto que nos afeta muito mais do que pensamos.
ResponderExcluirSentimo-nos sempre vítimas da intolerância. Reagimos fortemente à sua manifestação nos outros, e mais ainda quando essa manifestação diz respeito aos nossos atos e aos nossos pensamentos.
A defesa de nossas próprias opiniões e de nossas próprias ações remonta ao instinto de sobrevivência dos primeiros antropóides que desceram das árvores e começaram a caminhar de pé pela savana. Incontáveis milênios se passaram antes que as mentes dos nossos antepassados (ou pelo menos de alguns deles) começassem a arquitetar o pensamento de que podem haver coisas mais importantes do que a sobrevivência ou o interesse individual. E muitos outros ainda antes que se pensasse que o fato do pensamento ser nosso não assegura que ele seja mais verdadeiro ou mais significativo do que o pensamento alheio.
Até que Confúcio dissesse "não imponhas ao outro oque não escolherias para ti mesmo", e que todas as civilizações e todas as religiões viesem a enunciar, cada uma com suas palavras, o que hoje chamamos da Regra de Ouro, o "não faças aos outros o que não queres que te façam", parafraseada pelo Moacir no seu comentário.
Pena que essas mesmas civilizações e essas mesmas religiões não tenham conseguido que a humanidade como um todo siga esta regra.
Porque, se nos sentimos tanto vítimas da intolerância, ainda não acordamos para o fato tão simples que não se pode cobrar a tolerância dos outros antes que a pratiquemos nós mesmos.
A vida teve que me bater muito antes que eu (literalmente) tirasse a faca da bota e percebesse que em geral é melhor evitar as brigas do que tentar vencê-las. Que discutir com quem não é capaz de enfrentar a discussão de cabeça e peito abertos não vale a pena, porque, como disse também o Moacir, nosso tempo é muito curto para o desperdiçarmos assim.
E mesmo assim me surpreendo, volta e meia, percebendo em mim as sementes da intolerância.
Mais ainda do que os professores, as mentes brilhantes de que fala o Chico, somos nós que devemos tentar passar aos nossos filhos, e eles aos nossos netos, antes que chegue tarde como chega para nós a experiência que a vida nos passa a cada dia, se soubermos percebê-la, de que a regra de ouro é a fundamental para a vida civilizada e que o respeito ao outro e à opinião do outro é que pode nos dar o respeito a nós mesmos.
Caríssimo Mano,
ExcluirUma sugestão:
Se apanhares os comentários sobre o artigo em tela, tua, do Pimentel e do Rocha, terás outra postagem muito interessante a respeito, e infinitamente melhor do que o texto de minha autoria.
Observa que o assunto é vasto, complexo, que exige muita astúcia e capacidade para discutir aquilo que discordamos e, "a priori", que nos perturba, mas que devemos aceitar porque se refere à parte oponente, diversa.
Se eu sou contrário que pessoas do mesmo sexo adotem crianças - a natureza jamais possibilitou a hipótese de duas mulheres ou dois homens exercerem a paternidade como se fossem um casal, homem e mulher -, as leis de hoje permitem essa realização, consequentemente devo aceitá-la mesmo indo de encontro aos meus princípios. Da mesma forma o comportamento atual dos jovens que, no passado, serviriam como motivo e, graves, para umas boas chineladas!
O tema é infindável, e reitero a ideia de desenvolvê-lo a partir dos comentários existentes e se outros serão postados, enriquecendo a discussão.
Muito obrigado pelo texto primoroso, abrangente, que possibilita uma série de debates sobre esta questão de fundamental importância no contexto social.
Um grande abraço, Wilson.
Saúde e paz.
Amigo Chicão,
ExcluirA discussão que você sugere já está se desenvolvendo aqui, nos comentários provocados pelo post com que você introduziu o assunto. É o conjunto do seu post com essa discussão que vai nos ajudar, espero, a compreender melhor o que são a intolerância e a tolerância. Então não preciso fazer outro post porque você já lançou bem o assunto, que realmente comporta nuances complexas e variadas;e podemos continuar a elaborar à vontade nossas opiniões na troca destes comentários.
Um abraço do
Manp
Wilson,
ExcluirGrato pela compreensão e resposta.
O número de pessoas que leem este teu extraordinário blog certamente estão constatando que nos preocupamos com o dia a dia, com o cotidiano, e esses momentos reivindicam comportamentos à altura de cidadãos civilizados, educados e respeitosos, que somos, evidentemente.
Portanto, aplaudo esta oportunidade de discutir este assunto caborteiro, como se diz na minha terra, indomável, que não se submete à doma, razão pela qual exige grandes esforços pessoais para que não alimentemos as diferenças à base da intolerância, caracterizadas pela violência, rejeição, repúdio e rompimento de relações tanto familiares quanto sociais.
Um forte abraço, Mano.
Saúde e paz.
1)Pegando carona no comentário do Editor Mano:
ResponderExcluir2)"Nem a vitória, nem a derrota são coisas boas. Todas as duas geram apegos e reações. O recomendável é o desapego nas contendas. Assim, elas terminam logo... e tantos não sofrem". = Buda.
3)Acredite se quiser: "Apegos (quaisquer que sejam eles) atraem maus espíritos" = Buda.
Rocha, meu amigo,
ResponderExcluirSer tolerante é aceitar a opinião em contrário e vice-versa.
Sendo assim, respeitosamente vou discordar de ti apenas quando abordas alguns países que hoje haveria menos tolerância:
Austrália - Há vários casos de xenofobia dos australianos. Tempos atrás, alguns brasileiros foram agredidos nas praias daquela bela nação, e até hoje os aborígenes não são tratados como iguais;
Japão - Certamente a tolerância entre os nipônicos atua entre eles mesmos, menos em quem é estrangeiro e tenta se fixar no pais do sol nascente. A cultura milenar japonesa dificilmente se adapta ou permite que alguém de fora se misture a eles, e basta uma visita a Tóquio e demais cidades importantes para se verificar a raridade de algum comerciante ou até mesmo industrial que não tenha os olhos repuxados devidamente instalado. Nada contra os japoneses, mas a miscigenação ainda é difícil, e se contam nos dedos da mão a união conjugal entre um nipônico com ocidental ou ao contrário. Certamente é um povo educado, mas classificá-lo de tolerante, vai uma boa distância, a meu ver;
Nova Zelândia - Da mesma forma a situação dos aborígenes naquele país. E, depois, se os insulares neozelandeses acionarem as suas intolerâncias com os estrangeiros, pode não haver gente suficiente para levar adiante a nação. Outro embate foi com a Samoa, que conquistou a independência da Nova Zelândia agora, em 1.962;
Canadá - O segundo maior país do mundo, e índice elevado de seu IDH, também tem seus conflitos intolerantes, e resgato o ano de 1.990 com a crise Oka, sendo o primeiro de uma série de violentos confrontos entre o governo e grupos de aborígenes daquela nação. E o plebiscito de 1.995 sobre a independência das província de Quebec, de língua francesa, perdendo por uma margem muito pequena de deixar de pertencer ao Canadá ou a parte que usa a língua inglesa como idioma.
Portanto, meu caro Rocha, penso que a intolerância está muito bem enraizada mesmo nesses países que mencionaste, e não será a nacionalidade que acusará quem é mais ou menos intolerante.
Solução?
EDUCAÇÃO!
Obrigado pelo comentário muito interessante.
Um grande abraço, meu amigo.
Saúde e paz.
Olá Francisco Bendl, trovejando por aqui!
ResponderExcluirParabéns, seu post de assunto fértil e sempre atual provocou e muito! Outros posts de respotas. Bom de ler!
Acredito que, como algum de vocês disse acima, temos que começar conosco a praticar a tolerância. Ou não conseguiremos nada.
Até mais?
Aninha,
ExcluirGrato pelo comentário.
Achei que abordar a tolerância nesses tempos bicudos seria um bom tema para debates.
Certamente em razão dessas crises que hoje vivemos e, de algumas, como vítimas, nossos níveis para suportar contrariedades estão abarrotados.
Dito isso, temos de exercitar não só a tolerância como a paciência juntos, condições que o nosso amigo em comum, o Rocha, bem que poderia nos dar umas aulas sobre como ampliar nossas reservas.
Observa este aspecto da carne, assunto de ontem e hoje, naturalmente.
Temos de ser tolerantes com os frigoríficos que venderam produtos deteriorados e misturados com papelão(?!) ou paciência ou nenhum dos dois, haja vista o risco à saúde pública?
Penso que nunca antes tivemos uma época onde devemos ser mestres na tolerância, caso contrário o circo pega fogo!
Um abraço, Ana, forte e caloroso, e sempre respeitoso.
Saúde e paz, extensivo aos teus amados.
'Paratodos'
ResponderExcluirVale a pena ler matéria sobre Doria na Forbes.
Ele dorme 3 horas/noite (igual a alguém), trabalha 16 horas/dia e faz meditação, viu, Antonio?
Abs
Ofelia
Ah: fora de pauta, claro, mas achei interessante pela meditação e pelo fato de ele dormir pouco.
Abração, Bendl!
Ofélia,
ExcluirQue bom te encontrar de novo!
Tudo bem contigo?
E a saúde?
Por favor, manda notícias, e me alivia a preocupação que tenho com o teu bem-estar, se estás bem, animada, disposta, alegre e feliz.
Um grande abraço, caloroso, apertado.
Saúde e paz.
'Maomeno', Bendl.
ResponderExcluirNão fiz um único exame ainda. Estou travada. Mas vou fazer, se Dio quiser.
SAÚDE e PAZ pra você também.
Abraço
Ofelia