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21/11/2016

A Tríplice Coroa

 
imagem www.tramz.com - William Jansen




Francisco Bendl

Nasci numa época que considero o último estágio do romantismo.

A década de cinquenta não tinha o conforto de hoje, as comunicações instantâneas, TV, uma ligação telefônica para se conseguir falar com alguém em outra cidade demorava horas, os meios de transporte eram o avião, trem, e os ônibus dependiam do tempo, caso contrário as estradas de terra não permitiam o trânsito, e poucas casas tinham geladeira e fogão a gás!

A gurizada, em compensação, era extremamente criativa com a questão dos brinquedos, fazendo carrinhos de lata de azeite, carros com rolimã para descer as lombas e quebrar o nariz nas curvas ou ralar os joelhos no calçamento, soltar pandorga (pipas), jogar bolinha de gude, a imaginação andava a mil naquela época.

Aos nove, dez anos, os desafios eram maiores, pois exigia além da criatividade, a tal da coragem!

Não, não éramos desafiados para fumar ou beber, não havia isso no meu tempo, pelo menos na provinciana Porto Alegre, era mesmo rebeldia, arte pura e sofisticada para um bando de guris que se achava imbatível, heróis de outros piás e gurias.

Quando comecei a estudar, no ano longínquo de 1956, fui matriculado em colégio de Irmãos Lassalistas, que usavam batina e tinham um papo branco, uma continuidade do pescoço até quase ao peito.

Os professores daquela congregação não eram padres porque não rezavam missa e não confessavam, mas eram extremamente duros conosco, com os alunos, principalmente com os rebeldes.

Puxão de orelhas, ficar ajoelhado no estrado, ficar copiando o regulamento da caderneta depois da aula eram punições comuns utilizadas pelos Irmãos para obterem uma disciplina rígida, incontestável, sem qualquer margem à discussão ou diálogo!

A pior de todas era o famoso quarto escuro, local onde o colégio guardava as suas tralhas, que ficavam no porão de uma enorme casa de dois andares, e onde se colocava de castigo o aluno que brigava com outro, que usava palavrões ou, até mesmo, se não fosse bem nas provas orais e escritas!

Portanto, o grande desafio era cometer a bagunça que os Irmãos ainda não tinham registro pela audácia, pois inédita, surpreendente!

Nesse meio tempo de estudos em como ser o “cara” em termos de ineditismo nas proezas, fui transferido para um colégio de Irmãos Maristas, que também usavam batina, porém no lugar do papo branco, eles tinham um cinto de corda preta que caia pelo lado até quase os pés e, na ponta, um vistoso pompom!

Era normal o Irmão, no recreio, bater na mão o pompom para distração, que ocasionava no aluno irrequieto, rebelde, malandro, desejos proibidos, imaginações férteis de como obter aquele “brinquedo” cobiçado.

Pô, o tareco ficava pendurado na cintura, como consegui-lo?
O aluno que obtinha um daqueles “troféus” era considerado um semideus, um Aquiles, o Hércules do colégio com um dos seus doze trabalhos realizados meritoriamente!

A solução envolvia três ou quatro alunos do mesmo bando. Enquanto três distraiam o mestre com uma conversa interessante, o corajoso vinha engatinhando por trás e, com uma tesoura - zás –, cortava o pompom e pernas para que te quero, sem ser visto, lógico!

Os três ou dois coadjuvantes deveriam sair normalmente, caso contrário seriam acusados de cúmplices e a expulsão do educandário era sumária.

Mas o troféu obtido era um dos grandes prêmios a ser conquistado, e causar inveja e admiração!

Eu consegui dois, e um mês de suspensão pela dúvida se seria o autor ou não do episódio. Porém por onde eu andava era visto como autoridade incontestável, um futuro presidente da República, um general conquistador, afora o respeito e admiração de alunos de séries mais altas, até do Científico, que me consideravam como um guri maluco, doido, mas arrojado.

O outro grande prêmio era descobrir uma forma de badalar o sino da igreja, evidentemente em horários os mais improváveis, lógico, ou não teria graça fazê-lo dentro do estipulado pelo padre.

No entanto, a entrada para o sino, de onde descia uma corda longa até o piso tinha uma porta, fechada, que somente era aberta com a permissão dos padres daquela igreja, perto do colégio, e por nós frequentada semanalmente.

Puxar a corda e badalar o sino era uma diversão, pois a corda nos erguia alto do solo e nos fazia descer com força.
Mas o feito não era este, era subir até a torre do sino!

Durante dois, três meses, eu e mais alguns colegas da baderna, pensamos como fazer para alcançar o sino e fazê-lo badalar em horários que ninguém havia ouvido.

Descobrimos que se fôssemos coroinhas, o acesso à porta, à escada que levava à torre era uma solução, a mais viável e rápida.

Inscrevemo-nos no curso. Em princípio o padre não nos aceitou. Como éramos obrigados a nos confessar, pois o colégio era católico, o pároco em questão nos ouvia em confissão, sabendo, portanto, que aqueles possíveis coroinhas poderiam lhe dar trabalho. Deve ter imaginado que iria nos controlar, pois jamais lhe passaria pela cabeça o que tínhamos em mente!

Enquanto aprendíamos um pouco de latim – as missas ainda eram neste idioma! – do outro lado da rua lateral à igreja havia um edifício de apartamentos.

Exatamente no mesmo nível do sino, o apartamento do Vítor, nosso colega, que não era do bando, mas era amigo. Não foi difícil que ele nos deixasse usar a sala, cuja janela dava de frente para o sino, depois que lhe confidenciamos o grande plano, mantido como se segredo de Estado fosse.

A ideia era acessar a escada da Torre, subir, AMARRAR UM BARBANTE FORTE, PRETO, NO BADALO DO SINO, de modo a não ser visto da rua, com o comprimento que chegasse ao apartamento do Vítor e, de madrugada... BLÉM, BLÉM , BLÉM

Na primeira vez que decidimos colocar em prática o plano magistral, chegamos à tarde no apartamento do amigo para nos concentrarmos para as badaladas, e cujos pais estavam tão ansiosos como nós, diante do ineditismo da peripécia e sem que o filho fosse acusado de qualquer participação, pois bastava largar o carretel do barbante rua abaixo que não se saberia de onde o som era originado.
Mais a mais, como que um sino iria bater se não fosse de dentro da igreja, ora!

UMA E MEIA DA MANHÃ, silêncio sepulcral no bairro, todos dormindo, o sino BLÉM, BLÉM, BLÉM!!!

Luzes se acendem, gente põe o pescoço para fora das janelas, porém nenhum movimento na torre, ou seja, o padre não subira até o sino.

Os abraços, apertos de mão, os cumprimentos foram festivos, o regozijo foi fantástico!

Espetaculares e extraordinários foram s comentários no colégio pela manhã!

No dia seguinte, durante o curso de coroinha, o padre nos olhava com atenção redobrada. Não podia perguntar sobre o sino badalando de madrugada porque daria a mão à palmatória que a brincadeira surtira efeito, e nós sabíamos disso, então nos comportamos com mais discrição, como se nada tivesse acontecido.

Claro que não haveria a repetição no dia seguinte, precisávamos dar um tempo.
Voltamos dois dias depois ao apartamento, que apelidamos de “bunker”, casamata, para os heróis da encrenca!

Desta vez tocamos o sino às TRÊS DA MADRUGADA!!!

Enquanto assistíamos às gargalhadas o movimento de gente que saiu à rua para ver o que acontecia e os padres também, alguém chamou os bombeiros!

Quando o caminhão com a sirene ligada rompeu pela rua da igreja, mal e mal tivemos tempo de cortar a linha, fechar a janela e ver o movimento por uma pequena fresta, disputada a empurrões para se ver os acontecimentos.

Os bombeiros não encontram o barbante preso ao sino, como não descobriram a causa do badalar, consequentemente.

O assunto rendeu, a ponto de sair no Correio do Povo a notícia do sino fantasma da Igreja São Pedro, que tocava a esmo!!

Muitos anos depois, eu casado e com filhos, contei a proeza para um dos Irmãos, ainda vivo. Pois ele me decepcionou ao exclamar que sabia que eu estava envolvido, e o apartamento que usamos!

Acontece que um dos padres viu o movimento de alunos do colégio no edifício ao lado da igreja. Na primeira vez não ligou ao fato do sino badalar de madrugada mas, na segunda, e vendo os mesmos guris da vez anterior entrar no prédio cedo da tarde e não sair, deduziu que éramos os culpados pela “tragédia”.
Mas ele não sabia nossos nomes, então não soube dizer ao Irmão diretor quem badalava o sino pela madrugada, apenas deu as características de cada um, sendo a minha um diabo em forma de guri, com cabelo loiro, crespo, e olhos fulminantes!

Pouco antes de sair do colégio de mudança para Brasília, ostentei com o mesmo pessoal a Tríplice Coroa!

A primeira foi cortar o pompom do cinto dos Irmãos Maristas, êxito alcançado;
A segunda foi badalar o sino da igreja de madrugada, sucesso absoluto;
A terceira seria... pilotar UM BONDE!!!

Porto Alegre na década de cinquenta era rasgada por linhas de bonde. Não havia bairros que os elétricos não trilhavam. Em consequência, andávamos muito nesse transporte coletivo. Na condição de fedelho, curioso, infernal, metido, eu sempre viajava ao lado do motorneiro, que por mais espaço que pedisse para trabalhar eu não saia do lado do grande comandante e timoneiro!

Assim, aprendi como frear, acelerar, desativar o freio e ouvir a liberação do ar, somente olhando o motorneiro, pois não havia pedais, algo fantástico para um piá se vendo na direção daquele bólido de aço!

Os bondes eram recolhidos à noite na garagem da Carris, na Sarmento Leite, um espaço gigantesco, que cabiam vinte, trinta deles.

Durante alguns dias ficamos de “campana”, observando como eram desligados ou se ficasse algum bonde dando sopa, pronto para sair rodando.

A sorte beneficia os corajosos.
Cerca das 20 horas, tarde para uns guris estarem nas ruas, um bonde chega na garagem. O motorneiro talvez indo ao banheiro ou fora anotar algo, deixou o “tanque de guerra” à disposição.
Pula para o comando o Omar, mais empedernido que eu, um piá decidido, valente, enquanto que nós quatro nos acomodávamos nos bancos de madeira, e saímos com o bonde!!!

O barulho do monstro fez com que o motorneiro saísse em disparada atrás do bonde e de nós, correndo mais que o Usain Bolt. Prestes a subir na espaçonave, saltamos do bonde andando, enquanto o motorneiro alcançava os comandos e parava a veículo, antes que ocasionasse um acidente de monta!

Compondo finalmente a galeria dos grandes heróis do planeta para o colégio e amigos, foi com muita tristeza que fui para Brasília, deixando de frequentar o Olimpo dos deuses gregos!

Não foi por nada que aos doze, treze anos, e por causa do meu tamanho, eu dirigia caminhão, camionete, trator, no Plano Piloto, ajudando a construir as ruas sem cruzamentos da capital brasileira!

Consequentemente, casar-me aos vinte anos era como se eu tivesse quarenta!!!


13 comentários:

  1. 1) Bom texto Chicão, escreveu bem.

    2)Com essa altura toda, se eu te conhecesse no período, ia te recomendar ser jogador de basquete.

    3)Eu, sendo baixinho, em determinado tempo, lá no Gama, DF, era bom em ping pong que hoje chamam tênis de mesa, ou pingue pongue.

    4) Abraços de boa semana.

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    1. Francisco Bendl21/11/2016, 13:37

      Rocha, meu amigo,

      Grato pelo comentário.

      Se eu tiver vontade contarei alguns episódios de guri em Brasília, Taguatinga, quando desembarquei em 59!!!

      Lamento que tenhamos voltado para o RS em 67, pois a minha mãe estava muito doente, a ponto de ter falecido quatro anos depois, aos 42!!!

      Um forte abraço.
      Saúde e Paz!

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  2. Wilson Baptista Junior21/11/2016, 09:31

    Chicão, minhas proezas de menino empalidecem perto das suas :)
    Excelente post. Conte-nos mais, pela amostra você deve ter muitas outras lembranças interessantes!

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    1. Francisco Bendl21/11/2016, 13:47

      Meu amigo e Mano,

      As "proezas" realizadas foram em razão de algumas circunstâncias especiais:

      Naquela idade, 9/10 anos, eu andava sozinho em Porto Alegre, morando na casa das minhas tias-avós(comentário a respeito em Tios e Tias), pois a minha mãe residia em Cachoeira do Sul com a mãe dela e meu irmão.

      Portanto, era eu e Di Caprio, sendo ele na proa do Titanic e, eu, na frente do bonde, exatamente como colocaste na foto, cuja esquina é na avenida Azenha, diferente de hoje, claro.

      Assim, o mundo se tornava pequeno para uns peraltas, e havia muitas atrações para a gurizada criativa, mesmo que algumas fossem mesmo ousadas, reconheço!

      Agora, o interessante, é que JAMAIS usei uma funda para caçar passarinho ou pomba, NUNCA!

      Na condição de apaixonado por animais desde pequeno, matar uma ave ou caçar qualquer bicho, na minha ótica era algo imperdoável, então sobravam as artimanhas, as artes de um guri levado, solto, porém sem fazer mal a ninguém, apenas como diversão e desafio.

      Obrigado, meu caro amigo, pelo texto.
      Um abraço.
      Saúde e Paz!

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  3. Moacir Pimentel21/11/2016, 09:43

    Grande Chicão, grande post! Dia destes eu enviei para o Wilson um texto no qual menciono algumas das minhas pretéritas presepadas pueris , mas NADA que chegue nem perto da suas aventuras (rsrs) Continue, por favor, a nos entreter e divertir com tão boas "conversas". Abração.

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    1. Francisco Bendl21/11/2016, 13:59

      Caro Pimentel,

      Lembro que eu morava numa cidade provinciana, apesar de ser capital de um Estado.

      Porto Alegre há cinquenta, sessenta anos era pacata, calma, a ponto de haver somente carros importados, que eram poucos porque muito caros.

      A diversão para a gurizada era andar de ônibus e bonde. Avião somente em sonho, e o pai ter um automóvel, um legítimo devaneio!

      Difícil era tu conseguires juntar um bando de guris que primeiramente aprontava, para depois pensar nas consequências, que era a graça da travessura, evidentemente, daquelas de botar as duas mãos na cabeça e de se arrepender do "feito"!

      Qualquer dias desses conto as VERDADEIRAS aventuras de kart(!!!) pelas ruas da cidade, algo que deixou a minha mãe de cabelos brancos e em pé quando soube que eu fui parado numa curva feita com dotes de piloto precoce nas rodas da frente de um ... ÔNIBUS!!!

      O motorista, experiente, se deu conta que eu ia virar a esquina, e pressentiu que eu não o tinha visto (Kart não tem retrovisor, lembro), freando antes, mas fui parar colocando a mão no pneu do coletivo!!!

      Curioso que percebi o tal anjo da guarda me fazendo uma figa depois desta "PROEZA";

      Um abraço forte, meu amigo.
      Saúde e Paz!



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  4. Dulce Regina21/11/2016, 12:16

    Olá, menino travesso. Que maravilha de narrativa ! Acho bacana essas lembranças depois que passam os anos, as traquinagens da meninice são comuns, quem não as fez ? Vocês foram bem audaciosos e corajosos, e pude observar você sendo o líder dessa turminha marota. Aqui em casa somos todos Maristas, vivemos intensamente a vida no colégio , nas atividades da APM. Pegamos uma época de bons Irmãos Maristas, eram amigos e companheiros dos alunos e pais. Hoje tenho um neto que aínda estuda lá, o irmão saiu ano passado, tendo sido aprovado na UFRJ em Medicina. Meus filhos têm passagens de travessuras também, algumas só ficamos sabendo depois deles casados. Engraçado essa história do sino , pois o sino do colégio daqui, tb foi alvo de várias travessuras, hoje em dia é um sinal bem alto, acabou o " encanto ". Os ex-alunos protestaram, mas não teve jeito. Vou enviar o link do seu texto para meus filhos e netos e para a comunidade de Brasília, onde ainda tenho um Irmão amigo. Parabéns por sua infância saudável. Abraços, Dulce

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    1. Francisco Bendl21/11/2016, 14:07

      Minha prezada Dulce,

      Acima explico as razões pelas quais eu era "levemente" arteiro!

      Agora, dá gosto de ver os semblantes dos meus filhos quando lhes relato esses "feitos heroicos", e de uma época absolutamente diferente dos tempos atuais, que ficam com brilho nos olhos ao perceber que o pai faz jus à fama até hoje!!!

      Prometo que escreverei uma crônica que vocês vão dar barrigadas de riso sobre uma das maiores e mais criativas traquinagem DE ADULTO, inventada por dois amigos meus, que fui seguidor e discípulo instantaneamente, de tão fantástica que era a brincadeira, intitulada "FIOZINHO"!

      Aguarda, vai valer a pena.

      Um abraço.
      Saúde e Paz, Dulce.

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  5. Olá Francisco Bendl,
    Quando eu penso que você se superou antes com o "Amor é lindo", voce vem com as suas peraltices de guri! E que peraltices! Você pagou juros com os filhos?
    Até a próxima...que promete!

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  6. Francisco Bendl21/11/2016, 17:44

    Aninha,

    Mandei agora à tarde para o Mano uma crônica com algumas das brincadeiras na condição de "adulto", que vocês vão se divertir e muito com esses relatos.

    Mais ou menos no mesmo nível de quando eu era guri.

    Quanto aos filhos, só me deram "lucro", nenhum prejuízo.

    Os três antes de se casarem e ter filhos se formaram:
    O mais velho é médico e professor; o do meio formado em Ciências Contábeis e, o caçula, em Administração de Empresas, ênfase em computação.

    A esposa é formada em Pedagogia e tem Pós em Supervisão Escolar, portanto, alguém tinha de aplaudir tanta inteligência, pois eu mal e mal concluí o Ensino Médio aos SESSENTA ANOS!!!

    Grato pelo comentário.

    Um abraço forte e amistoso, Ana.
    Saúde e Paz!

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  7. Bendl, bem perto de mim ouço o sino da igreja, passarinhos que não sei onde se metem, mas cantam, e como. São os rumores conhecidos dos meus dias. Cada lugar tem os seus.
    Posso imaginar o que sentiram aqueles que acordaram com o badalar do sino pela madrugada. Pela madrugada, Bendl!
    Agora, a pergunta importante: o que você conserva daquele menino? Que travessuras constrói em sua mente ainda hoje?
    O importante é não perdê-las de vista.
    Abraço
    Ofelia

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  8. Francisco Bendl22/11/2016, 11:37

    Minha querida Ofélia,

    As travessuras de hoje são com os netos (a Marli me critica muito quando eu me torno mais criança que os guris e as gurias).

    Há 15 dias, festejamos na minha casa dois aniversários: do meu filho do meio e do meu cunhado, irmão da Marli.

    Uma torta deve ser comprada para que a gurizada passe o dedo e lamba, sem isto não tem aniversário!

    Na hora de se cantar o parabéns, o que faz este avô:
    Não canto, mas como se fosse mímica, boto a língua para fora, faço caretas - sem som - fecho e arregalo os olhos, a cena deve ser tão engraçada que os três pequenos repetem:
    - Vô, faz de novo!

    Também sirvo como um dos monstros que os super heróis precisam combater.

    Os dois piás fantasiados de Homem Aranha e Super Homem sobem em mim, me agarram pelo pescoço, eu me levanto com os dois pendurados nos braços, imito sons de um monstro antediluviano(!), uma farra só!

    E quando saio para me encontrar com amigos na cidade, uma festa qualquer, então me divirto.

    A Marli antes de sairmos de casa, séria, circunspecta como sempre, me avisa:
    - Chico, te lembra do seguinte: não contes os teus casos quando na PE; ai de ti se me falares de quando eras viajante; não falo mais contigo se contares as tuas piadas; saio porta fora se começares com as tuas gargalhadas; não sei o que faço se falares da época que pilotavas automóvel de corrida; pelo amor de Deus, homem, não te atracas nos salgadinhos; NÃO ME ABRA A BOCA PARA FALAR DE POLÍTICA, nós vamos nos divertir!
    -?!?!?!?!?!?!

    Mal ela sabe que as suas advertências dão início ao meu divertimento, Ofélia!

    Um forte abraço.
    Grato pelo comentário.
    O próximo artigo meu te prepara para rir um pouco, pois aborda a minha fase "adulta" de brincar, e de um jeito sensacional!
    Saúde e Paz!

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  9. Que delícia, Bendl!
    Tua Marli foi feita sob encomenda.
    Esse é o bom do casal que se conhece do avesso. Ela te sabe bem. E você a ela.
    E sua Marli tem razão, Bendl. Política não é divertimento, acaba-se perdendo o humor. E pelo que vi por aqui você fica muito bravo.
    Longa vida e saúde a você, sua Marli e aos netinhos.
    Com muito encantamento deles, netinhos, ao monstro avô.
    Que meda!, rsrs.
    Abraço, Bendl.
    Ofelia

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