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Dulce Regina
Às vezes, vejo-me surpreendida com a pergunta:
"Dulce quando você começa arrumar a árvore
de Natal?"
Respondo que no início do Tempo
do Advento, que ocorre quatro semanas antes do Natal. Esse ano será no dia 27
de novembro. Vejo esse momento como um tempo de espera e esperança, de estarmos
atentos e vigilantes, preparando-nos, alegremente, para a vinda de nosso
Salvador.
Essa esperança torna-se mais forte quando aproxima-se o Natal, quando o
Messias virá
E como nos preparar para esta festa?
Sempre festejamos o Natal em família e gosto de me preparar durante
o período do Advento.
Desde menina, sempre coube, a mim, enfeitar a casa. Pegava galhos de
árvores secos e enfeitava-os com algodão, para imitar a neve, e fazia os
enfeites com diversos materiais. E assim os anos foram passando, até chegar o
dia de enfeitar a nossa casa.
Como faço isso? Começo,
religiosamente, amadurecendo o momento que estamos passando, o que nos cerca em
termos de sentimento, alegria, tristeza, doença e outros tantos senões. Nas
primeiras duas semanas, parto para os detalhes decorativos, com muita reflexão
em cada item escolhido. A cor que irá prevalecer também não será um mero acaso.
Ela é um fator importantíssimo para definir o clima do Natal e ajudar na
interação da família.
Minhas orações nesse Tempo são espontâneas, cada laço de fita, cada bola
colocada na árvore é uma conversa com Deus. E, como adoro enfeitar, esses “papos”
são longos e intermináveis. Neles, coloco sempre todas as pessoas queridas,
estejam, ou não, ainda presentes fisicamente. O assunto terá que ser alegre,
lembranças de momentos vividos que nos uniram fraternalmente em todos os dias
de qualquer ano. E aí acontecem milagres. Cada detalhe fica mais bonito e
atraente. De uma simples ideia, surgem coisas encantadoras.
fotografia Dulce Regina |
Nesse período, também faço uma “limpeza”
na casa, momento de doar coisas que não vão ser mais usadas ou aproveitadas. É
uma grande “faxina” nos cantinhos escondidos da casa e, principalmente, na
alma. Sinto-me leve quando isso acontece. Meu pensamento e minha oração serão
para os necessitados.
As duas outras semanas do Advento
reservo para pensar a Ceia de Natal. Mudo o tom da conversa nas minhas orações,
é um momento mais cansativo, que requer cuidado na escolha dos pratos, na sua preparação,
nos temperos usados e, assim, as palavras dirigidas à Deus, às vezes, saem
salgadas, ou apimentadas, dependendo das ações refletidas. E o retorno também
não é muito agradável ao paladar. Tenho que engolir, mitigando cada erro do
tempero, para acertar e agradar a Deus, a mim e a todos.
Há mais de dez anos que, nesse meio Tempo, dou-me uma folga, passando
alguns dias absorta em lugares especiais para mim. Volto revigorada e pronta
para os preparos finais e festejar o grande dia de Natal.
fotografia Dulce Regina |
1) Parabéns Dulce, belíssimo texto sobre a importância do Natal em nossas vidas.É a primeira vez que li, e gostei muito, cada objeto da decoração deve ser acompanhado de uma oração.
ResponderExcluir2)Interessante que na semana passada, já postei em meu Facebook, um cartão de natal que considero muito bonito e significativo.
3) Desde já, Feliz Natal e Próspero Ano Novo a todos(as) que fazem deste blog do Mano, um excelente espaço de Diálogo.
Olá, Antônio. Feliz de você ter gostado do meu texto, vindo de um professor, é um incentivo enorme. Sim, minhas orações são feitas desse jeito, quando me concentro em qualquer atividade silenciosa, elevo meu pensamento à Deus e agradeço todas as graças recebidas ao longo de minha vida. Meu carinho para você e sua artista preferida, com seus belíssimos trabalhos. Dulce
ExcluirEsse vitral é da igreja de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro?
ResponderExcluirOfelia querida, não sei se você leu em outra pauta, que gosto muito do jeito que você arruma suas pretinhas. Elas são suaves, alegres, simples e descontraidas, marque sempre sua presença por aqui e ficarei feliz. Respondendo sobre o vitral : é da Igreja de S. Pedro , em Gramado- Rio Grande do Sul. E não sou irmã do Hélcio , não . Ele tem irmã com esse nome ? Beijos
ExcluirTem irmã Dulce. Mas acho que é 'operária', não 'rainha', rsrs.
ExcluirAbs
Ofelia
E você é irmã do Hélcio?
ResponderExcluirDulce, minha amiga,chego atrasado mas convicto após ler seu texto de que os Natais só existem por causa das mulheres. Só as de Vênus têm imaginação e paciência e carinho suficientes para dar conta de tão grande produção com tantos variados detalhes. Por aqui , até os meus 13 anos eram festas enormes na casa da minha avó materna, que se mudou para o andar de cima cedo demais. Fui para o mundo e os Natais só recomeçaram quando chegaram os curumins e eram comemorados na casa de nossa mãe até alguns anos atrás. Hoje fazemos uma espécie de rodízio de casas fraternas, tentando não notar os lugares vazios na mesa. Em Portugal,de dois em dois anos , consigo recuperar algum do antigo entusiasmo pela festa e entrar no clima Pai Natal. Pense e morra de inveja do melhor Bacalhau da Consoada deste mundo ! Mas não é moleza : todos ajudam a senhora do castelo.Sou encarregado de - beliscando ,é claro! - ir buscar os doces encomendados no Convento e adjacências e participo dando força moral e muitos pitacos inúteis do corte do pinheiro lá na "bolsa" dos Pereiras. Curta os preparativos do seu Natal sendo feliz desde agora. São esses bons momentos o que fica da vida. E a última foto é muito especial!
ResponderExcluirAbraço
Meu querido amigo. Você sabe que aqui todos tem uma participação ativa , no Natal ? Sei que fico com a parte decorativa e a liderança, mas minha " turminha " entra na hora da liturgia dessa belíssima noite. Esses detalhes, sairão no próximo texto, aguarde. Quanto aos quitutes portugueses, são sim saborossíssimos e especiais, mas meus pratos natalinos são aprovadíssimos pelos comensais da ceia natalina. Gosto muito desse vitral e de uma N. Sra. Das Dores, da Igreja de S. Pedro - Gramado. Abraços com sabores lusos. Dulce
ExcluirMinha prezada Dulce Regina,
ResponderExcluirDesde que me conheço como gente o Natal sempre foi a festa máxima, maior do que os aniversários.
Os preparativos começavam quando no início de dezembro saíamos para comprar o pinheiro – não existia árvore artificial à época da minha infância!
A segunda etapa era firmar a árvore dentro de uma lata de 18 litros com terra, de modo que o pinheiro não caísse.
Depois, as colocações dos enfeites e a estrela, na ponta da árvore.
O legal era o presépio, que imitávamos um lago com espelho, as palhas seriam o berço do Menino Jesus, o gado, as ovelhas, as imagens de São José e Maria, incluindo os Reis Magos.
Havia a choupana onde Cristo nasceu, que adornava o presépio de maneira singela, que se espalhava ao redor da árvore emprestando-lhe a grandiosidade necessária do Nascimento do Salvador.
A semana que antecedia o Natal era efervescente, com compras de presentes, as aquisições para a ceia, dia 24, os convidados, as roupas que iríamos vestir, e as indefectíveis consultas sobre o comportamento meu e do meu irmão, caso contrário o Papai Noel não nos deixaria sequer um até logo de lembrança!
Havia mesmo um espírito natalino que agregava as pessoas, unia familiares que andavam às turras, amizades eram reanimadas, o perdão se fazia mais presente entre aqueles que tanto pediam quanto perdoavam.
Admito, o mundo era diferente, sem esta tecnologia poderosa que hoje temos à disposição que, se por um lado facilita a vida em termos de conforto, rapidez e encurtar as distâncias, pelo outro afastou as pessoas, deixou-as mais isoladas, sozinhas.
O Natal era uma festa incomparável!
Comida, bebida, presente, roupas novas, o grande acontecimento do ano!
Grato, Dulce Regina, por este artigo, que me fez voltar no tempo e me recordar daqueles momentos tão significantes na minha vida e hoje tão saudosos, tanto das reuniões entre meus familiares que já se foram, quanto pelo tempo que já se passou, bem acima de seis décadas!
Um forte abraço.
Excelente fim de semana.
Saúde e Paz!
Olá, FrancisctroVisco muito dessa troca de lembranças, conhecimento, aventuras, artes, família, aqui no blog. Aos poucos vamos nos conhecendo e aprendendo a linguagem de cada um. Fico feliz de ter trazido boas recordações para você, elas é que fazem com que tenhamos esperança no futuro. Para mim a Páscoa é a festa máxima da Igreja, depois o Natal. Nesses dois momentos Cristo se faz presente de formas diferentes. Ao nascer Ele vem trazer Esperança e ao Ressuscitar, nos faz crer na Vida Eterna. Falarei mais do Natal, aguarde. E olha, dia 29/12 estaremos indo para Gramado e retornando em 5/1/17. Estaremos bem perto de você, aguardando um novo ano de Paz e Saúde. Abraços, Dulce Regina
ResponderExcluirDulce,
ResponderExcluirPor favor, eu gostaria muito que tu conhecesses a minha família, e nós a ti, certamente.
Moro apenas a sessenta quilômetros de Gramado e Canela. Nada me impede de ir a uma dessas duas cidades, onde tu estiveres hospedada, para nos ver e comemorar esta relação amistosa que temos através deste blog extraordinário, culminando com um forte aperto de mão e um abraço, que tal?!
Olha, desde já autorizo o Mano a te fornecer meu e-mail e telefone, inclusive, caso vieres ao RS de avião, nada me custa te apanhar junto do esposo e mais uma pessoa no aeroporto, e levá-los a Gramado, seria um prazer e uma honra se eu puder ser útil de alguma forma.
E, se chegares de carro, e vocês não conhecerem bem o caminho, por favor, faço questão que sigam o meu carro que eu os levo ao destino com muita satisfação.
Aguardo o teu retorno.
Outro abraço.
Mais saúde e mais paz.