Domingos Ferreira
A corveta
cruzou a barra do rio Demerara e fundeou em frente ao porto de Georgetown,
aguardando a saída de um navio do cais destinado à sua atracação. O Comandante
Alfredo resolveu esperar no passadiço, em conversa com o imediato e o
Secretário Albuquerque, do Itamaraty, participante da viagem. A manhã estava
clara. Soprava ainda o vento fresco causador do mar agitado que castigara
bastante o navio na travessia até a capital da Guiana, ainda Inglesa.
O vigia
do tijupá informou a aproximação de uma lancha por bombordo. Era uma embarcação
impecavelmente branca, com uma grande cruz vermelha pintada, indicando
tratar-se do serviço de saúde do porto. Nela, se destacava um cidadão negro,
vestido de branco, com toda a aparência de ser um médico. O imediato desceu ao
portaló, para recebê-lo.
O
comandante foi chamado ao telefone, pouco depois. Era o imediato informando
tratar-se efetivamente do médico, o qual insistia em realizar uma inspeção
sanitária no navio. Disse também que lhe fora explicado não ser permitido fazer
isso, por se tratar de um navio de guerra de outro país, ainda mais em visita
oficial. Mas o homem estava brabo, ameaçando não permitir a atracação da
corveta. Alfredo não gostou do que ouviu e mandou que o médico fosse levado
para a câmara, onde iria recebê-lo, após fazê-lo esperar quinze minutos no
convés. As coisas poderiam se complicar porque o navio não trouxera médico
nesta viagem e tinha só um enfermeiro embarcado.
Tratava-se
de um homem enorme, com cara de poucos amigos, que entrou na câmara,
acompanhado pelo imediato. O enfermeiro indiano, seu acompanhante, foi barrado
na porta por um fuzileiro naval, ali colocado como guarda, e levado de volta
para o sol do convés. Alfredo e o diplomata receberam, em pé, o Dr. Broadbent,
M.D.(conforme bordado em seu jaleco), enquanto vociferava seus argumentos. Ele só
foi convidado a se sentar quando calou a boca. Foi uma conversa complicada, que
durou algum tempo, até o comandante ser avisado do cais livre para a atracação.
Sem
chegarem a um acordo, Alfredo acompanhou o médico emburrado até o portaló, para
embarcá-lo na lancha impecável. O pior aconteceu quando estavam se despedindo.
Zero, o mascote do navio, vira-lata novidadeiro, sempre rondando pelo convés
nos portos, achou que seu amado comandante estava sendo agredido por aquela
figura estranha. Não teve dúvida e, latindo enfurecido, partiu para a perna do
médico. Foi uma cena patética, sem piores consequências porque o contramestre
interceptou o Zero antes de cravar os dentes na canela do doutor.
Esse fato
insólito serviu para o Dr. Broadbent, M.D. dar a palavra final! Ele perguntou
que cão era aquele e se estava vacinado. Apesar de ser informado que o mascote
do navio sempre fora vacinado, encheu o peito e soltou a frase definitiva, em
um Inglês com forte sotaque creole:
- Este animal está proibido de por os pés em terra, no porto de
Georgetown!!
Dito
isso, desceu impávido para sua virginal lancha branca e afastou-se do navio,
sem olhar para trás. Estava criado um grande problema a bordo...
O Zero,
vira-lata legítimo, era de tamanho médio, quase branco, com um círculo preto em
volta de um olho, razão do seu nome. Mimado por toda a tripulação, sentia-se
dono da corveta. Estava acostumado a ser o primeiro a desembarcar, assim que a
prancha era passada para o cais. Saía feliz, marcando território nos cabeços de
amarração do navio e nas árvores próximas. Cumpria compenetrado esse ritual e
subia a prancha satisfeito, de volta ao navio, abanando o rabo.
Ele não
entendeu nada ao ser amarrado em um dos suportes do toldo do portaló, por ordem
do comandante. Primeiro, se enfureceu. Depois de latir até cansar, enroscou-se
no convés, em frente à prancha, chorando como uma criança. Enjoara muito com o
mar grosso dos dias anteriores e havia emagrecido. Birrento e chantagista, recusou
a comida trazida por seu “dono”, o Cabo Tonhão. Não queria conversa. Dava
pena...
Zero
estava em greve de fome!... A notícia correu o navio como um raio. O comandante
soube logo da novidade. Ele e o Secretário Albuquerque iriam sair para fazer as
visitas protocolares às autoridades da capital do país. Ao passarem pelo
portaló, acompanhados pelo imediato, o Zero começou a uivar, com um olhar
tristíssimo. Alfredo, preocupado com o moral da tripulação, mandou o cão ser
levado para a popa. Ali, ficava sua casinha, pintada com cores e escudo do
Fluminense, o que variava com o time de cada comandante.
Era
importante a marujada não ver aquela cena junto à prancha, por ocasião do
licenciamento para terra, a ocorrer em breve. Zero saía sempre com eles e
ficava rondando os marinheiros nos inferninhos, tomando conta de tudo na zona.
Ficava por ali, até ser atraído por uma fêmea. Ou voltava para bordo na alta madrugada,
sem sucesso, após dar muito “soco no sereno”(abreviadamente, “soco”). Às vezes,
Zero sumia por dois, três dias..., quando o romance era mais sério. Mas seu
instinto de predador não falhava. Tinha descendentes em muitos portos, e jamais
perdera o navio.
Essa
viagem tinha sido bem planejada em Brasília, por haver muito interesse em seu
sucesso. Vivia-se um período de grandes transformações políticas nas três
Guianas, colônias europeias fronteiriças com o Brasil, até então relegadas a
segundo plano. Elas estavam buscando a independência, com pressões de grupos de
esquerda enfrentando os colonizadores, para grande preocupação dos patrões e
dos americanos, em plena Guerra Fria. A avaliação da nossa diplomacia era de
que o processo se tornaria irreversível nas Guianas Inglesa e Holandesa. Já a
França inibira as ações pela independência da sua colônia, com enormes
investimentos em um gigantesco centro aeroespacial em Kourou, na Guiana
Francesa, patrocinado pela União Européia.
Por tudo
isso, a corveta brasileira estava mostrando nossa bandeira em Georgetown, o que
passaria a ser frequente na região. Também, viera o Primeiro-Secretário
Albuquerque para preparar a instalação de um consulado na cidade, a evoluir em
futura embaixada.
Alfredo e
Albuquerque circularam, no carro oficial, pela cidade pequena e pobre, com o
objetivo de conhecer seus pontos principais. Além das coisas de interesse que
viram, notaram a enorme quantidade de cães soltos pelas ruas. Com isso, os dois
concluíram ser possível soltar o mascote, sem maiores riscos de um incidente
diplomático. Ao chegar ao navio, o comandante deu ordem ao imediato, ainda no
portaló:
- Pode soltar o Zero! E não me olhe espantado!
Vendo as
expressões de incredulidade no pessoal de serviço na tolda, insistiu:
- O que mais nós vimos nas ruas foram vira-latas, numa boa. Soltem o
Zero e dêem comida a ele antes que desapareça!
Foi uma
festa. O cachorro foi solto em minutos. Desconfiado, ele desceu e subiu a
prancha algumas vezes, até se sentir mais seguro. Comeu e bebeu bastante e
disparou pelo cais, em direção ao casario da cidade, sob aplausos dos
marinheiros. Não voltou para bordo naquela noite.
As
autoridades locais tinham preparado um programa para a corveta. O evento mais
importante seria um jogo de futebol dos brasileiros contra os locais. Ele era
objeto de cartazes espalhados pela cidade, em tom de final de Copa do Mundo
entre a Guiana e o Brasil, bicampeão mundial. A propósito, o Secretário
Albuquerque chegara a Belém, alguns dias antes da viagem, trazendo essa
novidade, já acertada nos entendimentos diplomáticos para a visita da corveta a
Georgetown.
A grande
preocupação com tal jogo era que a corveta, com tripulação de sessenta homens,
tinha um “time(?)” de futebol nem de longe capaz de encarar uma pedreira
daquelas. Na realidade, era um grupo de pernas de pau onde se salvavam dois ou
três jogadores, sem preparo físico e treinamento. O time se chamava “Tucunaré”,
tinha uniforme completo, seu “técnico” era o Cabo-eletricista Raimundo, um mau
exemplo de barriga de cerveja.
O navio
jogava, com esses heróis, contra os times dos lugarejos perdidos nas margens
dos rios imensos da Amazonia, onde atracava nos barrancos para prestar
assistência médica e social às populações abandonadas pelos poderes públicos.
Essas ocasiões eram uma festa para os moradores, em especial as crianças.
Havia
sempre um troféu em disputa. Eram pequenas taças e medalhas com o nome do navio
gravado, que o time local recebia, mesmo quando não ganhava o jogo. Elas eram
baratas e, antes das viagens, o imediato mandava comprar uma dezena de
conjuntos, para levar alegria àqueles brasileiros distantes de tudo.
Como o
jogo Guiana x Brasil seria coisa muito importante, a solução foi reforçar o
“Tucunaré” com fuzileiros navais, que tinham um bom time no Grupamento de
Belém, e embarcaram para a viagem. Assim é que, só restaram quatro vagas (dois
reservas) para os “craques” de bordo no aguerrido plantel.
Havia
ainda o problema da camisa a ser usada, se dos tucunarés ou dos fuzileiros
navais. A coisa ficou séria a ponto de ser levada ao Comandante da Flotilha do
Amazonas. O Chefe resolveu a pendenga com a sabedoria inerente aos “mais
antigos”: o uniforme seria o da seleção brasileira, e “que não dessem vexame!” Ainda houve tempo para vários treinos
antes da viagem, conduzidos pelo técnico dos fuzileiros, o suboficial FN
Gedeão, preparador físico, duríssimo na queda.
O estádio
estava lotado pela população composta de negros e indianos, conforme prática
dos ingleses em suas colônias, para explorar a rivalidade entre eles, em
benefício de dominá-los. Os “Tucunarés” foram, educadamente, recebidos por uma
grande salva de palmas. Era um campo modesto, com duas arquibancadas de madeira
ao longo do gramado e uma pequena tribuna de honra coberta, na altura do meio
de campo. De pé, uma multidão cercava todo o campo, em enorme algazarra.
Bandeiras da Guiana por toda parte, contrastavam com uma única bandeira
brasileira junto à tribuna.
O
Comandante Alfredo, o Secretário Albuquerque e os oficiais do navio, em
uniforme branco de mangas curtas, foram recebidos pelo Ministro da Educação e
Esportes, “Prof. Dr. Campbell Adams”, um senhor negro, grisalho, muito afável.
O Prefeito da cidade, um indiano, Mr. Nirupama Suri, e autoridades menores,
completaram o palanque.
Dentre
eles, destacava-se o médico, Dr. Broadbent, M.D., sentado em uma cadeira
branca, com uma cruz vermelha no encosto, em seu impecável jaleco engomado. O comandante,
ao cumprimentá-lo, muito sério, ficou preocupadíssimo com a possibilidade de o
Zero aparecer por ali. Uma taça bonita, de bom tamanho, patrocinada pela
Prefeitura, estava sobre uma mesinha, em frente à tribuna.
O jogo
foi bem disputado. O time local incluía negros e indianos, além de um atacante
louro, forte e agitado, que jogava muito duro. Os marinheiros e fuzileiros
navais Tucunarés aguentaram bem o tranco e o primeiro tempo terminou 1x1. No
intervalo, o imediato trouxe o “técnico” Raimundo que insistia em falar com
Alfredo:
- Comandante, o senhor viu aquele louro grandão que está batendo na
gente?
- Sim, Raimundo, estou vendo. E estranhei que nós não estamos reagindo.
- Pois é, chefe, eu vim pedir licença pro senhor pra baixar o sarrafo
nele.
- Ué! E por que vocês não estão fazendo isso?
- O negócio é meio complicado, comandante. O homem é um italiano que
vive aqui.., é o capitão do time deles...
- Sim, e daí?
- Chefe, ele é um padre, Dom Genaro, um missionário, que mantém um
orfanato grande na cidade... Os moradores adoram ele...
Alfredo
olhou perplexo para o técnico. O secretário e o imediato estavam se contorcendo
para não rir. Raimundo continuava muito sério. Alfredo decidiu de bate-pronto:
- Raimundo, pode baixar o pau nele. Mas, cuidado para não quebrar o
homem.
- Sim senhor, chefe. Vou botar o Jorjão prá cuidar dele...Com licença...
Na
primeira dividida, o padre levou um violento troco do Jorjão (um enorme
sargento fuzileiro, índio botocudo de segunda geração, monossilábico e “puxador
de ferro”). Na segunda entrada, Dom Genaro saiu catando graveto, meio manco. A
partir daí, o religioso ficou cauteloso, quase gentil, e o entrevero mais
civilizado.
O jogo
terminou 2x2. Os guianenses comemoraram como se fosse uma grande vitória.
Imagine, empatar com os bicampeões do mundo! O Dr. Campbell Adams, eufórico,
fez questão de entregar a taça aos brasileiros. Os times se alinharam no
gramado para a premiação.
Nesse
momento, Alfredo viu o Zero entrar no outro lado do campo, atrás de uma fêmea, seguido
por vários cachorros. O comandante olhou angustiado para o imediato, que
entendeu tudo e agiu rápido. Em instantes, o Cabo Tonhão, “dono” do Zero,
correu pela multidão e sumiu com o mascote, para alívio de Alfredo e seus
oficiais, atentos à manobra salvadora. A premiação ocorreu sem maiores
incidentes e a população de Georgetown comemorou o empate com os brasileiros
pela noite adentro.
A
programação da corveta também incluía um recepção, no dia seguinte, na
Nightingale House, residência oficial do Governador Britânico. Os convidados
brasileiros, em uniforme branco, foram recebidos por Lady e Lorde Barrington,
suas duas filhas adolescentes e um irmão menino, além de várias famílias de
brancos colonizadores. Junto com eles, estavam o Coronel Mac Intosh, comandante
do batalhão de escoceses, sediado na Guiana, e alguns dos seus oficiais,
vestindo os kilts de seus clans. O casarão, em estilo colonial inglês, no
centro de um belo gramado, em uma colina, era um cenário digno de um romance de
Jane Austen, contrastando com a pobreza da cidade.
A
conversa fluía livremente, regada por uísque escocês, canapés e música de um
piano. A criadagem, toda negra, era chefiada por um rigoroso “maître” indiano.
Havia grande curiosidade sobre o Brasil, em especial a Amazônia. Notava-se
certa preocupação e nostalgia em relação à Guiana, já aceita como futuro país
independente, no processo de redução do poder colonial britânico, agravado com
a perda da Índia. Essa circunstância foi bem percebida pelo Secretário
Albuquerque, em proveito de sua missão na viagem. A reunião animou-se com
entrada em cena de gaitas de fole e canções escocesas, terminando bem depois do
por do sol, com brindes ao Brasil e à Rainha.
Na manhã
seguinte, a corveta estava pronta para desatracar na hora prevista, com o
pessoal distribuído pelos conveses, em “postos de suspender”. Entretanto, havia
um problema preocupando a todos. O Zero não havia voltado para bordo. O
Comandante Alfredo, nervoso, andava de um bordo a outro no passadiço.
Passados
alguns minutos da hora prevista, ele atrasou a partida em uma hora e ordenou ao
imediato que usasse o carro à disposição do navio para procurar o desertor pela
cidade. Três tripulantes, incluindo o cabo Tonhão, seu “dono”, foram escalados
para tentar encontrar o mascote nas ruas da ZB. Eles deveriam voltar para
bordo, dentro de uma hora, com ou sem o Zero.
O cão não
foi encontrado.
Com o
navio novamente pronto para suspender, e todos a bordo de coração na boca, o
comandante mandou retirar a prancha e desatracou a corveta, aproando ao meio do
rio. Quando estava guinando em direção à barra, já distante do cais, foi ouvido
o que a tripulação mais queria escutar. O vigia do tijupá gritou, de olhos
grudados no binóculo:
- Zero no cais, pelo través de boreste, a trezentas jardas! Ele está
latindo muito!
Foi uma
verdadeira loucura quando o navio encostou no cais e o Tonhão pulou em terra, agarrou
o Zero, e voltou para bordo com ele no colo, lambendo seu rosto.
Muito
homem feito, metido a durão, chorou de emoção naquele dia. Inclusive o
comandante Alfredo...
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O Destino
sempre nos surpreende. Ocorreram dois fatos, em pouco tempo, que não podem ser
omitidos nesta narrativa.
O
primeiro foi em um dia de muita chuva, alguns meses após a chegada da viagem. A
corveta estava docada na Base Naval e a prancha que ligava o navio à borda do
dique estava muito escorregadia. Zero farejava por perto e viu uma ratazana
entrando no navio por ela. A reação do cachorro foi instantânea. Ele partiu
para cima do bicho, latindo, e o roedor, apavorado, pulou para o fundo do
dique. Zero escorregou na prancha molhada e despencou com ele. Foi uma queda de
uns oito metros sobre um piso de pedra. O pessoal de serviço no convés ouviu o
impacto surdo do cão no granito e um longo e sofrido ganido. Seguiu-se um
silêncio assustador. Os dois homens que desceram correndo ao fundo do dique
voltaram ao convés, chorando, com o Zero nos braços. Havia um filete de sangue
saindo de sua boca. Estava morto.
O
Comandante Alfredo foi logo avisado e chegou, apressado, no convés, Encontrou o
Zero colocado sobre um tapetinho, cercado por metade da tripulação, em
silêncio. Sem saber direito o que fazer, ele tomou o cão nos braços, e
acariciou demoradamente sua cabeça, com os olhos marejados. Em seguida, o
entregou ao imediato e disse-lhe para providenciar o enterro do cão, logo que
possível, com a presença de toda a tripulação.
Zero foi
enterrado no dia seguinte, com a presença da tripulação da corveta. O triste
fato ocorreu no jardim da Base Naval, em um canteiro florido, com direito a
lápide e tudo. Ele deve estar lá até hoje...
O segundo
fato chegou ao conhecimento do Comandante Alfredo algumas semanas depois, por
um jornal de domingo, vindo do Rio de Janeiro, com atraso de dois dias. Uma
noticia, em página interna, anunciava: “Tapume Mata Lorde Inglês”. O texto, em
linguagem jornalística, dizia que Lorde Barrington, ex-governador da Guiana
Inglesa, havia sido atingido por um tapume, despencado de uma obra, na Oxford
Street. Seu carro, um Aston Martin, fora atingido em cheio pela pesada peça,
enquanto circulava na famosa rua comercial da City londrina. O motorista
sobrevivera gravemente ferido, porém o lorde morrera no local, apesar do pronto
atendimento de emergência.
Poucos
dias depois, o Comandante Alfredo recebeu um telegrama do Itamaraty, assinado
pelo Primeiro Secretário Albuquerque, participando-lhe a morte de Lorde
Barrington e informando que o governo brasileiro enviara condolências à
diplomacia britânica e à família do falecido.
O
Comandante Alfredo fez questão de ler esse telegrama à sua tripulação, formada
em parada, no convés da popa do navio...
1) Ótimo texto. Viva a nossa Marinha. Parabéns aos Fuzileiros Navais !
ResponderExcluir2) Nota 10 para o Zero !
Domingos, uma ótima história. Além de muito bem contada, tenho certeza de que todos nós que temos ou já tivemos cães nos identificamos com a tripulação da corveta no seu carinho pelo Zero.
ResponderExcluirMeu querido, que prazer reencontrar seu texto fidalgo e o Zero, agora na terra firme desta esquina de prosa que o Mano nos concede.
ResponderExcluirMagri é que estava certo. Cachorro também é um ser humano. Eu diria mais, muito mais que um ser humano, bem superior. Só não fala, anda de quatro e tem rabo. O resto ele sabe tudo que a gente não sabe. É naturalmente afetivo, põe qualquer humano no chinelo. E conhece como ninguém a alma humana. Se o cachorro não gostar, estranhar, sai de perto.
ResponderExcluirÉ como a música do Gonzaguinha sobre as frutas: "Passarinho passou longe, o melhor é nem mexer/ Se ele pinica, esteja certo/ muito bom é de comer".
Salve homem com nome de rua!
Ofelia