Moacir Pimentel
Quem ama Paris, venera os seus museus, que são tantos e tão imensos, que
uma vida só não basta para conhecê-los. No inverno da vida a gente já tem em
cada um deles nossas predileções, namoradas e amigos que, se calhar, enquanto
visitamos as exposições da vez, sempre arranjamos um tempinho para rever.
Se o tempo é curto é preciso escolher e então, de coração partido,
deleta-se os demais e permanecemos fieis aos favoritos: o pequeno e lindo e
íntimo Museu da Idade Média - Termas de Cluny, erguido sobre as ruínas romanas
da cidade, onde mora, em um edifício gótico de altas janelas medievais e
sacadas de pedras bordadas, uma incomparável princesa, a adorável Senhora do
Unicórnio, em tapeçarias gigantescas onde mãos de fada teceram uma alegoria
complicada ao amor e aos cinco sentidos.
Em seguida, a gente se rende à beleza dos lírios d’água de Claude Monet,
que tomam de assalto os salões elípticos especialmente concebidos para hospedar
as maravilhas do artista da luz, como flores aquáticas, salgueiros, reflexões
aquosas e nuvens quase se dissolvendo na abstração. Termina que somos
convencidos de que é vital ver tudo aqui na real e então aluga-se um carro e
nos perdemos no vinho e nos jardins de Giverny.
Para ver a bela Olímpia de Manet, é só sair da Orangerie, atravessar a
passarela das Tuileries, bem em frente, e redescobrir na velha estação de trem
que transformaram no Museu d'Orsay, onde antes de qualquer coisa, dos realistas
e simbolistas e impressionistas e pós - e inclusive das telas gigantes de
Courbet! -é preciso fazer uma parada técnica no Café de l'Horloge, redesenhado
pelos irmãos Campana.
Imperdível é ainda o Museu Rodin onde o Portão do Inferno nos espera nos
jardins. Nas quase duzentas pequenas figuras que o adornam, encontramos todas
as formas reutilizadas em tudo o que o artista esculpiu depois, revolucionando a
escultura, sem falar nas obras da sua atormentada aluna e amante Camille
Claudel. E, last but not least - e sem nem falar en passant no Louvre pois seria
sacrilégio - chegamos ao maravilhoso Museu Picasso.
Mas não quero falar do museu. Gostaria de falar um pouco mais sobre uma
tela. Ela se chama Nu, Folhas Verdes e Busto e não é uma das obras primas de
Picasso. Não pode competir com outras muito mais inovadoras e espantosamente
inspiradas que moram através do mundo, como As Senhoritas d'Avignon, em Nova
York, ou como Guernica, em Madri e - quem sabe? - os Três Dançarinos, em
Londres.
Mas entre as mais de quarenta e três mil obras de Picasso esse Nu tem o
seu lugar especial. Quer a gente goste ou não goste, para melhor ou pior, a
revolucionária linguagem visual da arte moderna - que já tem mais de cem anos -
foi muito da lavra do Picasso. Ele tinha uma atitude eclética quanto a estilo.
Passeava pelos ismos da vida a qualquer tempo, dava show de bola em todos eles,
e apesar de seu trabalho ter sido geralmente caracterizado por uma única
abordagem dominante, ele ia e vinha entre diferentes estilos, fazia um quadro
cubista seguido por outro surrealista e antecedido por um que era puro
classicismo. Às vezes, até mesmo numa só obra de arte, podemos reconhecer dois
ou mais estilos.
Para muitos o Nu é feio. Apenas uma deformação de uma figura feminina
reclinada e retorcida, sexualmente disponível, de olhos fechados, como se
estivesse no mundo da lua ou em um cochilo depois do amor. Nessa tela é muito
fácil enxergar, tão somente, a velha ordem das coisas, a mesma dinâmica
clássica do homem dono e senhor acima da mulher, da mulher vista como coisa, da
amante passiva, da musa submissa. E, com certeza, a temática do quadro, a
submissão feminina, não é para todos os gostos.
Mas isso não é toda a história. Por trás dessa tela icônica há uma
história de amor. E ainda que as histórias de amor, assim como as cartas de
amor, sejam todas ridículas, os pobres dos cérebros humanos gostam delas. Que
tal uma história?
Acho que a razão da imensa popularidade deste quadro são os seus
significados. Afinal, a semente da genialidade que reside nele pode ser encontrada nas telas dos antigos e novos
mestres meio que copiados por Picasso, nas brincadeiras primordiais das suas
fases azul e rosa, nos seus dois períodos cubistas, nos seus trabalhos de
sotaque clássico e nas colagens, paragens por onde o cara dilacerou estruturas,
fatiou o espaço, e criou novas perspectivas, confundindo a percepção,
subvertendo o tempo e reorientando a linguagem pictórica.
Tudo sobre o trabalho desse artista nunca foi fácil de entender. Tanto
que ele mesmo dizia que não era papel do pintor explicar o seu simbolismo. Fora
assim pintores, em vez de pintar, descreveriam suas obras com pretinhas. Ele
acreditava que o público também não deveria ao contemplar uma tela apenas
interpretar os seus códigos, mas tentar entendê-los e senti-los.
O encontro de Picasso com o surrealismo - tão presente no Nu - se deu em
meados da década de 1920, e ainda que essa influência não tenha transformado o
seu trabalho inteiramente, ela incentivou uma nova forma de expressionismo, que
permitiu não só as formas suaves e o erotismo da tela que veremos a seguir.
A obra em pauta é o símbolo maior da fase mais rica, mais profícua e mais
notável - por seu simbolismo e cores! - da obra de Picasso. Trata-se da mais
famosa das telas que o artista pintou de Marie-Thérèse Walter, o grande amor da
vida dele.
Marie_Thérèse Walter (imagem 2.bp.blogspot.com) |
Eles se conheceram em janeiro de 1927 quando ele tinha quarenta e cinco e
ela dezessete anos. Dizem que ele viu a garota loura defronte das Galerias
Lafayette e que teria sido amor à primeira vista. Contam que o pintor teria
puxado a garota pelo braço e dito pomposamente:
- Eu sou Picasso.
E que ela, perplexa, teria retrucado:
- Quem?
Parece que totalmente encantado por tanta inocência e ignorância, Picasso
teria caído numa gostosa gargalhada e respondido:
- Não importa! Você e eu vamos
fazer grandes coisas juntos.
Eles fizeram mesmo, começando - uma semana depois! - pela cama. Um dos
biógrafos do artista escreveu que, desde então, Marie Thérèse sempre esteve em
sua mente, que para ele tudo se relacionava com ela, que mesmo quando ele
estava pintando outra mulher, uma paisagem, ou uma natureza morta, a musa por
quem foi “absolutamente obcecado” não lhe saía da cabeça.
Marie-Thérèse ofereceu uma tábua de salvação para Picasso, que se sentia
oprimido pelo comportamento sufocante e desequilibrado de sua primeira esposa,
a bailarina russa Olga Khokhlova. A francesinha matuta e criada no campo, em
vez, era bela e de bem com a vida, despreocupada e simples, de natureza doce e à
vontade dentro da própria pele, descomplicada e dona de uma sensualidade
irresistível.
Além de todos esses predicados, Marie Thérèse permaneceria apaixonada por
Picasso a vida inteira, apesar dos seus incontáveis casos com outras mulheres.
Ela é descrita como sendo o oposto da neurótica Olga, a quem Picasso
frequentemente retratou em pinturas sombrias, como uma megera horrível, com os
dentes tortos e os cabelos arrepiados.
O casal de amantes manteve o tórrido caso de amor em segredo por muitos
anos, pois Picasso não queria ter que, com o divórcio, dividir com Olga o seu
patrimônio. Nos primeiros anos do relacionamento, a imensa paixão física que os
unia foi escondida de todos. O artista também evitou mostrar a mulher amada na
sua arte o quanto pode, mas a paixão falou mais alto.
As primeiras referências à Marie Thérèse nas telas surgiram como que em
código: ela era transformada em misteriosas iniciais, em uma tigela de frutas
suculentas, por exemplo, ou em um vaso de belas flores, e, é claro, em um mil e
um objetos fálicos.
Marie-Thérèse rejuvenesceu o artista de meia-idade e rapidamente
impregnou de vitalidade o seu trabalho. Ele embarcou então - de corpo e alma! -
em uma série de telas suntuosamente eróticas que são o equivalente visual de
grandes poemas de amor. Estas pinturas deslumbrantes são caracterizadas por
cores brilhantes e alegres e formas roliças, sexy, sugestivas, feitas por
pinceladas largas e livres, em espaços pictóricos exuberantes e fluidos e
felizes. A jovem foi frequentemente apresentada nua e adormecida, como se
descansando após o amor físico.
Tais quadros oferecem um registro altamente íntimo da obsessão de Picasso
pelo corpo da amante, cujos seios e sexo foram muitas vezes exibidos
francamente, como se representando a urgência do desejo do artista. A carga
erótica das pinturas é imensa e por isso mesmo, elas são tão boas, nos
transmitem uma tão nítida sensação de vida, de força, do êxtase sexual vivido
por um homem de meia-idade que não podia acreditar na sua sorte.
Nestas pinturas, Picasso tentou articular o que ele vivenciou e sentiu ao
ser sexualmente intoxicado por Marie Thérèse. Nelas ele se expôs, expressou a
energia do seu amor, a tensão da sua paixão, a crueza do seu desejo,
escancarando com coragem e honestidade a sua sexualidade.
Na primavera de 1931 ele reinventou a escultura e no inverno seguinte ele
revolucionou a nossa percepção sobre alguns dos temas mais básicos da arte
ocidental: a mulher adormecida e a mulher sentada. Tudo isto a partir de uma
manipulação muito complexa do corpo da amante.
Esta fase atingiu seu apogeu em 1932, quando Picasso pintou este Nu, o
mais intenso dentre todos os grandes nus que fez amorosamente da sua musa.
Picasso - Nu com Folhas Verdes e Busto (imagem toperfect.com) |
Esta tela é uma composição feita com poucos elementos. Nela se confrontam
uma cabeça real, a da mulher de cabelos louros, com uma cabeça esculpida, a do
busto num pedestal. Nele também se refletem as dobras e curvas do corpo de
Marie-Thérèse, e as formas exuberantes e ondulantes das folhas verdes de uma
planta. Há uma insinuação de tons esverdeados aqui e ali no corpo.
A cena inclui ainda algumas frutas em tons vermelhos e ocre, que se
repetem e aquecem e iluminam o topo da cena. Vemos ainda uma cortina - um
dossel misterioso, contra o qual a escultura lança uma improvável sombra dupla
- para frente e para trás. É como se o corpo nu, em tamanho real e de um tom
lilás extraterrestre - a cor preferida por Picasso para representar a carne
pálida da amante! - dessa garota que no primeiro plano dorme voluptuosa
estivesse - literalmente - iluminando todo o espaço de forma tão potente a
ponto de enlouquecer as sombras, duplicando-as e lançando- as para todos os
lados.
Se prestarmos atenção, veremos um perfil sombrio - um auto retrato do
pintor - que flutua nas dobras do pano azul no fundo, entre a planta e o busto,
bem ao centro da tela. Se olharmos com cuidado, veremos o contorno preto do
nariz e dos lábios de Picasso, parcialmente escondido pelas sombras no véu azul,
numa analogia do segredo de seu desejo ilícito mas incontrolável pela modelo.
No geral, a pintura tem uma aparência distorcida, sonhadora, um aspecto
infantil e apaixonado. Os blocos de cores são planos e intensos, jamais
cubistas, vinculados por esboços pretos grossos. Os braços da garota não são
anatomicamente corretos, mas em vez, se enrolam abaixo da sua cabeça,
espelhando os ramos da planta acima dela.
Acima da figura largada de Marie-Thérèse, vemos um busto colocado sobre
numa clássica coluna romana. A estátua é controversa. Muitos acreditam que ela
seja uma escultura da própria modelo, cuja beleza o pintor teria colocado em um
pedestal, demonstrando assim a estima que tinha por ela.
Outros especialistas, entretanto, são de opinião que o busto seria mais
uma representação do pintor, mais um afago em seu enorme ego, um elemento de
auto congratulação. Neste caso o perfil em linhas pretas seria uma terceira
sombra projetada no fundo azul. Se for este o caso, o artista se auto retratou num
plano superior ao da mulher deitada por terra, para personificar-se como o seu
senhor, como o dono do seu corpo disponível, e para demonstrar ao mundo a sua
obsessão, a submissão e posse da amante, sem quaisquer reservas e pudores.
Danem-se a mulher ciumenta, o patrimônio, a sociedade parisiense, as convenções:
Ela é minha!
O busto foi pintado não com pinceladas suaves de pincel mas com uma
espátula e em grossas camadas de tinta sobrepostas, fazendo com que a estátua
pareça tridimensional e viril, em contraste com a suavidade do corpo de
Marie-Thérèse.
As duas sombras escuras sobre o corpo nu e alvo da garota são um
mistério. Alguns especialistas acreditam que elas podem indicar um fetiche, uma
fantasia masculina, a apresentação erótica meio que sado da amante amarrada por
cordas. Uma versão light de “Ata-me”! Outros enxergam nas faixas um corpo, em
uma paródia do amor físico. Muitos acreditam que a faixa em torno da garganta
da garota pode ser uma referência a uma imagem célebre de autoria de Matisse,
oferecida como um presente a Picasso, que mostrava uma jovem usando uma
gargantilha preta. Eu acho que a Luma de Oliveira sabia das coisas...
No canto inferior esquerdo do Nu, perto do cotovelo da mulher, Picasso
pintou um prato de maçãs, o fruto proibido, o símbolo, desde os tempos
bíblicos, da tentação sexual. Já as grandes folhas verdes retratam um
filodendro, uma planta d'água rasteira, cujo nome significa “árvore de amor”.
Picasso foi buscar, ao usar tais folhas, inspiração na mitologia clássica.
Ele já tinha usado as folhas do filodendro na maior de suas esculturas -
A Mulher No Jardim - que representa Marie-Thérèse como a ninfa Daphne sendo
metamorfoseada em um arbusto. Ou seja, as folhas brotando entre o corpo nu de
Marie-Thérèse e o busto do pintor, tal qual tentáculos barrocos, os
identificariam também como Apolo e Daphne. Numa outra pintura da sua musa, feita
dias após o Nu, Picasso mais uma vez faz uma referência ao mito de Daphne
transformando o braço da figura em um lírio.
O artista admirava esta planta por sua vitalidade e resistência. Dizem
que certa vez, ele deixou um filodendro na banheira cheia d'água do seu
apartamento em Paris, pois acreditava que, assim fazendo a planta teria água
suficiente para sobreviver enquanto ele estivesse ausente, no sul da França. No
seu retorno, Picasso descobriu que o filodendro havia florescido luxuriante para
além do WC, tomado completamente a pequena sala e, como se não bastasse, tapado
completamente o escoamento da água pelos canos, por onde haviam descido suas
raízes. As folhas do filodrendo significavam para o pintor a potência sexual, a
força do desejo carnal que começara a tomar conta da sua arte da mesma forma
que a sua fome por Marie Thérèse tomara já conta da sua vida.
Outros símbolos de potência usado com muita frequência por Picasso em
suas obras, foram o touro e o minotauro. O artista pintou a mulher amada em
muitas outras telas como O Sonho, A Garota no Espelho, A Menina com Uma Flor,
Retrato, Mulher (eles já estavam separados), Retrato de Marie Thérèse, Marie
Thérèse e Desenho.
Não se pode encontrar em nenhum outro trabalho ou fase do pintor essas
cores alegres, essa ternura ao deformar os planos do rosto de uma modelo, essa
poesia e o brilho das flores adornando o colo, as mãos ou cabelos como que os
de uma noiva. A gente sente que os anos que Picasso passou ao lado dessa garota
foram felizes.
Marie-Therese engravidou em 1935. Mas meses após ela ter dado à luz uma
menina chamada Maya, o artista encontrou uma nova amante, de nome Dora Maar. Marie-Thérèse
teria enlouquecido de ciúme e - dizem! - tendo encontrado Dora inesperadamente
no estúdio de Picasso, com ela entrou em uma luta física, da qual ambas saíram
muito machucadas. Picasso, posteriormente, nas suas memórias, classificou o
episódio como sendo uma das suas recordações mais divertidas e queridas. Isso é
o que chamo de senso de humor.
O certo é que Marie Thérese o idolatrava e que, enquanto dezenas de
mulheres passavam pela cama do artista sem deixar saudades, enquanto ele tinha
mais dois filhos com Françoise Gilot - Paloma e Claude - e durante os quase 20
anos nos quais esteve casado com Jacqueline Roque, ela se manteve fiel e
próxima do seu coração, embora tenha desaparecido da paleta dele e da cena
principal.
O amor dos dois perdurou entre tapas e beijos e idas e vindas por meio
século. Quatro anos após a morte de Picasso em 1973 com a idade de noventa e um,
e exatos cinquenta anos após aquele primeiro e apaixonado encontro,
Marie-Therese, aos sessenta e sete anos em 1977, tirou a própria vida. Para uma
musa, não há vida sem o seu artista.
Uma escultura abstrata de Marie-Thérèse, segurando uma lanterna, foi
colocada - a pedido do próprio artista - no túmulo de Picasso. Conforme
declarações de amigos e da neta de Picasso e de Marie Thérèse - ele considerava
-a como sua verdadeira esposa. A única, entre todas as mulheres da sua vida, que
lhe dera amor e compreensão irrestritos. A única que fora capaz de entender que
para poder pintar, para poder criar, para poder se reinventar, Picasso
precisava estar delirantemente apaixonado: "Quando amo uma mulher ela me dilacera
e à minha obra, renovando-nos"
P.S. – Vejam “Remake”, uma
cópia do Nu, Folhas Verdes e Busto, sendo pintada:
Moacir,
ResponderExcluirJamais prestei muita atenção na obra de Picasso até que por acaso me vi defronte do museu dele no bairro gótico de Barcelona. Me encantei pela vitalidade e pelas cores das obras que continuei sem entender mas certa de que não se pode falar de arte moderna sem Picasso. É por isso que tanto aprecio os seus artigos sobre arte. Eles me dão informações sobre os artistas que de outro jeito não teria e a sua visão das obras. Tudo isto me influencia mas sem bitolar a minha opinião. Daí em diante é com cada um: ou se gosta ou não se gosta. Eu amei! Não sabia dessa grande paixão de Picasso por Marie Therese. Pelos nomes pude chegar a outras pinturas dela. Gostei de uma chamada o Sonho que mostra a jovem cochilando numa poltrona vermelha que parece abraça-la. O vídeo foi uma surpresa. Eu também não imaginava que se pintasse desse jeito quase sacudindo as tintas.
Um abraço
1) Li e reli o texto. É um belo ensaio sobre a belíssima obra de Picasso. Uma aula onde muito aprendo. Uma viagem no tempo.
ResponderExcluir2) Obrigado Moacir Pimentel.
Olá amigo. Aaah !!! Paris !!! Que saudade... Seus museus, seus jardins, o Sena, seus cafés na calçada, uma bela taça de vinho na Champs Elisèes...tudo de bom. Você me encanta com seus relatos, além de apresentar-nos uma belíssima obra de arte - que é esta pintura - narra a vida e os amores ( intensos ) do pintor Picasso. Tenho certa dificuldade para ver esses detalhes numa pintura de arte moderna, então elas não me encantavam. Aprendi que é preciso ficar muito tempo diante de uma tela dessas, olhar...olhar...olhar... Depois...se encantar...e também é necessário conhecer pelo menos um pouco da vida do artista, para absorver o íntimo de seus pensamentos, delírios, amores e paixão. Aprendi tb que as mulheres sempre foram as maiores inspiradoras de um artista. Agora, a grande revelação : você me ensinou tdo isso, através de suas pretinhas e seu talento para as artes. Foi uma bela surpresa para o feriado, além de estar de plantão, como vovó . Obrigada Meu Mestre ! Abraços amorosos, Dulce
ResponderExcluirManovéio, muito bom mesmo e quando eu crescer quero escrever que nem você. Mas quando vamos abstrair?
ResponderExcluirMoacir, por mais que eu olhasse nem em mil anos eu ia adivinhar o perfil de Picasso aí nesse quadro! 😊
ResponderExcluirComeço a sacar que para gostar ou não gostar de qualquer arte é preciso primeiro ter sobre ela alguma informação. Mas gosto dos seus artigos principalmente pelo jeito como você descreve os artistas e as obras que curte como se estivesse falando de seus amigos de infância. Parabéns!
Três linhas formam um sexo, que se percebe delicado, com as coxas torneadas de Marie-Thérèse. Um belo resultado, uma mais que bela pintura. Quem assiste ao vídeo não acredita que de tantas pinceladas há de brotar a suavidade de Nu, Folhas Verdes e Busto. E brota, brotou.
ResponderExcluirAssisti a um filme sobre Picasso na TV e vi uma réplica de Guernica em um teatro. Não sei mais que teatro nem o que eu fazia lá. Tampouco a tela de Picasso. Sei que o amigo de muitos anos do marido era ator.
Adoro histórias de amor de pessoas ilustres como Picasso. Histórias que nos deixaram outras histórias em obras.
Será que o comportamento sexual vigoroso do homem é necessário ao artista que pinta como Picasso? Um homem menos 'quente' pintaria como ele? Talvez não. Talvez virasse poeta (nada contra) ou pintor de naturezas mortas afáveis aos olhos.
A pintura de Picasso nada tem de contemplativa. Ela induz a quem a vê a querer saber mais, adivinhar emoções e porquês.
O rosto de Marie-Thérèse, por exemplo, é pura entrega, enquanto em Guernica os rostos são assustados pela guerra.
Dá pra viajar um bocado nessas obras, imaginar intenções.
Deve ser bom ser musa de um artista como Picasso. Será que ela dava bola pro acontecimento que era a vida dela? Acho que não. Talvez, como toda mulher, pensasse apenas no seu homem.
Abraço, Moacir
Bom final de semana
Ofelia
Flávia, sempre vai ter quem goste e desgoste.E esse risco é uma maravilha, não é mesmo? Pois é cometendo o maior dos individualismos, de um jeito só seu, que pela arte o artista se expressa sem medos e consegue se relacionar com verdade e dignidade , com o mundo e o outro.
ResponderExcluirAntônio, meu vizinho no mundo, sou quem quem lhe agradece por ser honrado com a sua leitura nestas nossas tão boas conversas.
Dulce, minha amiga, que tanto já me soletrou com enorme paciência, essa nossa viagem pela modernidade na pintura é antiga e, se não me engano, teve como primeiro capítulo uma sugestão sua e cubista da gema: A Hora do Chá do Metzinger. Uma tela fantástica que qualquer dia destes, em sua homenagem, vou tentar transformar em um post.
Márcio, um dia eu chego lá ...mas antes preciso crescer(rsrs)
Mônica, de alguns desses benditos malucos sou mesmo amigo de infância mas não do Picasso.Já tivemos nossas diferenças,
felizmente superadas.
Ofélia, os biógrafos dizem que a garota era submissa, diferente das demais,mulheres fortes que o enfrentavam. Picasso dizia que sim, que precisava da adrenalina da caça primitiva,da novidade,de estar apaixonado para criar.Suas 6 mulheres e incontáveis amantes o inspiraram, foram seus temas e a maneira como ele orquestrou os seus retratos realmente expressa seus sentimentos no momento que as pintou. A todas elas traiu na vida, e tratou com extrema crueldade nas telas - retalhou, deformou, dominou, calou, oprimiu - menos Marie Thérèse , cujos retratos eróticos são o fato luminoso na obra dele. A última esposa , Jacqueline Roque se matou com um tiro, Marie Thérèse se enforcou, a primeira , Olga Khokhlova, pirou e Dora Maar mergulhou em depressão. A única que sobreviveu sem marcas aparentes foi Francoise Gilot, quarenta anos mais nova que ele, e a mãe de Claude e Paloma. Depois que o largou ela escreveu um livro autobiográfico - A Mulher Que Disse Não - que o deixou furioso. Apesar de declarar para o mundo que o "Minotauro" era um sádico que tinha medo das mulheres, Françoise jurou de pés juntos que, na vida dela,Picasso fora uma catástrofe que valera a pena ser vivida.
Abraços e obrigado a todos
Enforcada, Maria Thérèse?
ResponderExcluirNossa!, que personalidade nefasta a de Picasso.
Não lembro de ter visto isso no filme da TV. Mas minha memória anda qualquer coisa...
Abç
Ofelia
Bravo, Moacir! Bela tourada entre a fantástica obra e o autor destruidor de mulheres. Olé!
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