Land Lal Bose - Yama e Savitri (1913) |
Antonio Rocha
Eu Sou Yama, o Espírito da Morte, não tenham medo.
Vez por outra estarei neste com vocês. Minha abordagem é budista.
Encaramos a morte de forma diferente. Morrer não é o fim, mas um recomeço.
Se você quer ter uma passagem boa, bonita, procure seguir, com
sinceridade, os ensinamentos das grandes religiões. Ou se não quiser as
religiões, procure ser Ético ao longo de sua vida.
Sim, eu disse que a morte pode ser bonita, sem dor, uma troca de roupa,
ela é inevitável.
Eu Sou Yama, um protetor do Darma (a Doutrina budista), existem outros
protetores, existem vários, existem tantos... as outras religiões também tem.
Sejam felizes, pratiquem os ensinamentos do Senhor Buddha ou de um outro
Ser Espiritual com quem você se identifica, ou então, como falei acima, tenham
Moral, não estou falando de moralismos tolos, passageiros, preconceituosos.
Estou falando de Moral, enquanto uma parte da Filosofia. Vivenciem o Bem e
terão desencarnes ótimos. Estou falando do Bem como verbete de um Dicionário de
Filosofia, vejam, leiam, meditem.
Vamos terminar este primeiro contato com um lindo versículo do Mestre
Buddha, claro você pode acrescentar outro versículo do seu Mestre de
preferência, do seu Filósofo, do seu Pensador:
“Eu Sou um brâmane, ó praticantes, a
quem se pode pedir um favor, tenho sempre as mãos puras, trago meu último
corpo, Eu Sou o incomparável médico e o cirurgião. Vós sois meus verdadeiros
filhos, nascidos de minha boca, nascidos do Darma, formados pelo Darma, herdeiros
do Darma, não herdeiros de bens materiais”. –
Itivuttaka, 101.
Todos vocês, peçam então, ao Senhor Buddha um falecimento alegre,
contente, uma libertação nirvânica.
Observem a última frase: “não
herdeiros de bens materiais”, isto quer dizer, enquanto estiverem
encarnados usufruam do que a vida lhes proporciona, mas não se apeguem. E
importante, mediante o possível, façam caridade, pratiquem Generosidade, que o
Senhor Buddha falava tanto.
Não é só dar esmolas, um dinheirinho aqui, outro ali. Caridade pode ser
um sorriso, Generosidade pode ser um ombro amigo. Um encaminhamento para uma
oportunidade profissional... etc...
Eu Sou Yama, aquele que vos ama eternamente. Impossível nos separarmos.
As separações são temporárias. Onde quer que vocês estejam, eu estarei com
vocês.
Não me vejam como algo ruim, me vejam como possibilidades de melhorias,
de transformações, de impermanências, crescimentos.
Eu sou um Espírito, um Ser, uma Energia Eterna e as Energias não morrem,
transmutam-se.... os textos budistas dizem que eu sou o Deus da Morte. Passem,
a partir de hoje, a ver a morte como uma coisa boa, um rito de passagem, portal
pelo qual todos vamos transitar.
Na literatura budista tenho outros nomes, mas gosto deste que estou
usando agora “Yama te ama!”
Na hora H, se estiver sofrendo ou sentindo muita dor, procure ter bons
pensamentos – essa frase que estou falando é importantíssima. O último segundo
é fundamental, os últimos minutos, então que eles sejam de bons pensamentos,
momentos positivos, sentimentos construtivos, boas vibrações. Esteja atento,
mesmo que seja de repente (que não será), mesmo que seja inesperado (que não
será). Acredite, ninguém vai antes da hora.
Repito, não tenham medo. Fiquem Felizes!
"Fiquem felizes ... "
ResponderExcluirEntão tá, Rocha, vou tentar!
Agora, entender sem que tenhamos qualquer prova factível ou plausível que existe vida após a morte é que a coisa dificulta, meu!
E voltamos ao assunto anterior, a respeito da fé, que para alguma pessoas se faz necessário um objeto, amuleto, que lembre a sua crença ou que lhe dê um certo sentido.
A morte é extremamente complicada de se aceitá-la sem questionamentos, razão pela qual o ser humano nasce com a sensação de imortalidade, pois se nega a discutir que é finito, que tem limites temporais na sua vida.
Então, qualquer religião ou crença que lhe dê a esperança de imortalidade, de continuar vivendo mesmo depois de morto o anima, o empurra a seguir em frente sem maiores desesperos!
Talvez os ateus admitam a inexistência de Deus pelo fato de imaginarem que a morte seja o fim, sem recompensa e castigo, o encerrar daquele ente, o fim daquele ser humano em definitivo.
Pode até ser, apesar da discussão que se começaria sobre a vida concedida e tão ridiculamente dissolvida dessa forma.
E os sentimentos?
O pensamento?
As ideias?
As intenções?
Morrem também?
Desaparecem com a decomposição corporal?
E as consequências de nossas atitudes e comportamentos enquanto vivos?
Enfim, as dúvidas são tantas, Rocha, que tanto contemplam a morte ser o fim, quanto possibilitam a vida seguir em outro pano, dimensão, estágio, nível, tenha lá o nome que tiver esta continuação.
Agora, de pleno acordo, e não poderia ser diferente que, a vida, deve ser levada no sentido de que não faças aos outros aquilo que não queres que te façam, imaginando eu que esta maneira de se conviver com o próximo deve render algum dividendo em algum lugar, indiscutivelmente.
Meus reconhecimentos pelos teus artigos que versam sobre o Budismo, pois úteis, agradáveis de se ler, e que nos obriga a meditar sobre até onde tais ensinamentos nos remetem para segui-los, até onde devemos seguir à risca os alertas de Buda quanto à nossa existência ser depois agraciada com um final ou recepção para outra sequência com méritos, e não o Chefe da Recepção do Plano Austral nos bater com a porta na cara!
Um grande abraço, meu amigo.
Saúde paz.
1) Salve Chicão,
ResponderExcluir2)De acordo com o budismo, sentimentos/pensamentos/ideias/intenções são todos "pensamentos", são todos Energias, e as Energias não morrem, vão conosco, com a nossa mente para o outro lado.
3) Aí é que o bicho pega:se o acúmulo de pensamentos forem negativos a pessoa vai ter que passar por um longo processo de estudo e purificação para queimar o karma negativo.
4)Se a maioria dos pensamentos/ações forem ótimos, melhor para o morrente/futuro nascente.
5)As consequências de nossas atitudes constituem o carma positivo ou negativo. É uma Lei que rege o Universo, independente da pessoa acreditar ou não...
6) Como tudo na vida não é tão fácil de aceitar, de compreender.Mas, a Natureza(Deus) não tem pressa...
7)No Budismo não se deve seguir nada a risca. Tudo é compreensão, sem pressa, testando sempre os prós e os contras como se fosse uma Ciência, e de fato é.
8)Abração !
Antônio,
ResponderExcluirSeu post me fez pensar em Shakespeare que, por sua vez, nos faz pensar sobre a Velha Senhora enquanto o seu Hamlet vai chegando a um acordo com a sua mortalidade.As palavras definitivas, pelo menos para mim, a respeito do tema e muito mais importantes do que as famosas "O resto é o silêncio", são ditas pelo personagem para Horatio antes do tal duelo:
"Há uma providência especial na queda de um pardal. Se tiver que ser agora, não está para vir; se não estiver para vir, será agora; e se não for agora, mesmo assim virá. O estar pronto é tudo".
Note o contraste entre as duas frases "O ESTAR PRONTO É TUDO" e "O RESTO É SILÊNCIO". Há uma cronologia aí . Antes de estar prontos para a morte há que estar prontos para a vida, com uma atenção, uma concentração, uma entrega, uma disponibilidade total, uma prontidão extrema e vivê-la de forma tal que, ao fim e ao cabo, da morte, como o Chico Anísio, "não tenhamos medo mas pena".
Abração
1)Salve Moacir,
ResponderExcluir2)Concordo plenamente com o seu comentário.
3)Abraços.