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08/03/2017

Os Símbolos do Oleiro


fotografia Moacir Pimentel

Moacir Pimentel


Não conheço outro espaço como a Oficina na nossa Pindorama, mas com certeza o templo de Brennand é amigo de infância de todas as civilizações mediterrâneas e do próximo e médio Orientes, para não falar de reinos mitológicos e de civilizações imaginárias.

A linguagem brennandiana, plena de contradições cronológicas e desconstruções expressionistas, repito, é a de um artista universal. Portanto, não é surpresa alguma ir descobrindo pelas galerias, esculturas batizadas de Hybris - o orgulho imperdoável pelos deuses - ou de Gnose - o termo grego para conhecimento.

fotografia Maocir Pimentel

Somos apresentados a uma multidão de famosos: Semíramis, Calígula, Dante, Joana D’Arc, Charlotte Corday, que introduzem no sonho a história do vasto mundo.

fotografia Moacir Pimentel

Misturados com outros bustos, ou totens, ou formas ainda sem definição, em cujos pedestais vamos lendo: Bebê Canibal, Luxúria, Tortura, A Árvore da Vida e a Cópula.  

fotografia Moacir Pimentel

 
São ideias, noções e personagens que nada têm a ver em particular com o Brasil, muito menos com o Nordeste, assim como tampouco o tem o estilo em que foram materializadas.

É incontestável que nem os temas nem a linguagem de Brennand possuem a cor verde-amarela, que de tupiniquim só mesmo as margens barrentas do rio cobertas de mata. O sotaque, o perfume de frutas tropicais nesse universo de formas arquetípicas, nesse mundo povoado por totens, falos e úteros, só os encontramos mesmo nos frisos que emolduram suas tragédias.

Fotografia Moacir Pimentel


Por lá, as obras pequenas são música de câmara, e não chorinho e no meio de uma produção habi(tua)lmente operística, não se escuta o nosso samba. Todas as esculturas nos parecem Lacrimosas. Encontramos algumas homenagens a personagens mais relaxados alheios à matança circundante, meio que derretidos pelas mãos expressionistas pernambucanas.

O que se percebe pela pluralidade e amplitude de seus interesses e pelas referências literárias e artísticas, é que estamos diante de um homem de leitura indispensável em todas as suas horas, aprendendo a arte de sondar, de rastrear as fontes de expressão, até seus mais sutis esconderijos.

E lá vamos nós testemunhando o combate de Hércules com Anteu, inquietante pela força e movimento, e, em seguida, uma batalha com algo mais assombroso do que a própria Medusa. Mais adiante, em um mural, algumas figuras nos lembram - do que mesmo? - da Dança de Matisse! E eis que surge Netuno!

fotografia Moacir Pimentel

A fé judaico-cristã está presente em Adão e Eva ou em São João Batista e num sem número de santos, enquanto que os unicórnios surgem de lendas árabes e Inês de Castro se encontra por lá exilada de um mundo ibérico.

fotografia Moacir Pimentel


              É como se cada uma dessas ressurreições temáticas participasse de um diálogo impossível, algo semelhante à intertextualidade no universo da literatura e com os mesmos direitos de versão, tradução e até de paródia. Brennand também se diverte pintando o sete.

Não há como não observar que na maioria das esculturas Brennand utiliza símbolos fálicos, uma reminiscência da arte das cavernas. E que, no mesmo traçado rupestre, as suas Vênus não possuem rosto, enquanto que nelas a fertilidade é sempre grifada pelo artista na abundância de quadris e seios.

fotografia Moacir Pimentel

Brennand já afirmou várias vezes que os pássaros Rocca e os símbolos fálicos espalhados pela Oficina têm a função de protegê-lo dos olhares invejosos. Também era assim nos antigos pórticos romanos onde se lia sobre o desenho de valentes representações da espécie, a inscrição - “Hic Habitat Felicitas” - em livre tradução: “Aqui Mora a Felicidade”.

Quando da caracterização completa do corpo humano - da qual ele foge sempre que lhe é possível - ele enfatiza as partes mais salientes: coxas, pés, nádegas, torsos, seios. E nessa toada, nessa fragmentação que mais parece um esquartejamento, as genitálias assumem importância, ecoando a adoração ancestral pelos símbolos da reprodução e da perpetuação da espécie, como na Leda e o Cisne... e em certas Vênus das cavernas.

 
montagem Maria João Pimentel (imagens Facebook e Google)



 Só alguém muito ingênuo e desavisado acreditaria que quando faz flores e bichos, e decepa cabeças e mutila corpos, Brennand só está querendo falar das gentes e flora e fauna do Nordeste. Só que a carga sexual que mora na obra do artista não é erótica, pois o erotismo é um fim em si mesmo.

Para ser erótica a arte tem que ser elaborada com a intenção de estimular sexualmente através de representações sedutoras. Para tanto a arte não precisa nem ser explícita. As famosas flores de Mapplethorpe e a fotografia em close-up do olho de uma mulher, da autoria de Araki Nobuyoshi são exemplos disso:

Araki Nobuyoshi - Olho (imagem iromegane.com)

O artista girou a imagem a noventa graus para torná-la sugestiva, solicitando, assim, sentimentos sensuais e associações cognitivas dos espectadores. A foto é altamente erótica, embora ela não tenha qualquer conteúdo sexual explícito.

O prazer sensual oferecido por tais representações é muito diferente da fruição que ocorre em uma experiência estética resultante do livre jogo das faculdades cognitivas de imaginação e compreensão. Pois os juízos estéticos são baseados não em algum interesse, mas sim nas condições subjetivas da cognição, que são compartilhadas por todos os seres racionais. A tal da universalidade.

Acredite: as esculturas de Brennand não pretendem erotizar os pobres mortais. Como certeza nem o Marques de Sade ficaria tentado pelas deusas brennandianas!

fotografia Moacir Pimentel


Elas representam a Mãe Terra, são como as Vênus pré-históricas ostentando orgulhosas o V da feminilidade ancestral e divino, a fertilidade que servia e serve hoje em Pernambuco apenas de metáfora para a arte de Brennand durante a própria recriação, ou reinvenção da vida.

Ali há uma a espécie de gigantismo de seres em mutação: lagartas, mandacarus, flores, frutos, formas geométricas, troncos, animais, espinhos parecem dançar uma coreografia ilusionista de planos, relevos, claros e escuros, um frenesi de ritmos e tensões, uma orgia cósmica.

montagem Maria João Pimentel (fotografia Moacir Pimentel e imagem Google)


 Há qualquer coisa de embriaguez dos sentidos e rola uma implosão de fronteiras, de limites, das medidas, das barreiras, do individualismo, e desse tsunami doido de barro nasce a volúpia, a desintegração do eu, a ligação do ser humano com a realidade nua e crua.

Mesmo quando ele molda antas, tamanduás, passarinhos e os outros bichos de natureza imaginária que povoam os jardins do templo, em colunas e no topo dos telhados; mesmo quando animais de quatro patas têm cabeças de abutres e serpentes e tartarugas brotam das paredes e das bases das peças; mesmo quando casais de sapos saem da água e avançam sobre a terra, todos com cotos que mais parecem tetas em vez de membros… a fauna de Brennand é simbólica.

fotografia Moacir Pimentel






21 comentários:

  1. Monica Silva08/03/2017, 10:37

    Eu gosto de seus artigos sobre Brennand porque já estive lá e amei. É um lugar lindo! Mas o impacto foi causado pelo conjunto da obra, Moacir. Não lembro de detalhes nem me liguei que as estátuas tinham nomes. Adorei o do Pássaro Implume kkk Concordo com você que esta arte fálica não erotiza, é mais como um templo que não se sabe como explicar.
    Mas a pintura dele que fica noutro prédio é bastante insinuante. Obrigada.

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    1. Moacir Pimentel08/03/2017, 18:43

      Mônica,
      Na mosca: a Oficina é uma só. Uma imensa e incessante obra na qual o velho oleiro trabalha desde 1971. O que encanta é o conjunto mas , pelo menos para mim , as partes são o todo e vice versa. O simbolismo de Brennand é antigo, universal, místico, cósmico e , é claro, fálico e louco de bonito demais.
      Enfim é a vida dele.
      Concordo com você sobre o erotismo da pintura do artista lamentando que ela seja tão pouco conhecida: o pintor é tão bom quanto o comedor de barro. Obrigado pelo comentário.
      Abração e parabéns pelo dia de hoje

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  2. Flávia de Barros08/03/2017, 12:48

    Moacir,

    É uma delícia ler você explicando arte tão bela com tanta elegância. Acho que a cabeça do artista não tem fronteiras mas que as raízes dele são pernambucanas. Destaco a esclarecedora comparação com as vênus das cavernas e as fotos que acompanham tão bem suas palavras. Um abraço para você.

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    1. Moacir Pimentel08/03/2017, 18:51

      Flávia,
      Parabéns pelo dia de hoje!
      Escrevo sobre de Brennand com respeito e carinho e cuidado: considero-o um dos maiores artistas brasileiros.
      Fico feliz que tenha gostado do post mas esclareço que ao insistir na tecla da universalidade na arte de Francisco não lhe nego as raízes pernambucanas - afinal tudo brotou das ruínas de uma olaria familiar numa várzea do Capibaribe. Apenas me recuso ,isso sim , a carimbá-la como regional ou erótica ou pornográfica como fazem tantos desavisadamente. Essa arte que mora em Pernambuco é da gema e maior do que quaisquer rótulos.
      Obrigado pelo comentário e outro abraço para você.

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  3. Francisco Bendl08/03/2017, 13:53

    A frase não é minha, mas a arte é a expressão humana que mais nos aproxima de Deus.

    Pimentel e sua expertise na escultura e pintura, informa e ensina a respeito de grandes nomes nesses segmentos que, a priori, ficariam desconhecidos pelo menos para mim, pois confesso não serem essas duas demonstrações de talento e vocação aquelas que eu mais aprecio.

    No entanto, os artigos de Pimentel aguçam a curiosidade das pessoas, tanto pela forma brilhante como coloca as palavras, quanto pela sua explicação sobre os artistas e suas obras.

    Consequentemente, eu, pelo menos, passei a esperar por novos registros, copiá-los e armazená-los em pastas especiais porque aumentaram meus conhecimentos a respeito de áreas que jamais eu me interessaria, não fosse a forma como Pimentel as expõe.

    Assim, meu reconhecimento e reverência por mais este artigo de qualidade e informação, agradecendo a sua publicação pelo Mediador, nosso amigo Wilson.

    Parabéns, Pimentel, pelos artigos e vasto conhecimento demonstrado nestes segmentos de atividades humanas, razão pela qual devemos aplaudir as pessoas que se sobressaem na arte porque muito poucas, portanto, uma parcela ínfima da humanidade se destaca na construção de obras inigualáveis e geniais, inclusive aqueles que mediante estudos e dedicação são os agentes que nos adicionam as informações sobre talento e vocação em seus esplendores, em suas apresentações de grandiosidade, igualando-se aos artistas consagrados, indiscutivelmente.

    Um forte e caloroso abraço, Pimentel.
    Saúde e paz.

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    1. Moacir Pimentel08/03/2017, 18:55

      Chicão,
      Ler que os meus rascunhos " aguçam a curiosidade das pessoas" para temas pelos quais elas normalmente "jamais se interessariam" me fez muito bem. Vou pensar nas suas palavras da próxima vez que me perguntar diante do teclado: pra quê?
      Muito obrigado mesmo e outro abraço e saúde e paz para você também.

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    2. Francisco Bendl09/03/2017, 07:39

      Pimentel,

      Fui honesto e sincero nessa afirmação, e tomando por base eu mesmo.

      Nunca antes a pintura e escultura me atraíram para saber de seus artistas, apesar de saber da existência dos grandes mestres da pintura e um ou outro escultor famoso, como Miguel Ângelo e Rodin.

      Desta forma, são os teus artigos que detalham com maestria tais aptidões, que passei a ler, interessado, as postagens registradas neste blog extraordinário, portanto, conseguiste uma proeza com este ignorante neste sentido!

      Não me interpretes mal, por favor, mas as minhas preferências sempre foram a música e literatura, hoje também a escultura e pintura - claro, não na mesma dimensão -, graças às tuas obras que sempre as elogio merecidamente.

      Outro abraço.

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    3. Moacir Pimentel09/03/2017, 08:31

      Muito obrigado, Chicão. Pelas palavras de incentivo e, mais importante, pela sua leitura.
      Abração

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  4. Oi Moacir,
    as obras do oleiro me parecem inesgotáveis.
    Não sei se você já comentou o tamanho da área do mostruário artístico ao ar-livre. Parece muito extenso, acho que me cansaria nessa visita.

    Você também não comentou, acho, se Brennand vende essas peças expostas e se elas são muito valiosas em papel moeda. Ou que tipo de gente adquire essas peças. São peças enormes.

    Sei que não verei de perto, mas gostaria muito.

    Hoje me encantei especialmente com duas delas: o 'pássaro implume não alcança o céu'. Linda a figura do passarinho, que, me parece, está bem localizada. Talvez haja um duplo sentido nesse passarinho e nesse céu, não? O que torna tudo mais bonito ainda. Porque todo mundo aspira ao céu azul e ao céu do prazer. Brennand é um artista danado.

    Gostei também da perna para o alto com a outra dobrada ao meio. Lindas. E dá-lhe imaginação! Bailava, se exercitava, o que fazia? De onde as tirou?

    Queria também passar a mão no material, para sentir asperezas e lisuras. Se o material é frio ao toque e também se ele se aquece ao calor do sol. O que esse contato despertaria em mim?

    Gosto ainda do painel com a mulher de seios grandes, rosto redondo, pontilhado e côncavo, com lábios não muito jubilosos, voltados para baixo, e um símbolo fálico tal como uma cobra que desponta do meio dela, que está entre folhagens. Em pé, mas deitada?

    Repara que ela está rendida, de mãos pra cima. Uma entrega também ao prazer? Não sei. Sei que me agrada muito o painel.

    Há muita coisa bonita lá. Pena eu não ver de perto.
    Até
    Ofelia

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    1. A mulher do meu ex é oleira, trabalha com cerâmica. Nunca fui ao ateliê, mas vi peças na internet e são muito bonitas.

      Ele e ela devem conhecer esse santuário do Brennand, não sei.

      Pisos e similares não me interessam muito. Gostaria mesmo é de ter uma das obras dele (eu nunca quero pouco), que, se ele não vende, imagina se vendesse quanto cobraria? Há peças realmente lindas, de um diferentismo quase inimaginável.

      Faz calor por lá, não é? Parece que sim, Pernambuco, se for como Fortaleza, tem momentos muito quentes e abafados. E também de vento.

      Obrigada pelos parabéns ao DIM. É muito bom mesmo ser mulher.
      Basta ver nas representações de Brennand o espaço que ele nos dedica.

      Até
      Ofelia

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    2. Moacir Pimentel09/03/2017, 08:28

      Ofélia,
      Você tem toda razão: a mulher é mesmo o centro da arte de Brennand , enquanto que o pobre homem nela é metonímia: a parte pelo todo (rsrs)
      Não sei se você leu o texto As Mulheres do Oleiro.

      https://conversasdomano.blogspot.com.br/2017/01/as-mulheres-do-oleiro.html

      Entre as maravilhas cerâmicas dele se encontra uma Ofélia.
      Obrigado por comentar

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    3. Eu havia escrito uma bocado de coisas...
      Sumiu!
      Volto a escrever depois. Hoje acordei animadinha apesar de ter dormido muito tarde.
      Até, Moacir.

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    4. Moacir, gosto não da Ofelia do Brennand. Queria não a face da morta, mas a maluquinha que ela se tornou com seus cânticos quando Hamlet, tb 'doidão', a deixou.

      Não tenho mesmo como escapar de ser louca de pedra.

      Ah, e eu fui muito bonitinha, merecia um rosto melhor que esse apresentado pelo Brennand. Se bem que na posição em que está, ela não faria jus a ninguém.

      Rosto de morta é rosto de morta.

      De qualquer modo, é reconfortante ser uma maravilha cerâmica, rsrs....

      E eu tinha lido o seu texto sobre as mulheres do oleiro, Moacir.

      A outra resposta tinha mais graça, mas dela não lembro uma só linha.
      Até a próxima. Leia do mesmo mesmo jeito como alguma pessoas pronunciam 'tóchico'.
      Ofelia

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  5. Francisco Bendl08/03/2017, 14:45

    Antes que eu esqueça, e a falha seria imperdoável, uma vez que Pimentel aborda uma das formas de arte neste seu artigo irrepreensível, quero deixar registrado meus cumprimentos às mulheres pelo Dia Internacional da Mulher.

    Não, longe de mim alertar que há uma promoção de sabão em pó em grande rede nacional de supermercados, e que deviam aproveitar (hehehehehehe), porém enaltecer a mulher que tem seus afazeres domésticos e precisa ser reconhecida, sim, mas também aquelas que buscam carreiras solo, mesmo casadas, as mães, as solteiras, viúvas, jovens, idosas - as mulheres que têm sido a razão pela qual a Humanidade AINDA EXISTE, haja vista ter sido a sua atuação como catalizadora de emoções, sentimentos e emoções, que mantém o ser humano em evolução.

    A lamentar e profundamente - a mim resgata sentimentos primitivos (alguém já disse isso) -, as agressões que são vítimas a cada cinco ou seis minutos no Brasil, a violência doméstica e fora do lar, a falta de reconhecimento muitas vezes da própria família quanto ao seu valor e VITAL necessidade nesta sociedade que a humilha e segrega!

    Meus 46 anos de casado é a maior homenagem que presto às mulheres na pessoa da minha esposa, tempo que comprova respeito, carinho, admiração, amor e, consequentemente, um clã unido, coeso, que reverencia as mulheres de forma consistente e permanente.

    Adoro as mulheres - claro, no bom sentido -, pois nasci de uma, que me deu sustento, educação, e me casei com outra, que me realizou como homem, pai e avô. Ora, como não ser agradecido e reverenciar este ser humano tão importante, simplesmente escolhida como MÃE DO FILHO DE DEUS??!!

    Assim, aqueles que as maltratam, agridem a face de Deus, socam-no, humilham-no, e os pecados se tornam mortais e imperdoáveis!

    De nada adianta a confissão pelo amor das mães, mas a esposa é feita de saco de pancadas, violência moral, física, sexual, de diminuir a sua presença diante dos filhos!

    Abracei longamente a Marli não pelo seu Dia, que são todos os do ano, mas porque está comigo, ao meu lado, com a sua força prodigiosa, vontade, determinação, exemplo de ser humano, uma mulher que desposei que, se foi Buda quem ajudou o Rocha a encontrar a sua mulher, Deus é o responsável por eu tê-la encontrado antes de outro homem, sendo a minha razão de viver e agradecer diariamente o bem que fez a mim, filhos e netos, amigos e centenas de alunos que contribuiu às suas formações como cidadãos, na profissão que exerceu por 29 anos como professora do Magistério Gaúcho, simplesmente uma das funções mais desprezadas pelos governantes deste país tão pessimamente administrado!

    Parabéns, mulheres.
    Muito obrigado.

    Um grande abraço a todas vocês.
    Muita saúde e paz, e que Deus as abençoe e proteja!


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    1. Meu amigo Fornalha ou Lareira.
      Obrigada por sua lembrança a nós, mulheres.
      Abração, Bendl.
      Ofelia

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  6. Marcio P.Rocha08/03/2017, 16:55

    Parabenizo você pelo texto e a cobertura fotográfica impecáveis mas Brennand só vendo pra crer

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    1. Moacir Pimentel08/03/2017, 19:25

      Márcio,
      Assino embaixo do São Tomé!

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  7. Olá Moacir,
    Nada como um sabichão apaixonado falando de outro apaixonante. Só podia dar nisto, um texto fantástico , interessante, muitíssimo bem escrito.
    E quem sai ganhando somos nós, pobres mortais.

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    1. Moacir Pimentel08/03/2017, 19:35

      Caríssima Donana,
      Sabe o que é engraçado? Se eu tivesse lido os Diários dele - foram lançados em dezembro - antes de ter escrito em agosto essa "franquia" os textos teriam sido bem melhores. Apesar de não versar sobre a obra os cadernos que ele escreveu desde 1949 lançam muita luz sobre ela. Brennand foi uma grata surpresa preto no branco.
      Obrigado pelas palavras tão boas e parabéns pelo dia de hoje.

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  8. 1) Caro Pimentel, através dos seus bons textos vou conhecendo o belo museu, castelo, jardins do artista Brennand, em Pernambuco.

    2)Percebi um pouco de Babilônia, um pouco de Catalunha no estilo e expressiva arte erótica.

    3) Me fez lembrar da Festa Anual do Falo, no Japão, uma tradição centenária de sacerdotes xintoístas.

    4)Pelos mais diversos motivos se pede bênçãos aos deuses do Erotismo e a multidão se faz presente com muita fé, desejos e fantasias...

    5) Imagino que todos aqui devem saber do fato, quem não conhece é só procurar na internet.

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    1. Moacir Pimentel09/03/2017, 07:52

      Vizinho,
      Digamos que há momentos beeeem Kanamara Matsuri na Oficina. Brennand repete todos os dias tudo aquilo que se reproduz é eterno e talvez as suas referências sejam mais ocidentais - os tintinnabuluns que tanto nos iluminam sobre a expressão "c@r@lho de asas"!
      Mas o certo é que os japoneses sabem das coisas: veja a foto erótica estupenda do Nobuyoshi-san inserida no contexto.
      Pelo que sei o culto ao erotismo,o cultivo dos jardins, a meditação, todos aqueles peixinhos honestos, a filosofia da perfeição, o amor à tradição e à tecnologia , a busca pelo sossego mesmo na enlouquecida Tóquio têm garantido aos japoneses o título de povo mais longevo e as menores taxas de obesidade e de doenças cardiovasculares do vasto mundo. Não é pouco (rsrs)
      Abração

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