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Antonio
Rocha
Certa
feita o Buda em um de seus ensinamentos sociais, falava da importância do homem
público ter Ética e Moral ilibadas.
Exemplificou
com a história verdadeira de um mau político, já falecido, muito famoso por sua
corrupção, egoísmo, arrogância e vaidade que amealhara muita riqueza. Mas não
deixara nada para a família, para a viúva e os herdeiros.
A
notícia espalhou-se pela região, a pregação informava que o tal parlamentar,
após sofrer um tempo no inferno (pois no Budismo o inferno é temporário) ele
reencarnara no corpo de um cachorro que, por motivos da inexorável Lei do
Carma, morava na mesma casa que ele construíra, quando ser humano. Diga-se de
passagem, verdadeiro palacete.
O
filho mais velho, da casta nobre, soube da triste notícia e foi reclamar com o
Buda:
- Senhor Buda, estou muito chateado com o senhor,
soube do seu ensinamento, que história é essa de dizer que o meu pai renasceu
como cachorro?
- Meu jovem, você sabe que a Lei do Carma é
infalível.
- Sim, senhor Sidarta, mas o meu pai foi um grande
político, um tribuno reverenciado por toda a nobreza de nosso reino, orador de
escol.
- Mas você também sabe, amigo, que ele nunca fez
nem um tantinho de caridade.
- Ah! senhor Gautama, esse negócio de ajudar os
pobres é bobagem, justamente por existir a Lei do Carma é que os pobres estão
lascados. Quem mandou fazerem besteira em uma vida, então na próxima voltam
pobres...
- Não é bem assim, meu rapaz, uma das funções dos
pobres e deserdados da sorte é que eles proporcionam a oportunidade aos ricos
para que estes os ajudem, das mais diversas formas.
Não se trata de esmola, pode ser com bons postos de
trabalho.
- Então a gente é rico, só para ajudar os pobres?
- É uma excelente possibilidade para se praticar
generosidade, caridade e afins. Quanto mais isso acontece, mas feliz se fica. É
uma felicidade interior, diferente da alegria passageira de ter muitas posses,
pois não levamos nada de material dessa vida.
- E como é que o senhor pode provar que o meu
falecido pai foi para o inferno e reencarnou como cachorro? Estou indignado com
isso!
- Muito simples. Vocês, a sua nobre família já não
tem tantas riquezas como tinham, quando seu pai era vivo.
- Sim é verdade, um pouco antes dele falecer todo o
ouro que ele tinha em um velho baú desapareceu misteriosamente.
- Então eu vou te falar a verdade. Pressentindo que
ia morrer o seu pai um dia enterrou no fundo do quintal de vocês aquela arca
com toda a riqueza da família.
- E como é que o senhor sabe disso?
- Uma das qualidades do Estado de Buda é ver o
passado, o presente e o futuro.
- E como eu posso encontrar esse tesouro?
- Hoje à noite, quando o cachorro de vocês estiver
dormindo, cochiche no ouvido do animal assim: “Papai onde é que o senhor escondeu
o tesouro da nossa família?”
- Está bem, assim farei. – O
rapaz agradeceu e foi embora.
Chegou
a noite, pela madrugada o rapaz levantou-se, foi até onde o cachorro estava e
procedeu como o Buda havia ensinado.
Tipo
um sonâmbulo, o animal levantou-se, foi até o fundo do terreno, e o rapaz
atrás. Em determinada extremidade do sítio, o cachorro começou a cavar a
terra... e logo apareceu a arca com o tesouro.
Olá Antônio,
ResponderExcluirHistória interessante. Mas o mais interessante é que o nosso editor censurou o resto do meu comentário. Viu como ele é democrático, regras iguais para todos?
Espero que suas férias estejam sendo muito boas.
Até a volta!
1) Oi Ana,
ResponderExcluir2) Entendo perfeitamente o Wilson, temas políticos são delicados.
3) Férias notáveis, grato.