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05/07/2016

Quando eu me tornar Deus

Hoje o Antonio, que é budista,  nos revela uma sua aspiração:



Buda atacado pelos demônios (pintura Thangka)









             

                                                  Antonio Rocha (**)


Quando eu me tornar Deus,
Certamente daqui a alguns bilhões de anos-luz
Vou receber do Senhor Buddha Primordial,
O Deus Rei Sol
Um pedaço de espaço no Vazio Cósmico
De preferência, um pedação.
Vou acabar com o sofrimento
E essa história de dor.

É muito chato,
Para dizer o mínimo
Ficar enfermiço:
Doente aqui
Sofre ali
Doi isso.

E para não doer tanto
Desde já, aqui na Terra
Aproveite e vá doando
Se desapegando
Que é o melhor caminho da
Felicidade.

Mas voltemos ao meu universo.
Quando eu me tornar Deus
Criador do meu Cosmos
Doença não vai ter
Só perceber que o
Importante é Ser.

E quando tiver que morrer
Que todo mundo
Morre mesmo um dia
Vai ser tipo uma luzinha
Que se apaga, pronto
Apagou, apagado.

Vai haver Reencarnação
Renascimento, Ressurreição
Iluminação, Comunhão,
Integração e outras mais...
É só trocar a bateria
E recomeçar
No outro dia.

(*) De acordo com o Budismo, um belo dia, não importa quando, todos seremos Budas, Iluminados, Deuses, Criadores. Pode ser neste planeta Terra ou em outros mundos, outras galáxias, outras dimensões visíveis ou invisíveis...
(**) Caro leitor (a), vez por outra cometo poesias, sou um aprendiz. Agradeço ao Blog do Mano a paciência em publicar-me ...

- Na Bíblia temos versículos parecidos:

- "Eu disse: vós sois deuses, e todos vós Filhos do Altíssimo" (Salmo 82:6)
- "Replicou-lhes Jesus: Não está escrito na vossa Lei: Eu disse que vós sois deuses ?” (João 10:34)

- Com todo o respeito aos que discordarem da interpretação que faço aos textos citados.

2 comentários:

  1. Francisco Bendl06/07/2016, 08:27

    Caro professor Rocha,
    Texto enternecedor, sensível, magistral!
    Confesso que jamais me passou a ideia de eu um dia me tornar Deus, jamais!
    Mas a leitura desta teu artigo me deu uma esperança, vaga, muito distante, mas uma esperança, ora.
    Só não me cobrem o que eu faria no lugar do atual Dono do Cargo, Deste que nos criou porque eu não tenho respostas ainda, pois recém estou admitindo uma possibilidade até então inédita.
    No entanto, de algo tenho certeza:
    Haja inteligência e poder para construir este Universo ou milhares iguais a este, conforme pensamentos de cientistas modernos, dando-nos a entender mais facilmente a expressão de Cristo ao nos dizer que, na verdade, no seu Reino havia várias moradas.
    Parabéns, Rocha, pelo artigo fantástico, e obrigado por pela viagem que faço mentalmente quanto a ser regente deste Universo um dia.
    Agora, o que devo fazer para merecer esta indescritível honra e incumbência?!
    Um forte abraço.
    Saúde e Paz!

    ResponderExcluir
  2. Moacir Pimentel06/07/2016, 12:42

    Antônio,

    O seu poema é uma oração. Parabéns! Morro de inveja boa de quem sabe rezar,coisa que ainda não aprendi e que, quando tento, me deixa cheio de dedos.Gosto de ver gente rezando.

    Assim....

    https://www.youtube.com/watch?v=vGULBQtGwQw

    Sabe? Nossa mãe nos apresentou a esse Adágio em G menor como sendo do Albinoni. Aí nosso pai acabou com o parentesco,nos explicando que, em vez, fora um tal de Remo Giazotto, quem escrevera o Adágio, após a descoberta de um fragmento manuscrito do barroco Tomaso Albinoni. Giazotto era um crítico musical e compositor e foi biográfo tanto de Albinoni quanto de Vivaldi,e então não é surpreendente que ele tenha encontrado parte de uma sonata de Albinoni. Após transcrever o fragmento que encontrou na Biblioteca de Dresden, ele usou apenas uma das linhas para criar a sua própria composição.
    Lembro que nossa mãe não prestou lá muito atenção à árvore genealógica da peça, que , para ela era "uma oração".E oração precisa de sobrenome?
    Eu concordo com o budismo, com o Livro, com seus versos.Dia destes conversando com o nosso editor sobre chineses e traduções,disse-lhe mesmo que a minha difusa percepção
    da consciência,fazia-me acreditar que um dia - "não importa quando nem onde",como você afirma - a empatia oriunda do nervo emergente da mente humana,no ápice evolutivo da nossa espécie, será cognição, percepção, racionalidade pura, e nos levará de volta para um altruísta e cooperativo estado amoroso pretérito, a um estado de graça, a uma consciência empática instintiva de tudo.
    E então - quem sabe? - retornaremos à nossa espontaneidade natural,à tal fusão paradoxal,ao nirvana,ao moksha ou ao Paraíso Perdido do grande Milton.
    Tanto faz.
    Abraço

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