 |
| Mestre Yokannan - imagem www.fraternidadeecletica.org.br |
Antonio Rocha
Quem vai pela Estrada Brasília Anápolis, logo chega no Município de
Santo Antonio do Rio Descoberto, mas em 1966, quando eu andava por lá, ainda
não tinha esse município.
Chegávamos em uma localidade chamada Cidade Eclética, que vem a ser a
Fraternidade Espiritualista, criada no Rio de Janeiro, nos anos 1950.
O fundador era chamado de Mestre Yokanaam e com a mudança da capital da
República para Goiás, ele conseguiu com o presidente Juscelino, umas terras lá
por aquelas paragens. E fez ali o seu recanto.
Vestia-se de branco como um antigo profeta, tinha cabelos e barbas
longas e apoiava-se em um cajado. Morava em uma cabana, perto de uma torre de
transmissão de rádio telegrafia. Ele era rádio telegrafista. Os demais membros
da fraternidade moravam em casas comuns de alvenaria, mas bem distante de onde
os visitantes passavam.
Os espiritualistas da época chamávamos de Campo Limpo, talvez por ser a
proposta do lugar e limparmos os nossos campos astrais, isto é, a aura
magnética em torno de nossos corpos físicos.
A rua principal tinha um pequeno hospital, uma delegacia, o templo, um
armazém onde comíamos os quitutes. Mais adiante tinha uma cerca isolando a
região dos moradores, onde visitantes não entravam.
Fui lá algumas vezes, numa dessas, assisti um diálogo interessante no
templo. Um médium já idoso dava consultas, tinha outros médiuns e outras
pessoas fazendo consultas. Mas vou me fixar nesse caso curioso:
O homem que ia iniciar a consulta estendeu as mãos para que o médium lesse
as linhas e logo exclamou:
- Mas essas mãos estão sujas de sangue
!
Visivelmente contrariado o visitante respondeu:
- E que eu sou policial aposentado e
era essa a minha profissão.
- Mas não precisava matar, era só
prender – respondeu o médium.
Então fiquei sabendo da história: o policial aposentado estava sendo
atormentado pelos Espíritos de dois meliantes que ele matara, muitos anos
atrás. E agora, na velhice, os espíritos o encontraram e estavam obsidiando o
idoso, juntamente com uma gang de espíritos malévolos.
Acredite se quiser. Digamos, os Espíritos estavam se vingando e tornando
a vida do velho aposentado em um inferno.
- Mas eu só cumpri a minha missão, eu
pensava que matando eu estava agindo em nome da Lei.
- Mil vezes não, você deveria ter
tentado uma outra solução – declarou o médium.
- Eu não tenho medo de morrer, sou
espírita a vida toda, mas tenho essas duas manchas em meu currículo.
- Pois é, e agora temos que fazer um
longo trabalho de doutrinação desses dois espíritos que chegam acompanhados de
uma triste falange. Haja desobsessão.
- Na verdade, eu fico preocupado quando
eu morrer, eles carregarem meu espírito e me aprisionarem na cidadela deles, os
do mal, nas trevas.
- Você terá de vir aqui, durante muitos
meses, uma sessão por semana.
A característica desses espíritas é que eles não cobram nada, cada um
paga uma taxa mensal, se puder, para a manutenção da cidadezinha.
Tinham um jornal mensal, que circulou durante décadas. Eu cheguei a
escrever alguns artigos budistas. Falando da proximidade entre budistas e
espíritas. O veículo chamava-se “O Nosso”.
Depois fui embora com a minha carona e assim não acompanhei o final do
diálogo, mas fiquei pensativo.
Outro dia li na web que, muitos policiais na velhice tem inúmeros
problemas em função dos espíritos negativos que eles prenderam ou mataram.
Esses espíritos voltam para se vingar, das mais diversas formas. Pode-se pensar
que são problemas psicólogicos, existem sim, mas estou falando de uma dimensão
que mais adiante será abordada.
Mais adiante a Ciência aceitará as enfermidades de natureza “oculta”.
Que o Espiritismo já vem falando há muito tempo.
Ninguém é obrigado a aceitar, nem acreditar... o tempo é a melhor
escola.
1) Ois gentes:
ResponderExcluir2)Eu sempre falo Gratidão:ao Mano, a Ana, aos demais leitores e comentaristas, mesmo os que discordam do que eu escrevo.
3)Essa Gratidão aprendi na:
4)21 de cada mês: hoje é Dia da Gratidão na PL = Perfeita Liberdade (fundada, no Japão, por um monge Zen Budista, linhagem Obáku, presente em vários países). Agrade-Ser, ser agradecido (a) às pessoas, às coisas, às situações, a tudo e a todos (as), à Natureza, ao Ecossistema, ao Cosmos, ao Infinito.
Olá Antônio,
ResponderExcluirBem aventurados os que têm fé, deles será o Reino dos Céus, a esperança e o consolo.
Já tive tudo isto, que troquei por uma liberdade desenfreada e solitária.
Mas sou gratíssima á mãe natureza com as frutas coloridas e doces e tão diferentes! E os legumes! Como pode nascer tanta diferença de uma mesma terra?
Sou grata à chuva que me acalma e o sol que me esquenta, e o frio e o vento e o mar...
Sou grata à amizade, carinho , ciencia e remédios. Preciso deles.
O que não quer dizer que às vezes não vire fera e chute o balde. De que também sou grata porque tomo , muitas vezes, boas atitudes radicais nesses momentos.
E chega de falar de mim e viva a Gratidão!
E viva você que nos fala disso!
Até mais.
Antonio, lembro-me do Yokanaan, apresentado nos jornais da época como antigo piloto. Há muito tempo já não ouvia falar da comunidade fundada por ele. Só agora, pelo link do seu artigo, fiquei sabendo do seu nome de batismo, Oceano de Sá. Um nome incomum para uma pessoa incomum.
ResponderExcluirRocha, meu caro,
ResponderExcluirReitero apreciar os teus artigos dobre o Budismo.
Não significa, evidentemente, que concordo com eles na sua essência, no recado a ser transmitido.
Por exemplo, os espíritos que desejam vingança e conseguem se "intrometer" na vida do ente ainda vivo!
Um despautério, no mínimo, haja vista que, se as suas características são de espíritos de poucas luzes, maus, e que reencarnarão várias vezes até purgarem parte de suas faltas - pois cometerão mais ainda em face dessas idas e vindas permanentes e ininterruptas à Terra -, justamente por essas condições que ostentam não poderiam atazanar a vida de quem quer que seja!
Ora, quebra-se a lei maior, de um estado - os mortos - interferirem no mundo dos encarnados - os vivos - e, estes, se submeterem ou à maldade de espíritos de porco ou à bondade de espíritos que extrapolariam as suas funções, sendo uma espécie de semideuses!
Simplesmente teríamos uma baderna muito semelhante à política brasileira, onde os maus vencem e os bons são submetidos às suas crueldades!
De forma alguma concordo com essas palavras do tal "médium", a meu ver um charlatão indiscutível!
Ora, então os policiais são perturbados quando se aposentam por espíritos negativos daqueles que mataram (em função de salvarem a sua vida e de suas obrigações) e prenderam (da mesma forma é esta a função de um policial)?!
Sinceramente, mas esta casa espírita estava muito confusa e este seu representante com o além mais ainda!
Justamente por essas baboseiras, Rocha - e não vai nenhum desrespeito meu neste sentido, mas deste médium eu duvidar da sua capacidade espiritual -, que deixei o Espiritismo de lado e qualquer outra filosofia que aborde a reencarnação.
Há muitos furos a serem preenchidos, muitas dúvidas, principalmente a respeito de "quem foi que disse que seria assim"?!
Ninguém sabe nada, apenas dão seus palpites e opiniões sem maiores responsabilidades, e não se trata de acreditar ou não, mas de se ter um mínimo de consciência e questionar até que ponto a verdade se sustenta, até aonde vai a certeza de que a alma é imortal e, ainda por cima, reencarnar!
Acredito em Deus, sabes disso.
No entanto, esta forma de somente depois de morto que sofremos um "recall", isto é, que possivelmente nossos defeitos daquela encarnação serão consertados, porém ao retornarmos a este plano nesta nova vida nos são acrescentados novas falhas porque somos imperfeitos - olha, os caras lá em cima estão brincando conosco, e não tem nada de sério e corretivo nesse processo de ir e vir, pelo contrário!
Portanto, como Deus não estaria disposto a ser usado dessa maneira, de ser o causador dessas viagens permanentes e cada vez mais complicadas, os que creem na reencarnação que me desculpem, mas é uma grande pantomima, um teatro cuja peça apresentada é péssima, muito mal encenada e de muito mau gosto!
Nada contra quem acredita nesse sistema, Rocha, que respeito, mas as minhas convicções e crenças extrapolam essa simplória forma de pagarmos pelos nossos erros passeando pelo Universo, e entrando em fila de novo para voltarmos a este Plano, de expiação, de sofrimento.
No mínimo os espíritos superiores estão com falta de diversão, então encontraram um meio divertido de nos fazer de bolinha de ping pong, e deem-nos raquetadas enquanto vivos e depois de mortos!
Posso até estar fazendo parte deste processo, mas aviso à chefia que está errada, e vai pagar caro por esta maneira deplorável de lidar com os espíritos alheios, principalmente o meu!
Um forte abraço, Rocha.
Teus temas são ótimos para debates.
Saúde e paz, meu caro.
1) Amigo Bendl,
Excluir2) Só tem um jeito, quando chegarmos lá em cima, do outro lado, em outra dimensão ... qualquer nome ....
3)Vamos tirar a prova dos 9.
4) Ando meio matemático ultimamente...
1)De fato, Wilson, Oceano de Sá era oficial da Aeronáutica.
ResponderExcluir2)Uma das histórias que contam é que ele perdeu a família naquele famoso e triste incêndio que aconteceu em Niterói, o Circo Americano.
3) Então, reformado (aposentado) tornou-se místico em tempo integral e dedicou toda a vida à Cidade Eclética.
Antônio,
ResponderExcluirPor uma dessas coincidências da vida dia desses eu, que não acredito em alma do outro mundo, ouvi de alguém que muito prezo e admiro que os fantasmas existem e que certas coisas os prendem nesse plano como um pedaço de terra, um crime, um ideal, uma vigança, um amor. Enfim, coisas inacabadas, irresolvidas. Será? Eu acho que não, mas tento não ter pendências pois acredito que é melhor se viajar leve. (rsrs)
Também jamais havia ouvido falar sobre o Yokanaam ou a Cidade Eclética nem viveria de cajado na mão lá no Planalto Central mas depois de ler o seu post e de abrir o link vi que ele acreditava que "todas as religiões são boas em essência porque ensinam algo de útil". É verdade.
É claro que eu não penso igual a você sobre um monte de coisas e vice versa. E daí? Confesso que acho muito maluca essa mania que temos de querer que todo mundo pense igual a gente. O que importa é que aprendo através das coisas que você pensa e escreve e que me reconheço nelas como, por exemplo, quando você enche a boca e se declara um homem feliz. Vivemos tempos tão estranhos que é como se fosse errado ser feliz, gostar da vida e agradecer , no meu caso não sei bem a quem , mas sei bem porque.
Então, vizinho, mais uma vez...
"Gratidão"
1) Salve Moacir, concordo com a pessoa que te falou sobre os fantasmas, Espíritos...
Excluir2)Eu penso que a vida é infinita, tem várias partes, no momento estou na parte da carne e osso, depois posso ir para outras partes.
3) No fundo é um jogo. E sou muito felicíssimo por estar jogando esta partida.
4)Eu não quero que ninguém pense igual eu penso, mas gosto de escrever sobre estes assuntos espirituais.
5) Abraços.