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Francisco
Bendl
Definitivamente
o ser humano não pode conhecer o que vem a ser felicidade plena, tampouco
sentir a devida sensação deste estado, que incluiria o físico e mental.
Drummond de
Andrade dizia que, “ser feliz sem motivo é a mais autêntica forma de
felicidade.”
Penso que sem
qualquer impulso não se sabe o que é felicidade, pois alguém que vive o seu
mundo é egoísta, desinteressado, e sem que as pessoas que lhe rodeiam não
sintam o mesmo, discordo desta definição dada pelo gênio mencionado.
A menos que
seja um completo alienado, desinteressado pelos outros e, mesmo assim, a tal
felicidade estaria incompleta porque haveria a solidão, o isolamento, e como
defini-la desta maneira, sem companhia?
Admito que,
em certos momentos da vida, algumas pessoas possam ter tido uma emoção que as
levasse perto da felicidade, pois a vida lhe sorriu e seus familiares estavam
bem, momentaneamente, porém, com o tempo, esta alegria se dissipou e a
existência voltou à normalidade, e seus inerentes obstáculos diários.
Agora,
podemos classificar a intensidade desta felicidade, a ponto de podermos afirmar
que todos nós, indistintamente, tenhamos tido uma pequena amostra desta
sensação e emoção que se tornam únicas, incomparáveis, inigualáveis.
Por exemplo:
O indivíduo
estar de posse de seus cinco sentidos, independente da sua situação pessoal,
profissional, familiar, social, econômica... Ter a audição, olfato, paladar,
visão e tato, é uma bênção, que devemos agradecer diariamente possuirmos esses
dons.
Outro momento
de felicidade, indiscutível, é o sexo com a mulher amada, pouco importando a
condição do momento.
O nascimento
dos filhos - são tido e havidos como superiores na felicidade que transmitem
aos pais, que predomina sobre a forma como se encontram econômica ou
socialmente.
Igualmente
quando esses filhos são netos, e ocasionam nos avós uma felicidade que a
maioria descreve como quase plena, eu sou um desses que atestam esta emoção e
sensação.
Uma viagem
dos sonhos que finalmente é realizada, certamente acarreta uma felicidade
imensa.
Depois
descamba para alegrias no que tange a compras de objetos muito estimados e
desejados, tais como a casa própria, um carro, férias em hotéis de luxo ou
agradáveis, aquisições de relógios, roupas, livros...
Porém são
momentos que não duram a vida inteira, que se perdem pelo caminho ou
desaparecem de nossas vidas no transcorrer do tempo, gerando sofrimentos
infindáveis e quase insuportáveis, em consequência.
Assim,
definir felicidade é impossível, ainda mais quando o intelecto atinge níveis de
questionamentos que transcendem a matéria, os metafísicos, a busca de nossas
origens, objetivos e destino.
Por outro
lado, não acredito que a felicidade seja o poder que temos para dificultar a
existência nossa e dos outros, de causarmos problemas graves, uma espécie de
sentimento ao contrário de êxtase para sofrimento, de sadismo para o
masoquismo. Acho que não, apesar de haver pessoas que se comprazem na dor
alheia e de si próprias!
Também não
pode ser a felicidade estarmos vivos, pois a morte é inevitável como
consequência de se viver, então seria uma explicação muito simplória.
Como definir
a felicidade?
Não sei,
confesso. No entanto, acredito que a falta de elementos que tenho para
defini-la esteja na razão direta que sou humano e emoções, sentimentos,
sensações de grande prazer e constantes nos são proibidos porque somos
limitados, estamos atrelados à sobrevivência, à comida, à bebida, ao vestuário,
a remédios, ao envelhecimento, a tempo de vida, a companhias, de se fazer parte
da sociedade...
Entretanto,
não existe um caminho para a felicidade. A felicidade é o caminho, diz o monge
budista e vietnamita Thich Nhat Hanh.
Pode ser esta
a definição mais realista, por subentender-se que, a capacidade de luta, de
decisão, é um tipo de felicidade, como a opção feita para se levar a vida
adiante é a felicidade almejada, a liberdade!
Particularmente,
uma definição sobre felicidade que mais gosto e que mais se aproxima da vida
que tive, é fornecida por Sócrates, quando o filósofo grego assim a define:
“Meu conselho
é que se case. Se você arrumar uma boa esposa, será feliz; se arrumar uma
esposa ruim, se tornará um filósofo.”
Na razão
direta que me identifico como um feliz marido, pai e avô, e jamais filósofo,
justamente pelas minhas perguntas rotineiras e que não encontro as respostas, o
sábio da Grécia tinha plena razão, obrigando-me a concluir que encontrei a
felicidade e que dura muitos anos, quarenta e seis, ao me casar com a mulher
amada, e mantê-la comigo todo esse tempo!
1)Parabéns Bendl, ótima reflexão !
ResponderExcluir2)A meu ver, são várias as definições e vivências da felicidade e são sempre temporárias, impermanentes.
3)De uns tempos para cá estou praticando muito a felicidade da Caridade, ajudando instituições idôneas e ando felicíssimo.
4)Qdo vc falou no monge budista, me lembrei de um dos epítetos de Sidarta Gautama = Sugata = Buda Felicíssimo.
5) Tem tb o Buda Gordo e Sorridente.
6)Em tempo: lendo este blog e sua crônica, fico em Estado de Felicidade !
4)
Quem é feliz não precisa inventar definições para a felicidade, Bendl. Apenas seja feliz. E muuuito. É o meu desejo pra você.
ResponderExcluirSaúde e Paz
Abraço
Ofelia
Meu caro amigo Rocha,
ResponderExcluirQuando te conheci através da Tribuna da Internet, e aprofundamos esta amizade virtual através de correspondências particulares, tive também um momento de felicidade, pois eu aumentava o meu rol de amigos.
Grato pelo comentário.
Um forte abraço.
Saúde e Paz!
Minha querida Ofélia,
ResponderExcluirO mesmo te desejo:
Felicidade permanente, e intensa!
Obrigado pela observação e conselho.
Um abraço forte.
Saúde e Paz!