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27/01/2017

Uma aula na África

fotografia Wilson Baptista Junior

  
Wilson Baptista Junior

Lá pelos idos de 1998, 2000 (não me lembro agora da data exata) eu e um colega fomos convidados pela Câmara de Comércio Portugal / Moçambique para dar um curso num projeto do governo moçambicano.
Nós dois trabalhávamos na época com aprendizado experiencial. Para quem não conhece, cabe uma breve explicação (peço desculpas se tiver que me alongar um pouco): quando se vai treinar um piloto, antes que ele tome os comandos de um avião de verdade convém que ele passe por um simulador de voo, onde ele aprende a manejar os controles do avião sem correr o risco de se espatifar no solo ou cair com o avião em cima de uma cidade. Este simulador, como o nome diz, “simula” todas as reações do avião ante os comandos do piloto e as situações de emergência criadas pelos instrutores, e o aluno, que já recebeu alguma instrução teórica antes, aprende agora com o cérebro, os músculos e os nervos, o que estudou antes, vendo como o avião reage ao que ele faz.
Ora, se podemos cortar os riscos e os prejuízos treinando pilotos assim, não seria bom poder fazer a mesma coisa antes de entregar a um gerente ou diretor as decisões estratégicas de uma empresa que podem custar centenas de milhares ou milhões de reais e das quais depende o emprego de muita gente?
A ideia de criar essas simulações estratégicas surgiu, como tantas coisas, da necessidade imposta pela Segunda Grande Guerra de melhorar as decisões dos comandantes militares. E foi um pesquisador e professor de uma universidade americana, que mais tarde cheguei a conhecer e colaborar algumas vezes com ele, quem primeiro aplicou isso na vida civil e com o tempo se tornou um dos mais respeitados especialistas do mundo no assunto.
Aqui no Brasil, eu e o meu colega, que trabalhávamos com planejamento, fomos os primeiros a desenvolver e aplicar essa técnica. Desenvolvíamos modelos matemáticos de alguma complexidade que incorporavam o comportamento de um mercado, a parte de produção e comercialização e a parte financeira de uma empresa, conforme as necessidades do cliente, e depois conduzíamos pessoalmente o treinamento dos seus executivos usando estes modelos, em que eles eram divididos em equipes que representavam cada uma uma empresa do setor e que competiam umas contra as outras, obtendo resultados melhores ou piores conforme as suas decisões impactassem o mercado e os concorrentes.
Esse processo era muito interessante porque nós na realidade não ensinávamos nada aos alunos, no sentido convencional, eram eles quem aprendiam por si mesmos conforme o que viam acontecer no mercado e que discutiam entre eles como consequência das decisões de equipe. Por isso se chamava “aprendizado experiencial”. Eles aprendiam a aprender. O que colocávamos como princípio para os alunos era do sábio chinês K’ung-Fu-Tzu, que escreveu em seus Analectos, quinhentos anos antes de Cristo, alguma coisa assim:
“Ouço, e esqueço,
Vejo, e me lembro,
Faço, e aprendo”.
Hoje sistemas parecidos produzidos por diversos desenvolvedores são muito conhecidos por aqui como “jogos de empresas”, e podem ser jogados em tempo real pela web, em tablets e smartphones, mas naquele tempo reuníamos os alunos, cada equipe com seu computador, e realizávamos o exercício  durante vários dias, em conjunto.
Quando recebemos o convite para trabalhar em Moçambique, a primeira coisa que tivemos que fazer foi nos vacinarmos contra a febre amarela, que era exigência para conseguirmos passar pela África do Sul, onde trocaríamos de avião na ida e na volta.
Vacinei-me, e como o certificado de vacina valia por dez anos, para não correr o risco de perdê-lo tirei uma cópia, coloquei dentro do passaporte e deixei o original em casa. Mal podia imaginar o problema que isso me causaria.
O voo para a África partia do Rio de Janeiro.
No aeroporto do Rio, quando fui à Polícia Federal para registrar meu equipamento fotográfico, antes de embarcar, encontrei um moço com uma pastinha daquelas estilo James Bond algemada ao pulso. Puxamos conversa enquanto esperávamos e me contou que negociava diamantes, do Brasil para a África do Sul e da África para o Brasil. Quando chegou ao balcão abriu a pasta e parecia coisa de cinema, aquelas pedras, brutas e lapidadas, faiscando sob a luz das fluorescentes num fundo de veludo negro.
Embarcamos num velho Douglas DC-10, o mais antigo ainda em atividade na Varig. Tinha havido uma confusão da companhia aérea com nossas passagens, e acabei sendo acomodado ao lado do moço dos diamantes na última fila do avião, aquela onde os assentos não se reclinam. Antecipando nove horas de voo com o assento na vertical e o da frente reclinado, eu já não estava muito feliz,  e menos ainda quando o passageiro na fila do corredor logo à minha frente generosamente trocou de lugar com uma mãe que tinha um bebê de colo que não parava de chorar e estava mal acomodada num assento na fileira do meio mais lá na frente.
Durante toda a viagem o bebê chorou, um choro sentido de quem tinha dor. Nas poucas ocasiões em que ele dormiu a mãe o acordou para dar remédio e o choro recomeçou...
Como não conseguimos dormir, conversamos grande parte do tempo. Contou-me que era mineiro como eu, tinha uma fazenda no Brasil na região do cerrado onde tinha resolvido plantar café. E que muito do dinheiro que ganhava no comércio das pedras perdia na fazenda, mas que era teimoso e queria por que queria chegar a produzir um café de boa qualidade nas terras dele. E tinha outra fazenda na África, na Tanzânia, lá para os lados do monte Kilimandjaro. Me convidou para encontrá-lo terminado o curso e fazer um safári nessa fazenda, um safári de verdade, não desses para turistas.
Eu, que cresci lendo histórias de caçadas na África, fiquei frustradíssimo porque tinha um outro curso já agendado para uma empresa de São Paulo, três dias depois do de Moçambique. Se pudesse ficar, seria a realização dos meus sonhos de criança...
Fazer o quê?
A chegada à África foi bonita, era de manhã, voamos por cima do deserto da Namíbia, vendo aquela extensão de areia e rochas ir gradativamente se transformando em manchas mais escuras e depois pequenas manchas de verde que foram aumentando até aparecerem os primeiros rios e depois o terreno começar a subir até chegarmos a Johannesburg, a maior cidade da África do Sul, que fica no interior do país, a quase mil e oitocentos metros de altura nas colinas do Witwatersrand, em afrikaner “Serra da Água Branca”.
Passamos sem problemas pelo controle de passaportes. Logo depois do controle apareceram dois brutamontes com coletes à prova de balas e escopetas calibre doze nas mãos, eram os seguranças do meu novo conhecido. Despedimo-nos trocando cartões de visita, uma troca protocolar sabendo que provavelmente essa visita nunca aconteceria.
O voo para Moçambique só partia no começo da noite seguinte, tínhamos então um dia e meio de espera. Os  organizadores do curso tinham reservado para nós apartamentos no Rosebank Hotel, um belo quatro estrelas fora do centro velho da cidade.
Aproveitamos para passear um pouco pela vizinhança do hotel. Entre as diversas coisas que nos chamaram a atenção havia uma galeria de arte, onde vi uma escultura em bronze muito interessante de um babuíno.

fotografia Wilson Baptista Junior

Era um bairro novo, construído para as pessoas e empresas que estavam querendo fugir da deterioração do centro urbano.
Johannesburgo era na época uma cidade relativamente violenta, com  grande número de assaltos a carros. Para vocês terem uma ideia, um acessório que tinha acabado de ser lançado no mercado, para automóveis particulares, era um lança chamas com aberturas instaladas logo abaixo das portas dianteiras, que podia ser disparado contra os assaltantes pelo motorista que se sentisse ameaçado. Por lei, era obrigatório ter um aviso colado no carro de que ele dispunha desse lança chamas. Nos contaram que o primeiro cliente tinha sido o Superintendente de Polícia da cidade. Chegamos a ver um deles, mas não tive tempo de fotografá-lo porque passou perto de nós na rua.
O Apartheid, o regime de segregação racial imposto pelos brancos, tinha acabado apenas poucos anos antes, com a eleição de Nélson Mandela para a presidência do país, e ainda persistiam lembranças dos violentos conflitos da década de oitenta.
À noitinha, no balcão do bar do hotel, bebendo a deliciosa cerveja Castle local, puxei conversa com o barman, um negro de ar distinto aí duns cinquenta anos, que trabalhava no hotel há mais de vinte anos. Contou-me que até poucos anos atrás seus filhos não podiam entrar no hotel para falar com ele, negros que não fossem funcionários não tinham permissão de entrar.
O ressentimento do barman era bem forte, e ele esperava com grande antecipação mas ao mesmo tempo preocupação, porque não sabia o que poderia acontecer, as próximas eleições parlamentares, onde pela primeira vez poderia se configurar uma maioria negra no parlamento.
Ao jantar, vi no cardápio um prato chamado “Chicken liver piripiri”, que era um ensopado de fígado de frango, que aprecio, com molho de uma pimenta local. Mas o garçon me disse que já tinha acabado, e pedi outra coisa.
No dia seguinte voamos para Maputo, capital de Moçambique, num Boeing 737 da South African Airlines. Quando desembarcamos encontramos um amigo, um consultor português com quem já tínhamos trabalhado diversas vezes no Brasil, que nos apresentou ao presidente da Câmara de Comércio, um major reformado do exército português que tinha servido em Moçambique no tempo ainda da guerra de libertação.
Moçambique tinha se libertado da dominação portuguesa vinte e poucos anos antes, depois de mais de dez anos de combates violentos entre a FRELIMO (Frente de Libertação de Moçambique, apoiada pela Rússia, China, Cuba e outros países europeus e africanos) e o exército português. A luta só terminou quando a Revolução dos Cravos derrubou o ditador Salazar em Portugal e o novo governo pôs fim ao império colonial.
Moçambique ainda estava procurando se reorganizar economicamente depois da saída dos portugueses, e a ideia do governo era preparar quadros para a administração e o desenvolvimento empresarial do país. Nosso trabalho fazia parte desse projeto.
Maputo, construída à beira do Oceano Índico, no tempo do domínio português era chamada de Lourenço Marques, as construções antigas eram bonitas e a cidade aprazível. Depois da independência ressentia-se de uma certa falta de cuidado e as favelas começavam a se espalhar em volta dela. Ainda bem diferentes das favelas que hoje, dezesseis anos depois, envolvem a cidade, eram casebres construídos em meio ao verde, com pequenas hortas de subsistência, não muito diferentes das aldeias tribais do interior.
Ficamos hospedados no hotel Carlton, perto da Catedral de Maputo, com vista para o porto, e onde também seria realizado o curso.
A sala onde teríamos a turma reunida para parte das atividades chamava-se “Sala Mabula”. Mabula é um nome comum na região, havia até uma reserva de caça bem conhecida com esse nome. Mas ninguém soube nos explicar o seu significado, nem consegui descobrir depois. Como coisa que ninguém sabia o que era, pareceu-me muito adequado para o tipo de curso que iríamos dar...
No dia seguinte começamos o programa. As aulas foram muito interessantes, os alunos, homens e mulheres, eram todos muito bem preparados, alguns com mestrado e doutorado, muitos com cursos no exterior, todos ávidos para aprender mais. Os instrutores, ou facilitadores, como os chamávamos, éramos eu, meu colega, o nosso amigo consultor português e o major presidente da Câmara.
Os alunos sabiam que o major tinha lutado contra os guerrilheiros na guerra de libertação, que foi uma luta cruel, e tinham pais, tios ou amigos que por sua vez tinham sido guerrilheiros. Havia uma tensão palpável no ar, mesmo tantos anos depois. Mas com o desenrolar do curso a tensão foi se reduzindo e tudo correu bem.
Esses hotéis de cadeias americanas são iguais no mundo inteiro, as salas são parecidas, nossos alunos dos mesmos tipos étnicos tão encontrados no Brasil e falando todos em português, que é a língua oficial de Moçambique, a gente se esquecia de que estava na África e acabava pensando que estava dando aulas por aqui.
Mas de vez em quando éramos inesperadamente chamados de volta para a África... Uma parte do exercício é atuar um dos facilitadores como um sindicalista, para exercitar a negociação sindical, e para estabelecer os benefícios sociais que entravam nas negociações e nos modelos a gente precisa saber qual é a composição média das famílias de cada região. Então lá pelas tantas perguntei isso a um dos alunos e ouvi a resposta: “Um pai, duas mães, quatro crianças e uma ou duas sogras”.
Blam! Para quem estava acostumado com sociedades teoricamente monogâmicas, um mergulho de cabeça nos costumes tribais e muçulmanos...
Uma noite, saímos para jantar com os outros instrutores, e fomos levados a um restaurante português onde comemos um magnífico bacalhau, devidamente acompanhado de um vinho da t’rrinha, e ficamos conhecendo o dono do restaurante, amigo deles, simpático e conversador, com o tradicional bigodão português das histórias em quadrinhos... e negro retinto.
No dia seguinte ao término do curso, antes de embarcarmos de volta para Johannesburg, fomos almoçar um sanduíche no Hotel Polana, um belíssimo hotel situado à beira mar. Conta-se por lá que nos tempos da Segunda Guerra Mundial os agentes do Eixo e dos Aliados se hospedavam nesse hotel, que ainda é o melhor da cidade, e como Portugal era tecnicamente neutro, apesar das simpatias de Salazar pelo regime nazista, havia ali uma trégua tácita entre eles, que, segundo o gerente do hotel, brincavam de irritar os oponentes amarrando uns aos outros os cadarços dos sapatos deixados para engraxar do lado de fora das portas dos quartos...

fotografia Wilson Baptista Junior

O sanduíche do Polana, famoso por toda a região, é feito com uns dois bons palmos de bisnaga crocante de pão francês, recheado com presunto cru e um molho de receita do hotel. Acompanhado de uma Castle bem gelada era tranquilamente um almoço.
Voamos de volta para a África do Sul, novamente pela South African Airlines. Ao desembarcar no aeroporto de Johannesburg, o funcionário da imigração me pediu o certificado de vacinação contra febre amarela (não me pediram na vinda do Brasil porque naquele tempo o Brasil não era um país de risco, mas Moçambique era). E não quis aceitar a cópia xerox que eu tinha levado, disse que só aceitaria o original. Sem ele eu não poderia sair do aeroporto.
Depois de quase uma hora de discussão, passando por vários funcionários, eu já estava me sentindo como devia se sentir o personagem do Tom Hanks naquele filme “O Terminal”, lançado alguns anos depois, em que um cidadão tem que ficar morando no aeroporto de Nova Iorque porque a imigração não o deixa entrar no país mas ao mesmo tempo não têm motivos para o deportar. Afinal um deles, vendo pela minha passagem da Varig que eu deixaria o país na noite do dia seguinte, resolveu abrir uma exceção e me deixou passar.
Voltamos ao hotel Rosebank. Na hora do jantar perguntei se tinham o tal fígado de frango com pimenta. O garçon me olhou meio de esguelha e perguntou se eu sabia que aquele prato era apimentado. Eu disse que sim, e ele foi para a cozinha.
Ficamos conversando, eu e meu colega, e quando os pratos chegaram e o garçom destampou o meu, o cheiro estava delicioso. Aí percebi um certo movimento no entorno, e vi que os outros garçons e o cozinheiro estavam em volta da mesa olhando para nós com ares de expectativa. Comecei a desconfiar de que aquele prato tinha alguma coisa de especial.
À primeira mordida, descobri que a tal pimenta piripiri era violentíssima, muito mais forte do que a nossa dedo de moça, e a turma tinha vindo assistir ao forasteiro que ou era muito corajoso ou muito ingênuo...
Como cabrito bom não berra, comi os fígados, que aliás estavam deliciosos, assistido por várias fatias de pão e algumas Castle longneck para apagar o incêndio. Mas confesso que não tive coragem de passar o pão no molho. Achei que o espetáculo já tinha sido suficiente... E olhem que eu gosto de pimenta.
No dia seguinte, antes do embarque, passeamos por Johannesburg, visitamos as instalações de uma mina de ouro desativada e um prédio do centro, construído para ser um shopping mas desativado pela fuga das empresas da desordem local, que tinha cinquenta e dois andares. Chamavam-no de “O Teto da África”, porque Johannesburg já está a quase mil e oitocentos metros de altura, com mais os cinquenta e dois andares então...
A vista de Johannesburg, lá de cima, parecia uma vista aérea.

fotografia Wilson Baptista Junior

No andar mais alto ainda funcionava um pequeno museu com artefatos nativos. Uma coisa interessante foi ver, juntos numa vitrine, dois cantis de soldados dos dois lados da Guerra dos Boers, no final do século XIX. O do inglês era um cantil de metal, o do africano era feito com a casca de um ovo de avestruz, decorado. Duas culturas em confronto.

fotografia Wilson Baptista Junior







No dia seguinte, voltando para casa no mesmo DC-10 da Varig, meu assento não era mais na última fila nem havia bebês chorando. Um final tranquilo para uma aula interessante.



8 comentários:

  1. Francisco Bendl28/01/2017, 09:45

    Brilhante artigo, Wilson.

    Magnífico pelos detalhes, pelo relato das cidades, a tarefa que te levou à África, o que vieste a saber dos locais visitados, e a ida e volta a bordo do DC10, da nossa Varig, que jamais deveria ter sido extinta e da maneira como aconteceu!

    Eu também fiz algumas viagens neste avião enorme, de fuselagem larga, e me sentia muito bem quando arrancava para decolar e a gente sentia a potência das três turbinas.

    Confesso que eu gostaria muito de ter conhecido o Continente Africano.

    Não é por nada que coleciono todos os PPS que recebo e procuro pela Internet a respeito da África e seus países, a ponto de eu ter mais de mil, que abordam as diferenças existentes entre cada nação africana, suas tradições e cultura.

    O teu texto, Wilson, foi primoroso. Evidentemente que fará parte deste acervo que tenho e que o mencionei acima, tanto pelas particularidades apontadas quanto pelos detalhes das refeiçoes, dos hotéis, e das pessoas que conheceste nesta viagem.

    Simplesmente tive um grande prazer ao ler uma postagem bem feita, que te parabenizo pela escolha e lembrança.

    Um forte abraço.
    Muita saúde e paz, extensivo aos teus amados.

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    1. Wilson Baptista Junior28/01/2017, 11:44

      Obrigado, Chicão, tua generosidade para elogiar combina com o teu tamanho :)
      E, quando falas das viagens que também fizestes no DC-10, lembro-te das histórias interessantes que viveste nelas e que estamos todos querendo ouvir.
      Um abraço.

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  2. Moacir Pimentel28/01/2017, 11:19

    Caro Wilson,
    Confesso que, por um motivo mais do que justo, neste momento estou sem tempo para ler e comentar o seu post como ele merece.Mas adianto-lhe que a foto da Sala Mabula na saída e a dos cantis na chegada, já me evidenciam que trata-se de outra das suas sempre excelentes "conversas".
    Abração

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    1. Wilson Baptista Junior28/01/2017, 11:48

      Moacir, seu motivo é mesmo mais do que justo. Aproveite a alegria e a companhia. E espero que quando você tiver tempo ainda queira ler o post. Um abraço.

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  3. 1) Gostei do "aprendiam a aprender"...

    2)Nos anos 1970 houve uma canção que fez sucesso sobre a cidade de Piripiri-PI, mas não sei lá tem pimenta forte.

    3)Estudei um pouco de Literatura Moçambicana, o grande poeta José Craveirinha.

    4)Uma amiga professora foi lecionar em Moçambique (após a independência em 1975), e nessa etnia as mulheres andavam com um seio descoberto, fazia parte da cultura local. Ela me disse que algumas ocidentais adoraram a novidade, mas ela não teve coragem de aderir.

    5)Grande África... só pisei de leve no continente ... qdo estive em Ceuta, pertence à Espanha ...

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    1. Wilson Baptista Junior29/01/2017, 09:40

      "Aprender a aprender" foi o que tentei ensinar em toda a minha vida de ensino. Não se consegue transmitir conhecimento ao aluno, o nosso papel é o de ajudá-lo no caminho de construir seu próprio conhecimento. Mas tenho certeza de que você, mestre Antonio, sabe disso tanto ou melhor do que eu.
      E não, quando estive lá não vi essa moda, verdade que só estive na capital e por pouco tempo...
      Ainda bem que você foi a Ceuta e voltou com os dois olhos; nem todos os poetas conseguiram isso :)

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  4. Moacir Pimentel29/01/2017, 19:35

    Wilson,
    O aprendizado experiencial - "com o cérebro, os músculos e os nervos" - me parece o único que funciona, já que são raros os humanos sábios que aprendem de ouvir falar. Não me alongo quanto ao tema pois estou tentando rascunhá-lo (rsrs)
    Quanto às oportunidades de "safaris" que perdemos nas viagens de trabalho, ainda bem que antes de me estabelecer viajei 3 anos sem agenda.
    O seu relato africano é muito interessante porque mistura uma experiência vivida com história, geografia, paisagens, costumes, altitudes, artes, culinária - posso imaginar os nativos olhando "o bom cabrito " comer os fígados envenenados sem berrar. Nem sempre fui tão valente (rsrs)
    O contraste entre as culturas foi muito, muito bem abordado em três ocasiões: na descrição da mediana família moçambicana, do bigode e sotaque português em um rosto negro retinto e na imagem dos dois cantis.
    Confesso que jamais ouvi falar sobre os tais de lanças chamas para carros de passeio mas mulheres com um dos seios descobertos mencionadas pelo Antônio, lavavam os uniformes dos soldados portugueses - entre eles meus dois cunhados - na Guerra da Guiné e ainda hoje moram nos slides deles.
    Finalmente, as cada vez mais reduzidas poltronas econômicas não nos oferecem mais conforto do que as dos antigos DC-10. Dica : dez quilômetros corridos no dia, um uísque antes , duas taças de vinho durante e seja o que Deus quiser porque viajar ainda é uma das melhores coisas dessa vida. E quando não é possível a gente vai lendo e aprendendo.
    Abração

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    1. Moacir, espero com curiosidade seu texto sobre o aprendizado. É um tema que ocupou uma boa parte de minha vida.
      Os safaris... ah, os safaris... tanta gente inveja as viagens de trabalho do executivo e do consultor sem saber que elas consistem principalmente de aeroportos, aviões, hotêis e escritórios, com muito pouco tempo para a viagem de verdade, e a agenda implacável sempre à nossa frente. Mas com os olhos e a alma abertos sempre se consegue aproveitar um pouco.
      Os lança chamas parecem coisa de filme de ação, mas o pessoal usava mesmo. Há até alguns vídeos de demonstração no You Tube. Coisa meio doida...
      E viajar, a pé, de carro, de trem, de avião, ou nas páginas dos livros é mesmo muito, muito bom.

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