Francisco
Bendl
O táxi me proporciona conhecer várias histórias de
caráter pessoal. Nem sempre estou disposto a ouvi-las. O cansaço, o estresse do
trânsito, muitas vezes são empecilhos que dificultam prestarmos atenção no
passageiro. No entanto, confesso que a maioria dos diálogos mantidos presto
atenção, ou para aprender ou ser gentil ou gostar do que estou ouvindo.
A maioria dessas narrativas é composta de relações
amorosas e, neste particular, a mulher comenta com mais ternura sobre seu
companheiro, diferente do homem que não é tão pródigo em adjetivos na sua
historia de amor.
Ouço também casos de sucesso econômico, realizações
nos estudos, doutorados, promoções no emprego, mas também me relatam episódios
constrangedores, de sofrimentos e algumas situações irremediáveis.
Ao me deparar com histórias tristes, de fracassos e
tragédias pessoais, me chama a atenção como a mulher se sobressai diante dessas
dificuldades, demonstrando capacidades extraordinárias de superação,
determinação, vontade e de amor puro, absoluto.
Os sentimentos a que me refiro são os de entrega e
devoção totais, sem esperar qualquer gesto de gratidão, sejam por meios de
palavras, abraço, carinho ou qualquer outro tipo de reconhecimento, portanto,
um amor sublime, verdadeiro, nobre, manifestações raras, mas existentes ainda
em pessoas especiais, desprendidas de si mesmas – a mulher, unicamente capaz de
produzir e ter essas condições!
Em uma dessas corridas conheci uma mulher que
representa essas características de ser humano dotado de extrema sensibilidade,
altruísta e bondade infinita.
Há vinte e cinco anos ela se dedica inteiramente ao
filho, em estado vegetativo. Um quarto de século em companhia e cuidados
especiais com aquela vida imóvel, em cima de uma cama. Cerca de dez mil dias
alimentando, limpando, dando banho, conduzindo para hospitais (várias vezes a
levei à Santa Casa, Mãe de Deus, São Lucas, tendo em vista o filho apresentar
refluxo gastroesofágico), trocando de roupas, velando pelo seu sono, enfim,
entregando a sua existência para esta pessoa necessitada, sabendo que ela não
tem cura, que será sempre dependente total de suas atenções.
Ela tem consciência que não pode faltar e nem falhar.
Em decorrência desta dedicação ao filho vive só, pois o pai não suportou esta
situação difícil, que também lhe exigiria grande parcela de sua vida em
cuidados para com seu próprio filho. Seria um preço muito elevado e sua
capacidade de amar deveria ser limitada, penso eu.
Lá se vão mais de trezentos meses que esta mulher tem
sido símbolo de amor, de devoção, de entrega. Ela não se queixa, não se
apieda de si mesma, não brada aos céus
sua revolta e indignação com a vida que tem, não renuncia ao trabalho árduo que
diuturnamente lhe requisita o máximo de suas forças físicas e controle de suas
emoções. E, quando a vejo, ela continua com a face serena, gestos calmos, a voz
é branda e consegue sorrir quando surge a ocasião.
Não encontro exemplo maior de amor incondicional,
irrestrito, como este. A vida desta mulher serve para mim como testemunho da
inesgotável fonte de doação que é próprio da mulher, quando abdicam de suas
existências pessoais em favor de outro ser humano.
Mas existem mais situações que também exigem grandes
resistências ao sofrimento – distantes, obviamente, da trágica condição de irreversibilidade
de algumas - e me vem à mente quando trafego em frente ao Presídio Central e
coincide com o horário de visitas.
Observo aquela fila enorme de pessoas portando sacolas
contendo alimentos, bebidas, roupas, cigarros, remédios, correspondências, e
constato que a maioria delas é de mulheres.
Estão lá as mães, irmãs, tias, namoradas, esposas,
madrinhas, vizinhas, filhas, as avós que conseguem superar suas idades
avançadas para levarem aos presos o seu carinho, apoio, afeto e,
principalmente, o perdão a esses homens privados da liberdade como punição pelo
que fizeram à sociedade e vejo poucos homens na fila, meia dúzia, se muito.
Demonstrações incontestáveis onde novamente são as mulheres que suportam o
sofrimento com estoicismo, denodo e amor com muito mais galhardia e coragem que
nós, os homens, o tal sexo forte.
Modestamente, na minha perspectiva, coloco no mesmo
patamar do calvário vivido por essas mulheres a mãe com seu filho dependente
químico e as agruras e aflições que vivem, em conseqüência do comportamento
alterado que este doente apresenta em certos momentos, culminando,
circunstancialmente, em grandes tragédias veiculadas nos jornais.
São essas mulheres especiais, notadamente as mães, os
exemplos vivos de sentimentos que os homens não entendem, não conseguem
dimensionar, e que estão à frente desses acontecimentos que exigem
solidariedade, conforto e compreensão para quem deles tanto precisam. Sempre as
mulheres, as benditas mulheres. Mas nem sempre foi assim, pois me vem à
lembrança, oportunamente, o castigo que Deus as infligiu quando a Eva, induzida
pelo demônio, come o fruto proibido desobedecendo a Ele e levando a Adão
cometer o mesmo erro.
Conforme diz a Bíblia, o Todo Poderoso condenou o
homem a ganhar o pão com o suor do seu rosto e a mulher a parir com dor.
Não houve a segunda chance.
Deus foi implacável e os expulsou do Paraíso.
Mas a historia da religião se mistura à história da
mulher, pois mais tarde, este mesmo Deus que a punira impiedosamente no passado
iria precisar dela e de seus préstimos e, justamente, para ser a mãe de seu
filho.
Orgulhoso ou talvez um pouco envergonhado, sequer esteve
com ela pessoalmente, enviando-lhe o arcanjo Gabriel com suas determinações.
Ora, se a mulher tivesse o espírito masculino certamente
ela teria aproveitado a ocasião para negociar com Deus, discutir o castigo
imposto para que a libertasse das dores do parto.
Ela não fez isso.
Consciente no seu papel na história não só sentiu as
dores do parto como sofreu terrivelmente com o caminho que seu filho iria
trilhar.
Sem reclamações, indignações, arrependimentos ou
revoltas, mas paciente e resoluta quanto ao amor que precisaria ter com relação
aos acontecimentos que iriam lhe envolver em seguida.
Do homem que foi seu esposo, José, sabe-se pouco a seu
respeito.
Mas Deus é masculino. Seus critérios de justiça e
sentimentos para com os humanos são discutíveis em meu juízo, respeitosamente,
afinal o Todo Poderoso quase aniquilou com a humanidade em algumas ocasiões,
como no Dilúvio e Sodoma e Gomorra. Sem querer ser herege, conta a história do
desentendimento celestial entre Deus e Lúcifer – este último tendo se rebelado
contra a vontade divina -, que o seu anjo mais resplandecente fora condenado a
ser o senhor das trevas, no diabo, sendo o seu destino habitar este planeta.
Um mistério, entretanto, permanece: não sabemos se foi
uma função que Deus determinou ao amaldiçoado ou foi opção do próprio demônio
que, os homens e as mulheres, seriam permanentemente tentados a se desviarem do
caminho da salvação por ele, em razão exatamente da liberdade que o belzebu
iria desfrutar e poder de influência que lhe seria característico sobre a
humanidade.
Não temos conhecimento se foi ordem de Deus para o
diabo agir dessa forma ou foi esperteza demoníaca nos atazanar a vida. A
verdade é que Deus poderia ter resolvido o problema com satanás desde o início,
bastava que tivesse vontade de exterminar o desobediente ou mandá-lo para outro
lugar no universo, menos a Terra, mas Ele não agiu desta forma. Não só a vida
do capeta foi poupada (por muito menos o Senhor dos Exércitos dizimava milhares
de humanos) como foi permitido que este ente impuro tentasse até mesmo a vida
do Filho de Deus no deserto por quarenta dias e noites.
Um dado curioso, entretanto, a figura divina de Deus é
masculina, assim como a do diabo. Não existe o gênero feminino simbolizando
diretamente o mal, não há a “diaba” ou a “demônia”. Todavia, tanto o bem quanto
o mal são simbolizados como figuras masculinas, isto é, se por um lado o amor
divino que Ele tem por nós acarreta algumas contradições e dúvidas, o mal é
absoluto, sádico, covarde e – o que é infinitamente pior – permitido!
Razão pela qual ao nos criar – a meu ver – Deus foi
injusto, pois utilizou dois pesos e duas medidas. Ora, enquanto Lúcifer tinha
sido criado no céu e desceu para este planeta depois de errar contra Ele, nós,
humanos, Deus já nos criou na Terra e só subimos ao céu se não errarmos e com
toda a pressão e invencionice do safado a nos dificultar o objetivo. Deus
simplesmente nos deixou convivendo com o satanás nos seus próprios domínios e
sujeitos às tentações e influências do maligno!
Certamente deveria ter sido diferente o local da nossa
criação, deveria ser no céu, livre do satanás e seus poderes maléficos (se
alguém apressadamente disser que o Paraíso era o melhor lugar feito por Deus
para nós, lembro que o demônio já o habitava, tendo sido no Éden que a pobre da
Eva foi enganada pelo belzebu que se travestira de cobra). Lá em cima
avaliaríamos muito melhor a situação do diabo e, diante desta ameaça permanente
de eterna danação, dificilmente, no céu, iríamos pecar, ainda mais ao lado do
Senhor a nos orientar quando necessário.
Mas não foi desta maneira que surgimos à vida.
Fomos feitos na Terra onde já habitava o demônio, um
ser detestável, o mal personificado, mas, surpreendentemente, com liberdade de
ação e propósitos para prejudicar a obra mais recente de Deus e colocada no
Paraíso por Ele, o casal de humanos. Insinuar-se para a coitada da mulher em forma
de serpente para enfeitiçá-la não foi complicado – aliás, não consigo entender
esses poderes concedidos ao satanás, inclusive de se transformar no que quiser.
Deveríamos ter esta mesma condição para enfrentá-lo, no mínimo, ou seja, cada
vez que ele se apresentasse do jeito que imaginasse poderíamos também alterar a
nossa aparência ou, investidos de autoridade na defesa da criação divina,
repeli-lo com força e determinação sempre que necessário.
Quem dera que portássemos as mesmas armas do demônio,
claro que eficientes somente para enfrentá-lo, inócuas contra nós mesmos, o
resto já sabemos com relação ao nosso castigo como homens e à desafortunada
Eva.
Pobre mulher.
Naquele momento crucial ao ser expulsa do Paraíso,
humilhada e envergonhada, Deus talvez não tenha se dado conta o suficiente da
importância que a mulher teria para os seus planos no futuro, haja vista que
ela seria simplesmente o agente que Lhe possibilitaria materializar o Espírito
Divino em homem, uma parte Sua virada em matéria, e que Ele havia condenado
inapelavelmente a parir com dor.
Sem maiores análises de Deus quanto à punição que dera
à mulher quanto a ser exagerado ou até mesmo desnecessário – afinal de contas o
mentor intelectual do destino da Eva tinha sido o satanás que também provocou
que a cobra pagasse o pato que fora inescrupulosamente usada por ele com
explícita má intenção, o dissimulado e perverso ser das trevas não foi punido,
sequer admoestado -, me permito imaginar se a humanidade tivesse sido elaborada
na mente de uma Deusa, não por um Deus masculino.
Se os livros religiosos narrassem sobre uma figura de
mulher como Toda Poderosa, absoluta. Indubitavelmente Ela teria agido diferente
neste episódio sobre a história da criação humana.
Em princípio, a Deusa não teria feito o homem do
barro, mas de um material mais valioso, mais durável, mais prático, menos
susceptível a mudanças de comportamento; depois não iria aproveitar parte deste
resultado para criar a mulher. Naturalmente seria um composto mais maleável conforme
o clima, mais precioso, mais elegante, um modelo exclusivo e de acordo à
importância que a mulher teria em dar seguimento à criação.
Indiscutivelmente a Deusa nos teria dado vida no céu,
sob sua permanente proteção e carinho, embaixo de suas imensas e impermeáveis
saias e cores da moda. O filho que não a obedecesse, que errasse novamente,
mais uma vez não agisse de forma correta, quem sabe levasse uma palmada ou não
comeria sobremesa ou deixasse de ver o futebol na TV, haja vista que sua
interminável paciência e imensurável compreensão jamais iriam aplicar a punição
de descermos à Terra para viver com o
demônio.
Jamais.
E ai dele, do capeta, se ele se metesse à besta com um
dos seus filhos. Seria esmagado sem dó nem piedade por Ela, a Deusa, a Mãe de
todos!
Indiscutivelmente que a humanidade seria melhor, pois
resguardada do mal desde o início, amada a partir de sua criação e não jogada à
própria sorte e ameaças de fogo eterno e castigos horríveis ou de retornos
intermináveis a novas vidas como aprendizagem ou desenvolvimento espiritual se
não obedecer, servir e amar ao seu Deus (?!), nosso futuro seria mais
esperançoso, nossas vidas teriam mais sentido, os sofrimentos infinitamente
menores, afinal já estaríamos vivendo no céu, era somente uma questão de nos
adaptarmos ao ambiente.
No entanto, a história do nosso surgimento é trágica e
nossos líderes religiosos afirmam que nosso futuro será a maioria da humanidade
sendo consumida pelo fogo eterno.
Independente dessas previsões nada satisfatórias, os
homens continuam a causar guerras, chacinas, preconceitos, diferenças,
misérias, desesperos.
Nós, do gênero masculino, maltratamos as mulheres, não
as respeitamos; nós as humilhamos e fazemos com que sofram.
A mulher supostamente amada foi conquista obtida, a
presa abatida, o troféu ganho como prêmio; a mulher é para servir, lavar,
passar, cozinhar, dar o seu ombro para o filho chorar – muitas vezes até para o
marmanjo do marido – e seu regaço para que se aconchegue; ao filho varão, como
cultura machista, a liberalidade; à filha, a obrigação do recato, pureza e trabalho no lombo.
Para onde iremos com este pensar e agir?
Uma expressão me incomoda há algum tempo, não me
agrada e é de extremo mau gosto, quando diz que “ser mãe é padecer no Paraíso”.
Por favor, historicamente foi lá que a mulher foi punida, por mais paradoxal
que seja, e ser mãe significa o
limite estipulado para o próprio Deus, o
que Ele não pode ser, a sua dependência perante sua própria criação. O
poder da mulher reside fora dos limites de Deus, pois este poder ultrapassa a
capacidade de geração divina, e Seu Filho Jesus é o exemplo.
Quando transporto mulheres no táxi estou conduzindo
seres superiores indubitavelmente.
São entes mágicos dotados de amor infinito.
Pequenas vidas diante da grandeza do universo, mas que
o Todo Poderoso precisou delas para poder concretizar seu plano maior para com
a humanidade.
Pessoas, enfim, que dão à luz diariamente a deuses,
pois são assim que as mulheres entendem e tratam suas crias: pequenos deuses
peraltas.
Como são fantásticas essas mulheres, afirmo convicto,
pois sou casado há quarenta anos e, assim mesmo, minha esposa me espanta e
surpreende diariamente pelo modo de interpretar a vida, os desígnios divinos e
a nos compreender. Nós, homens, que continuemos a nos iludir facilmente com
nossos falsos poderes, sentimentos limitados e pobreza de espírito.
Minhas reverências às mulheres, fontes inesgotáveis de
amor e perdão – Mãe de Deus! –
minhas passageiras adoráveis e conhecedoras do segredo da verdadeira história
do homem.
Chico, esta crônica é uma bela história de amor pelas mulheres em geral e pela sua em particular. Continue a nos brindar com o seu coração e a sua sensibilidade.
ResponderExcluirCaro Wilson.
ExcluirNão sei se foi a minha sensibilidade ou constatação ou juntas essas condições, de entender a mulher com mais carinho, afeto, consideração, amor e respeito!
A minha esposa já havia me ensinado sobre como conviver com uma mulher por 46 anos de casamento, mas as minhas netas colaboraram decisivamente para que eu compreenda a mulher no seu apogeu, na sua força indescritível, na sua personalidade incomparável!
Grato pelo comentário, meu amigo Wilson.
Um forte abraço.
Saúde e Paz!
A boa crônica do Bendl me fez lembrar de correntes teológicas modernas, contemporâneas e pós-modernas que afirmam Deus tb ser mulher e assim, já assisti uma cerimônia em que a pastora começava a oração assim: "Pai Nosso que estais nos céus, Mãe Nossa que estais nos céus ...", falando nisso, recomendo para quem quiser se aprofundar no tema, o "Dicionário de Teologia Feminista", 582 págs, editora Vozes, onde fala das várias correntes feministas, inclusive a Teologia Womanista: "uma womanista é uma mulher que ama outras mulheres, sexualmente ou não".
ResponderExcluirMeu caro amigo e professor Rocha,
ExcluirObrigado pelo comentário e informação, que as correntes teológicas modernas afirmam Deus ser também mulher!
Ora, o exemplo mais elementar deste sinônimo de Deus está na palavra Natureza, superior a todos, imune às religiões, políticas, causas sociais e diferenças entre seres humanos.
Certamente ainda temos muito de aprender com essas questões metafísicas, mas daríamos um grande passo a este esclarecimento se o homem tivesse a consciência de tratar muito melhor a mulher que está ao seu lado, de respeitá-la, pelo menos.
Um forte abraço, Rocha.
Saúde e Paz!
Caro Bendl,
ResponderExcluirA tal da superioridade masculina é uma falsificação da história natural e social.E a inferioridade das mulheres é apenas o produto de um sistema social que produziu e promoveu inúmeras outras desigualdades, inferioridades, discriminações e degradações. Ou seja, roubaram das mulheres - por milhares de anos - o seu direito de participar das funções superiores da sociedade e, como se não bastasse , enfatizaram nela as funções da maternidade.
E este roubo foi perpetrado - creio que a partir da Idade dos Metais - através de um duplo mito . De um lado, a maternidade passou a representada como uma aflição biológica e, paralelamente, foi representada como sendo algo quase místico. Para consolar as mulheres de sua condição de cidadãs de segunda classe, as mães passaram a ser santificadas e abençoadas com instintos, sentimentos e conhecimentos especiais para sempre além da compreensão dos homens. Santidade e degradação foram simplesmente dois lados da mesma moeda perversa.
Mas nem sempre foi assim. Nas cavernas a maternidade , longe de ser uma aflição ou um crachá de inferioridade, foi considerada como um grande dom natural. A maternidade investiu mulheres com poder e prestígio - e havia muito boas razões para isso. A primeira deusa representada em argila foi a Mãe Terra. Provam essa teoria as centenas de esculturas como a Venus de Willendorf, por exemplo, cuja corpulência representa um elevado status social numa sociedade caçadora/coletora , além de uma óbvia referência à fertilidade.
Em vez de um castigo de Deus, a maternidade linkava as mulheres com a Deusa , e há vários desenhos da genitália feminina - o famoso V - gravado em pedras ancestrais . A Mãe Natureza muito honrara um dos sexos apenas com os órgãos e funções da maternidade. E essa dotação biológica foi a ponte natural para a humanidade, a origem dos sentimentos e instituições.
Foi decisivo para a espécie humana o fato de que a maternidade conduziu ao trabalho.Foram as mães quem primeiro trabalharam, e por isso mesmo abriram caminho para a humanidade. Enquanto os caras caçavam , longe das cavernas, foram as mães que se tornaram coletoras e, logo, peritas na cura através das plantas e nas conversas com os espíritos , além de artesãs e cozinheiras.Foram as mulheres as inventoras da agricultura e foram elas que domesticaram os animais e daí surgiram os rebanhos. Eram elas as líderes na vida científica, intelectual e cultural. E elas se tornaram tudo isso justamente porque eram as mães.Era poder demais.E os homens tomaram as providências acabando com a sociedade matriarcal.
Portanto , foram as mulheres que empurraram a humanidade para a frente e para fora do reino animal.Sua dotação biológica foi a ponte natural para a humanidade, a origem dos sentimentos e instituições. Como os primeiros passos são os mais difíceis de dar, só podemos considerar o trabalho e contribuição social das mulheres como decisivos. Elas tornaram - enquanto pariam e cuidavam dos filhos - a civilização possível.
Por isso e por muito mais e porque sem as nossas mulheres não seríamos nada , LOUVO a sua ode apaixonada às mulheres.
Abração
Pimentel,
ExcluirObrigado pelo comentário, que muito me honra e alegra.
Agradeço por ter sido compreendida esta crônica onde elogio as mulheres, inegavelmente seres superiores e responsáveis pela humanidade ainda existir!
Um forte abraço.
Saúde e paz!