-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------

24/02/2017

O Outro Cérebro


fotografia por John A Beal, PhD Dep't. of Cellular Biology & Anatomy, LSU, Wikimedia Commons




Antonio Rocha

Me perdoem o tema de hoje, mas ele é fundamental em nossas vidas.
Certa feita eu trabalhava em uma agencia de notícias e fui designado para fazer matéria sobre um show de música que estava fazendo sucesso no Teatro João Caetano, Praça Tiradentes, Rio de Janeiro.
Autorizado, fiquei atrás do palco, por trás das cortinas e observei, quando um cantor ou cantora ia entrar em cena, alguns falavam “Merda pra você!”.
Era uma exclamação de boa sorte que a classe artística usa, há décadas. Eu já havia lido sobre isso, portanto não estranhei.
Tempos depois foi publicado o ótimo livro “O Segundo Cérebro”, do médico Dr. Michel D. Gershon, editora Campus. Trata dos intestinos que tem ligação com o nosso cérebro.
Não sei qual é a origem da citada expressão teatral. Mas como é antiga, deduzo que a sabedoria popular já desconfiava de algo. As multimilenares medicinas chinesa e ayurvédica (da Índia) já citavam o tema.
Então eu fui fazer um retiro espiritual com um pessoal da Unibiótica, uma corrente que vem da Coréia. O livro e o assunto em questão estavam na pauta.
Aprendi que nós pensamos também com os intestinos. Olhando as ilustrações de um cérebro, podemos ver que ele se parece um pouco com os intestinos. Aliás, antigamente, quando uma pessoa cometia muitos erros, popularmente se dizia: “Fulano(a) parece que tem merda na cabeça”.
Fiquei sabendo: quando uma pessoa está muito irritada, nervosa, estressada, ela pode estar com problemas de prisão de ventre e polidamente você pode ajudar perguntando: “Já fez o nº 2 hoje?”
Sim porque após “visitar a casinha” como se falava no passado a pessoa fica mais calma. É que o banheiro ficava fora da casa principal e era uma “casinha”.
E é por isso que a Língua Portuguesa explica, quando alguém está muito brabo, ela está “enfezada”... está cheia de fezes, está entre fezes. Recomenda-se então uma visita ao vaso sanitário e tudo fica mais calmo.
Depois foi publicado mais um livro no setor “O Cérebro Desconhecido”, editora Objetiva, autoria de Dr. Helion Povoa, conceituado brasileiro que foi professor em Harvard.
E hoje, nas livrarias, tem vários livros falando do assunto. É só procurar na internet.
Cito ainda “A Doença como Símbolo”, do médico alemão Dr. Rudiger Dahlke, editora Cultrix. Obra que tem como subtítulo: “Pequena Enciclopédia de Psicossomática – Sintomas, significado, tratamentos e remissão”. Aborda quatrocentas enfermidades e cerca de mil sintomas.
Vejamos o que ele diz sobre os Intestinos: “sistema labiríntico do corpo para a transformação de impressões materiais (em contraste com o labirinto cerebral da caixa craniana que transforma as impressões imateriais)”.
Dahlke também afirma que, simbolicamente, “excremento” tem ligação com “dinheiro”.
Resumo da Ópera: Na próxima discórdia com gritos, violências e afins, pode ser que o agressor esteja com problemas de intestinos presos.
A terapeuta norte-americana Louise L. Hay que já vendeu mais de dez milhões de livros, em sua obra “Cure seu Corpo”, editora Best Seller, informa que problemas na área que estamos escrevendo pode ser “medo, preocupação, recusa em largar velhas ideias, avareza, apegos”.
São causas prováveis e a pessoa deve fazer uma auto-análise. Procurar um médico e seguir muitas dicas que ela ensina.



14 comentários:

  1. 1) Boa ilustração Mano !

    2)Freud, o "Pai da Psicanálise" afirma que fezes lembra dinheiro, logo:

    3)Qdo um artista deseja ao outro "Boa sorte", declara = "Merda pra vc".

    4) Deste modo, se vcs me mandarem à merda... irei interpretar como os melhores votos de muitas felicidades.

    5)Grato !

    ResponderExcluir
  2. Moacir Pimentel24/02/2017, 10:09

    Antônio,
    Legal a "tradução" para enfezado, jamais tinha pensado nisso antes.Quanto ao cérebro humano : um mistério! Quanto à essa tradição de "merda" no teatro ela tem variadas explicações e versões dentre as quais a que me parece mais provável é a dos cavalos. Explico: nas ruas de antigamente o que não faltava era o produto providenciado pelos animais que então serviam de transporte. Ou seja, era praticamente impossível, nos tempos do Bardo por exemplo, se andar pelas ruas a caminho do teatro sem pisar literalmente na merda. E então quanto mais intenso fosse o cheiro de merda no teatro, mais sapatos sujos de merda, maior a plateia e o sucesso!
    Mas talvez essa coisa de dizer o contrário do que se deseja, venha de mais lá atrás ainda, dos chineses que acreditavam que os deuses têm inveja da boa sorte dos mortais. Daí, quando a colheita de arroz era estupenda , os ling-lings colhiam tudo , ensacam os grãos de grande qualidade e os guardavam nos silos. Porém compravam um saco do arroz mais bichado possível e o levavam para o jardim, a céu aberto. Rasgavam as roupas, choravam , jogavam os grãos pelo chão em desespero, mostravam aos deuses as mãos cheias de arroz imprestável e gritavam:
    Arroz ruim, arroz ruim!
    E os deuses acreditavam e os deixavam em paz.
    Portanto e sem meter o pé na jaca, tenha um Carnaval "de merda".
    Abraço

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. 1)Pimentel: Gratidão amigo pelos votos carnavalescos !

      2) Nas minhas pesquisas linguísticas descobri que a palavra "Merdeka" em indonésio significa "Liberdade" ... faz sentido, libertar-se dos intestinos presos.

      3)A tradição Unibiótica diz que o Budismo Coreano informa:temos "Dois Caminhos do Meio" ... importantíssimos ...

      4) Abração !

      Excluir
  3. Conheci e entrevistei o Dr. Helion Póvoa (em Botafogo?), irmão do endocrinologista Luis Cesar Póvoa. Mas nós tratamos de medicina ortomolecular. Ele me disse, na época, que eu estava muito bem, mas, se quisesse me manter assim como estava eu deveria tomar as doses maciças de vitaminas que ele queria me receitar.

    Lembro de que ele queria enviar, acho que meu cabelo, para os EUA. Eu não quis fazer nada, mas gostei muito dos dois irmãos, que não trabalhavam juntos.

    Quem falava muito em enfezada, e dissertava sobre fezes, era a maravilhosa atriz Cassia Kis (agora com um S só, se ainda for). Também não sei se tem o último nome, Magro, do seu último marido e psicanalista.

    Cassia fazia uma dieta que esqueci o nome. Era linda quando mais moça. Acho que essa tal dieta roubou-lhe o viço do rosto.

    Mas atriz ela é de dar com o pau.

    PS: E MOACIR, adorei a história da MERDA. Parece bem plausível. Interessante, pelo menos, é. E muito. A do arroz bichado também é a glória da vida. Não se brinca com os deuses.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. 1) Querida Ofélia, esse mundo é muito pequeno: Os irmãos Póvoa, já falecidos, eram primos da Heloisa e o Hélion era tb padrinho dela.

      2) Uma vez que eu comia doce demais, falei com ele que estava preocupado. Ele fez o teste com o meu cabelo... e o que estava faltando no meu organismo era magnésio...

      3) A Kássia Kiss, quando jovem, morou aqui em Santa Teresa, em um condomínio chamado Equitativa, portanto, éramos "vizinhos".

      4) Concordo com vc, a meu ver, a dieta dela foi muito radical.

      5)Beijos de carnaval !

      Excluir
    2. Pois é, Antonio,
      o mundo é bem menor do que imaginamos.
      Dr. Luís (acho que era com Z, pela idade) Cesar Póvoa foi o primeiro médico a examinar minha tireoide (trabalhava ainda no Jardim Botânico). E o primeiro a me indicar o laboratório Sérgio Franco, que nascia ali em Botafogo. Um cavalheiro de primeira, do tamanho dele, que era bem forte... e diabético. Eu me lembro que ele se tratava com um endócrino da Sorocaba, muito bom também. O nome foi embora. Fugiu.

      Com Dr. Helion não me consultei, embora ele quisesse me receitar o milagre da medicina ortomolecular. Outro médico gente fina, Heloísa está de parabéns.

      Quanto à Cassia, o namorado de uma colega me dizia que ela era mesmo braba. E foi, quando ela saiu na capa da revista que eu editava. Era a foto dela na novela. Mas ficou tudo bem.

      Também me disseram que essa brabeira dela era distúrbio bipolar, nada a ver com fezes.

      Seja o que for, Antonio, eu admiro muito o trabalho dela como atriz. O resto é o resto.

      Evoé! Feliz Carnaval pra vocês.
      Ofelia

      Excluir
  4. Olá Antônio,
    Depois de tanta merda só me falta perguntar se você conhece a historinha das partes do corpo disputando quem seria o chefe?
    Mandei uma vez (anônimamente, é claro) para um chefe do Mano que o tinha demitido, e quase me lasquei toda quando contei para o Mano que tinha sido eu.
    Coisas da vida. Ri muito e não me arrependi.
    Até mais.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. 1) Oi Ana, veja como essa abordagem muda qualquer briga:

      2)"Veja todos os lugares como se fossem o Nirvana. Olhe para todos os seres vivos como se fossem Budas. Ouça todas as palavras como se fossem mantras" (Buda).

      3)Acabavam-se as discórdias e sofrimentos ...

      4) Não conheço a historinha, mas deduzi...

      Excluir
  5. Eu sei, Ana. O chefe é o rabo, pra não dizer a outra palavra. Se ele trancar a saída qualquer um se ferra.
    Soube dessa história ao entrevistar um dos filhos do proctologista já falecido Aloísio Carvalho (o pai, o filho é vivo), no Jardim Botânico.

    A gente aprende cada uma...

    ResponderExcluir
  6. Francisco Bendl25/02/2017, 07:15

    Prezado Rocha,

    Artigo interessante, cuja comprovação efetiva de produção industrial de excrementos e, em larga escala, temos nossos homens de merda, os parlamentares, cujas atividades são exclusivamente estas (NÃO ME CENSURA, WILSON, POIS ESTOU DE ACORDO COM O ARTIGO DO NOSSO AMIGO ROCHA SOBRE O OUTRO CÉREBRO, e como nossos políticos pensam diferente da maioria absoluta dos seres humanos considerados normais, e pela quantidade de cagadas que fazem durante o dia, rendo-me às evidências de que o outro cérebro se trata mesmo dos intestinos)!

    Aliás, neste aspecto, poderia haver uma escala a respeito daqueles que produzem muito excremento, pois houve uma reportagem recentemente no Japão que, o cientista Mitsuyuki Ikeda, desenvolveu um método de transformar produtos derivados de dejetos humanos em ... carne artificial!

    O “alimento”, que é produzido em laboratório, poderia ser menos calórico, e é composto de 63% em proteína, 25% de carboidrato, 3% de lipídios e 9% de minerais.

    Imagino como seria esta “invenção” se comercializada, e o organograma da empresa (bom, como modelo absolutamente adequado e pertinente de produção maciça, o Congresso Nacional seria o exemplo, e mediante uma propina aqui e outra acolá, nossos parlamentares aumentariam a produção de excrementos em quantidade jamais vista, e de todas as formas possíveis)!

    Rocha, este segundo cérebro indiscutivelmente seria o gerente de merda, poupando o primeiro de exercer as funções do anterior e, desta forma, quem sabe não agiríamos melhor e com mais cuidados sobre esses atos levados adiante!

    Um forte abraço, Rocha.
    Saúde – por motivos óbvios – e paz!

    ResponderExcluir
  7. Wilson Baptista Junior25/02/2017, 10:22

    Chicão, Chicão, desta vez passa, mas é a última vez!
    Na próxima vez em que falares sobre política, passo a solingen no teu comentário sim, não interessando quão bem escrito ou pertinente seja, bagual dissidente, como te chamariam aí pelos teus pagos :)
    Um abraço do Mano

    ResponderExcluir
  8. 1) Chicão, teu nome rima com Coração.

    2) Perdoe amigo, quem somos nós para mudar o mundo?

    3)Muda-se o social, apenas pelo voto.

    4) Disse Jesus: "Não julgueis para que não sejais julgados, pois com o critério com que medirdes, vos medirão também".

    5) Abração !

    ResponderExcluir
  9. Francisco Bendl, dissidente,
    Cuidado! Estou contigo e não abro. Corro mais risco que você, afinal, estou muito perto do redator. Por isso, não me provoque nos comentários.
    Paz!

    ResponderExcluir
  10. Francisco Bendl25/02/2017, 14:38

    Querida Aninha,

    Tu tá vendo, tu tá vendo como somos tratados?!

    Temos de mudar o apelido do Wilson, teu marido, que deverá deixar de ser "Mano" para MORDAÇA!

    hehehehehehehehehehehehehehehehehehehehe!

    Vamos e convenhamos, por mais que a gente tente evitar entrar no assunto, vira e mexe e ei-lo presente.

    Agradeço, Wilson, a tua compreensão, ao mesmo tempo que peço desculpas por dilatares os limites que impuseste ao blog, mas eles são feitos exatamente para serem transpostos, se não aonde estaria a graça?!

    Aninha, não me abandones. Nossa dissidência aos poucos se tornará histórica, e derrubaremos o muro da incompreensão, da intolerância, do despotismo!

    Mas bah!

    Um abraço ao casal que tanto estimo e admiro.
    Muita saúde e paz.

    ResponderExcluir

Para comentar, por favor escolha a opção "Nome / URL" e entre com seu nome.
A URL pode ser deixada em branco.
Comentários anônimos não serão exibidos.