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08/01/2017

A Parábola do Mau Político


imagem wikimedia commons


Antonio Rocha

Certa feita o Buda em um de seus ensinamentos sociais, falava da importância do homem público ter Ética e Moral ilibadas.

Exemplificou com a história verdadeira de um mau político, já falecido, muito famoso por sua corrupção, egoísmo, arrogância e vaidade que amealhara muita riqueza. Mas não deixara nada para a família, para a viúva e os herdeiros.

A notícia espalhou-se pela região, a pregação informava que o tal parlamentar, após sofrer um tempo no inferno (pois no Budismo o inferno é temporário) ele reencarnara no corpo de um cachorro que, por motivos da inexorável Lei do Carma, morava na mesma casa que ele construíra, quando ser humano. Diga-se de passagem, verdadeiro palacete.

O filho mais velho, da casta nobre, soube da triste notícia e foi reclamar com o Buda:

- Senhor Buda, estou muito chateado com o senhor, soube do seu ensinamento, que história é essa de dizer que o meu pai renasceu como cachorro?

- Meu jovem, você sabe que a Lei do Carma é infalível.

- Sim, senhor Sidarta, mas o meu pai foi um grande político, um tribuno reverenciado por toda a nobreza de nosso reino, orador de escol.

- Mas você também sabe, amigo, que ele nunca fez nem um tantinho de caridade.

- Ah! senhor Gautama, esse negócio de ajudar os pobres é bobagem, justamente por existir a Lei do Carma é que os pobres estão lascados. Quem mandou fazerem besteira em uma vida, então na próxima voltam pobres...

- Não é bem assim, meu rapaz, uma das funções dos pobres e deserdados da sorte é que eles proporcionam a oportunidade aos ricos para que estes os ajudem, das mais diversas formas.
Não se trata de esmola, pode ser com bons postos de trabalho.

- Então a gente é rico, só para ajudar os pobres?

- É uma excelente possibilidade para se praticar generosidade, caridade e afins. Quanto mais isso acontece, mas feliz se fica. É uma felicidade interior, diferente da alegria passageira de ter muitas posses, pois não levamos nada de material dessa vida.

- E como é que o senhor pode provar que o meu falecido pai foi para o inferno e reencarnou como cachorro? Estou indignado com isso!

- Muito simples. Vocês, a sua nobre família já não tem tantas riquezas como tinham, quando seu pai era vivo.

- Sim é verdade, um pouco antes dele falecer todo o ouro que ele tinha em um velho baú desapareceu misteriosamente.

- Então eu vou te falar a verdade. Pressentindo que ia morrer o seu pai um dia enterrou no fundo do quintal de vocês aquela arca com toda a riqueza da família.

- E como é que o senhor sabe disso?

- Uma das qualidades do Estado de Buda é ver o passado, o presente e o futuro.

- E como eu posso encontrar esse tesouro?

- Hoje à noite, quando o cachorro de vocês estiver dormindo, cochiche no ouvido do animal assim: “Papai onde é que o senhor escondeu o tesouro da nossa família?”

- Está bem, assim farei. – O rapaz agradeceu e foi embora.

Chegou a noite, pela madrugada o rapaz levantou-se, foi até onde o cachorro estava e procedeu como o Buda havia ensinado.

Tipo um sonâmbulo, o animal levantou-se, foi até o fundo do terreno, e o rapaz atrás. Em determinada extremidade do sítio, o cachorro começou a cavar a terra... e logo apareceu a arca com o tesouro.




2 comentários:

  1. Olá Antônio,
    História interessante. Mas o mais interessante é que o nosso editor censurou o resto do meu comentário. Viu como ele é democrático, regras iguais para todos?
    Espero que suas férias estejam sendo muito boas.
    Até a volta!

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  2. 1) Oi Ana,

    2) Entendo perfeitamente o Wilson, temas políticos são delicados.

    3) Férias notáveis, grato.

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