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Wilson Baptista Junior
Lá pelos
idos de 1998, 2000 (não me lembro agora da data exata) eu e um colega fomos
convidados pela Câmara de Comércio Portugal / Moçambique para dar um curso num
projeto do governo moçambicano.
Nós dois
trabalhávamos na época com aprendizado experiencial. Para quem não conhece,
cabe uma breve explicação (peço desculpas se tiver que me alongar um pouco):
quando se vai treinar um piloto, antes que ele tome os comandos de um avião de
verdade convém que ele passe por um simulador de voo, onde ele aprende a
manejar os controles do avião sem correr o risco de se espatifar no solo ou
cair com o avião em cima de uma cidade. Este simulador, como o nome diz,
“simula” todas as reações do avião ante os comandos do piloto e as situações de
emergência criadas pelos instrutores, e o aluno, que já recebeu alguma
instrução teórica antes, aprende agora com o cérebro, os músculos e os nervos,
o que estudou antes, vendo como o avião reage ao que ele faz.
Ora, se
podemos cortar os riscos e os prejuízos treinando pilotos assim, não seria bom
poder fazer a mesma coisa antes de entregar a um gerente ou diretor as decisões
estratégicas de uma empresa que podem custar centenas de milhares ou milhões de
reais e das quais depende o emprego de muita gente?
A ideia
de criar essas simulações estratégicas surgiu, como tantas coisas, da
necessidade imposta pela Segunda Grande Guerra de melhorar as decisões dos
comandantes militares. E foi um pesquisador e professor de uma universidade
americana, que mais tarde cheguei a conhecer e colaborar algumas vezes com ele,
quem primeiro aplicou isso na vida civil e com o tempo se tornou um dos mais respeitados
especialistas do mundo no assunto.
Aqui no
Brasil, eu e o meu colega, que trabalhávamos com planejamento, fomos os
primeiros a desenvolver e aplicar essa técnica. Desenvolvíamos modelos
matemáticos de alguma complexidade que incorporavam o comportamento de um
mercado, a parte de produção e comercialização e a parte financeira de uma
empresa, conforme as necessidades do cliente, e depois conduzíamos pessoalmente
o treinamento dos seus executivos usando estes modelos, em que eles eram
divididos em equipes que representavam cada uma uma empresa do setor e que competiam
umas contra as outras, obtendo resultados melhores ou piores conforme as suas
decisões impactassem o mercado e os concorrentes.
Esse
processo era muito interessante porque nós na realidade não ensinávamos nada
aos alunos, no sentido convencional, eram eles quem aprendiam por si mesmos
conforme o que viam acontecer no mercado e que discutiam entre eles como consequência das decisões de equipe. Por isso se chamava “aprendizado experiencial”. Eles
aprendiam a aprender. O que colocávamos como princípio para os alunos era do sábio
chinês K’ung-Fu-Tzu, que escreveu em seus Analectos, quinhentos anos antes de
Cristo, alguma coisa assim:
“Ouço, e esqueço,
Vejo, e me lembro,
Faço, e aprendo”.
Hoje sistemas parecidos produzidos por diversos desenvolvedores são
muito conhecidos por aqui como “jogos de empresas”, e podem ser jogados em
tempo real pela web, em tablets e smartphones, mas naquele tempo reuníamos os
alunos, cada equipe com seu computador, e realizávamos o exercício durante vários dias, em conjunto.
Quando
recebemos o convite para trabalhar em Moçambique, a primeira coisa que tivemos
que fazer foi nos vacinarmos contra a febre amarela, que era exigência para
conseguirmos passar pela África do Sul, onde trocaríamos de avião na ida e na
volta.
Vacinei-me,
e como o certificado de vacina valia por dez anos, para não correr o risco de
perdê-lo tirei uma cópia, coloquei dentro do passaporte e deixei o original em
casa. Mal podia imaginar o problema que isso me causaria.
O voo
para a África partia do Rio de Janeiro.
No
aeroporto do Rio, quando fui à Polícia Federal para registrar meu equipamento
fotográfico, antes de embarcar, encontrei um moço com uma pastinha daquelas
estilo James Bond algemada ao pulso. Puxamos conversa enquanto esperávamos e me
contou que negociava diamantes, do Brasil para a África do Sul e da África para
o Brasil. Quando chegou ao balcão abriu a pasta e parecia coisa de cinema,
aquelas pedras, brutas e lapidadas, faiscando sob a luz das fluorescentes num
fundo de veludo negro.
Embarcamos
num velho Douglas DC-10, o mais antigo ainda em atividade na Varig. Tinha
havido uma confusão da companhia aérea com nossas passagens, e acabei sendo
acomodado ao lado do moço dos diamantes na última fila do avião, aquela onde os
assentos não se reclinam. Antecipando nove horas de voo com o assento na
vertical e o da frente reclinado, eu já não estava muito feliz, e menos ainda quando o passageiro na fila do corredor
logo à minha frente generosamente trocou de lugar com uma mãe que tinha um bebê
de colo que não parava de chorar e estava mal acomodada num assento na fileira
do meio mais lá na frente.
Durante
toda a viagem o bebê chorou, um choro sentido de quem tinha dor. Nas poucas
ocasiões em que ele dormiu a mãe o acordou para dar remédio e o choro recomeçou...
Como não
conseguimos dormir, conversamos grande parte do tempo. Contou-me que era
mineiro como eu, tinha uma fazenda no Brasil na região do cerrado onde tinha
resolvido plantar café. E que muito do dinheiro que ganhava no comércio das
pedras perdia na fazenda, mas que era teimoso e queria por que queria chegar a
produzir um café de boa qualidade nas terras dele. E tinha outra fazenda na
África, na Tanzânia, lá para os lados do monte Kilimandjaro. Me convidou para
encontrá-lo terminado o curso e fazer um safári nessa fazenda, um safári de
verdade, não desses para turistas.
Eu, que
cresci lendo histórias de caçadas na África, fiquei frustradíssimo porque tinha
um outro curso já agendado para uma empresa de São Paulo, três dias depois do
de Moçambique. Se pudesse ficar, seria a realização dos meus sonhos de
criança...
Fazer o
quê?
A chegada
à África foi bonita, era de manhã, voamos por cima do deserto da Namíbia, vendo
aquela extensão de areia e rochas ir gradativamente se transformando em manchas
mais escuras e depois pequenas manchas de verde que foram aumentando até
aparecerem os primeiros rios e depois o terreno começar a subir até chegarmos a
Johannesburg, a maior cidade da África do Sul, que fica no interior do país, a
quase mil e oitocentos metros de altura nas colinas do Witwatersrand, em
afrikaner “Serra da Água Branca”.
Passamos
sem problemas pelo controle de passaportes. Logo depois do controle apareceram
dois brutamontes com coletes à prova de balas e escopetas calibre doze nas
mãos, eram os seguranças do meu novo conhecido. Despedimo-nos trocando cartões
de visita, uma troca protocolar sabendo que provavelmente essa visita nunca
aconteceria.
O voo
para Moçambique só partia no começo da noite seguinte, tínhamos então um dia e
meio de espera. Os organizadores do
curso tinham reservado para nós apartamentos no Rosebank Hotel, um belo quatro
estrelas fora do centro velho da cidade.
Aproveitamos
para passear um pouco pela vizinhança do hotel. Entre as diversas coisas que
nos chamaram a atenção havia uma galeria de arte, onde vi uma escultura em
bronze muito interessante de um babuíno.
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Era um
bairro novo, construído para as pessoas e empresas que estavam querendo fugir
da deterioração do centro urbano.
Johannesburgo
era na época uma cidade relativamente violenta, com grande número de assaltos a carros. Para
vocês terem uma ideia, um acessório que tinha acabado de ser lançado no
mercado, para automóveis particulares, era um lança chamas com aberturas
instaladas logo abaixo das portas dianteiras, que podia ser disparado contra os
assaltantes pelo motorista que se sentisse ameaçado. Por lei, era obrigatório
ter um aviso colado no carro de que ele dispunha desse lança chamas. Nos
contaram que o primeiro cliente tinha sido o Superintendente de Polícia da
cidade. Chegamos a ver um deles, mas não tive tempo de fotografá-lo porque passou
perto de nós na rua.
O
Apartheid, o regime de segregação racial imposto pelos brancos, tinha acabado
apenas poucos anos antes, com a eleição de Nélson Mandela para a presidência do
país, e ainda persistiam lembranças dos violentos conflitos da década de
oitenta.
À
noitinha, no balcão do bar do hotel, bebendo a deliciosa cerveja Castle local,
puxei conversa com o barman, um negro de ar distinto aí duns cinquenta anos, que
trabalhava no hotel há mais de vinte anos. Contou-me que até poucos anos atrás
seus filhos não podiam entrar no hotel para falar com ele, negros que não
fossem funcionários não tinham permissão de entrar.
O
ressentimento do barman era bem forte, e ele esperava com grande antecipação
mas ao mesmo tempo preocupação, porque não sabia o que poderia acontecer, as
próximas eleições parlamentares, onde pela primeira vez poderia se configurar
uma maioria negra no parlamento.
Ao
jantar, vi no cardápio um prato chamado “Chicken liver piripiri”, que era um
ensopado de fígado de frango, que aprecio, com molho de uma pimenta local. Mas
o garçon me disse que já tinha acabado, e pedi outra coisa.
No dia
seguinte voamos para Maputo, capital de Moçambique, num Boeing 737 da South
African Airlines. Quando desembarcamos encontramos um amigo, um consultor
português com quem já tínhamos trabalhado diversas vezes no Brasil, que nos
apresentou ao presidente da Câmara de Comércio, um major reformado do exército
português que tinha servido em Moçambique no tempo ainda da guerra de libertação.
Moçambique
tinha se libertado da dominação portuguesa vinte e poucos anos antes, depois de
mais de dez anos de combates violentos entre a FRELIMO (Frente de Libertação de Moçambique,
apoiada pela Rússia, China, Cuba e outros países europeus e africanos) e o
exército português. A luta só terminou quando a Revolução dos Cravos derrubou o
ditador Salazar em Portugal e o novo governo pôs fim ao império colonial.
Moçambique
ainda estava procurando se reorganizar economicamente depois da saída dos
portugueses, e a ideia do governo era preparar quadros para a administração e o
desenvolvimento empresarial do país. Nosso trabalho fazia parte desse projeto.
Maputo, construída
à beira do Oceano Índico, no tempo do domínio português era chamada de Lourenço
Marques, as construções antigas eram bonitas e a cidade aprazível. Depois da
independência ressentia-se de uma certa falta de cuidado e as favelas começavam
a se espalhar em volta dela. Ainda bem diferentes das favelas que hoje,
dezesseis anos depois, envolvem a cidade, eram casebres construídos em meio ao
verde, com pequenas hortas de subsistência, não muito diferentes das aldeias
tribais do interior.
Ficamos
hospedados no hotel Carlton, perto da Catedral de Maputo, com vista para o
porto, e onde também seria realizado o curso.
A sala
onde teríamos a turma reunida para parte das atividades chamava-se “Sala Mabula”.
Mabula é um nome comum na região, havia até uma reserva de caça bem conhecida
com esse nome. Mas ninguém soube nos explicar o seu significado, nem consegui
descobrir depois. Como coisa que ninguém sabia o que era, pareceu-me muito
adequado para o tipo de curso que iríamos dar...
No dia
seguinte começamos o programa. As aulas foram muito interessantes, os alunos,
homens e mulheres, eram todos muito bem preparados, alguns com mestrado e
doutorado, muitos com cursos no exterior, todos ávidos para aprender mais. Os
instrutores, ou facilitadores, como os chamávamos, éramos eu, meu colega, o nosso
amigo consultor português e o major presidente da Câmara.
Os alunos
sabiam que o major tinha lutado contra os guerrilheiros na guerra de
libertação, que foi uma luta cruel, e tinham pais, tios ou amigos que por sua
vez tinham sido guerrilheiros. Havia uma tensão palpável no ar, mesmo tantos
anos depois. Mas com o desenrolar do curso a tensão foi se reduzindo e tudo
correu bem.
Esses
hotéis de cadeias americanas são iguais no mundo inteiro, as salas são
parecidas, nossos alunos dos mesmos tipos étnicos tão encontrados no Brasil e
falando todos em português, que é a língua oficial de Moçambique, a gente se
esquecia de que estava na África e acabava pensando que estava dando aulas por
aqui.
Mas de
vez em quando éramos inesperadamente chamados de volta para a África... Uma
parte do exercício é atuar um dos facilitadores como um sindicalista, para
exercitar a negociação sindical, e para estabelecer os benefícios sociais que
entravam nas negociações e nos modelos a gente precisa saber qual é a composição
média das famílias de cada região. Então lá pelas tantas perguntei isso a um
dos alunos e ouvi a resposta: “Um pai,
duas mães, quatro crianças e uma ou duas sogras”.
Blam! Para
quem estava acostumado com sociedades teoricamente monogâmicas, um mergulho de
cabeça nos costumes tribais e muçulmanos...
Uma
noite, saímos para jantar com os outros instrutores, e fomos levados a um
restaurante português onde comemos um magnífico bacalhau, devidamente acompanhado
de um vinho da t’rrinha, e ficamos conhecendo o dono do restaurante, amigo
deles, simpático e conversador, com o tradicional bigodão português das
histórias em quadrinhos... e negro retinto.
No dia
seguinte ao término do curso, antes de embarcarmos de volta para Johannesburg,
fomos almoçar um sanduíche no Hotel Polana, um belíssimo hotel situado à beira
mar. Conta-se por lá que nos tempos da Segunda Guerra Mundial os agentes do
Eixo e dos Aliados se hospedavam nesse hotel, que ainda é o melhor da cidade, e
como Portugal era tecnicamente neutro, apesar das simpatias de Salazar pelo
regime nazista, havia ali uma trégua tácita entre eles, que, segundo o gerente
do hotel, brincavam de irritar os oponentes amarrando uns aos outros os
cadarços dos sapatos deixados para engraxar do lado de fora das portas dos
quartos...
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O sanduíche
do Polana, famoso por toda a região, é feito com uns dois bons palmos de
bisnaga crocante de pão francês, recheado com presunto cru e um molho de
receita do hotel. Acompanhado de uma Castle bem gelada era tranquilamente um almoço.
Voamos de
volta para a África do Sul, novamente pela South African Airlines. Ao
desembarcar no aeroporto de Johannesburg, o funcionário da imigração me pediu o
certificado de vacinação contra febre amarela (não me pediram na vinda do
Brasil porque naquele tempo o Brasil não era um país de risco, mas Moçambique
era). E não quis aceitar a cópia xerox que eu tinha levado, disse que só
aceitaria o original. Sem ele eu não poderia sair do aeroporto.
Depois de
quase uma hora de discussão, passando por vários funcionários, eu já estava me
sentindo como devia se sentir o personagem do Tom Hanks naquele filme “O
Terminal”, lançado alguns anos depois, em que um cidadão tem que ficar morando
no aeroporto de Nova Iorque porque a imigração não o deixa entrar no país mas
ao mesmo tempo não têm motivos para o deportar. Afinal um deles, vendo pela
minha passagem da Varig que eu deixaria o país na noite do dia seguinte,
resolveu abrir uma exceção e me deixou passar.
Voltamos
ao hotel Rosebank. Na hora do jantar perguntei se tinham o tal fígado de frango
com pimenta. O garçon me olhou meio de esguelha e perguntou se eu sabia que
aquele prato era apimentado. Eu disse que sim, e ele foi para a cozinha.
Ficamos
conversando, eu e meu colega, e quando os pratos chegaram e o garçom destampou
o meu, o cheiro estava delicioso. Aí percebi um certo movimento no entorno, e vi que os outros garçons e o cozinheiro estavam em volta da mesa olhando para nós com
ares de expectativa. Comecei a desconfiar de que aquele prato tinha alguma
coisa de especial.
À
primeira mordida, descobri que a tal pimenta piripiri era violentíssima, muito
mais forte do que a nossa dedo de moça, e a turma tinha vindo assistir ao forasteiro
que ou era muito corajoso ou muito ingênuo...
Como
cabrito bom não berra, comi os fígados, que aliás estavam deliciosos, assistido
por várias fatias de pão e algumas Castle longneck para apagar o incêndio. Mas
confesso que não tive coragem de passar o pão no molho. Achei que o espetáculo
já tinha sido suficiente... E olhem que eu gosto de pimenta.
No dia
seguinte, antes do embarque, passeamos por Johannesburg, visitamos as
instalações de uma mina de ouro desativada e um prédio do centro, construído
para ser um shopping mas desativado pela fuga das empresas da desordem local,
que tinha cinquenta e dois andares. Chamavam-no de “O Teto da África”, porque
Johannesburg já está a quase mil e oitocentos metros de altura, com mais os
cinquenta e dois andares então...
A vista
de Johannesburg, lá de cima, parecia uma vista aérea.
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No andar mais
alto ainda funcionava um pequeno museu com artefatos nativos. Uma coisa interessante
foi ver, juntos numa vitrine, dois cantis de soldados dos dois lados da Guerra
dos Boers, no final do século XIX. O do inglês era um cantil de metal, o do africano
era feito com a casca de um ovo de avestruz, decorado. Duas culturas em
confronto.
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No dia seguinte, voltando para casa no mesmo DC-10 da Varig, meu assento não era mais na última fila nem havia bebês chorando. Um final tranquilo para uma aula interessante.
Brilhante artigo, Wilson.
ResponderExcluirMagnífico pelos detalhes, pelo relato das cidades, a tarefa que te levou à África, o que vieste a saber dos locais visitados, e a ida e volta a bordo do DC10, da nossa Varig, que jamais deveria ter sido extinta e da maneira como aconteceu!
Eu também fiz algumas viagens neste avião enorme, de fuselagem larga, e me sentia muito bem quando arrancava para decolar e a gente sentia a potência das três turbinas.
Confesso que eu gostaria muito de ter conhecido o Continente Africano.
Não é por nada que coleciono todos os PPS que recebo e procuro pela Internet a respeito da África e seus países, a ponto de eu ter mais de mil, que abordam as diferenças existentes entre cada nação africana, suas tradições e cultura.
O teu texto, Wilson, foi primoroso. Evidentemente que fará parte deste acervo que tenho e que o mencionei acima, tanto pelas particularidades apontadas quanto pelos detalhes das refeiçoes, dos hotéis, e das pessoas que conheceste nesta viagem.
Simplesmente tive um grande prazer ao ler uma postagem bem feita, que te parabenizo pela escolha e lembrança.
Um forte abraço.
Muita saúde e paz, extensivo aos teus amados.
Obrigado, Chicão, tua generosidade para elogiar combina com o teu tamanho :)
ExcluirE, quando falas das viagens que também fizestes no DC-10, lembro-te das histórias interessantes que viveste nelas e que estamos todos querendo ouvir.
Um abraço.
Caro Wilson,
ResponderExcluirConfesso que, por um motivo mais do que justo, neste momento estou sem tempo para ler e comentar o seu post como ele merece.Mas adianto-lhe que a foto da Sala Mabula na saída e a dos cantis na chegada, já me evidenciam que trata-se de outra das suas sempre excelentes "conversas".
Abração
Moacir, seu motivo é mesmo mais do que justo. Aproveite a alegria e a companhia. E espero que quando você tiver tempo ainda queira ler o post. Um abraço.
Excluir1) Gostei do "aprendiam a aprender"...
ResponderExcluir2)Nos anos 1970 houve uma canção que fez sucesso sobre a cidade de Piripiri-PI, mas não sei lá tem pimenta forte.
3)Estudei um pouco de Literatura Moçambicana, o grande poeta José Craveirinha.
4)Uma amiga professora foi lecionar em Moçambique (após a independência em 1975), e nessa etnia as mulheres andavam com um seio descoberto, fazia parte da cultura local. Ela me disse que algumas ocidentais adoraram a novidade, mas ela não teve coragem de aderir.
5)Grande África... só pisei de leve no continente ... qdo estive em Ceuta, pertence à Espanha ...
"Aprender a aprender" foi o que tentei ensinar em toda a minha vida de ensino. Não se consegue transmitir conhecimento ao aluno, o nosso papel é o de ajudá-lo no caminho de construir seu próprio conhecimento. Mas tenho certeza de que você, mestre Antonio, sabe disso tanto ou melhor do que eu.
ExcluirE não, quando estive lá não vi essa moda, verdade que só estive na capital e por pouco tempo...
Ainda bem que você foi a Ceuta e voltou com os dois olhos; nem todos os poetas conseguiram isso :)
Wilson,
ResponderExcluirO aprendizado experiencial - "com o cérebro, os músculos e os nervos" - me parece o único que funciona, já que são raros os humanos sábios que aprendem de ouvir falar. Não me alongo quanto ao tema pois estou tentando rascunhá-lo (rsrs)
Quanto às oportunidades de "safaris" que perdemos nas viagens de trabalho, ainda bem que antes de me estabelecer viajei 3 anos sem agenda.
O seu relato africano é muito interessante porque mistura uma experiência vivida com história, geografia, paisagens, costumes, altitudes, artes, culinária - posso imaginar os nativos olhando "o bom cabrito " comer os fígados envenenados sem berrar. Nem sempre fui tão valente (rsrs)
O contraste entre as culturas foi muito, muito bem abordado em três ocasiões: na descrição da mediana família moçambicana, do bigode e sotaque português em um rosto negro retinto e na imagem dos dois cantis.
Confesso que jamais ouvi falar sobre os tais de lanças chamas para carros de passeio mas mulheres com um dos seios descobertos mencionadas pelo Antônio, lavavam os uniformes dos soldados portugueses - entre eles meus dois cunhados - na Guerra da Guiné e ainda hoje moram nos slides deles.
Finalmente, as cada vez mais reduzidas poltronas econômicas não nos oferecem mais conforto do que as dos antigos DC-10. Dica : dez quilômetros corridos no dia, um uísque antes , duas taças de vinho durante e seja o que Deus quiser porque viajar ainda é uma das melhores coisas dessa vida. E quando não é possível a gente vai lendo e aprendendo.
Abração
Moacir, espero com curiosidade seu texto sobre o aprendizado. É um tema que ocupou uma boa parte de minha vida.
ExcluirOs safaris... ah, os safaris... tanta gente inveja as viagens de trabalho do executivo e do consultor sem saber que elas consistem principalmente de aeroportos, aviões, hotêis e escritórios, com muito pouco tempo para a viagem de verdade, e a agenda implacável sempre à nossa frente. Mas com os olhos e a alma abertos sempre se consegue aproveitar um pouco.
Os lança chamas parecem coisa de filme de ação, mas o pessoal usava mesmo. Há até alguns vídeos de demonstração no You Tube. Coisa meio doida...
E viajar, a pé, de carro, de trem, de avião, ou nas páginas dos livros é mesmo muito, muito bom.