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03/02/2017

Sonata a Uno Palo (Allegro con Amore)

 Antonio Canova - Paulina Buonaparte, principessa Borghese (imagem Domingos Ferreira)

Domingos Ferreira 
A recepção oferecida pelo comandante militar da região à força naval visitante, brasileira e americana, começara a ficar animada. Após várias rodadas de uísque doze anos, tequila e rum, acompanhadas por um magro serviço de canapés, o álcool destravara as línguas e o burburinho evoluíra para um vozerio alto e gargalhadas nada protocolares. Havia uma nítida predominância do espanhol caribenho, secundado pelo portunhol dos oficiais brasileiros e o inglês dos americanos, em minoria, mas dominantes. Afinal de contas, a doutrina e o equipamento eram deles, e os corações e mentes estavam sob controle. O ar condicionado do grande salão dava sinais de derrota frente ao calor tropical e à grande animação dos participantes.
Como ocorre nesses coquetéis, puramente masculinos, formaram-se várias rodas onde se falava desde a operação conjunta das Marinhas, até futebol, mulheres e o que visitar na cidade. O general, chefe de gabinete do anfitrião, capitaneava um dos grupos mais barulhentos. Era um homenzarrão cuja voz fazia justiça a seu tamanho. A figura se completava com um uniforme chamativo e gesticulação teatral, que o ajudavam a exigir atenção. E ele gostava disso.
Alberto, comandante de um dos navios brasileiros, fazia parte dos ouvintes do general Contreras, discorrendo entusiasmado sobre a pesca de marlins nas águas azuis, em frente às belas praias de seu país. Ele acabara de fisgar um desses peixes, enorme, lutador, incansável, valente... A audiência ouvia em silêncio obsequioso enquanto o narrador trazia o peixão para perto da lancha de seu amigo milionário, com muito cuidado para não arrebentar  a linha. No último instante, anterior ao clímax da estória, Alberto, na quinta dose de uísque e querendo agradar, interrompeu o general com uma pergunta inoportuna sobre o estado do mar na ocasião.
Contreras, no esforço de puxar o peixe para bordo da lancha com um arpão, interrompeu o movimento dos braços e parou, no meio da frase, enquanto fixava perplexo o comandante. O constrangimento foi generalizado. Alberto percebeu o tamanho da gafe e teve o impulso de sair dali.
O general foi mais rápido. Respirou fundo, ignorou a pergunta, e reiniciou a narrativa, mais devagar e em tom uma oitava abaixo. Manteve o olhar fixo em Alberto e contou tudo só para ele, em detalhes. Botou o marlim para dentro, amarrou o bicho que lutava pela vida, voltou com a lancha para o cais, mediu e pesou o peixe (um recorde!), fotografou-se com o troféu...
Passado algum tempo, ambos se deram conta de que o grupo estava reduzido a poucas pessoas. Contreras, bem abastecido de tequila, parou de falar e olhou em volta. O salão estava meio vazio. Pegou o comandante pelo braço e o levou para outro grupo, onde estava um coronel, seu ajudante, a quem disse:
- Anastásio, a recepção aos nossos amigos brasileiros está no fim, mas a noite apenas começou. Você toma conta do comandante, enquanto vou ajudar o chefe a  despedir os convidados.
- Si, mi general!
- Outra coisa! Forme um grupo de companheiros nossos e convide alguns brasileiros para irmos todos terminar a noite na "Fortaleza". O comandante aqui é meu convidado de honra. E não quero saber de gringos “cabrones” no grupo, porque não entendem nada disso! Já basta inventarem essa história de Guerra Fria, para nos meterem no meio, com essa “mierda” de “segurrããnça continental!”...
- Si, mi general!
Alberto ainda tentou reagir, mas o general o ignorou e se afastou rumo à saída do salão. Anastácio logo começou a cumprir as ordens recebidas. Isso deu oportunidade ao comandante para respirar e se amaldiçoar pela idéia de ter feito aquela pergunta infeliz, que ele já havia até esquecido. Estava muito cansado dos últimos dias agitados e sem dormir direito, durante os exercícios no mar. Só pensava em voltar para bordo, tirar o uniforme e desabar na cama em seu navio. Além disso, iria acordar cedo no dia seguinte para comparecer a mais uma cerimônia, no monumento a um herói nacional, seguindo-se a despedida do país visitado.
Não houve tempo para mais nada. De repente, o grupo se formou e o general apareceu com todo gás e mais um pouco de álcool. O coronel tangeu os convidados para o estacionamento, onde embarcaram em dois carros e uma camioneta pequena. e o comboio partiu para a "Fortaleza". No carro do general, estavam Anastácio e Alberto, convidado de honra.
Como de costume, Contreras falava sem parar. Agora o assunto era “segurança nacional”! Ele estivera no Brasil, havia pouco tempo, a convite do regime militar, e esse conceito, implantado por influência americana, fora muito debatido. O general dizia a expressão em portunhol reverso, tentando ser gentil. Falava "segurããnzza nacional"... Além disso, toda vez que terminava uma frase com muita ênfase, Anastásio, rebatia do banco da frente:
- Si, mi general!
Alberto fazia um esforço enorme para prestar atenção, mas seu pensamento estava longe e o corpo entorpecido. O comboio se deslocava em alta velocidade por uma estrada secundária escura, fora da cidade. O general passou a dar instruções a Anastásio, em voz baixa, ao que ele assentia com movimentos de cabeça.
O carro reduziu a velocidade e parou na porteira do que parecia ser uma fazenda. Alberto, na expectativa de um portão de fortaleza militar, com sentinela e tudo, demorou a compreender. Mas entendeu tudo quando o porteiro, com paletó branco engomado e gravata borboleta preta, abriu a cancela com uma ampla mesura. O  alegre comboio adentrou na área e se aproximou de um casarão, encimado por um anúncio em neon que dizia: "Fortaleza Galante". Esse nome paradoxal fora resultado de uma difícil negociação entre o governo e o pragmático português, dono do negócio. De fato, ele atendia bem aos interesses de ambas as partes.
A chegada do grupo no casarão foi antológica, Contreras à frente, íntimo de "madame" Carmem, foi recebido em grande estilo. O grupo fardado, parecia vir para uma reunião de estado-maior. Ao contrário do coquetel, o salão estava cheio de mulheres jovens, com roupas caras, perfumadas e maquilagem exagerada. A decoração era pesada, com predominância de mármore, vidro e gesso, em contrafações de esculturas greco-romanas. Sofás e poltronas, forradas com veludos de cores vivas, completavam o ambiente gigolô cafona, importado de Miami.
Fez-se um semicírculo silencioso, com "madame" e o general ao centro, ladeados por Anastásio e Alberto. Contreras falou por alguns minutos, com os olhares do grupo fixados no chão, sobre a importância da ocasião para as relações entre os países ali representados e para a "segurããnzza coletiva". Encerrou exaltando as moças a darem tudo de si, pelo entendimento continental, e desejando bom proveito aos convidados.
As luzes foram reduzidas, a música começou e serviu-se champagne francês. Antes que a coisa engrenasse, Anastásio reduziu o som e pediu atenção. Dizendo-se “ecônomo”,  informou que todas as despesas estavam pagas, no que foi aplaudido com entusiasmo. Disse, também, em tom de boletim interno, que o comboio partiria dentro de duas horas e quarenta e cinco(!) minutos, como planejado, no que foi  ruidosamente vaiado.
Na mesa do general e Carmencita, estavam Anastásio e Rosita, velha conhecida dele, e Esmeralda, a mais nova aquisição da casa, com um ar constrangido. Era uma bela morena esguia, de pele clara e cabelos longos e soltos. Carmencita não parava de elogiá-la para Alberto. Este, sentado ao seu lado, meio sem graça, constatava que não frequentara um ambiente daqueles desde aspirante. Contreras supervisionava o ambiente e aprovava as palavras de "madame", com um sorriso satisfeito.
Conversa vai, conversa vem, o champagne e a beleza de Esmeralda começaram a fazer efeito. Pouco depois, o comandante e ela se levantaram e foram para a suíte presidencial, recomendação expressa do general. A cabeça de Alberto girava, o perfume e os braços de Esmeralda o envolveram e ele, reunindo forças, possuiu aquela mulher linda e triste. Foi um ato burocrático, no qual Alberto se surpreendeu com a evidente inexperiência de Esmeralda, na coreografia profissional desse tipo de relação.
Dormiu como uma pedra. Um pesadelo com Anastásio o acordou em sobressalto, sem saber onde estava. Tentou ver as horas, porém esquecera o relógio a bordo. Surpreso e enternecido, olhou por alguns instantes para Esmeralda, nua, bela e exausta, ressonando baixinho. Vestiu-se com cuidado e saiu sonolento da suíte, em direção ao salão. A música estava mais baixa e poucos companheiros haviam regressado dos quartos. Mas o inefável general estava no posto, cochilando recostado em "madame", que o acordou, ao se aproximar Alberto.
Estremunhado e de mau humor, Contreras mal esperou ele se sentar para perguntar-lhe por que havia demorado tão pouco no quarto. Não gostara da mulher escolhida para ele por "madame"? Carmencita tentou intervir, mas o general começou a elevar a voz, despertando a atenção de quem estava no salão.
- “Capitán”, você passou menos de uma hora com a mulher mais nova e bela da casa, recém-chegada, reservada para Sua Excelência, o Mariscal Presidente, que ainda nem a conhece. O que aconteceu?
Alberto tentou ensaiar uma explicação, mas foi interrompido pela chegada de Esmeralda. Ela acordara assustada com o vozeirão de Contreras e voltara correndo para o salão, esbaforida e em desalinho. O general conteirou sua indignação para ela:
- Você tratou mal nosso convidado de honra? O que aconteceu? Quantos "palos" foram? Diga, quantos "palos" foram?
Esmeralda, totalmente desarticulada, não teve coragem de responder aos gritos do general, mas levantou timidamente o dedo indicador da mão direita, em direção a ele.
- "Uno palo! Uno palo solo?!" - urrou Contreras indignado, voltando-se surpreso para o comandante.
Alberto, perplexo com o que acontecia, viu a inutilidade de argumentar com Contreras. Enlaçou a cintura de Esmeralda, que chorava muito e, com passos decididos, atravessaram o salão e subiram a escada em direção à suite. Alberto foi gentil com ela e conversaram muito. De fato, ela chegara havia dois dias e aguardava a vinda do Mariscal, em uma grotesca paródia do direito do senhor feudal. Seria só dele, caso aprovada. Entre lágrimas e abraços, contou ter sido expulsa de casa pelo pai intolerante, após o aborto de um filho com um primo. Alberto ouvia tudo com atenção e se empenhava em acreditar no que lhe era dito.
A conversa foi interrompida por um telefonema de Carmencita, informando que todos tinham ido embora (na hora prevista por Anastácio!) e que um dos carros ficara à disposição do “Capitán”. Isso fez os dois relaxarem de vez, ajudados pelo champagne que acompanhava a conversa. A situação era completamente diferente agora e a forte atração, evidente entre eles, se impôs para valer. Amaram-se com muito carinho e desespero no resto da noite...
O sol batia forte no piso do entorno ao monumento, onde ocorria a cerimônia. Alberto, protegido por convenientes óculos escuros, suava muito dentro do uniforme  trocado a bordo, às pressas. Regressara para seu navio ao amanhecer. Esmeralda o acompanhara, sofrida, até o estacionamento, contrariando as normas da casa. Com um beijo infinito, a despedida fora muito dolorosa para ambos.
A cerimônia terminou. Alberto foi ao encontro de Contreras que estava junto ao Mariscal Presidente, cuja visão doeu no coração do comandante.  O general separou-se do grupo de altas autoridades e veio em sua direção, com um semblante amistoso.
- E então, “mi capitán”, está tudo na mais perfeita "segurããnzza nacional"?
- “Mi general”, eu queria me despedir do senhor e agradecer suas atenções para comigo.
Contreras não se conteve e abraçou Alberto, perguntando-lhe ao ouvido:
- Como é, quantos?... quantos "palos" foram?
Separaram-se. O comandante fez uma continência cortês para o general e respondeu com um meio sorriso, entre maroto e triste, em portunhol caprichado:
- "Muchos, mi general, muchos palos!..."
O navio se dirigia veloz rumo ao ponto de encontro para os exercícios na manhã seguinte. Alberto estava no laís do passadiço (lado de fora da área de comando), descoberto e com luz apagada. A noite sem lua era um breu, o mar estava calmo e soprava uma brisa forte pela proa. A cena era dominada pela espetacular abóboda celeste, cravejada de incontáveis estrelas, onde se destacava Sirius, imensa, observando a tudo e a todos, silente e distante.
Marinheiro de muitos portos, Alberto rememorava, em um misto de surpresa e carinho, os fatos incríveis vividos nas últimas horas. Com muita ternura e um nó na garganta, lembrava os loucos e lindos momentos passados com Esmeralda, graças ao general Contreras, instrumento do Destino.
Nunca mais se viram, nem se comunicaram. Contudo, em uma cumplicidade remota, sempre tiveram certeza de que um jamais esqueceria o outro. Uma saudade que valia a pena sentir...
(*) Sonata - peça musical para poucos instrumentos e tema desenvolvido em três ou quatro movimentos.




11 comentários:

  1. Francisco Bendl03/02/2017, 09:51

    Primoroso relato de um possível encontro entre militares latino-americanos.

    A cena, muito comum em se tratando de se encerrar a noite nas dependências de um lupanar e mulheres atraentes e sensuais, fugiu à regra quando a companhia escolhida para agradar o visitante brasileiro era inexperiente, pouco desenvolta nas lides sexuais.

    O generalíssimo, enquanto mandava e desmandava, apenas esquecera que a sua autoridade e macheza se resumiam aos galardões que se concedera e que ostentava, pois adormeceu ao lado de "madame", sem que a sua performance íntima pudesse ser avaliada e comparada!

    Um artigo diferente, bem escrito, com detalhes que facilitaram e muito imaginar-se os ambientes onde esta situação tenha se desenvolvido.

    Gostei do texto, e parabenizo o seu autor.

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    1. Estimado Francisco
      A vida marinheira é aventurosa por definição. Muitas vezes, acontecem coisas as mais inesperadas em circunstâncias beirando o absurdo.
      Para mim, tem sido um grande prazer ter ingressado neste grupo de amigos de grande sensibilidade e gratificante erudição.
      Muito obrigado por suas palavras.
      Um forte abraço
      Domingos

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    2. Estimado Francisco
      A vida marinheira é aventurosa por definição. Muitas vezes, acontecem coisas as mais inesperadas em circunstâncias beirando o absurdo.
      Para mim, tem sido um grande prazer ter ingressado neste grupo de amigos de grande sensibilidade e gratificante erudição.
      Muito obrigado por suas palavras.
      Um forte abraço
      Domingos

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  2. Moacir Pimentel03/02/2017, 12:50

    Prezado Domingos,

    "Os marinheiros têm uma mulher em cada porto"....

    Essas foram as suas primeiras palavras nas Conversas nos anunciando muitas outras excelentes histórias. Como a de hoje, tão bem narrada e na qual surge, ao som de uma sonata allegro ma non troppo, outra mulher apaixonante , outra Esmeralda, só que muito mais triste e protagonista de um destino bem mais amargo do que o da ascendente , daquela inesquecível cigana , que conhecemos ao som de um “pasodoble” se desvestindo de uma roupa de toureiro e livre para escolher o marujo de seu encanto e de segui-lo portos a fora.
    Quanto à sonata de "um palo só", nem sempre tem que rolar uma sinfonia. Não vejo nada de errado, de vez em quando, com um tranquilo lullaby (rsrs)
    Quanto à pergunta recorrente do generalíssimo lembrou-me de que nas minhas paragens adolescentes - leia o Posto 4 de Copacabana - a galera de então perguntava: "Apagou quantas velas?"
    Grande texto e , por favor, nos mande mais.
    Abraço

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    1. Amigo Moacir
      Você tocou em uma das minhas fixações ao comentar as duas Esmeraldas. Na verdade, essa insistência deriva da Esmeralda de Vitor Hugo,na obra prima "Notre Dame", a qual violenta a moral da época e é enforcada, terminando enterrada com Quasímodo, apaixonado. Anaken!
      Quanto a "apagar velas", vou pensar no caso, nas caminhadas no calçadão do posto 4, onde moro.

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  3. Olá Domingos,
    Sua história é muito divertida, e contada de uma tal maneira que fiquei curiosíssima para saber o fina! Que também foi muito bom. Você é um romântico!
    Até mais.

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    1. Amiga ANA
      Você tem razão. Sou um romântico arrebatado!
      Um abraço agradecido.
      Domingos

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  4. Bela história, Domingos, muito bem contada. Suas histórias trazem aquela força das aventuras vividas. Esperamos que venham ainda muitas mais assim.
    Um abraço do
    Mano

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    1. Caro MANO
      Muito grato por suas palavras
      Ainda tenho muitas histórias para contar.
      Um grande abraço
      Domingos

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  5. 1) Bom artigo, ótimo cronista com toques de humor.

    2)Me fez lembra da minha adolescência.

    3)Amigos me levaram para visitar "Sete Quedas e Pingo D´água", localidade parecida com o texto acima descrito, na barreira do DF com Goiás.

    4)O amigo que dirigia a Variant do pai era um cabo de exército, frequentador habitual do espaço, já conhecia parte do público.

    5) Então exclamou:"Ainda bem que hoje não tem os Fuzileiros Navais, eles chegam em bando e tomam conta de tudo".

    6)Esse amigo, gente boa, morreu jovem, atropelado ma W-3, antes de Brasília ter sinais.

    4

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    1. Estimado Antonio
      Muito obrigado por seu estímulo.
      Vou trazer os fuzileiros navais para esse blog.
      Não vai sobrar nada!
      Abraço
      Domingos

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