El Greco - El Caballero con la Mano en el Pecho - imagem Wikimedia.org |
Moacir Pimentel
Hoje
conheceremos mais um pouco sobre Doménikos Theotokópoulos, o Grego, e o
Cavaleiro com a Mão no Peito, nesta tela pintada em 1580 e que mora no Museu do
Prado, em Madri.
Veremos como
o Grego foi um grande amalgamador da tradição bizantina e da sua herança
veneziana, florentina e sienense, não necessariamente na forma mas no espírito
da sua obra, e como apesar de tão nítidas influências, ele foi também e acima
de tudo, um fantástico inoculador, deixando a marca de sua tensão angular em
tudo que criou.
Na exposição
sobre o Grego, na linda cidade de Toledo, na Espanha, disseram-nos que o pintor
nascera em Candia, na ilha grega de Creta, onde recebera treinamento como
pintor de ícones pós-bizantinos e provavelmente estudara os clássicos
greco-romanos.
Com o
inventário feito por seu filho Jorge Manuel demonstraram-nos cabalmente que El
Greco deixou uma biblioteca de cento e trinta livros, entre eles obras
clássicas de Homero, Apiano Alexandrino, Xenofonte e obras consagradas a Alexandre
Magno, Petrarca, Orlando o Furioso, de Ariosto, Platão, Aristóteles, as
Metamorfoses de Ovídio, uma Bíblia grega, tratados sobre arquitetura, várias
cópias do tratado de Vitrúvio, e o melhor de Serlio, Vignola e Palladio, atas
do Concílio de Trento e, é claro, um Varasi, o biógrafo dos artistas.
O que os
livros de El Greco nos esclareceram é que ele era um erudito e que, através de
um intenso estudo autodidata do trabalho de outros artistas e arquitetos e
homens de letras, começou a considerar a pintura como um discurso autônomo,
como uma ciência especulativa, que ia além da mitologia, dos temas religiosos e
da história.
Em 1563, com
a idade de vinte e dois anos, o Grego fora descrito em um documento como o
Maestro Domenigo, o que significava que já era um membro da guilda de pintores
cretenses e, presumivelmente, trabalhava em seu próprio atelier.
Deste período
da vida do artista, pudemos apreciar na exposição, vindos da coleção bizantina do museu Benaki
de Atenas, os quadros São Lucas Pintando a Virgem e a Criança - um auto retrato
do artista pintando um ícone - e a Adoração dos Magos. Fazendo companhia a
essas obras menores lá estava também uma magnífica Coroação da Virgem, cedida
pela Fundação Onassis.
Como Creta
pertencia à Sereníssima República de Veneza, pareceu-nos natural que o jovem
Grego, um cidadão veneziano de fato e de direito, tenha desejado continuar sua
carreira naquela cidade italiana entre os anos de 1567 e 1570. De acordo com
prova histórica documental ele foi aluno de um já octogenário Ticiano. Em
Toledo vimos o quadro A Cura do Cego, que gritava a influência do professor
veneziano no trabalho do aluno.
El Greco - A Cura do Cego - imagem fr.wahooart.com |
No entanto El
Greco foi ainda mais influenciado por Tintoretto e Veronèse. E quem olha, como
fizemos na ocasião, para a Madona do Longo Pescoço, de Parmegianino, entende
qual a origem dos maneirismos do artista e dos seus corpos e mãos longilíneos. O
Grego visitou Parma a caminho de Roma e na sua obra essa escala também deixou
pegadas.
Parmigianino - Madonna del colo lungo - imagem pureandlowlyfiles.wordpress.com |
No Museu da
Santa Cruz nos deparamos com a primeira obra do retratista El Greco: O Retrato
de Giorgio Giulio Clovio, o seu melhor amigo na Itália, que viera de Nápoles
para contrastar com o estupendo retrato do Cardeal Fernando Niño de Guevara
usando revolucionários óculos que pertence ao Metropolitan Art Museum de Nova
York.
El Greco
chegou à cidade dos papas com uma carta de recomendação de Ticiano. Sob a
proteção do cardeal Alessandro Farnese conseguiu algumas encomendas da corte
romana e assinou suas primeiras obras como Dominico Greco.
No período
que El Greco passou em Roma hospedou-se no Palazzo Farnese, o centro pulsante
de vida intelectual e artística da cidade. Ali travou contato com a elite
pensante romana, enquanto elaborava novas e incomuns interpretações dos temas
religiosos tradicionais, ainda renascentistas, mas já com figuras ágeis,
alongadas e um vigor cromático que refletia Tintoretto.
Dos pintores
venezianos ele herdara a elegância da composição, organizada em paisagens
vibrantes e luz atmosférica, pois as sombras sempre conduziram melhor suas
ideias antes da Veneza. Já Roma lhe legou uma perspectiva mais violenta,
figuras em atitudes estranhas e de gestos tempestuosos - muitos dos elementos
do maneirismo.
Tudo parecia
ir muito bem até que uma polêmica declaração sobre a obra do mestre dos mestres
Michelangelo desviou Domenico do seu caminho para o estrelato.
Quando El
Greco chegou a Roma tanto Michelangelo como Rafael já haviam morrido, mas seus
exemplos continuavam influenciando os jovens pintores. Só que o Grego estava
determinado a imprimir sua própria marca e a defender sua própria visão
artística, suas ideias e estilo pessoais. Por isso não hesitou em criticar o
Juízo Final de Michelangelo.
Sabendo que o
Papa Pio V queria recobrir alguns nus da Capela Sistina, o Grego se ofereceu,
não para recobri-los, mas para pintar de novo todo o teto, destruindo a obra
original de Michelângelo, do qual ele criticava o uso do colorido. Este acesso
de arrogância juvenil (o Grego ainda não havia completado trinta anos e Michelangelo,
que havia morrido poucos anos antes, ainda tinha sua genialidade bem viva na
memória dos romanos) custou caro a Domenico, que admirava o gênio do mestre
como escultor mas chegou a dizer que ele “era
um bom homem que não sabia pintar”...
Causou tanta
antipatia no meio artístico que foi condenado ao ostracismo por Roma e ficou
tido e havido como um tolo e um pintor maldito durante quase trezentos anos.
Suas formas e cores não naturais foram tão criticadas que chegaram a ser
consideradas piadas de mau gosto.
A narrativa dessa crítica de um gênio
ao trabalho de outro maior ainda foi um dos temas abordados pela exposição,
pois a Capela Sistina é sim uma cachoeira de corpos, uma montanha de carne de
lírica profanidade, mas é o melhor do Renascimento.
Não foi apenas El Greco a se chocar
com a obra. Várias teorias foram desenvolvidas através dos tempos, entre elas a
de que no afresco A Criação de Adão, por trás das figuras de Deus e de Adão e
das duas mais belas mão humanas já pintadas, Michelangelo reunira todos os
coadjuvantes angélicos de modo a formar um cérebro humano.
Michelangelo - A Criação de Adão - imagem: wikipedia.org\wikimedia\commons |
Michelangelo
Buonarotti passara pelo menos vinte anos adquirindo conhecimentos anatômicos
através das dissecações que praticava pessoalmente, sobretudo no convento de
Santo Espírito de Florença, e portanto, ao representar o dom da inteligência
conferido à humanidade com um cérebro, sabia muito bem o que fazia. Introduzira
na narrativa pictórica um terceiro protagonista, fato que, à época, desagradou
os cardeais.
Da mesma
forma deve ter causado polêmica a felação que a serpente comete em um pobre
Minos no Inferno, que não por acaso até hoje muito se parece com o Cardeal
Biagio da Cesena, que então, desempenhava as funções de porta-voz do Vaticano.
Com certeza
nem todos entenderam, no teto da Capela, os vinte magníficos e musculosos nus
masculinos - os Ignudi - em estranhas e torcidas posições, rodeados por coroas
de folhas de carvalho, sobre cujos ramos repousavam milhares de bolotas, os
frutos do carvalho que se assemelham ao pênis, ou aquilo que na gíria do
Trastevere é chamado de “testa di cazzo”.
Uma
explicação para tal exuberância da flora pode residir no fato de que o papa
Papa Sisto IV, construtor da Sistina e nascido Francesco della Rovere,
pertencia a uma das mais tradicionais famílias italianas, cujo brasão de armas
era um carvalho, “Rovere” em italiano. (rsrs)
Por certo
deve ter causado um certo incomodo à sociedade romana - apesar de ser do
conhecimento geral que Michelangelo jamais usara modelos femininos e que os
corpos das suas vigorosas Sibilas e Eva, tinham sido pintados a partir da
observação de corpos masculinos - reconhecer nas faces das heroínas da Sistina,
o rosto nobre de Tommaso dei Cavallieri, lembrado por ter sido durante décadas
um dos grandes amores de Michelangelo.
Nada disso
significa nem que Michelangelo tenha pintado uma ode ao amor masculino -
lembremo-nos que o ideal grego de beleza já dizia que o homem era a medida de
todas as coisas - nem que o Grego tivesse razão nas suas críticas artísticas.
O certo é que
os afrescos da Sistina navegaram tranquilamente por várias tempestades de
fanatismo religioso e que, entre mortos e feridos por folhas de parreira em
lugares estratégicos, todas as suas figuras se salvaram em tempos quando se
devia acreditar que preto é branco e branco é preto, se a Igreja assim o
dissesse.
Esse
parágrafo da história do Grego pinta-o muito mais como um jovem pintor
ambicioso que acreditava ser tão talentoso quanto os melhores, do que como um
puritano.
As convicções
artísticas ortodoxas e a reprovação à pintura de Michelangelo do Grego
determinaram o seu destino. Soubemos durante a na exposição que fora descoberto
recentemente um documento revelador de um desentendimento do artista com o
mecenas Farnese, fato que obrigara o jovem a deixar o Palácio e a abrir seu
próprio estúdio. Já que suas opiniões não davam crédito nem ao seu bom gosto
nem à sua arte, o Grego deixara de ter encomendas.
O pintor não
foi expulso da cidade eterna por colegas furiosos. Ao fugir para a Espanha
provavelmente ele escapava das dívidas. Mas faz sentido a retirada, se
entendermos como frustrante se tentar por toda uma vida e em vão, superar o
insuperável. Realmente foi melhor para o Grego ir para um remanso onde poderia
trabalhar em paz, onde ninguém sabia nada sobre arte, onde ele teve liberdade
para buscar o próprio estilo, a uma distância segura da Capela Sistina. Talvez
as críticas do jovem mestre fossem apenas a arrogância da juventude confrontada
com um desafio impossível.
Assim, ele
partiu para a Espanha. Sua ideia era se instalar em Toledo, a cidade que,
apesar de estar decadente - fora capital do país até 1561, quando foi
substituída por Madri - estava construindo o mosteiro de Escorial, o que
significava boas oportunidades de trabalho para os artistas italianos.
Mas antes
passou por Madri, onde reinava o poderoso Felipe II, líder espanhol da
Contra-Reforma, o movimento da Igreja Católica para barrar o avanço do
protestantismo na Europa. Felipe também era famoso por patrocinar a arte e a
cultura espanhola. Domenikos, então Dominico, resolveu assumir o codinome El
Greco, que ao misturar o artigo espanhol e o substantivo italiano,
provavelmente, queria dizer que ele não era uma coisa nem outra.
Em Madri, El
Greco ganhou a simpatia de membros da corte e o próprio rei lhe pediu que
pintasse O Martírio de São Maurício para ocupar um lugar nobre na basílica do
Escorial. Só que Felipe queria algo bem sangrento, literalmente um martírio, e
eis que El Greco mandou ver uma obra que mostrava pessoas serenas, sem traços
de alarme ou de medo. Contrariado, Felipe II pagou pelo trabalho, mas
pendurou-o num espaço bem escondido e encomendou outra tela com o mesmo tema
para outro artista. Era uma vez Madri para El Greco.
Em 1577,
depois do episódio, não se sabe se por ordem do rei Felipe ou por iniciativa
própria, o Grego partiu para Toledo, de onde nunca mais sairia até sua morte.
Com o único dinheiro que lhe restara – o do pagamento do rei –, alugou nada
menos do que o palacete do conde de Villena, o mais belo e suntuoso da cidade.
Mas o talento de El Greco triunfou em Toledo.
Sua primeira
encomenda foi um conjunto de pinturas para a igreja de São Domingos. O desenho
dos altares foi feito no estilo do arquiteto veneziano Palladio. O quadro
pintado para o altar-mor, A Assunção da Virgem, marca um novo período na vida
do artista. E a influência de Michelangelo – quem diria! – começa a aparecer
nos seus desenhos de figuras humanas.
El Greco - A Assunção da Virgem |
Outra das
principais obras do período romano do Grego, a Pietá, que tivemos o prazer de
ver em Toledo, não poderia ter sido mais influenciada por Michelangelo.
Chamou-nos ainda a atenção por lá, uma tela cedida pela National Gallery da
capital americana à exposição. A explicação mais comum para o fato do Grego ter
retratado nesse quadro intitulado A Purificação do Templo as figuras de
Michelangelo, Ticiano, Clovio e, presumivelmente, de Rafael, como cambistas
sendo banidos do Templo, é a de que ele, simbolicamente, estaria faxinando a
Igreja católica da arte profana.
El Greco - A Purificação do Templo |
Mas talvez,
contrariamente, ele também pudesse estar expressando sua gratidão aos mestres e
revelando a pretensão de rivalizar com eles, como indicam comentários da lavra
do cretense, registrados no livro de Vasari, o biógrafo dos artistas, nos quais
ele considerava Ticiano, Michelangelo e Rafael exemplos a serem seguidos.
Pudemos, na
realidade, verificar que nas primeiras obras de El Greco em solo espanhol,
Michelangelo foi o sal das tintas, a pimenta das telas. Como por exemplo, na
crucificação ladeada pelos dois ricos doadores toledanos, uma adaptação de
desenho do Cristo na Cruz do italiano.
O maneirismo,
a maneira só dele de El Greco pintar a vida, a sua falta de interesse na
perspectiva dos fundos, a enorme expressão dos rostos e corpos representados
subjetivamente, a ausência da narrativa objetiva, tudo isso era Michelangelo.
Sem dúvida estávamos diante de um paradoxo.
Somando-se a
isso algumas técnicas venezianas, ele inaugura um estilo próprio e novo, com
diferentes intensidades das cores e contrastes, intrigante e absolutamente
pessoal. O resultado são figuras alongadas em forma de chama, geralmente
pintadas em cores frias, lúgubres e azuladas, expressando um intenso sentimento
religioso.
Seu prestígio
cresceu ano após ano. Encomendas não paravam de chegar de todas as regiões da
Espanha, e ele precisou contratar ajudantes para dar conta do recado. El Greco
enriqueceu e no auge da fama, nada assustava ao poderoso artista. Nem mesmo a
Inquisição.
Esse período,
os últimos quinze anos de sua vida, foi um dos mais profícuos para sua criação.
Quanto mais doente estava, mais se acentuava a característica verticalidade de
suas figuras e os ritmos das linhas baseadas na espiral e mais a crítica o
considerava louco.
A tarde
passou voando dentro do Museu da Santa Cruz e em meio a tantas visões de tão
talentosos mestres. Saímos da exposição rumo à Fortaleza de Alcázar, a
fortaleza de pedra que preside à cidade do seu ponto mais alto e que já foi
Pretório Romano, no terceiro século, palácio imperial para reis visigodos,
fortaleza árabe no décimo século, bastião cristão em 1540, cidadela destruída por
vários incêndios e praticamente demolida durante a Guerra Civil Espanhola e
restaurada por Franco.
Lá costumamos
ir, não para visitar a fortaleza nem para apreciar as relíquias militares do
museu no qual se transformou, mas porque Alcázar tem um segredo: depois da
biblioteca e tomando um mal humorado elevador a gente chega a uma sombria
cafeteria e ao mirante onde se pode tomar um café apreciando as longas vistas.
Vistas tanto
dos maravilhosos jardins que circundam a fortaleza quanto dos horizontes de
Toledo, dos seus edifícios, das mesquitas e sinagoga, dos seus telhados e
praças, das torres de sua Catedral e igrejas, dos seus quase minaretes, do
Mosteiro de los Reyes Franciscanos, das casas medievais pelas suas encostas, do
Bairro Judeu, das portas mouras, das suas três culturas, do Rio Tejo que
envolve a cidade, das suas pontes e das mansões medievais de veraneio à sua
beira, hoje transformadas em pousada de luxo.
Diante de nós
estava, mais uma vez, uma visão de Toledo de tirar o fôlego. Nós respiramos
fundo e nos encontramos com a cidade e entendemos a devoção por ela
experimentada pelo grande pintor.
"Aqui jaz o grego de quem a natureza
aprendeu a arte.”
O epitáfio
não poderia ser mais apropriado para descrever a vida de alguém que se achava
acima do bem e do mal. Domenikos Theotokopulos sempre teve certeza de sua
incrível genialidade, mesmo quando os outros o chamavam de louco e
incompetente, ou diziam que as figuras deformadas e estranhamente assimétricas
que pintava não eram um estilo, mas fruto de uma doença na visão.
Descemos do
Alcázar pensando no quão belas eram as duas vistas de Toledo - a real e a
imaginada. De volta à Toledo antiga, estávamos prontos para experimentar a
Idade Média no seu melhor. Pelas vielas da cidade o passado é silencioso e
cuidadoso, guarda qualquer coisa mística e inexplicável, que convida a gente a
se perder em pensamentos a soltar a imaginação, a sentir-se em casa entre
lendas escuras e fantasmas brancos, entre minaretes árabes, praças mudejares,
fachadas góticas, varandas de pedra rendada, mosaicos de sonhos, judiarias e
canções sefarditas, altares barrocos e missas em moçárabe celebradas à luz de
velas e ao som de órgãos. As Três Águas, o nome de uma instalação alternativa,
de uma artista desconhecida que víramos naquela tarde, não nos contara sobre as
três culturas que conviveram naquele local tão bem quanto aqueles becos.
Paramos para
comprar açafrão. A cor vermelha brilhante e o intenso sabor terroso do açafrão
de Toledo é protegido pelo estatuto de denominação de origem. Com o DO Castilla
La Mancha minha senhora faz uma paella de se comer chorando.
E inspirados
pelos temperos fomos atrás dos sabores. Com seu terreno acidentado e as
estações extremas, Toledo tem uma rica história de uso de carnes de caça para
preparar guisados saudáveis. Caímos de boca na cozinha clássica: um javali
cozido no vinho tinto com legumes e aromatizado com alecrim e tomilho e uma
Perdiz a la Toledana, cozida com cebolas e cabeças de alho inteiras no vinho
branco. Mezzo a mezzo. E depois? Os queijos de ovelha da região e o marzipan de
Toledo com a quantidade certa de doçura que só realça o sabor das amêndoas.
E continuamos
virando copos, os narizes cada vez mais tintos de Rioja e escutando a música de
um passado longínquo. Afinal há um limite para o tanto de arte que uma mente
humana pode absorver em vinte e quadro horas. Em Toledo, numa primavera, viver,
mas do que qualquer outra coisa, sempre será preciso.
No dia
seguinte nos mostrariam como El Greco fora descoberto por Baudelaire, pelos
expressionistas de vários sotaques, por Paul Cézanne e Picasso, por Pollock e
Rivera, atraídos pelas distorções expressivas de forma e cor e pelas visões
apocalípticas das suas obras.
E essa já vai
ser outra história, porque em Toledo não existe a pressa...
Benvindo, Moacir
ResponderExcluirObrigada pela mensagem de Ano Novo no outro post sobre Lisboa. Você é que é 'leve'.
Primeiro sobe aos céus na companhia dos anjos e santos do artista pra depois 'cair de boca' na culinária espanhola kkk
Amei!
Mônica,
ExcluirVocê esqueceu de um detalhe importante nessa minha leve "queda" de volta à realidade : do nariz tinto de vinho!
Abração
Moacir,
ResponderExcluirExcelente o artigo. As pinturas de El Grego são belas e me passam muita espiritualidade. Achei muito interessante a história das críticas a Michelangelo e o detalhe do cérebro na pintura da Criação de Adão me surpreendeu. Feliz Dia de Reis e um abraço para você.
Flávia,
ExcluirObrigado por suas boas palavras.Concordo com você: El Greco foi um homem extremamente devotado a Deus. A busca da espiritualidade está em tudo que ele pintou de um jeito tão individual e humano que a gente percebe como divino.
Outro abraço para você.
Olá meu querido amigo ! Fantástica sua narrativa-aula sobre El Greco, na qual podemos tirar e conhecer detalhes muito importantes através das suas pretinhas tão especiais. Você tem o dom de encantar-nos com " coisas pequenas " , que para nós leigos, passa batido. Realmente não podemos ter pressa nessa longa caminhada. Conhecimento, cultura e lazer faz-nos crescer como ser humano, e ocupa nossa cabeça com pensamentos positivos, leves e sadios,,,coisa bem difícil nesse momento pelo qual todo Mundo passa. Precisamos de muito " sal e pimenta "para o tempero, açafrão para dar cor a vida, doces para saborear e uma bela taça de vinho para embriagar-nos. Agradeço sempre por fazer-me gostar das pinturas de El Greco, pois antes das suas explicações não apreciava-as. Sensacional a Purificação do Templo !!! Belo retorno...Abraços , Dulce Regina
ResponderExcluirQuerida Dulce,
ExcluirQue bom que você está de volta às Conversas! Confesso-lhe que , às vezes, nesse mundo transformado em um barril de pólvora, parece-me meio tolo - quase que uma alienação da realidade - insistir em teclar sobre o bem e o belo. Mas , em seguida, lembro que em tempos de escuridão se precisa é da LUZ das coisas pequenas para vencer a desesperança.
Porque que hoje é sábado esqueceremos ( mais uma vez ) a dieta e o detox pós-férias e beberemos aquela caipiríssima e reuniremos filhos e neto em volta da mesa e jogaremos conversa fora e comeremos algo beeeem calórico e "apimentado" seguido por duas sobremesas e daremos risadas. Porque como dizia um certo João:
" A mente pode fazer do inferno um céu e do céu um inferno".
E vida que segue...com arte
Obrigado pelo incentivo e um abraço.
......
Olá Moacir,
ResponderExcluirOutra magnífica aula sobre El Greco. Por coincidência me lembrou anúncio do iogurte grego - quando acaba a gente quer de novo.
Curiosa sobre os influenciados. Queremos mais, muito mais.
Até muito mais então.
Donana,
ExcluirA "franquia" de iogurte grego ( rsrs) terá mais dois capítulos nos quais tentei mostrar as digitais do velho Mestre na modernidade.
Entre as tantas coisas que me encantam em Dona Arte está a sua natureza circular : quem a faz para valer e imensa, ao fim e ao cabo, bebe do passado para inventar o futuro de um jeito completamente novo.
O nome DISSO também é vida.
Espero, agradecido, que a senhora continue lendo.
Abraço.
1) Aprendo sempre, mas é inevitável "viajar" literariamente nos textos do Moacir: Madrid, Toledo, Grécia...
ResponderExcluir2)Esta última, tornei-me ardoroso fã, após o nascimento da minha neta Penelope, hoje com dois anos de idade, madrilenhazinha...
3) Além do nome mitológico...e por ser eu um místico, aprendi que Santa Penelope, vem do século IV, na Igreja Ortodoxa, Macedônia e região ...
4)Desculpem a citação familiar, mas as linhas belas e fotos idem do Moacir me levaram a estas lindezas...