Dulce Regina
Hoje trazemos um artigo de uma nova colaboradora. Como é o costume aqui, deixemos
que ela mesma se apresente:
Me chamo
Dulce Regina - nome escolhido por minha mãe pelo significado , “doce rainha” -
nasci no Rio de Janeiro, numa família de nove irmãos - dois homens e sete
mulheres - cursei Contabilidade e Teologia. Parei de trabalhar como bancária
quando casei e mais tarde, tornei-me professora de Educação Religiosa no
Colégio Marista S. José, acumulando com a função de catequista na Paróquia do
meu bairro e numa comunidade na Tijuca, Favela Indiana. Casei com um bello
ragazzo, de família italiana, há quarenta e nove anos. Moro num bairro
residencial onde prevalece o verde e guarda tradições antigas. Tenho três
filhos homens. Os dois mais velhos casaram-se cedo e me deram uma neta, que é a
princesa da família e mais três netos, o filho caçula casou-se mais tarde e
presenteou-nos com um netinho que hoje tem dois anos, e veio tornar-nos avós
jovens e maravilhados pela renovação.
Gosto de fazer
fotografias e pretendo escrever aqui sobre elas.
Aprendi, desde cedo, a olhar e descobrir a beleza que existe na natureza.
De uns tempos para cá, com uma câmera digital, as lentes da minha retina
tornaram-se capazes de apreender imagens que classifico como fantásticas.
Tenho um projeto, guardado no coração, de compartilhar essas fotos em um
livro valorizadas por textos, ou em um vídeo com uma bela canção. Para tanto
preciso de ajuda pois sou bem limitada em se tratando de “tecnologias”.
Assim sendo, surgiu a oportunidade - através do amável convite do Wilson
– de partilhar neste espaço as imagens e emoções registradas em algumas de minhas
fotografias.
Inicio esta jornada por um lugar bem especial para mim: São Lourenço. Uma
bela cidade de Minas Gerais, conhecida por ter uma das mais famosas estâncias
hidrominerais do Brasil, na Serra da Mantiqueira.
Visito a cidade, pelo menos duas vezes ao ano. Perguntam-me:
“Por que
você tanto gosta de São Lourenço?”
A resposta está na ponta da língua: sinto-me bem num lugar tranquilo, rodeada
pela natureza, além de apreciar o convívio de pessoas simples e comunicativas -
coisa bem difícil de se encontrar numa cidade grande. Sempre tem uma prosa (ou
um causo) para se contar ou ouvir.
Nosso “pouso” é sempre no Hotel Brasil - bem tradicional nessa cidade -
por estar localizado a um pulo do parque. Acordamos cedo e depois do café da
manhã, vamos caminhar pelos seus caminhos e trilhas - com direito a sentar em
algum banco para breves descansos - e olhar à nossa volta. É nessas
paradas que capto minhas imagens.
fotografia Dulce Regina |
Não tem nada igual, por exemplo, a admirar uma família de gansos, com
todos os adultos protegendo seus filhotes. Você que se atreva a mexer com eles
ou aproximar-se... é uma gritaria sem fim.
As garças também fazem parte desse ambiente. Estar atenta e com a câmera
pronta sempre me proporciona imagens que nem acredito que foram feitas por mim.
Todas as tardes a partir
das cinco horas, as garças nos proporcionam um espetáculo de voos e pousos que
nos deixam extasiados: revoando e retornando em bando, durante meia hora, para
as árvores de uma ilha no lago ali existente - a “Ilha dos Amores” - para
pernoitarem. As árvores ficam brancas de tantas gaivotas que nelas pousam.
Acredito que as aves
escolham este lugar para escapar dos predadores e poder dormir tranquilas. Eis
o ballet das garças,
que no último sábado do mês
é acompanhado por música clássica ao vivo, o que torna ainda mais belo e
encantador esse momento mágico.
Passarinhos, borboletas, macacos, abelhas que produzem um excelente mel
mineiro sempre se fazem presentes.
fotografia Dulce Regina |
Orquídeas, rosas, dálias dão o toque de vida das flores, exalando
perfume e colorindo o parque.
fotografia Dulce Regina |
Ao entardecer, depois de
uma parada para um café com conhaque e um pedaço de bolo, tudo começa a se
aquietar e as cores vão se suavizando. Os passarinhos pousam aqui e ali,
inclusive os irrequietos tucanos, até que somos brindados por um por de sol cor
de rosa.
fotografia Dulce Regina |
E por uma Lua crescente, captada entre os ramos e as flores de um ipê.
fotografia Dulce Regina |
Vejo nas minhas fotos belíssimos
sinais da existência de um Deus sempre presente em nossas vidas com suas
dádivas... se soubermos olhar à nossa volta.
1) Ora viva ! Bem - vinda Dulce !
ResponderExcluir2) Bela crônica, fotos e vídeo idem. Texto nos transporta para a contemplação da natureza.
3) Conheço e admiro bastante São Lourenço, já fui várias vezes. Foi lá que me falaram da peregrinação anual que fazem à noite até Baependi para o Santuário de Nhá Chica. Uma caminhada pela madrugada.
4)Respeitosamente seu nome me fez lembrar de uma devoção que existe na Espanha: Nossa Senhora do Doce Nome, comemora-se no dia 12 de setembro.
Olá Antônio. Obrigada pelo acolhimento aqui no blog e por sua atenção. Conheci o Santuário de Nhá Chica em Baependi no ano de 1967, quando ainda era uma pequena capelinha e uma sala que os seus devotos colocavam objetos pela graça alcançada. Acredito piamente que santos e beatos intercedem junto à Deus por nós. " Ser Santo é Uma Vocação Para Todos " . Disse o Papa Francisco no Angelus do dia primeiro de novembro. Quanto a N.S.do Doce Nome, acredito que seja N.Sra. do Pilar que na sua aparição diante de Thiago, ele descreveu-a como " um quadro indizilvelmente Doce e Belo " . Abraços
ExcluirPassamos belos momentos em São Lourenço e também em Caxambu.
ResponderExcluirCaríssima Dulce,
ResponderExcluirEnquanto os humanos encontrarem tempo , nas suas falta de tempo , para clicar a Natureza, para curtir o pouso das garças , para testemunhar as árvores embranquecendo de penas e para ouvir o Angelus durante um por do sol , creio que ainda haverá salvação.
No dia do seu primeiro post nas Conversas do Mano , além dos parabéns pelos belos texto e fotos e das boas vindas, peço licença para deixar na sua caixa de comentários um outro olhar para o mundo do Mestre Alberto Caeiro, um dos fantasminhas do Pessoa:
"O meu olhar é nítido como um girassol.
Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda,
E de vez em quando olhando para trás...
E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
E eu sei dar por isso muito bem...
Sei ter o pasmo essencial
Que tem uma criança se, ao nascer,
Reparasse que nascera deveras...
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do Mundo...
Creio no Mundo como num malmequer,
Porque o vejo. Mas não penso nele
Porque pensar é não compreender...
O Mundo não se fez para pensarmos nele
(Pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo…
Eu não tenho filosofia: tenho sentidos...
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso,
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe porque ama, nem o que é amar...
Amar é a eterna inocência,
E a única inocência é não pensar..."
O abraço de sempre
Meu querido amigo. Hoje é um dia de emoções 1- fui Mãe pela primeira vez num amanhecer lindo, ouvindo o canto dos pássaros. A maternidade não era um prédio fechado. Na sala pré-parto podia admirar através da janela as árvores que tinha ao seu redor 2- emoção de ser respondida pelo meus dois nomes- mamãe sempre cobrava-me que eu deveria apresentar-me assim 3- pelo carinho que fui recepcionada pela MONICA , OFELIA FRANCISCO, FÁBIO , ROSANE, FREDERICO. A todos meu carinho 4- Ao meu Bello, meu companheiro e amigo, que sempre me apoia, meu amor profundo e verdadeiro. 5- Muito obrigada Moacir pelo poema, pela sua força nessa minha estréia. Beijos para todos
ExcluirBom dia, Wilson. Obrigada por acolher-me nesse espaço maravilhoso. Minha intenção é compartilhar - dividir - com " o outro " minhas emoções em relação à natureza, e fico feliz por isso. Dulce
ResponderExcluirDulce Regina,
ResponderExcluirAmei! Também tenho o costume de fotografar flores por onde passo. Suas fotos são mesmo lindas. Parabéns pelo artigo.
Sou o "bello" ,citado pela Dulce, e fico feliz por ela compartilhar esta sensibilidade pelas fotos e pela natureza. Muitas coisas bonitas deverão ser postadas. O texto revela a sua simplicidade e o dom de se aproximar de pessoas dos locais por onde passamos. Parabéns e que continue. Liporace
ExcluirA natureza é realmente belíssima! !!
ResponderExcluirMas só a sensibilidade de quem a observa com amor e atenção é capaz de captar o sentido da vida e produzir fotos tão lindas e surpreendentes!!!!
Parabéns pelas fotos lindas e pelas palavras cheias de significado. Estou esperando pelas próximas..... Bjs
Belas fotos e texto. Parabéns.
ResponderExcluirParabéns, Dulce, pelo belo artigo sobre a Natureza!
ResponderExcluirE comprovas o que venho reiteradamente escrevendo sobre a sensibilidade feminina, os detalhes que analisa, os pormenores que não passam em branco, a narrativa sempre pródiga em minúcias, uma narrativa que encanta a todos!
Cumprimento ao Wilson por mais esta "aquisição" deste blog extraordinário, que conta com colaboradores de alto nível, e que diariamente deixam registrado postagens inesquecíveis, e agora com participação feminina, enaltecendo mais ainda a importância desta página onde se destacam pessoas que de fato querem viver melhor e proporcionar o mesmo para seus conhecidos na Internet, portanto, merecedoras dos nossos agradecimentos e talentos indiscutíveis que se apresentam mediante textos muito bem elaborados, com essência, com mensagens enviadas, deixando como sugestão que escrever faz bem, agrega as pessoas, e melhora a qualidade de vida exatamente pela amizade que floresce e o tempo destinado ao belo, ao útil, ao tempo melhor usado em prol de uma vida melhor!
O exemplo que deixas para todos nós, Dulce, é de paz, contemplação, tranquilidade interior, predicados que devemos considerar como imprescindíveis para uma existência mais agradável, proveitosa, alegre e feliz!
Um forte abraço.
Muita saúde e Paz!
Aguardo outro artigo de tua autoria, ansioso.
Chico não fique ansioso, já estou preparando outra surpresa...Rsrsrs Ao ler sobre a " participação feminina ", me liguei logo na turma que fica reivindicando a presença de mulheres em todos os setores. O que acho a maior besteira...mas nessa linha, Wilson cumpriu os desejos " feministas " Rsrsrs...Abs
ExcluirDulce Regina,
ResponderExcluirBons olhos a vejam nessa escrita que, você 'promete' (promete?), há de durar muito. Bons olhos também a vejam nas imagens que você reproduz com gosto e vontade.
Estive algumas vezes em São Lourenço. A primeira quando menina e a única em que não ficamos no Hotel Brasil. Mas a graça foi a mesma, não tivesse eu, na correria quase infantil, enfiado os cotovelos na barriga gorda do gerente. Acho que meus pais chamaram a minha atenção e me puseram medo pelo gesto afoito. Passei a tarde acabrunhada achando que o gerente ia morrer por minha causa. Tenho uma foto à beira do lago, ainda em p&b, que revela bem o meu desalento. Mas ao jantar, vi o 'seo Barriga' circulando normalmente e voltei a mim.
Esse primeiro hotel era pequeno, mas havia música de despedida para todos os que iam embora.
De outras vezes ficamos no Hotel Brasil. E lá tive um ataque da 'mardita' e fui parar no hospital da cidade, não lembro o nome.
Que você, Dulce Regina, seja muito feliz aqui, nas páginas do conversasdomano. E deixe pedaços dessa sua felicidade para quem lê você. Pedaço que começou hoje. Seu texto e imagens me trouxeram alegria e saudade.
Um grande abraço.
Ofelia
PS para o Moacir: adorei os 'fantasminhas'em substituição a esse nome horroroso que se chama heterônimo. Adorei, Moacir. O poema me assegura que 'não sou inocente'. Eu penso muito. Embora às vezes não pense nada.
Texto e fotos lindos, vó!
ResponderExcluirParabéns pela conquista. Você é muito querida por toda nossa famiglia 🌺
Oi Linda. Amei ler seu comentário por aqui...TE AMO !
ExcluirO seu texto traduz toda a beleza e exuberância desta cidade mineira.. As fotos estão belíssimas.Aguardo, com expectativa , o projeto guardado no seu coração. Parabéns, Dulce!!
ResponderExcluirOi Ana obrigada pelo carinho e força para meu projeto. Abraços , Dulce
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