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26/04/2017

As desvantagens de ser inteligente

Albert Einstein (fotografia de Yousuf Karsh, Metropolitan Museum of Art)


Wilson Baptista Junior
Para quem tiver ficado preocupado com meu post de dias atrás, que perguntava se a raça humana está ficando menos inteligente, talvez o post de hoje faça pensar mais um pouco...
Satoshi Kanazawa é professor de administração na London School of Economics and Political Science, e pesquisador no departamento de psicologia da Universidade de Londres. Publicou há alguns anos um livro com o título instigante de "The Intelligence Paradox: Why the Intelligent Choice Isn't Always the Smart One" ("O paradoxo da inteligência: Porque a escolha inteligente não é sempre a escolha esperta"), onde estuda a relação entre a inteligência e a evolução da raça humana.
Numa entrevista ao "The Economist" Kanazawa explica que as pessoas menos inteligentes fazem melhor a maior parte das coisas. A razão disso é que, segundo ele, o próprio processo da evolução equipou os seres humanos com a capacidade de resolver a grande maioria dos problemas relacionados com a sobrevivência e a reprodução da espécie: basta que eles façam simplesmente as coisas para as quais a evolução os disciplinou: comer a comida que seja gostosa, acasalar-se com os companheiros que mais os atraiam. Para isso não é preciso raciocínio, as escolhas já foram programadas em nós.
Entretanto, de vez em quando ocorrem problemas que não foram encontrados por nossos antepassados, e para isso a evolução nos equipou com o que chamamos de inteligência geral. Em termos da evolução, estes problemas são raros e espaçados. Por exemplo, para lidar com desastres naturais que ocorriam apenas de vez em quando era preciso ter essa inteligência geral, que nos permite encontrar soluções para problemas para os quais não fomos programados.
À medida em que o progresso tecnológico foi se acelerando o nosso ambiente foi se tornando cada vez mais cheio de situações que são inéditas em termos da evolução, e a inteligência geral passou a ser cada vez mais necessária. Como nos sairmos bem na escola, como fazermos cada vez mais coisas usando computadores, como encontrar um emprego na sociedade de hoje, tudo isso são problemas novos onde as pessoas inteligentes se saem geralmente melhor. Mas nas coisas importantes - como encontrar um bom companheiro ou companheira, como educar uma criança, como fazer amigos, as pessoas inteligentes não levam nenhuma vantagem, e às vezes ficam em desvantagem.
Kanazawa diz que, como a inteligência geral apareceu para resolver problemas inéditos, as pessoas inteligentes tendem também a preferir situações e adotar características inéditas, que não são aquelas da sociedade em geral, que foi condicionada pela evolução. Segundo ele as pessoas inteligentes tendem por exemplo a serem liberais, porque nossos antepassados foram conservadores, preocupando-se mais em proteger suas famílias e seus amigos. Tendem a ser mais ateias, porque a evolução projetou as pessoas para acreditarem em Deus.
Ele explica isso dizendo que os seres humanos evoluíram para serem paranoicos: eles preferem acreditar que há um agente intencional por trás dos fenômenos naturais. E isso porque pensar assim é potencialmente menos custoso do que acreditar em coincidências - quem acredita que o fato de alguém estar querendo matá-lo é apenas uma coincidência tem menos probabilidades de sobreviver do que alguém que acredite que a ameaça seja intencional. Os paranoicos sobrevivem mais do que os descuidados.
Nessa linha de pensamento, as escolhas das pessoas inteligentes não são necessariamente boas ou más, certas ou erradas, mas sempre tenderão para o que for inédito em termos da evolução. Essas pessoas tenderão mais a serem homossexuais, porque a raça humana sobreviveu porque evoluiu para a reprodução heterossexual; tenderão a gostar mais de música instrumental, porque a música começou como uma expressão vocal, e assim por diante. Estarão sempre um pouco na contramão da evolução.
Questionado sobre quais seriam as coisas importantes que segundo ele as pessoas menos inteligentes fazem melhor, Kanazawa perguntou:
“Você preferiria ser um neurocirurgião ou um bom pai? Um bom executivo ou um bom amigo? As pessoas mais inteligentes não se tornam sempre bons pais ou bons amigos. As mulheres mais inteligentes são o pior tipo de mães, simplesmente porque são as que tem menos probabilidade de se tornarem mães (...) Isso porque, como o sucesso na reprodução é o objetivo último do processo evolutivo, as mulheres inteligentes tenderão a ir contra este objetivo.(...) A nossa inteligência não nos permite sermos melhores do que a evolução nos projetou para sermos. Como Saint Éxupéry escreveu - Voici mon secret. Il est très simple: on ne voit bien qu’avec le cœur. L’essentiel est invisible pour les yeux. »"
É... Dá uma discussão bem interessante... De que lado cada um de nós quereria estar?

O texto integral da entrevista de Kanazawa ao The Economist está em: http://www.economist.com/blogs/prospero/2012/06/quick-study-satoshi-kanazawa-intelligence


15 comentários:

  1. Isso explica muita coisa, mas nao necessariamente o mais inteligente e o do contra. Simplesmente e livre de paradigmas.

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  2. Dizer que mulheres que optam por não ter filhos são mais inteligentes não foi nem de longe a coisa mais inteligente que já li.
    Isso pode fazer parte do teu universo e dos exemplos que tu tens diante de ti, mas julgar o mundo olhando a um palmo do teu nariz não é nenhum exemplo extraordinário de inteligência.

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  3. Orientai-me, se você está dizendo isso para o cientista que escreveu o livro, não sei se seria justo dizer que ele não enxerga um palmo diante do seu nariz. Se você está dizendo isso para mim, não fui eu quem escreveu o livro...

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  4. Francisco Bendl26/04/2017, 08:47

    Se o autor do artigo, que o nosso amigo Wilson reproduziu neste espaço cultural, dissesse que ser inteligente é ser também sensível, e esta pessoa mais sofre com as injustiças que recaem sobre os menos dotados de luzes, talvez não haveria tantas críticas às conclusões sobre o comportamento do inteligente e suas soluções para os problemas, pois o resto da Humanidade teria encontrado desfechos de formas diferentes.

    Do jeito proposto, o inteligente também ficou rotulado como prepotente, vaidoso, orgulhoso, superior à própria espécie, enquanto foram exatamente os menos inteligentes que trouxeram a humanidade até o presente momento, e fazendo as tarefas mais simples, as mais necessárias!

    Os questionamentos que são feitos, se é melhor ser um neurocirurgião ou um bom pai, rico ou ter amigos, demonstra que o autor pode ter feito um trabalho interessante e curioso, mas não foi inteligente e tampouco hábil quando fez essas comparações!

    Evidente que se pode ser um excelente profissional, inteligente e um bom pai, que somente ter uma dessas condições!

    Lá pelas tantas, o autor quer dar a entender que ser menos inteligente é viver melhor, ou seja, é o indivíduo que saberá escolher a sua parceira para acasalar e com ela dará sequência à espécie, enquanto o bem dotado de luzes optará por caminhos tortuosos e desconhecidos para a maioria dos seres humanos, mesmo que para o inteligente seja a solução mais apropriada, uma contradição explícita, pois a inteligência nos adiciona uma extraordinária capacidade de ... adaptação, menos propor mudanças onde a maioria não só não compreenderia como não iria seguir as determinações desconhecidas!

    A postagem do Wilson, que reproduz o artigo sobre a inteligência, define o Mano como uma pessoa verdadeiramente capacitada, eficiente, astuta, perspicaz, diferente do cientista, que incorreu em erros clamorosos contra os legítimos inteligentes, e reduzindo a extraordinária praticidade daqueles que rotula como menos inteligentes porque hábeis no desempenho de tarefas comuns, conclusão absurda e contraditória!

    A meu ver, e por eu ser exatamente o menos inteligente dos que frequentam este blog, Conversas do Mano, deploro a obra publicada porque suas conclusões são questionáveis até por mim, cuja mente obtusa e limitada encontra dúvidas e perguntas sem respostas!

    Um forte abraço, Wilson.
    Saúde e paz.

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    1. Francisco Bendl, irado e dissidente,
      Estou com saudade de você. Faça me o favor de por essa mente obtusa e limitada e cheia de dúvidas para trabalhar e nos mandar um bom post como os outros seus.
      Na espera.

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    2. Francisco Bendl26/04/2017, 11:24

      Aninha, minha colega dissidente e braba comigo!

      Na razão direta que esta minha mente obtusa e limitada tem grandes dificuldades de inspiração para registrar meia dúzia de frases, imagina sem qualquer ideia a respeito!

      Decididamente não me atrevo a nada!

      Porém, o teu pedido não posso deixar de atendê-lo, considerando que somos parceiros na discordância de certos temas serem proibidos pelo blogueiro, diga-se de passagem uma companhia de respeito que está ao meu lado, que serve como alerta ao Wilson, caso contrário sequer ouso prever como conseguirá manter a sua decisão e por quanto tempo ainda!

      Assim, de modo a evitar conflitos intestinais, em seguida mando a minha colaboração para Conversas do Mano, e seguindo à risca os limites impostos pela chefia, apolítica, impermeável aos acontecimentos nesta área, pelo menos por enquanto!!!

      Grato, Aninha, pela lembrança.

      Um forte e fraterno abraço, como sempre altamente respeitoso.
      Saúde e paz, extensivo aos teus amados.

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    3. Wilson Baptista Junior26/04/2017, 11:36

      Chicão, como eu disse com outras palavras ao Moacir, o problema começa por definir o que é "ser inteligente". A inteligência geral de que fala o Kanazawa provavelmente não é a mesma inteligência emocional que hoje sabemos que é a principal para se viver bem com os outros.
      Nem a inteligência e a sensibilidade necessariamente andam juntas, e você que leu tanto pode pensar em quantidade de exemplos.
      A pergunta que poderíamos fazer para tentar equacionar isso seria a seguinte: "Dos grandes gênios que a humanidade reconhece, quantos foram realmente felizes?"
      E é claro que aí cairíamos numa segunda questão que é: "o que é a felicidade para cada um de nós"?
      E a discussão continuaria dando voltas e mais voltas...
      Agora, quanto essa bobagem enganosa de "mente obtusa e limitada e menos inteligente" sugiro que você pare com isso e siga a sugestão do comentário da Ana :)
      Um abraço do
      Mano

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  5. Moacir Pimentel26/04/2017, 09:53

    Wilson,
    Ótimo post! Para começo de conversas às vezes não se precisa ou pode escolher entre a neurocirurgia e a maternidade. Conheço uma garota de 29 anos que talvez não mereça o Nobel nas duas atividades mas que é uma boa mãe e uma boa médica.(rsrs)
    Ao apontar no final do artigo, citando Saint -Ex, que "o essencial é invisível aos olhos", Kanazawa talvez defenda que as melhores decisões devem ser tomadas mesclando os caminhos da razão com os da sensibilidade, estrada que os doutos batizaram faz tempo de inteligência emocional.
    Mas nesse caminho evolutivo inexiste uma ordem estática e coisas prontas e se sabe que não sabemos de nada e que é preciso manter os olhos voltados para o que não se sabe.
    Talvez sejam inteligentes e façam escolhas acertadas e tomem boas decisões aqueles que em vez de se dedicar fervorosamente a uma ação ou devoção ou opinião têm energia suficiente para reduzir as miríades de opções, de possibilidades de fazer e ser, naquilo que é mais apropriado a cada momento com o movimento certo. Me parece que são mais felizes e têm mais qualidade de vida aqueles que - independentemente do QI - investem na habilidade humana de rever os seus contextos e adaptar-se, na capacidade do indivíduo para perceber, pensar e operar para além de qualquer das já conhecidas das suas capacidades arquivadas bem mastigadinhas na tal da memória de trabalho. Tomar decisões inteligentes é também temperá-las com um bocado de senso comum, que não faz mal a ninguém e ensina que conversar não tira pedaço.
    Porém há que ler mais, pesquisar mais e pensar mais - embora seja doloroso (rsrs) - antes de prosseguir nessa conversa.
    Aliás eu gostei tanto do seu último post que o coloquei o Dr Crabtree na roda aqui na taba e a minha tribo chegou à conclusão - por acachapante maioria! - que os pirralhos de hoje são mais inteligentes que os de ontem.(rsrs) Um dos curumins mencionou, inclusive, uma pesquisa feita pela galera do Kings College com base em testes de QI . Os resultados dão testemunho que o QI humano tem se elevado em média 3 pontos por década. Ou seja, se os nossos netinhos viajassem no tempo até 1917 e tivessem seus QI testados seriam considerados superdotados. (rsrs)
    http://www.bbc.com/news/magazine-31556802
    Abração

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    1. Wilson Baptista Junior26/04/2017, 11:13

      Pois é, Moacir, talvez uma das questões fundamentais seja definir o que consideramos como inteligência, e como é que ela pode ser medida.
      E outra, separar o que é inteligência e o que é conhecimento. Porque é muito fácil confundi-los.
      Cada vez mais compreendemos a importância da inteligência emocional. Mas essa inteligência, que nos permite viver melhor entre nós, não é necessariamente a que permite resolver os problemas inéditos de que o Kanazawa fala.
      E a distinção entre inteligência e conhecimento é, ao meu ver, importante; o volume de conhecimento humano vem crescendo exponencialmente, mas a fragmentação deste conhecimento nos deixa cada vez mais dependente dos outros. Se não me engano foi o Ivan Illich (cito de memória e faz muito tempo :) quem disse que o bisavô dele, que vivia numa aldeia e pouca coisa conhecia além dela, sabia muito mais do que era importante para sua vida do que ele próprio; sabia ir ao campo e colher as ervas que precisava para se tratar de muitas moléstias, sabia acompanhar as estações para plantar e colher sua comida, e por aí a fora, enquanto o Ivan seria incapaz de sobreviver sem a farmácia, o supermercado da esquina, a companhia elétrica e o suprimento de água da prefeitura.
      Muitos livros e contos foram escritos com a idéia de que se voltássemos ao passado, com o conhecimento que temos hoje, seríamos superhomens. Talvez a melhor e mais bem humorada descrição disso seja "Um Ianque na Corte do Rei Artur", do Mark Twain. Mas li uma vez, não me lembro mais de quem (está provavelmente perdida em alguma coletânea dentro de alguma das camadas de livros nas minhas estantes), um conto interessante que faz um piloto de caça americano cair numa antiga tribo celta na idade do bronze, onde evidentemente se apaixona pela filha do chefe e imagina que vai conseguir levar a tribo a dominar as vizinhas. Só que ele descobre muito depressa que não adianta nada ter uma pistola Colt .45 com sete cartuchos na cintura quando não domina o conhecimento necessário para encontrar minério de ferro, transformá-lo em aço, encontrar carvão mineral e enxofre para fazer pólvora, nada que lhe permitisse fabricar nem as armas mais rudimentares com que imaginava transformar a tribo numa potência militar da época...
      O artigo para o qual você dá o link é muito interessante, mas ele também levanta tantas dúvidas quantas conclusões.
      O último gráfico do artigo, sobre a evolução dos scores nos Estados Unidos, dá margem a duas perguntas interessantes: Primeira, porque os resultados das análises visuais (Raven's) sobem mais do que o IQ como um todo; e segunda, porque os resultados em informação, aritmética e vocabulário sobem tão pouco.
      Eu arriscaria (repito, "arriscaria") dizer que é porque estamos sendo cada vez mais submetidos a estímulos visuais na comunicação, mas o aumento na compreensão destes estímulos não aumenta a capacidade de comunicação verbal e de raciocínio lógico. Talvez, até, piore a capacidade de comunicação verbal, que esteja no caminho de ser progressivamente substituída por uma comunicação mais visual. Mas seremos capazes de desenvolver a comunicação visual para a transmissão do raciocínio e das idéias que a comunicação verbal permite? Em outras palavras, o cinema e a televisão conseguirão substituir as pretinhas?
      É bem como você diz: " há que ler mais, pesquisar mais e pensar mais - embora seja doloroso (rsrs) - antes de prosseguir nessa conversa".
      Um abraço do
      Mano

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    2. Wilson Baptista Junior26/04/2017, 11:21

      (em tempo) Quanto à garota de 29 anos, ela deve ter tido bem, dos dois lados, de onde herdar e afinar a competência para ser boa mãe e boa médica :)

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    3. Moacir Pimentel26/04/2017, 13:05

      Wilson,
      Ela saiu à mãe! Quanto ao Kanazawa : give me a break! Eu não li o livro e de lambuja o cara escreveu mais de 80 artigos.(rsrs) Mas se você arriscar, acertará em cheio: verbalmente a humanidade está emburrecendo por conta da pororoca de estímulos visuais. E essa foi justamente a questão seguinte da conversa familiar sabática porque um de nossos filhos tinha lido sobre a tal elevação dos QI. E, em vez de nos explicar o que lera ,movido pela lei do menor esforço, ele sacou do celular e voilà: o artigo da BBC. Sucede que a Constituição da minha aldeia proíbe a conjugação do verbo conectar-se em família e sem direito a PEC. (rsrs)
      Sucede ainda que, aos quinze anos , quando do meu primeiro contato com o primeiro mundo, numa cidadezinha de 34 mil habitantes no coração de Iowa, o currículo escolar já tinha como matéria obrigatória a Oratória, pelos cara-pálidas apelidada de "Speech". Não acredito que acima do Equador 500 mil jovens sejam capazes da proeza de zerarem uma prova de redação.
      O fato é , porém , que todos os meus filhos viram mais filmes do que leram livros mas continuam lendo e me parece que a comunicação visual tem uma longa estrada pela frente para ser capaz de comunicar pensamentos e raciocínios tão primorosamente quanto a verbal. Quem sabe não inventam a telepatia antes?
      Quanto ao conhecimento versus a inteligência o primeiro é a parte da equação mais fácil de medir e muitas vezes é confundido com a segunda. Embora possa haver muitas definições possíveis para a questão - fisiológicas, filosóficas e tecnológicas - eu gostaria de fornecer uma perspectiva computadorizada, para fingir que sou modernoso. Em uma analogia mais rasa do que um pires consideremos um programinha de computador: nele os dados brutos seriam o conhecimento enquanto que o resultado do processamento analítico desses dados seria a inteligência.
      Uma pessoa inteligente pode ter conhecimento limitado mas possuir grande capacidade de extrair insights e soluções de qualquer conhecimento que tenha para servir a um determinado fim. Por outro lado ter um vasto conhecimento - através da leitura, da aprendizagem, da memorização, das conversas com os outros etc - não necessariamente faz uma pessoa inteligente. É inteligente quem é capaz de lidar e processar a informação que tem. Esse é o pulo do gato. Como eu disse acima é preciso investir na capacidade do indivíduo para perceber, pensar e operar para além de qualquer das já conhecidas das suas capacidades. Note que a capacidade analítica em si é adaptativa e que talvez a taxa de adaptatividade e de evolução dessa capacidade seja a verdadeira medida ou coeficiente de inteligência. Aprender como aprender é o x da questão: para mim quem é capaz disso é super inteligente. Se o conhecimento é poder, então essa inteligência aí um dia nos fará invencíveis.
      Até lá melhor continuar lendo histórias para os netos!
      Abração

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    4. Suponho que o infrator tenha sido mandado, sem o celular, para o pelourinho da aldeia :)
      Fazendo apenas um ligeiro ajuste na sua analogia (perdoe o vício profissional, é apenas questão de terminologia), eu diria que a inteligência não é o resultado do programa, ela "é o programa" que transforma os dados brutos com que o computador é alimentado em informação, e que o conhecimento é o acúmulo dessa informação que foi trabalhada pela inteligência. A leitura, a conversa, a memorização, a observação, tudo o que você vive, alimentam você com os dados brutos, que você consegue, ou não, conforme use a sua inteligência, avaliar, comparar, processar, transformar em informação e combiná-la em forma de conhecimento. O conhecimento é aquilo que você efetivamente aprendeu e é capaz de usar. E é novamente a inteligência que vai selecionar no arsenal do seu conhecimento aquilo de que você precisa a cada momento.
      Agora, levar a inteligência a fazer isso... é o aprender a aprender :)
      Mas isso são apenas firulas de antigo informata, a idéia é a mesma.
      E enquanto os netos gostarem de ouvir histórias, as coisas irão bem!
      Um abraço.

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  6. 1) Bom texto Mano, me fez lembrar das "inteligências múltiplas" do psicólogo norte americano Howard Gardner e

    2) A questão do Coeficiente de Emocionalidade, ou seja,

    3)Nem todo mundo que tem QI (Coeficiente de Inteligência) alto se dá bem na vida, por causa d QE (Coeficiente Emocional.

    4) Às vezes, um atrapalha o outro. É preciso equilíbrio e caminho do meio.

    5) Abraços

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  7. paulo tripaldi30/04/2017, 01:00

    Li os primeiros textos dos 13 comentários e... parei...Vou colocar minha experiência (vivencia diária) lidando com pessoas que procuram os serviços públicos (hospitais, defensorias, promotorias, espaços poliesportivos,) a mais vasta gama de equipamentos de acesso público em que trabalho pela MGS.Todos são muito sagazes, espertos, se dao bem em todas as circunstancias, e acabam por conseguir, pela insistência, o que querem. Concordo, por experiência empírica, com o enunciado. Vou procurar ler o japonês.

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  8. Pois é, Paulo, a intenção do post foi justamente provocar uma discussão sobre o assunto, e sua experiência é bem vinda. Ainda estamos longe de compreender perfeitamente (se é que isso é possível) o que é a inteligência, como ela se manifesta e em que categorias ela pode ou não ser subdividida...
    Um abraço.

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